Apgar: que número é esse?

12Virginia Apgar (Westfield, 7 de junho de 1909Nova Iorque, 7 de agosto de 1974) foi uma médica norte-americana que se especializou em anestesia. Foi uma líder em vários campos da anestesiologia e, efetivamente, foi a responsável pela criação do que viria a ser a neonatologia.

Para o público em geral, ela foi mais conhecida como a responsável pelo desenvolvimento do Índice de Apgar, um método de avaliação de saúde de recém-nascidos que reduziu drasticamente a mortalidade infantil em todo o mundo. Apgar não se casou e faleceu aos 65 anos no Columbia Presbyterian Medical Center.

A avaliação clínica do recém-nascido (RN) foi proposta por Virginia Apgar em 1953, tendo sido muito útil no julgamento da necessidade da ressuscitação do mesmo, quando aplicada com 1 minuto de vida e, novamente, com 5 minutos.

IDENTIFICA NECESSIDADE DE CUIDADOS ESPECIAIS

Por ser a única forma de avaliação em países em desenvolvimento, onde os exames laboratoriais podem não estar disponíveis, o baixo valor do escore de Apgar é útil para identificar as crianças que necessitam de cuidados adicionais, mesmo na ausência de dados laboratoriais.assistncia-de-enfermagem-ao-rn-10-638

Existe consenso de que um escore de Apgar de 7 a 10 significa uma criança sadia, que provavelmente não terá problemas futuros.

Quando < 7, é sinal de alerta para atenção especial. Há diferentes níveis de escore de Apgar baixo, de acordo com alterações fisiopatológicas.

Além disso, é parcialmente dependente da maturidade do concepto. As condições maternas também podem influir no escore, tais como medicações e, finalmente, as próprias condições do RN influem na avaliação como, por exemplo, malformações neuromusculares ou cerebrais e condições respiratórias.exame-do-recmnascido-8-638

Os escores de Apgar, peso ao nascer e idade gestacional são altamente associados à sobrevivência e, em combinação, são uma medida do bem-estar do RN, do sucesso da reanimação, do tamanho e da maturidade do RN.

No Brasil, nascem cerca de três milhões de crianças ao ano, das quais 98% em hospitais.

Sabe-se que a maioria delas nasce com boa vitalidade; entretanto, manobras de reanimação podem ser necessárias de maneira inesperada.

São essenciais o conhecimento e a habilidade em reanimação neonatal para todos os profissionais que atendem recém-nascidos (RN) em sala de parto, mesmo quando se esperam crianças hígidas sem hipóxia ou asfixia ao nascer.

O risco de haver necessidade de procedimentos de reanimação é maior quanto menor a idade gestacional e/ou o peso ao nascer.

Necessidade de reanimação ao nascimento:

  • Ventilação com pressão positiva: 1 em cada 10 RN.
  • Intubação e/ou massagem cardíaca: 1 em cada 100 RN.
  • Intubação, massagem e/ou medicações: 1 em cada 1.000 RN, desde que a ventilação seja aplicada adequadamente.Fatores de risco

Em RN prematuros:

Nascidos com menos de 1.500g: 2 em cada 3 RN.

Idade gestacional de 34 a 36 semanas: 2 em cada 10 RN.

O parto cesario, realizado entre 37 e 39 semanas de gestação, mesmo não havendo fatores de risco antenatais para asfixia, também eleva o risco de necessidade de ventilação do RN.

Assim, estima-se que no Brasil, a cada ano, 300.000 crianças requeiram ajuda para iniciar e manter a respiração ao nascer e cerca de 25.000 RN prematuros de muito baixo peso precisem de assistência ventilatória na sala de parto.

As práticas atuais de reanimação em sala de parto baseiam-se nas diretrizes publicadas pelo International Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR) que são elaborados por especialistas de vários países, e pela Associação Americana de Cardiologia e Academia Americana de Pediatria, em 2010, e adotadas pela sociedade Brasileira de Pediatria em 2011.

Newborn and Mother in hospital

A cada cinco anos, após processo de revisão baseada nas melhores evidências científicas disponíveis, são elaborados consensos sobre os assuntos controversos e recomendações referentes a diversos aspectos da reanimação neonatal.

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