Por que não usar andador infantil?
Autoras: Alice Hassano, Lívia Borgneth e Inês Seppi
Antes de andar a criança precisa aprender a rolar, sentar, engatinhar para depois conseguir ficar de pé com apoio e, ai sim, começar a andar inicialmente com apoio para depois ser de forma livre.
Essas conquistas gradativas são importantes para o desenvolvimento e indispensáveis como etapas básicas para o alcance do andar.
Se interferirmos nessas etapas colocando o bebê no andador, estaremos atrasando o início da marcha da criança, isto é, o momento em que ela começa a andar sozinha.
Mesmo tendo adquirido a capacidade de ficar de pé, é preciso que o bebê vivencie o desequilíbrio para que aprenda a ter equilíbrio no andar, o que é dificultado com o uso do andador. Este, portanto, atrasa o desenvolvimento motor da criança, ao contrário do que algumas pessoas possam imaginar.
O andador não prejudica só o progresso físico do bebê, prejudica também o mental.
O bebê precisa conhecer o mundo começando pelas coisas e objetos que estão mais próximos dele – os deslocamentos, facilitados pelo andador antes do tempo, “desviam” a sua atenção constantemente fazendo com que não haja tempo suficiente para a aproximação necessária para poder tocá-los e manipulá-los e essa exploração é essencial para o bebê sentir a forma, o tamanho, textura, cor, peso e temperatura. Enquanto manuseia objetos e brinquedos, o bebê está desenvolvendo seu cérebro.
Outro grande problema do uso do andador é que há riscos de acidentes e traumatismos inclusive cranianos, segundo estatísticas de Serviços de Emergência Pediátrica.
http://www.soperj.org.br/download/curso_atencao_integral_2009.pdf