Nutrição e câncer (informações do INCA)

O que é câncer?

O câncer é uma enfermidade que se caracteriza pelo crescimento desordenado de células que podem invadir tecidos e órgãos adjacentes e/ou espalhar-se para outras regiões do corpo.

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Muitos fatores influenciam o seu desenvolvimento: externos, como o meio ambiente, hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural, ou internos, resultantes de eventos que geram mutações sucessivas no material genético das células, processo que pode ocorrer ao longo de décadas, em múltiplos estágios.

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Segundo estimativas de novos casos de câncer no Brasil, ficou reforçado o cenário da grandiosidade da doença e a importância de estratégias para tratamento e prevenção.

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Sem considerar os casos de câncer de pele “não melanoma”, estimam-se 395 mil casos novos de, 204 mil para o sexo masculino e 190 mil para sexo feminino.

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Nos homens, os tipos mais incidentes são os cânceres de próstata, pulmão, cólon e reto, estômago e cavidade oral. Nas mulheres, os de mama, cólon e reto, colo do útero, pulmão e glândula tireoide.

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As atividades físicas previnem o câncer independentemente da perda de peso.

Além de auxiliar no controle do peso corporal, a atividade física regular promove o equilíbrio dos níveis de hormônios (reduz a resistência à insulina e os níveis de estrogênio circulantes), reduz o tempo de trânsito gastrintestinal (com isso diminui o período de contato dos tecidos locais com substâncias que promovem o câncer) e fortalece a defesa do nosso organismo.

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Por isso, devemos praticar pelo menos 30 minutos de atividade física todos os dias e limitar hábitos sedentários.

Caminhar ou ir de bicicleta para o trabalho, subir escadas em vez de andar de  elevador, descer do ônibus um ou dois pontos antes de chegar em casa são algumas opções para aumentar a atividade física no dia a dia.

É possível evitar o câncer a partir da alimentação.

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As escolhas alimentares são muito importantes. Enquanto alguns alimentos podem ajudar a proteger o corpo contra a doença, outros podem aumentar o risco de desenvolver câncer.

Uma dieta rica em alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, e pobre em alimentos ultraprocessados, como aqueles prontos para consumir ou aquecer e bebidas açucaradas, é capaz de prevenir o surgimento da doença.

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A recomendação é consumir, no mínimo, cinco porções, ou seja, 400g por dia de vegetais, sendo duas porções de frutas e três de verduras e legumes sem amido, como cenoura, couve-flor, berinjela e tomate.

Cada porção equivale a uma quantidade aproximada que caiba na palma da mão (80 g), do produto picado ou inteiro.

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O excesso de gordura corporal aumenta o risco de ter câncer

O excesso de gordura corporal provoca alterações hormonais e um estado inflamatório crônico que estimulam a proliferação celular e inibem a apoptose (morte programada das células).

Dessa forma, a gordura contribui para a formação e a progressão de diversos tipos de câncer, como o de esôfago, estômago, pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama (na pós-menopausa), ovário, endométrio e próstata (avançado).

Grande parte dos refrigerantes possui uma substância que possivelmente favorece a formação do câncer.

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Os refrigerantes contêm a substância 4-MI (4-metil-imidazol), classificada como possivelmente cancerígena pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse composto é um subproduto do corante caramelo IV presente nessas bebidas.

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O Centro de Pesquisa CSPI (na sigla em inglês Center for Science in the Public Interest), em Washington D.C, em parceria com instituições governamentais e de pesquisa de diversos países, testaram a quantidade de 4-MI em latas de uma marca de refrigerante a base de cola (na versão original) vendidas no Brasil, Canadá, China, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos da América (Washington D.C. e Califórnia), México e Reino Unido.

De acordo com o estudo, a bebida comercializada no Brasil continha 267 microgramas (mcg) de 4-MI em uma lata de 355 ml. Essa concentração foi a maior identificada dentre todos os países pesquisados.

Os benefícios da ingestão de frutas, legumes e verduras na prevenção de câncer superam os malefícios do consumo desses alimentos com resíduos de agrotóxicos.

Existem evidências de que os benefícios da ingestão de frutas, legumes e verduras na prevenção do câncer superam os malefícios do consumo desses alimentos com resíduos de agrotóxicos.

Nos vegetais são encontradas vitaminas, minerais, fibras e fitoquímicos que previnem contra diversos tipos de câncer.

Optar por alimentos de base agroecológica ou orgânicos é sempre o ideal, pois além de contribuir para a preservação do meio ambiente e para a agricultura familiar, são mais saudáveis.

Entretanto, se não for possível adquiri-los, não podemos abrir mão desses alimentos protetores, pois estudos indicam que a redução no seu consumo pode aumentar consideravelmente o número de casos de câncer.

Vale lembrar que os resíduos de agrotóxicos podem também estar presentes nos alimentos ultraprocessados, como biscoitos, salgadinhos, pães, cereais matinais, lasanhas, pizza e outros, que têm como ingredientes o trigo, o milho, a cana-de-açúcar e a soja, por exemplo.

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Aquecer alimentos ou adicioná-los quentes a recipientes plásticos aumenta o risco de câncer.

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O aquecimento de recipientes plásticos contendo alimentos pode liberar substâncias nocivas com potencial de causar câncer, como a dioxina, o bisfenol A (BPA) e os ftalatos.

Visto que não há como ter segurança quanto à presença ou não dessas substâncias nos recipientes utilizados, o recomendável é nunca aquecer alimentos em recipientes plásticos, inclusive mamadeiras.

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O melhor é transferir a comida para vasilhas de vidro temperado ou de porcelana que suportem o calor. Essa cautela se aplica também para as bandejas de espuma em que são acondicionadas lasanhas e outras massas, por exemplo.

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O filme plástico utilizado para proteger e cobrir alimentos também deve ser evitado, pois o vapor condensado pode respingar substâncias perigosas no alimento. É mais seguro usar papel toalha, pano de prato ou saco de papel. Tais cuidados são simples e podem evitar danos à saúde.

Fonte:

downloadhttp://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/cancer/site/prevencao-fatores-de-risco/alimentacao/mitos-verdades

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Finalmente, um lembrete sobre nutrição para os especialistas e profissionais de saúde que cuidam de pacientes com câncer.

Orientações nutricionais para pacientes com sinais e sintomas causados pela terapia antineoplásica

As alterações metabólicas que a neoplasia maligna provoca no paciente já fazem com que ele seja classificado como estado de risco nutricional.

A desnutrição no paciente oncológico pediátrico varia de 6% a 50%, independente do tipo de sua neoplasia, e está diretamente associada com a piora na qualidade de vida, em razão da menor resposta ao tratamento específico.

As funções orgânicas desses pacientes também podem estar afetadas, diminuindo a tolerância ao tratamento antineoplásico.

Esse pode provocar sinais e sintomas que levam à diminuição da ingestão diária, o que, consequentemente, pode comprometer o estado nutricional.

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A alimentação nesses pacientes é influenciada tanto por fatores psicológicos e emocionais, quanto por fatores relacionados ao tratamento e à doença. Nos casos de desnutrição, modificações no apetite e na ingestão alimentar são fatores presentes.

Esse consumo desordenado pode resultar em diversas complicações metabólicas e outras manifestações graves que podem tanto aumentar a morbidade e a mortalidade dos pacientes quanto resultar numa piora da resposta ao tratamento, desfavorecendo o prognóstico, quando sua ingestão alimentar for 70% abaixo das suas necessidades nutricionais.

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Alguns estudos investigam a prevalência da desnutrição e sua correlação com a presença de efeitos colaterais em pacientes oncológicos durante tratamento adjuvante e neoadjuvante.

Em relação aos efeitos colaterais, observa-se que a enterite é frequente, de 25% a 75%, em tratamento radioterápico de câncer pélvico ou abdominal.

Diarreia, tenesmo e sangramento retal geralmente acontecem quando a radioterapia está associada à quimioterapia. Trismo, xerostomia e mucosite são outras complicações que podem estar presentes.

Da mesma forma, a neutropenia está associada ao aumento de infecções oportunistas, incluindo as causadas por alimentos, podendo ocorrer no período em que os pacientes estão imunodeprimidos.

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As orientações adequadas quanto aos cuidados com a dieta e com os alimentos são imprescindíveis nessa fase de imunodepressão.

A quimioterapia e a radioterapia resultam em toxicidade para o TGI, com surgimento de efeitos colaterais, tais como: anorexia, náuseas, vômitos, disgeusia, mucosite, diarreia, xerostomia, entre outros.

Pequenas e constantes modificações devem ser encorajadas para aumentar a ingestão alimentar. Vários estudos mostraram que o aconselhamento nutricional melhora a ingestão e a qualidade de vida dos pacientes com câncer.

Fonte:

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação Geral de Gestão Assistencial. Hospital do Câncer I. Serviço de Nutrição e Dietética. Consenso nacional de nutrição oncológica / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, Coordenação Geral de Gestão Assistencial, Hospital do Câncer I, Serviço de Nutrição e Dietética; organização Nivaldo Barroso de Pinho. – 2. ed. rev. ampl. atual. – Rio de Janeiro: INCA, 2015. 182p.

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Nosso corpo e nossos números

Cérebro e neurônios

O cérebro abriga 25 bilhões de neurônios na camada superficial, chamada córtex, que tem apenas 1,3 a 1,4 milímetro de espessura. As suas “pernas” (axônios) transmitem os sinais elétricos e podem medir até um metro.

A velocidade do impulso nervoso varia conforme a espessura das fibras nervosas e suas funções. As sensações de pressão e tato passam por fibras de 8 micrometros (um metro dividido por um milhão), a uma velocidade de 50 metros por segundo.  Já a dor e a temperatura viajam por fibras de apenas 3 micrometros, a 15 metros por segundo.

O trajeto das refeições

O tubo digestivo mede entre 7 e 10 metros. As células que revestem o estômago e o intestino costumam ser  trocadas a cada três dias.

Nas gengivas, elas se renovam a cada duas semanas. O alimento engolido leva apenas 4 a 8 segundos para chegar ao estômago. O fígado produz diariamente 0,5 litro de bile.

Rins

Os rins precisam de 50 minutos para, com a ajuda das bebidas e da água dos alimentos, filtrar todo o sangue. Isso resulta, num único dia, em 180 litros de sangue limpo e 1,5 litro de urina liberada.

Coração

O coração é um músculo que pesa 250 gramas, em média. No ritmo normal, que é de 70 a 75 batidas por minuto, ele chega a dar mais de 110 000 batimentos por dia. Mas, em caso de pânico ou susto, pode subir para 150 pulsações por minuto.

No corpo em repouso, os 5 litros de sangue são bombeados por todo o organismo em apenas um minuto.

Sistema respiratório

A cada respiração é inalado meio litro de ar. Calculando-se um ritmo médio de 12 inspirações por minuto (quando se está tranquilo), entram para os pulmões 17 000 litros de ar por dia.

Os cílios, minúsculos fios de mucosa que revestem as células da traquéia e dos pulmões, empurram a sujeira do ar a ser expelida, numa velocidade de 12,7 milímetros por minuto.

Células

São mais de 220 bilhões. Algumas vivem apenas 1,5 dia. Mas, no fígado, elas resistem até 5 meses. No sangue, os glóbulos brancos duram 15 dias e os vermelhos, 120. Os macrófagos— grandes células sanguíneas — digerem uma bactéria em apenas um centésimo de segundo.

Veias e artérias

São 97 000 quilômetros de veias, artérias e vasos capilares. Se fossem alinhadas, elas dariam 2,5 voltas em torno da Terra.

As artérias menores se contraem e relaxam num período entre 2 e 8 segundos. As plaquetas sanguíneas — moléculas responsáveis pela coagulação — vivem apenas dez dias.

Ossos

Uma criança nasce com 350 ossos. Mas, quando ficar adulta, vai contar com apenas 206. É que os ossos dos membros de um recém-nascido não são inteiros: eles vão se soldar durante o crescimento.

No total, o esqueleto humano pesa 9 quilos. A região do corpo que mais tem ossos é a cabeça: 29.

Espermatozoides e óvulos

O homem produz 8 trilhões de espermatozoides durante a vida. Em cada ejaculação, são liberados entre 250 milhões e 500 milhões.

A mulher nasce com 400 000 óvulos nos dois ovários. Desses, só uns 500 vão maturar. Os que não forem fertilizados serão eliminados pela menstruação.

Pele

No total, ela mede cerca de 2 metros quadrados, o equivalente a um retângulo de um metro de largura por dois de comprimento. Pesa perto de 3 quilos. As impressões digitais se formam ainda no útero, seis a oito semanas antes do nascimento da criança.

Ao longo da pele estão distribuídas 2 milhões de glândulas sudoríparas, responsáveis pela irrigação e desintoxicação da pele, por meio do suor. A maior concentração de glândulas está na palma das mãos: 370 por centímetro quadrado.

Nos dias frios, o fluxo sanguíneo na pele é de apenas 0,5 litro por minuto. Quando está quente, o fluxo sobe para 3 litros por minuto, para refrescar.

Cabelos e pelos

O corpo humano possui cerca de 5 milhões de pelos, 150 000 deles na forma de cabelos. Eles são renovados a cada quatro anos, em média. Os cabelos de fios finos crescem cerca de 2,5 centímetros a cada dois ou três meses. Os grossos podem levar o dobro do tempo. Cada olho possui mais de 200 cílios, que duram de três a cinco meses. Depois disso, caem.

Unhas

Elas crescem continuamente, em ritmos diferentes. As das mãos aumentam de tamanho cerca de duas vezes mais rápido do que as dos pés: 4 centímetros por ano. Seu crescimento é mais veloz em adultos, entre os 20 e 40 anos de idade. Nas crianças, uma unha arrancada regenera-se em onze semanas. Os adultos não têm essa capacidade.

Olhos

Basta 1 mililitro de lágrima, por dia, para manter lubrificado o globo ocular Para fixar uma boa imagem na retina, é necessária uma exposição de um décimo de segundo. Por isso o homem não consegue identificar cada quadro que compõe um filme: eles passam à velocidade de 24 por segundo, ou seja, quase dois quadros e meio a cada décimo de segundo. Assim, as imagens vão se fundindo, dando a impressão de movimento.

Quanto pesa o cérebro humano?

O principal órgão de nosso sistema nervoso, e um dos mais importantes do corpo humano, o cérebro pesa cerca 1,4 kg, peso similar a de um bebê no sétimo mês de gestação.

Com relação ao número de neurônios, os cientistas brasileiros da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Suzana Herculano-Houzel e Robert Lent, revelam que temos 86 bilhões de neurônios, o equivalente a 50% do total de células presentes no crânio.

Segundo Eric Chundler, Ph. D. em psicologia e professor da Universidade de Washington, nosso cérebro é composto por cerca de 78% de água, entre 10 e 12% de lipídios, 8% de proteínas, 1% de carboidratos, 2% de substâncias orgânicas solúveis e 1% de sais inorgânicos.

Qual a média de batidas cardíacas por minuto?

Segundo o Instituto do Coração do Texas, uma pessoa adulta descansada tem uma média de 90 batimentos cardíacos por minuto. Essa média pode variar de acordo com outros fatores como: alimentação adequada, prática de exercícios regulares, estresse constante entre outros.

Ou seja, quando você tiver 70 anos seu coração já terá batido algo em torno de dois a três bilhões de vezes! Ainda de acordo com o instituto, o coração das mulheres costuma bater mais rápido que o dos homens, e não é porque elas amem mais, mas sim porque são menores, e seres maiores, no caso, os homens, tendem a ter uma frequência de batimentos mais lenta.

Quantas cores nosso olho é capaz de perceber?

O olho é o órgão mais sensível e delicado que possuímos. Suas três camadas (externa, média e interna) permitem que o ser humano enxergue. “Basicamente, o olho humano pode perceber três cores, por meio de células direcionadas para cada uma delas, são elas: o verde, o vermelho e o azul. Por meio da mistura delas é possível perceber uma imensa variedade de tonalidades, algo em torno de 16 mi. O problema é que não temos como precisar quantas”, explica o ex-presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia e professor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Mário Motta.

E para manter sua visão perfeita, é salutar evitar ambientes muito secos ou com muita poluição. “O simples ato de piscar os olhos, tão evitado no nosso dia a dia devido a computadores e televisores, é importante, pois distribui a lágrima em nosso olho, ajudando na limpeza”, conclui Motta.

Quantos metros de vasos sanguíneos existem no corpo?

Pode parecer mentira, mas seu corpo carrega uma quantidade inimaginável de vasos sanguíneos. Segundo o Instituto Franklin de Ciência, nos Estados Unidos, se pegássemos todos os vasos de um ser humano adulto e esticássemos em uma só linha iríamos criar um traço com comprimento próximo a 100 mil km.

Resumidamente:

  • Existem cerca de 26 bilhões de células num recém-nascido e quase 50 trilhões num adulto.
  • A maior célula humana é o óvulo.
  • A pele é o maior órgão do corpo humano. Em um adulto médio, ela tem 2 m2 de extensão.
  • Quando você espirra, o ar sai do seu nariz a uma velocidade média de 160 km/h.
  • Uma pessoa adulta é capaz de produzir mais de 1 litro de saliva por dia.
  • O coração bate 70 vezes por minuto. Isso significa que ele bate 100 mil vezes por dia, 3 milhões por mês e 37 milhões por ano. Em um minuto, o coração bombeia 5 litros de sangue para o corpo.
  • A quantidade de sangue no corpo varia de pessoa para pessoa. Uma pessoa com 50 quilos possui cerca de 5 litros de sangue, 10% do peso do corpo.
  • As unhas crescem um centímetro a cada 28 dias. As das mãos crescem mais rápido do que as dos pés.
  • A capacidade média do estômago de um adulto é de 2 litros de alimentos.
  • O intestino delgado mede de 6 a 9 metros de comprimento. O grosso tem cerca de um metro, mas é 3 vezes mais largo.
  • A cada respiração, renovamos meio litro de ar. A capacidade de ar dos pulmões é de cerca de 5 litros.
  • Piscamos em média 25 mil vezes por dia. Piscar mantém os olhos lubrificados, evitando o ressecamento. No espaço de 24 horas, uma pessoa produz dois litros de lágrimas.
  • A coluna humana possui 33 vértebras.
  • O nariz pode perceber até 6.850 cheiros diferentes.
  • O nariz e a orelha não param de crescer. Por isso que os idosos tem nariz e orelhas maiores do que os jovens.

http://super.abril.com.br/ciencia/o-corpo-em-numeros

http://www.terra.com.br/noticias/educacao/infograficos/vcsabia-o-corpo-humano-em-numeros/

http://maisquecuriosidade.blogspot.com.br/2010/05/numeros-e-fatos-estranhos-sobre-o-corpo.html

Biomassa de banana verde (benefícios)

Alimentos funcionais e fibras alimentares

Alimentos funcionais cada vez mais tem despertado interesse. Para melhorar as características dos alimentos, uma possibilidade consiste no emprego de carboidratos não digeríveis ou fibras alimentares (FA).bv_receitas_webAmido resistente I

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que mais de 55% da energia ingerida pelo ser humano seja proveniente de carboidratos.

Nesse contexto, destaca-se o amido resistente (AR), que não é absorvido/digerido no intestino delgado de indivíduos saudáveis, podendo ser fermentado no intestino grosso, utilizado como substrato pela microbiota intestinal (fermentação colônica)  gerando ácidos orgânicos de cadeia curta (acetato, butirato e propionato).

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Desta forma, regularizam o transito intestinal e agem como agentes protetores de várias doenças como diarreia, inflamação intestinal e câncer de cólon.

Banana (Musa spp.)

A banana é uma das frutas mais consumidas no mundo, sendo produzida na maioria dos países tropicais e subtropicais.

No Brasil, o cultivo da banana apresenta alto índice de perdas na cadeia produtiva devido a  falhas na colheita, pós-colheita e nos sistemas de transporte, distribuição e armazenamento.

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O fruto ainda verde contém maior quantidade de sais minerais, flavonoides, altas concentrações de amido resistente e apenas 2% de açúcares.

A banana verde pode ser utilizada na elaboração de alimentos com propriedades funcionais e ainda representa uma alternativa para o incremento da cadeia produtiva da banana, considerando a utilização do fruto ainda verde para produção de biomassas e farinhas.

BBV e FBV

Torna-se importante conhecer a composição nutricional e as propriedades funcionais da biomassa (BBV) e farinha (FBV) de banana verde.

O componente fundamental que confere características funcionais à BBV e à FBV é o amido resistente que pode ser classificado como tipos AR1, AR2 e AR3, e sua concentração pode variar de acordo com o cultivo.

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Prebiótico 

A grande vantagem da inclusão de biomassa e farinha de banana verde nas formulações de alimentos funcionais deve-se à presença de amido resistente, que não é digerido no intestino delgado e servirá de substrato para micro-organismos, atuando como prebiótico.

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A sua digestão lenta está associada ao controle do diabetes e, a longo prazo, poderia até mesmo reduzir o risco de desenvolver a doença além de redução nos níveis de colesterol LDL, prevenção de constipação, diverticulose e até mesmo a diminuição no risco de câncer de cólon.

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Em outras palavras:

Benefícios da biomassa de banana verde

Produzida a partir da banana verde, a biomassa tem apresentado resultados promissores em diferentes pesquisas científicas. No entanto, mais estudos são necessários para se recomendar seu uso para a saúde.

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A banana (Musa spp.) é uma das frutas mais consumidas no mundo. Quando verde, a fruta pode ser utilizada para a produção de uma farinha, popularmente chamada de biomassa.

Banana não tem só “vitamina” 

O principal componente nutricional da biomassa é o amido (73g por 100g), em especial o amido resistente, com quantidades que variam entre 10% e 40%, dependendo da espécie.

O produto também possuiu proteínas (4,54g por 100g) e micronutrientes, tais como fósforo (190mg por 100g), potássio (185mg por 100g) e cálcio (157g por 100g).

Variedade sem glúten

A biomassa pode ser utilizada em massas, sucos, sorvetes e em produtos de panificação como pães, bolos e biscoitos.

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Pode inclusive substituir a farinha de trigo para a produção de alimentos sem glúten destinados aos portadores de doença celíaca.

Benefícios

Em pesquisas científicas desenvolvidas in vitro, a biomassa demonstrou capacidade de aumentar a atividade pré-biótica por meio da produção de acetato, propionato e butirato – ácidos graxos voláteis que alteram o ph e a microbiota intestinal, produzindo efeitos fisiológicos benéficos.

Foram relatados efeitos positivos também sobre a glicemia, com diminuição da curva glicêmica quando comparada ao efeito produzido pelo pão branco.

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Em seres humanos, os estudos são bastante escassos. Foi avaliado o efeito da suplementação com 30g de banana verde (sob a forma de farinha ou cookies) durante quatro dias por indivíduos ileostomizados.

Acetato e butirato

Após a secagem dos efluentes ilíacos, foi identificada uma maior excreção de energia, ferro e ácido quenodesoxicólico (um tipo de ácido biliar), quando comparado aos efluentes do período sem suplementação.

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A fermentação posterior in vitro destes efluentes também revelou uma maior produção de acetato e butirato. Os efeitos foram atribuídos ao teor de amido resistente presente na biomassa.

Tomados em conjunto, os resultados são promissores, mas os pesquisadores afirmam que mais estudos são necessários para se constatar os reais efeitos da biomassa para a saúde humana e também determinar a quantidade ideal de consumo para a produção de tais benefícios.

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http://mdemulher.abril.com.br/receitas/boa-forma/16-receitas-saborosas-com-biomassa-de-banana-verde

Clique para acessar o MBI15005.pdf

https://www.nestle.com.br/nestlenutrisaude/NutricaoNaMidia.aspx?id=

Teste da orelhinha e indicadores de risco

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A audição é essencial para a aquisição da linguagem oral e desempenha um papel fundamental na integração da criança com o meio exterior.ABAAAel2IAA-0

Para que ocorra a aquisição da linguagem falada, o sistema auditivo deve estar íntegro, tanto a nível periférico quanto central.

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20ª semana de gravidez

O início da audição ocorre por volta da 20ª semana de gestação e se desenvolve ativamente nos primeiros meses de vida.

Existe uma ordem de sucessão no desenvolvimento da fala – o início do arrulho, risadas, e o balbucio repetido segue o início da vocalização e acaba levando à produção de palavras simples.

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Qualquer interrupção em algumas dessas etapas, especialmente as iniciais, acarretará prejuízos importantes no desenvolvimento de fala e linguagem da criança.

Patologia grave

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A deficiência auditiva é uma patologia que a literatura reconhece como grave, uma vez que pode apresentar consequências importantes no desenvolvimento cognitivo, social, intelectual e da linguagem, dos indivíduos portadores da surdez quando não diagnosticada no tempo correto.

A integridade do aparelho auditivo para o desenvolvimento neuropsicomotor da criança é de extrema importância. O componente neural irá se desenvolver até aproximadamente dois anos, sendo este o tempo de ocorrência da plasticidade auditiva.

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A criança deve ser capaz de detectar os sons, discriminá-los, localizá-los, reconhecê-los e compreendê-los.

Danos importantes

A perda auditiva é uma das privações sensoriais que mais acarreta danos ao desenvolvimento infantil, afetando funções sociais, cognitivas e ocupacionais e principalmente habilidades linguísticas e de fala.

Crianças privadas de estimulação de linguagem adequada durante os 2 ou 3 anos de vida terão seu potencial linguístico comprometido.

A surdez é considerada um problema de saúde pública devido à alta incidência e às diversas consequências que pode acarretar ao desenvolvimento humano.

UTI neonatal: mais atenção

A incidência de deficiência auditiva em recém-nascidos é estimada entre 1 a 3 a cada mil nascimentos de bebês saudáveis, e aumentando significantemente de 20 a 50 por mil recém-nascidos provenientes de unidades de terapia intensiva (UTI).

Programas de triagem auditiva precoce

Com o objetivo de identificar e intervir precocemente alterações auditivas em crianças com perdas uni ou bilaterais sensorioneurais ou condutiva acima de 30 a 40 dB, foram criados programas de triagem auditiva.

Programas de triagem auditiva são realmente efetivos se houver a identificação ao nascimento e até o primeiro mês de vida, o diagnóstico até os três meses e a intervenção e reabilitação auditiva até os seis meses de idade.

Nos últimos anos têm sido elaboradas leis, versando sobre a obrigatoriedade da triagem auditiva neonatal (TAN).

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O que são emissões otoacústicas?

A TAN tem o objetivo de detectar precocemente alterações auditivas em recém-nascidos (RN) por meio das Emissões Otoacústicas (EOA), ou seja, o teste da orelhinha.

As EOA são energias sonoras de fraca intensidade que são amplificadas pela contração das células ciliadas externas, na cóclea, podendo ser captadas no Conduto Auditivo Externo (CAE). O método das EOA é simples, de rápida realização, pode ser aplicado durante o sono fisiológico e não requer sedação.

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E quando a criança “não passa” no teste?

É importante destacar que quando uma criança falha na testagem inicial, a angústia dos pais é inevitável. Segundo a literatura, a ansiedade, a desconfiança, a insegurança, o medo e a tensão foram sentimentos relatados pelas mães, cujos bebês precisaram ser retestados por não apresentarem as respostas esperadas.

Estima-se que no Brasil 3 a 5 crianças em 1.000 nascem surdas, aumentando para 2 a 4 em cada 100 nascimentos quando provenientes de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

A idade média do diagnóstico da deficiência auditiva varia em torno de 3 a 4 anos de idade, podendo levar até 2 anos para ser concluído.

Portanto, a intervenção precoce deve ser iniciada antes de seu primeiro ano de vida, pois resulta em um melhor desenvolvimento da fala e linguagem, a aquisição de habilidades cognitivas, o desenvolvimento sócio-emocional e ao sucesso acadêmico 2.

IRDA

As intercorrências pré, peri e pós-natais caracterizam os Indicadores de Risco para Deficiência Auditiva (IRDA):

  • permanência em UTI por mais de 48h;
  • asfixia perinatal grave;
  • meningite bacteriana;
  • infecções intrauterinas (sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes);
  • anomalias craniofaciais, incluindo anormalidades morfológicas do pavilhão auricular e do conduto auditivo externo (CAE);

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  • hiperbilirrubinemia,
  • exsanguíneotransfusão;
  • história familiar de perda auditiva; peso inferior a 1.500g;
  • ventilação mecânica por mais de 5 dias;
  • síndromes associadas à perda auditiva condutiva ou neurossensorial;
  • medicação ototóxica, incluindo aminoglicosídeos usados por mais de 5 dias e diuréticos usados em combinação com os aminoglicosídeos.v77n6a15-tab05jpg

A importância da pesquisa desses indicadores está relacionada principalmente ao fato de que a audição normal ao nascer não impede o início tardio de perda auditiva e/ou a progressão da perda auditiva já existente ao nascimento, bem como a observação e acompanhamento de crianças que não apresentaram ao nascer nenhum dos IRDA, mas podem desenvolver uma deficiência auditiva.

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Não se passa no teste da orelhinha “para sempre”!

É importante esclarecer também que o “passa” no teste equivale dizer que, no momento do teste, os resultados foram compatíveis com audição normal. Isso não significa que no decorrer da infância, perdas auditivas não possam ser adquiridas por otite secretora, infecções, medicamentos ototóxicos, causas genéticas ou traumáticas, podendo gerar perdas auditivas permanentes.

Resumindo em 12 pontos

1.  Prevenir a perda auditiva é uma forma de proteger e impedir que a criança sofra os efeitos provocados pela falta de estimulação auditiva sobre a função da linguagem.

2. Cerca de 50% das perdas auditivas poderiam ser evitadas ou suas sequelas diminuídas, se ocorressem precocemente medidas de detecção, diagnóstico e reabilitação.

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3. A Academia Americana de Pediatria (AAP) revela que a deficiência auditiva permanente atinge de um a três em 1000 bebês nascidos e acompanhados em berçários normais e de dois a quatro bebês, em um grupo de 1000 nascimentos acompanhados em UTIs neonatais. Afetam também crianças na idade pré-escolar, em decorrência de doenças como meningite e otite média secretora adquirida antes dos primeiros 12 meses de vida.

4. A prevalência de deficiência auditiva é vinte vezes maior que outras doenças como a fenilcetonúria ou hipotireoidismo e sua identificação demanda um custo dez vezes menor que para outras doenças.

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5. Na infância, a ocorrência de perda auditiva sensorioneural está associada ao uso de antibióticos, principalmente aos aminoglicosídeos, diuréticos de alça e outros fatores tais como, ruído na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), infecção neonatal, meningite bacteriana, hiperbilirrubinemia, anóxia perinatal, oxigenoterapia e hereditariedade. Em particular, a frequência de uso de antibióticos em UTIN vem crescendo nos últimos anos como consequência do aumento na disponibilidade de UTIN e dos avanços tecnológicos que tem proporcionado maior sobrevivência de neonatos de muito baixo peso.

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6. O papel do pediatra é necessário para que os programas de detecção e intervenção precoces da audição sejam bem sucedidos. Contudo, há necessidade do envolvimento de toda a equipe de saúde, da família e da comunidade.

7. O processo de identificação precoce da deficiência auditiva deve ser iniciado ainda no berçário, por meio da triagem auditiva neonatal (TAN) por ser uma forma eficiente de identificar, principalmente, as crianças de risco. A triagem simplesmente identifica. O ideal seria, logo após o nascimento, identificar as crianças de risco, encaminhar para confirmação da suspeita da deficiência auditiva e enquadrar em processos terapêuticos.

8. O Comitê Brasileiro sobre Perdas Auditivas na Infância (CBPAI) recomenda a implantação da triagem auditiva neonatal universal (TANU) para todas as crianças do nascimento até os três meses de idade.

9. O Joint Committee on Infant Hearing (JCIH) recomenda que todo o recém nascido deve ter sua audição avaliada, tendo em vista a grande incidência de alterações em bebês que não estão inseridos em um grupo indicador de risco. Nos casos de deficiência auditiva confirmada, deve haver intervenção educacional até os seis meses de idade.

10. A AAP recomenda a utilização de métodos eletrofisiológicos nos programas de TAN como o potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE) e as emissões otoacústicas evocadas (EOAE) (Teste da Orelhinha). Para que se possa fazer o diagnóstico precoce, os bebês considerados de risco para deficiência auditiva ou não, devem realizar a TAN nas primeiras 48 horas de vida ou antes da alta hospitalar.

O PEATE avalia a integridade neural das vias auditivas até o tronco encefálico, através do registro das ondas eletrofisiológicas, geradas em resposta a um som apresentado e captado por eletrodos de superfície colocados na cabeça.

As EOAE registram a energia sonora gerada pelas células ciliadas da cóclea, em resposta aos sons apresentados e gravados por microfone miniaturizado colocado no conduto auditivo externo.

Os métodos citados são rápidos, não invasivos e de fácil aplicação. Não sendo possível realizar a triagem pelos métodos eletrofisiológicos é possível investigar junto aos fatores de risco, a observação do comportamento auditivo e pesquisa do reflexo cócleo-palpebral, porém perdas leves ou unilaterais não podem ser diagnosticadas por este método.

11. É fundamental o conhecimento e a valorização de todos os profissionais de saúde envolvidos no período pré e pós-gestacional para que haja efetividade nos programas de triagem auditiva, tendo em vista a detecção precoce da perda auditiva por meio do teste da orelhinha. Todo o esforço só é válido se existir a consciência imediata dos profissionais que atuam diretamente com os bebês, com o intuito de dar início ao processo de reabilitação.

12. A participação do fonoaudiólogo é fundamental no acompanhamento e monitoramento do diagnóstico precoce das alterações auditivas, a fim de propiciar melhoria na qualidade de vida das crianças.

  • BOSCATTO, Soraia Domingues; MACHADO, Márcia Salgado. Teste da orelhinha no Hospital São Vicente de Paulo: levantamento de dados. Rev. CEFAC,  São Paulo ,  v. 15, n. 5, p. 1118-1124,  Oct.  2013 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-18462013000500008&lng=en&nrm=iso>. access on  13  July  2016.  Epub Oct 26, 2012.
  • MAIA, Raquel Martins; SILVA, Maria Adelane Monteiro da; TAVARES, Patrícia Moreira Bezerra. Saúde auditiva dos recém-nascidos: atuação da fonoaudiologia na Estratégia Saúde da Família. Rev. CEFAC,  São Paulo ,  v. 14, n. 2, p. 206-214,  Apr.  2012 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-18462012000200003&lng=en&nrm=iso>. access on  13  July  2016.  Epub Oct 28, 2011.  http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011005000114.
  • HILU, Maria Regina Pereira Boeira; ZEIGELBOIM, Bianca Simone. O conhecimento, a valorização da triagem auditiva neonatal e a intervenção precoce da perda auditiva.Rev. CEFAC,  São Paulo ,  v. 9, n. 4, p. 563-570,  Dec.  2007 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-18462007000400017&lng=en&nrm=iso>. access on  13  July  2016.  http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462007000400017.

Efeito de fármacos ototóxicos na audição

Síndrome de Down e inclusão social

A síndrome de Down (SD) é causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Isso ocorre na hora da concepção de uma criança.

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As pessoas com síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população.

As crianças, os jovens e os adultos com síndrome de Down podem ter algumas características semelhantes e estar sujeitos a uma maior incidência de doenças, mas apresentam personalidades e características diferentes e únicas.

Ninguém é culpado

É importante esclarecer que o comportamento dos pais não causa a síndrome de Down. Não há nada que eles poderiam ter feito de diferente para evitá-la. Não é culpa de ninguém.

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Uma condição (e não uma “doença”)

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A síndrome de Down não é uma doença, mas uma condição da pessoa associada a algumas questões para as quais os pais devem estar atentos desde o nascimento da criança.

As pessoas com síndrome de Down têm muito mais em comum com o resto da população do que diferenças.

Se você é pai ou mãe de uma pessoa com síndrome de Down, o mais importante é descobrir que seu filho pode alcançar um bom desenvolvimento de suas capacidades pessoais e avançará com crescentes níveis de realização e autonomia.

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Ele é capaz de sentir, amar, aprender, se divertir e trabalhar. Poderá ler e escrever, deverá ir à escola como qualquer outra criança e levar uma vida autônoma. Em resumo, ele poderá ocupar um lugar próprio e digno na sociedade.

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Pediatra inglês

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A primeira descrição clínica da SD foi feita em 1866 pelo médico pediatra inglês John Langdon Down, que trabalhava com deficiência intelectual em Londres.

slide_2 1Após observar que havia semelhanças fisionômicas entre certas crianças com atraso mental, ele publicou um estudo descritivo classificando seus pacientes de acordo com o fenótipo. Descreveu como “idiotia mongólica” aqueles com: fissura palpebral oblíqua, nariz plano, baixa estatura e déficit intelectual.

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Tendo sido a primeira descrição completa num grupo de pacientes, esse conjunto de sinais e sintomas passou a ser chamado de síndrome de Down.

Cromossomo extra

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Em 95% dos casos, as alterações resultam da presença de um cromossomo extra, o de número 21.

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Os 5% restantes referem-se aos casos de translocação e mosaicismo, sendo que essa cromossomopatia provoca mais deficiência mental (DM) do que qualquer outra patologia.

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Quadro clínico

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Os indivíduos com SD podem apresentar diversos sinais como: diminuição de tônus muscular, baixa estatura, hiperflexibilidade das articulações, mãos pequenas e largas com prega palmar única,

face larga e achatada, olhos distantes um do outro, nariz pequeno com base nasal achatada, baixa implantação das orelhas, língua projetada para fora da boca, palato ogival, cardiopatia congênita, genitais pouco desenvolvidos, excesso de pele na nuca e cabelo liso e ralo.

Deficiência mental

Entretanto, nem todos os portadores desta síndrome apresentam esses fenótipos. A deficiência mental costuma ser característica presente em todos os casos e que exige especial atenção, como as cardiopatias congênitas, alterações oftalmológicas, auditivas, do sistema digestório, endocrinológica, do aparelho locomotor, neurológicas, e hematológicas.

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Estatísticas

No Brasil, nasce uma criança com SD a cada 600 e 800 nascimentos, independente de etnia, gênero ou classe social, sendo a SD a alteração cromossômica mais comum em humanos e a principal causa de deficiência intelectual na população mundial.

Segundo a Organização National Down Syndrome Society (2012), a taxa de nascimentos nos Estados Unidos é de um bebê com SD para cada 691 bebês, o que equivale a uma população de cerca de 400 mil pessoas.

Diretrizes (importantes)

Segundo as diretrizes de atenção à pessoa com Síndrome de Down, nasce no Brasil uma criança com SD a cada 600 e 800 nascimentos, independente de etnia, gênero ou classe social, sendo a SD a alteração cromossômica mais comum em humanos e a principal causa de deficiência intelectual na população mundial.

IBGE, 2010

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ainda referentes ao Censo 2010, revelam também que 25 brasileiros com SD estão matriculadas em curso superior ou já concluíram sendo que todo ano, entre 50 e 60 pessoas com a Síndrome iniciam um curso profissionalizante.

Melhor qualidade de vida

A qualidade de vida das pessoas com SD tem melhorado significativamente, o que pode ser constatado ao observar-se a inserção das mesmas em âmbito escolar e no mercado de trabalho.

Inclusão escolar

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O movimento pela inclusão no âmbito escolar vem tomando força nas últimas décadas. Sabe-se que mudanças ocorrem, para isso é necessária a efetivação das políticas públicas educacionais inclusivas, que implicam numa reforma na gestão e no projeto pedagógico escolar.

Políticas Educacionais Inclusivas

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As políticas públicas que garantem o acesso à educação formal aos indivíduos com necessidades educativas especiais, assim como diversas outras ações governamentais de atendimento à população, têm a intenção de garantir a segurança da população através das ações e programas governamentais que colocam em funcionamento.

Um pouco da história

INCLUSÃO

Alguns fatos históricos mundiais demarcaram as discussões referentes ao direito à educação. Ressalta-se que a Declaração Mundial sobre Educação para Todos (1990), a Declaração de Salamanca (1994), a Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência (1999), também conhecida como Convenção de Guatemala, e a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006), são alguns dos marcos importantes no percurso de discussões e conquistas pela educação como um direito de todas as pessoas,

Legislação brasileira

As Políticas Públicas Educacionais Inclusivas no país surgiram após a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN 9.394/96, no ano de 1996, configurando um marco para a educação do país.

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A Lei dispõe sobre a Educação Especial, sendo que, no capítulo V, artigo 58 da referida Lei, cita-se que a educação especial é “a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais”. Este foi o passo inicial para a divulgação de uma a série de outros documentos pelo Governo Federal no intuito de normatizar a Educação Inclusiva no Brasil.

A Constituição  de 1988

No Brasil, a educação inclusiva fundamenta-se na Constituição Federal de 1988, a qual garante a todos o direito à igualdade (artigo 5º). No artigo 205, trata do direito de todos à educação, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, a seu preparo para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o trabalho.

Posteriormente, o Congresso Nacional aprovou nova lei baseada no disposto da Convenção de Guatemala que trataria da eliminação de todas as formas de discriminação contra a pessoa com deficiência, deixando clara a impossibilidade de tratamento desigual aos deficientes.

Decreto nº 7.611/11

A partir de então, outras normatizações foram oficializadas no Brasil, como a Resolução CNE/CEB nº 2/01 que institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica; entre outras, com destaque para o Decreto nº 7.611/11, mais recente, o qual dispõe sobre a educação especial e o atendimento educacional especializado.

Nova visão

Houve na educação inclusiva a introdução de uma nova maneira de ver os outros e de ver a educação, uma visão mais positiva e centrada na pessoa, não destacando a deficiência.

Estar no mundo

Habitar um corpo com impedimentos físicos, intelectuais ou sensoriais é uma das muitas formas de estar no mundo.

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Essa mudança de paradigmas em relação à deficiência, que inclui a passagem do corpo com impedimentos como um problema médico para a deficiência como o resultado da opressão, até hoje designa um fator inquietante para a formulação de políticas públicas e sociais.

Inclusão, mudança social

Inclusão significa a modificação da sociedade como pré-requisito para a busca do desenvolvimento e exercício da cidadania.

Há que se preparar a escola para incluir nela o aluno com deficiência, a fim de que os benefícios sejam múltiplos para todos os envolvidos com a educação: os alunos, os professores e a sociedade. É nesse contexto que as políticas públicas de educação estão inseridas.

Profissionais despreparados

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Evidencia-se na literatura, o despreparo de muitos professores, que declaram que, mesmo não se sentindo seguros para o trabalho de inclusão, com carência de orientações, recursos e estrutura física necessária, trabalham em prol da efetivação do aprendizado em sala de aula.

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Se houver preparação e competência do profissional para lidar de forma eficaz na preparação do projeto educativo, de realizar adaptações curriculares e de adequar nova metodologia, o processo de ensino e aprendizagem chegará amplamente a todos os alunos com deficiência – sem maiores dificuldades -, no que tange à assimilação e aplicabilidade do mesmo.

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Além da formação para atuação plena em inclusão, também é fundamental a reflexão sobre o que pode ser efetivamente concretizado pelo professor e o que está ao alcance do mesmo, neste tempo fugaz e de fragilidades, na tentativa de frear o ritmo que conduz à indiferença.

Familiares: atenção e acompanhamento

Comprova-se a necessidade de acompanhamento das famílias antes, durante e após a inclusão propriamente dita do aluno com SD, por uma equipe multidisciplinar, de modo a oferecer assistência, informação e amparo às dúvidas dos pais de crianças com SD, em processo de inclusão escolar.

Fatores de inclusão

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Além disso, fatores como função cognitiva e habilidades particulares da criança, nível de escolaridade e esforço participativo dos pais, para com os estudos da criança em casa, também são fatores que parecem influenciar os resultados da inclusão educativa em ensino regular da criança com SD.

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É evidente, contudo, a dificuldade da sociedade em conviver com o projeto universal dos direitos humanos, visto que a educação é um direto de todos, mas nem sempre é vista como tal. Assim, atitudes negativas podem criar barreiras para integração em diversas áreas do indivíduo com deficiência, visto que afeta diretamente o sucesso e a qualidade de vida do mesmo.

Conclusão

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A maioria dos estudos desenvolvidos atualmente tem a intenção de tornar o processo de inclusão da criança com Síndrome de Down, na rede regular de ensino, de tal forma que esta seja uma etapa a ser vivida da melhor forma possível por ela e sua família, e que se sintam preparadas e acolhidas nesse período.

Nesse sentido, destaca-se que a simples presença física do aluno com necessidades especiais em uma sala de aula regular não garante a sua permanência e bem estar, assim como o estabelecimento de relações positivas entre ele, seus colegas e os professores.

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Material educativo

Há a necessidade de desenvolvimento de material educativo à população em geral sobre a SD, a promoção de práticas inclusivas que estimulem a aceitação social dos alunos com deficiência, assim como a formação especializada dos professores e demais profissionais atuantes na inclusão, a adequação – não apenas física -, das escolas para receber os alunos com deficiências, assim como a orientação de políticas de inclusão educacionais e ocupacionais.

Como território institucional expressivo da cultura em que se insere, a escola sofre pressões para acompanhar os novos tempos e lidar melhor com a diversidade do público, o que se apresenta atualmente como uma tarefa árdua e complexa, mas não impossível. Assim, todos são responsáveis pela inclusão, tanto a escola como a sociedade de um modo geral.

Fontes: KOCH, Maureen; SILVA, Denise Regina Quaresma da. Políticas educacionais inclusivas e a síndrome de Down: Diferentes interações no contexto educacional inclusivo. Diálogo, Canoas, n.31, p. 89-103, abr. 2016. / ISSN 2238-9024.

http://www.movimentodown.org.br/sindrome-de-down/o-que-e/

http://www.fsdown.org.br/sobre-a-sindrome-de-down/o-que-e-sindrome-de-down/

Interações medicamentosas

Riscos de se medicar sem orientação

Se um médico lhe perguntar se você está fazendo uso de algum medicamento, não se esqueça de relatar o uso de chás, pomadas ou até mesmo um comprimido habitual para dor de cabeça, com o objetivo de prevenir um evento ao qual geralmente não se dá muita atenção: a interação medicamentosa.

Informar se utiliza remédios naturais

Ela acontece quando os efeitos de um remédio são alterados pela presença de outro, bem como pela mistura com fitoterápicos (os chamados remédios naturais), alimentos, bebidas ou algum agente ambiental.

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30 mil intoxicações por ano

O Sistema Nacional de Informações Tóxico-farmacológicas (Sinitox/Fiocruz) registrou cerca de 30 mil casos de intoxicação por uso de medicamentos em apenas um ano.

Embora não seja possível afirmar quais deles ocorreram por interação medicamentosa, em três circunstâncias específicas a possibilidade é maior: pelo uso terapêutico errado, pela prescrição médica incorreta e por automedicação.

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“Às vezes a pessoa está fazendo uso de determinado medicamento e não informa isso ao médico, durante a consulta. Em outras, o próprio médico desconhece o potencial de interação dos remédios.

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E há ainda os casos em que o paciente usa medicamentos que tem em casa, seguindo palpites de amigos ou parentes, sem ter noção se eles podem realmente ser misturados”, descreve a coordenadora do Sinitox, Rosany Bochner.

Embora nem toda interação medicamentosa seja ruim, é preciso estar atento aos riscos de reunir, sem intenção prévia, dois ou mais efeitos terapêuticos.

Consequências

As consequências variam de dores pelo corpo, sangramentos e até problemas cardíacos, podendo ser fatal. No artigo Interações medicamentosas: uma contribuição para o uso racional de imunossupressores sintéticos e biológicos, disponível na base Scielo, os autores apontam duas questões que reforçam a necessidade de atenção ao assunto.

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Desconhecimento

A primeira delas é que a incidência de reações adversas causadas por interações medicamentosas não é totalmente conhecida, especialmente devido à dificuldade de sistematizar, num amplo banco de dados, os números e os tipos de pacientes aos quais foram e são prescritas as combinações com potencial para problemas.

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E a segunda é que “não é possível distinguir claramente quem irá ou não experimentar uma interação medicamentosa adversa”. Alguns cuidados, contudo, reduzem sensivelmente as surpresas indesejáveis. O primeiro deles é optar pela informação.

 Ler a bula?

Seja pelo tamanho ou pela linguagem, ninguém nega: ler a bula é uma tarefa difícil. Mas ela contém informações úteis a respeito do medicamento a ser administrado, inclusive se ele pode (ou não) ser consumido junto a outros remédios, com água ou outros líquidos, em jejum ou alimentado etc.

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Desde 2009 a Anvisa determinou que devem existir três tipos de bula: a do profissional de saúde, a do usuário (de linguagem mais simples e no formato de perguntas e respostas) e a bula em formato especial (destinada aos portadores de deficiência visual, e que deve ser solicitada no estabelecimento, caso a caso).

Quando a dispensação se dá em farmácias comerciais, a bula que vem dentro da caixa do medicamento já é a do paciente. E, quando o medicamento é disponibilizado na rede pública de saúde, podendo vir fracionado, o cidadão pode solicitar a bula impressa. É obrigação do serviço de saúde fornecê-la.

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Bulário eletrônico

No site da Anvisa existe o Bulário Eletrônico, onde uma busca simples — até pelo nome comercial do medicamento — já aponta as bulas disponíveis. Uma impressora que funcione e um profissional consciente podem estimular a maior busca por informação.

É o que defende o farmacêutico do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) José Liporage: “Em muitas unidades assistenciais os profissionais não entregam as bulas.

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Em alguns casos, porque acreditam que, assim, estão evitando que o cidadão comercialize o medicamento que recebeu no Sistema Único de Saúde. Em outros, porque fazem questão de controlar a informação sobre o remédio, de manter o seu poder como profissional.”

Saber o que pode acontecer

Além de informar, a bula é importante porque pode ser um mecanismo de proteção do cidadão. “Ela é extensa justamente porque precisa orientar sobre todas as possibilidades de ocorrência daquele medicamento, além das interações.

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Ela precisa dizer o que pode acontecer ao paciente. Se alguém ingere um remédio que causa determinado efeito que não foi previsto nem na bula, o paciente pode recorrer judicialmente, exigindo reparação”, diz Liporage.

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Mas nem sempre vai estar escrito neste documento a expressão “interação medicamentosa”. Na maioria das vezes a informação será algo do tipo “este medicamento não pode ser usado em tais situações”, lembra o farmacêutico.

Automedicação

Profissionais de diferentes unidades da Fiocruz têm um relato em comum: um dos maiores geradores de interação medicamentosa é a prática da automedicação.

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O Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para Farmacêuticos (ICTQ) realizou uma pesquisa que revela este cenário: 76,4% da população brasileira faz uso de medicamentos a partir da indicação de familiares, amigos, colegas e vizinhos.

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São pessoas que consomem qualquer tipo de remédio quando necessitam e dispõem, inclusive aumentando suas dosagens a fim de obter um efeito mais acelerado.

Um estudo foi realizado em 12 capitais brasileiras e a cidade do Rio de Janeiro ficou acima da média nacional, com 91% de sua população se automedicando.

Medicamentos: usar racionalmente

“Sempre alertamos para a necessidade do uso racional de medicamentos.

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As pessoas não fazem ideia dos riscos que estão correndo ao tomar esses fármacos aleatoriamente, por conta própria”.38519488-92f7-4f3f-9813-b61a2604fee2_ZoomCultura popular

Em nossa cultura um medicamento se tornou tão usual quando uma blusa, uma calça ou qualquer coisa já naturalizada no cotidiano. As famílias estocam medicamentos, não têm muito cuidado com o prazo de validade, fazem combinações baseadas em efeitos ocorridos com terceiros, enfim, agem de forma muito arriscada. E sequer têm noção desse risco”, alerta Rosany.

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Para discutir a prática da automedicação é preciso, contudo, discutir também o acesso aos medicamentos e aos serviços de saúde, lembra Liporage. “Mesmo com todo o avanço do SUS, ainda temos uma grande dificuldade de garantir o direito à saúde.

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Temos uma parcela muito significativa da população que se automedica especialmente porque a farmácia comercial é sua porta de entrada ao acesso.

E esse processo não vem com o suporte de informação necessário para garantir a segurança do uso do medicamento.”

Na farmácia comercial o profissional que pode assegurar todas as informações com relação à interação medicamentosa é o farmacêutico.

No SUS, a luta é para que esse profissional seja parte de uma equipe multiprofissional, trabalhando desde a Atenção Básica, onde a orientação farmacêutica será parte fundamental do atendimento ao paciente. “Evitar a interação medicamentosa começa no atendimento, que deveria ser multiprofissional em todos os serviços.

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Cuidado com o cuidador

No primeiro contato do paciente com o medicamento, ele deveria receber uma atenção especial sobre como administrá-lo. Quando a pessoa é adulta e a consulta é para si, já há essa necessidade. Mas, quando é uma cuidadora, sua responsabilidade duplica. Quando se trata de um medicamento que deve ser manipulado, o processo se torna ainda mais complexo”, aponta Liporage.

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http://portal.fiocruz.br/pt-br/content/interacao-medicamentosa-entenda-os-riscos-de-medicar-se-sem-orientacao

http://www.cff.org.br/pagina.php?id=530&titulo=Intera%C3%A7%C3%A3o+Medicamentosa

Saiba mais:

A maioria dos medicamentos tem a capacidade de interagir entre si quando associados, com ou sem repercussão clínica de relevância, e esse aspecto deve ser levado em consideração no momento da prescrição.

Monoterapia (apenas um medicamento)

Por isso, sempre que possível, deve-se preconizar a monoterapia. Contudo, existem tratamentos que necessitam da associação medicamentosa para: potencializar os efeitos terapêuticos, diminuir efeitos colaterais, diminuir doses terapêuticas, prevenir resistência, obter ações múltiplas e amplas, e proporcionar maior comodidade para o paciente. Porém, muitas associações ocorrem inadvertidamente.

Interações

As interações medicamentosas são consideradas como um evento clínico detectável, mensurável, quantitativo ou qualitativo, em que há alteração dos efeitos de um fármaco, pela presença de outro fármaco, alimento, bebida ou algum agente químico do ambiente, sendo consideradas interações que ocorrem in vivo.

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Mudança de rumo

Este fato se traduz modificando o rumo esperado da terapêutica. Ainda, interações que ocorrem antes da administração dos fármacos no organismo, quando se misturam dois ou mais destes numa mesma seringa, recipiente ou equipo, também são consideradas interações medicamentosas, conhecidas como interações farmacêuticas, ou incompatibilidades de medicamentos, ou interações in vitro.

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 Eventos adversos

Os eventos adversos são definidos como sendo qualquer ocorrência médica desfavorável, que pode ocorrer durante o tratamento com um medicamento, mas que não possui, necessariamente, relação causal com esse tratamento e compreendem situações que podem ser evitadas ou não.

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IMP

A interação medicamentosa potencial (IMP) define a possibilidade de ocorrência da interação entre dois fármacos ou entre um fármaco e um nutriente. Quando a interação ocorre, esta passa a ser definida como interação medicamentosa real (IMR).

As IMP são um grave problema de saúde pública, pois podem estar relacionadas com o aumento dos gastos médicos e do tempo de hospitalização. Estima-se que 68 a 70% das IMP identificadas demandam cuidados médicos, e aproximadamente 2% delas colocam em risco a vida do paciente.

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Uso restrito e reserva terapêutica

Várias medidas têm sido propostas com a finalidade de diminuir o uso irracional de antimicrobianos, entre as quais as justificativas de prescrição de medicamentos considerados de reserva terapêutica ou de uso restrito.

A justificativa por escrito para o uso de agentes antimicrobianos considerados de uso restrito, normalmente os mais novos, mais onerosos, de maior espectro de ação e potencial de indução de resistência é um método efetivo para melhorar o uso destas drogas. A requisição exige que o prescritor explique ou justifique racionalmente sua conduta.

Histórico de cardiopatia ou diabetes: mais atenção.

Os antecedentes pessoais mais frequentes encontrados por alguns autores são: cardiovasculares (66%) e diabetes mellitus (25%).

As medicações mais prescritas relacionadas às interações moderadas e leves em uma Emergência foram: fenitoína, omeprazol, captopril, heparina sódica, claritromicina e dipirona sódica.

Essas interações podem causar deterioração clínica do paciente, exigir tratamento adicional, aumentar o período de internação ou trazer algum desconforto para o paciente.

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Tramadol X Metoclopramida

A interação entre tramadol e metoclopramida foi a mais frequente (30%) dentre as interações graves. A análise realizada pelo banco de dados Drugs.com revela essa combinação como altamente letal, podendo levar o paciente ao óbito, dependendo de sua dosagem.

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Crises convulsivas

O risco de convulsões aumenta durante a administração concomitante de tramadol e outras medicações, como inibidores seletivos da recaptação da serotonina, inibidores da monoamina oxidase, neurolépticos centrais estimulantes do sistema nervoso e opiodes, entre outros.

Esses agentes são frequentemente epileptogênicos individualmente e podem ter efeitos aditivos quando combinados.

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Outras interações importantes

Além da interação com metoclopramida, o tramadol apresentou potencial de interação com outros medicamentos, como antibacterianos e medicamentos que agem no sistema nervoso central, como amitriptilina, fluoxetina e morfina.

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Omeprazol X Fenitoína

No caso das interações moderadas, o uso de omeprazol com fenitoína foi o mais encontrado (10,6%) e, apesar de indicações distintas, essas medicações possuem efeitos antagonistas. Dados semelhantes foram encontrados em estudo que evidenciou essa interação em 29,3% dos achados.

O omeprazol pode aumentar as concentrações séricas de fenitoína e seu risco de toxicidade, inibindo a ação do metabolismo hepático e a excreção dessa medicação. Além disso, ele pode interagir de modo semelhante com outras hidantoínas, sendo que doses >40mg/dia desse medicamento são mais suscetíveis a causar interação potencial.

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A utilização concomitante desses medicamentos requer acompanhamento laboratorial para efeitos colaterais da fenitoína, além da necessidade de se observar sinais e sintomas de possível toxicidade da mesma, como sonolência, distúrbios visuais, alteração do estado mental, convulsões, náuseas e ataxia.

A coadministração de omeprazol pode resultar, também, em aumento da concentração da claritromicina plasmática. Esse aumento pode ser devido ao efeito do omeprazol no pH gástrico.

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É preocupante, ainda, a presença de mais de uma interação medicamentosa na mesma prescrição, sendo preciso investigação, mesmo que não ocorra manifestação clínica imediata, uma vez que a suspeita inicial permite que a equipe de saúde esteja preparada para a ocorrência de reações farmacodinâmicas e farmacocinéticas indesejáveis.

Interação medicamentosa na emergência Manual de Interações Antibióticos UFMT REV-Interacoes-medicamentosas-envolvendo-antimicrobianos uso_racional_medicamentos_temas_selecionados

  • OKUNO, Meiry Fernanda Pinto; CINTRA, Raíssa Silveira; VANCINI-CAMPANHARO, Cássia Regina  and  BATISTA, Ruth Ester Assayag. Interação medicamentosa no serviço de emergência. Einstein (São Paulo) [online]. 2013, vol.11, n.4 [cited  2016-07-09], pp.462-466. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-45082013000400010&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1679-4508.  http://dx.doi.org/10.1590/S1679-45082013000400010.

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