Mudanças no Calendário de Vacinação

Foram alteradas doses de reforço para vacinas contra meningite e pneumonia, além do esquema vacinal da poliomielite. A vacina da Hepatite B será ampliada para todas as idades. Não será mais aplicada a terceira dose da vacina do HPV.

Os postos de saúde de todo o país já estão com novo calendário de vacinação. As mudanças foram realizadas pelo Ministério da Saúde, a partir do dia 4/1/16.

“Essas mudanças são rotineiras. O Calendário Nacional de Vacinação tem mudanças periódicas em função de diferentes contextos. Sempre que temos uma mudança na situação epidemiológica, mudanças nas indicações das vacinas ou incorporação de novas vacinas fazemos modificações no calendário”, explicou o secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Nardi.

Um das principias mudanças é na vacina papiloma vírus humano (HPV). O esquema vacinal passa para duas doses, sendo que a menina deve receber a segunda dose seis meses após a primeira, deixando de ser necessária a administração da terceira (dose). Os estudos recentes mostram que o esquema com duas doses apresenta uma resposta de anticorpos em meninas saudáveis de 9 a 14 anos não inferior quando comparada com a resposta imune de mulheres de 15 a 25 anos que receberam três doses. As mulheres vivendo com HIV entre de 9 a 26 anos devem continuar recebendo o esquema de três doses.

PNEUMOCÓCICA

Para os bebês, a principal diferença será a redução de uma dose na vacina pneumocócica 10 valente (para pneumonia e outras doenças causadas pelo Streptococcus pneumoniae), que a partir de agora será aplicada em duas doses, aos 2 e 4 meses, seguida de reforço preferencialmente aos 12 meses, mas poderá ser tomado até os 4 anos. Essa recomendação também foi tomada em virtude dos estudos mostrarem que o esquema de duas doses mais um reforço tem a mesma efetividade do esquema três doses mais um reforço.

PÓLIO

Já a terceira dose da vacina contra poliomielite, administrada aos seis meses, deixa de ser oral e passa a ser injetável. A mudança é uma nova etapa para o uso exclusivo da vacina inativada (injetável) na prevenção contra a paralisia infantil, tendo em vista a proximidade da erradicação mundial da doença. No Brasil, o último caso foi em 1989.

A partir de agora, a criança recebe as três primeiras doses do esquema – aos dois, quatro e seis meses de vida – com a vacina inativada poliomielite (VIP), de forma injetável. Já a vacina oral poliomielite (VOP) continua sendo administrada como reforço aos 15 meses, quatro anos e anualmente durante a campanha nacional, para crianças de um a quatro anos.

MENINGOCÓCICA

Também houve mudança da vacina meningocócica C (conjugada), que protege as crianças contra a meningite causada pelo meningococo C. O reforço, que anteriormente era aplicado aos 15 meses, passa a ser aplicado aos 12 meses, preferencialmente, podendo ser feito até os 4 anos. As primeiras doses da meningocócica continuam sendo realizadas aos 3 e 5 meses.

 

DENGUE

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou que a vacina contra dengue criada pela empresa francesa Sanofi Pasteur, que teve registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 28/12/15, é “muito cara” e que o país ainda estuda se vai adquirir o produto. O Ministério da Saúde espera os resultados dos testes da vacina que está sendo criada pelo Instituto Butantã:

“- A vacina da Sanofi são três doses. Então a gente encontra uma dificuldade para dar uma vacina, chamar a pessoa para vacinar de novo depois de seis meses. E tem uma oscilação em relação aos sorotipos de cobertura”, declarou o senhor ministro.

 

IMPORTANTE SABER:

No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas não distribui para a população todas as vacinas recomendadas pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e Sociedade Brasileira de Pediatria.

 

VACINAS EM SITUAÇÕES ESPECIAIS

O Ministério da Saúde disponibiliza, nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais – CRIEs, produtos imunobiológicos de moderna tecnologia e alto custo, com intuito de beneficiar uma parcela especial da população brasileira que, por motivos biológicos, são impedidos de usufruir dos benefícios dos produtos que se encontram na rotina disponibilizados na rede pública. O Manual dos Cries está disponível.

Clique para acessar o manual-cries-9dez14-web.pdf

A imunização de pessoas com doenças crônicas é assunto de grande complexidade, com diferentes recomendações entre os diversos protocolos, o que requer atualização e incorporação constante de novos conhecimentos.

Nota Informativa Número 149

Referências:

http://www.sbim.org.br/midia/clippings/jornal-nacional-postos-de-saude-recebem-novo-calendario-de-vacinacao-para-2016-06012016/

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/21518-ministerio-da-saude-realiza-mudancas-no-calendario-de-vacinacao

http://www.sbim.org.br/vacinacao/