Aos dois anos, a criança já anda e fala muita coisa, o que facilita o desprendimento da mãe e também a sua relação com o pai e os outros. Surge o “terrible two”.
Até os cinco anos, a maioria das crianças pensa que é o centro do universo e que as pessoas existem para satisfazer os seus desejos.
Tudo é dela. Torna-se “egocêntrica”. Não gosta de dividir brinquedos e se opõe às ordens e limites.
Gosta de esparramar os brinquedos, construir e destruir coisas, explorar todo o ambiente e como os adultos precisam de rótulos, a criança passa a ser chamada de teimosa, egoísta, birrenta e hiperativa.
A criatura também gosta de se exibir diante dos outros, mexer com terra, água, fazer sujeira.
Explorando, sujando, teimando e mexendo em tudo, ela desenvolve a psicomotricidade, a inteligência e a capacidade cognitiva.
Seus impulsos motores estão muito desenvolvidos. Corre em todas as direções, deixando os outros exaustos.
Sobe em tudo, liga e desliga tudo o que estiver ao seu alcance, rasga revistas e assim fortalece o seu tônus muscular.
Na relação com as outras crianças, empurra-as e trata-as como objetos manipuláveis, sendo incapaz de compartilhar os brinquedos e as brincadeiras. Podem estar juntas, mas cada uma brinca separadamente.
Ainda nessa fase, acontece um fenômeno muito importante. É quando a criança se liga a um brinquedinho, paninho qualquer e dele não se desgruda nunca.
Trata-se do objeto transicional, que a tranquiliza por “representar a mãe ou o seio materno” (sic). Ele não deve ser retirado da criança, pois isso poderia atrapalhar a sua relevante função, acarretando possíveis danos psíquicos.
Essa criança não entende o significado moral da palavra NÃO. Colocá-la de castigo, para PENSAR sobre o que fez pode não resolver nessa idade. Isso costuma mostrar à criança que PENSAR é castigo.
Nessa fase, desenvolve medos inexplicáveis e, por vezes, comportamentos estranhos. Ela acha que os objetos têm vida própria e algumas vezes os teme.
A sua necessidade e autonomia e de conhecer o mundo é interminável, sendo importante que a deixemos explorar o ambiente (basta tirar o que for de valor ou perigoso do seu alcance). A aprendizagem se dá pelo toque e pela experiência.
Aliás, toda a aprendizagem não se transmite pelo processo “eu falo e você escuta “. Trata-se de um processo ativo e construtivo.
Pense bem antes de dar limites para essa criança. Como ela não entende o NÃO e como se acha a dona do mundo, vai insistir naquilo que você a proíbe.
A melhor maneira de dar limites nessa fase, é mudando o foco da atenção da criança. Não adianta dizer:
– Desça daí, AGORAAAA!!!!
Ela vai teimar, então é melhor você se levantar, tirá-la de onde está e chamar a atenção dela para algo interessante.
“Ensina à criança o caminho que ela deve seguir; mesmo quando envelhecer, dele não se há de afastar” (Provérbios 22,6)
Tenha paciência, muita paciência e sabedoria, sempre!