O que é?
A caxumba é uma doença causada pelo Paramyxovirus da classe Rubulavirus, um tipo de vírus que acomete caracteristicamente as glândulas parótidas, que são as maiores das três glândulas salivares.
Também chamada de papeira ou parotidite (epidêmica), tem um período de incubação de duas ou três semanas.
Sintomas
Os principais sintomas da doença são: febre, dor na face e aumento do volume das glândulas salivares. Ela também pode provocar dor no corpo e na cabeça.
Complicações mais graves são raras, mas podem ocorrer. Entre elas inflamação nos testículos (orquite), inflamação nos ovários (ooforite) em mulheres acima de 15 anos, inflamação do pâncreas (pancreatite) e inflamação que envolve cérebro e meninges (meningoencefalite).
Transmissão
A transmissão é principalmente aérea, por meio de gotículas de saliva do doente que possui o vírus.
É considerada altamente contagiosa. O Paramyxovirus é transmitido por contato direto com gotículas de saliva ou perdigotos de pessoas infectadas. Costumam ocorrer surtos da doença no inverno e na primavera e as crianças são as mais atingidas.
É importante destacar que a pessoa com caxumba é capaz de transmitir o vírus cerca de uma semana antes de aparecerem os sintomas e até nove dias depois destas manifestações.
Assim, sugere-se que o paciente fique longe do trabalho ou da escola, uma vez que existe a possibilidade de contaminar outras pessoas.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é clínico e com auxílio de exame de sangue. Não há tratamento específico, o que se faz é aliviar os sintomas com anti-inflamatórios. São indicados repouso, o uso de medicamentos analgésicos e observação de possíveis complicações.
No caso de inflamação nos testículos, o repouso e o uso de suspensório escrotal são fundamentais para o alívio da dor.
Entre as doenças que devem ser descartadas no diagnóstico da caxumba está a mononucleose infecciosa. Veja a figura:
Prevenção
A prevenção é feita com o uso de vacina produzida com o vírus vivo atenuado da doença e faz parte do Calendário Básico de Vacinação. Em geral, está associada à época de vacinas contra sarampo e rubéola. As três juntas compõem a vacina tríplice viral. A primeira dose deve ser administrada aos doze meses e a segunda, entre quatro e seis anos.
Atenção: mulheres que nunca tiveram caxumba, nem tomaram a vacina, devem procurar um posto para serem vacinadas antes de engravidar. Na gestação, a doença pode provocar aborto.
Deve-se ter em mente que existe a possibilidade de reinfecção quando a vacina perde a eficácia com o decorrer dos anos. Para uma pessoa que adquiriu caxumba, a recomendação é procurar um médico para diagnóstico e acompanhamento.
Saiba mais
Após a puberdade, pode causar inflamação e inchaço doloroso dos testículos (orquite) nos homens ou dos ovários (ooforite) nas mulheres e levar à esterilidade. Por isso, é necessário redobrar a atenção nestes casos e ter acompanhamento médico.
Prevenção
A melhor maneira de evitar a caxumba é através da vacinação aos 12 e 15 meses de vida. Caso uma pessoa seja afetada, ela não deve comparecer à escola ou ao trabalho durante nove dias após início da doença. É preciso, ainda, desinfectar os objetos contaminados como secreções do nariz, da boca e da garganta do enfermo.
A vacinação de bloqueio é recomendada para quem manteve contato direto com pessoas doentes.
O que acrescenta o Ministério da Saúde, em nota oficial:
nota-informativa-parotidite-infecciosa-caxumba
(…) Não existe tratamento específico, indicando-se apenas repouso, analgesia e observação cuidadosa quanto à possibilidade de aparecimento de complicações. O Sistema Nervoso Central (SNC), com frequência, pode estar acometido sob a forma de meningite asséptica, quase sempre de evolução benigna e que não deixa sequelas, mas raramente pode ocorrer encefalite. Nos casos que cursam com meningite asséptica e encefalites, o tratamento é sintomático. Pode ocorrer também, inflamação dos ovários (ooforite) e, raramente, pancreatite.
Além dessas complicações, pode ocorrer a orquite, que é uma inflamação aguda ou crônica do(s) testículo(s) (uni ou bilateral) que, se não tratada adequadamente ou a tempo, pode levar à impotência ou à esterilidade.
Caxumba pode causar surdez e meningite (6)
Período de transmissibilidade: varia entre 6 a 7 dias antes das manifestações clínicas até 9 (nove) dias após o surgimento dos sintomas. O vírus pode ser encontrado na urina até 14 dias após o início da doença.
Período de incubação: de 12 a 25 dias; em média, de 16 a 18 dias.
Complicações: meningite asséptica, pancreatite, tireoidite, neurites, orquiepididimite, ooforite, miocardite e nefrite. Uma complicação rara é o desenvolvimento de encefalite, podendo levar a edema cerebral, manifestações neurológicas graves e óbito. Como sequelas, podem ocorrer surdez unilateral (secundária à neurite do oitavo par craniano) e atrofia testicular, sendo de ocorrência rara a esterilidade. (7)
A parotidite é a manifestação mais comum da caxumba, ocorrendo em 30% a 40% das pessoas infectadas, e em 60% a 70% daquelas com manifestação clínica. O envolvimento do sistema nervoso central (SNC) é a manifestação extra-salivar mais frequente.
Após a puberdade, pode causar inflamação e inchaço doloroso dos testículos (orquite) nos homens ou dos ovários (ooforite) nas mulheres e levar à esterilidade.
Aproximadamente 30% a 40% das infecções são assintomáticas. O período de transmissibilidade corresponde ao intervalo de um a dois dias antes de iniciar o edema das glândulas salivares até nove dias após seu início.
Não há relato de óbitos relacionados à parotidite e, após a infecção, o paciente adquire imunidade de caráter permanente. Entretanto, sua ocorrência durante o primeiro trimestre da gestação pode ocasionar aborto espontâneo.
Cuidados
O tratamento não é específico, indicando-se apenas repouso, uso de medicamentos para aliviar a febre e dor local e observação cuidadosa quanto à possibilidade de aparecimento de complicações.
No caso de orquite (inflamação nos testículos), o repouso e o uso de suspensório escrotal são fundamentais para o alívio da dor.
Nos casos que cursam com meningite asséptica e encefalites, o tratamento também é sintomático, conforme orientação médica.
A administração da vacina é contraindicada em casos de uso recente de imunoglobulinas, ou de transfusão sanguínea nos últimos 3 meses, imunodeficiência (leucemia e linfoma), uso de corticosteroide e gravidez. Pacientes com infecção sintomática HIV, mas que não estejam severamente imunocomprometidos, devem ser vacinados após avaliação médica.
Pesquisas:
Greenland K. e colaboradores (3) investigaram um surto de caxumba numa população estudantil universitária corretamente vacinada nos Países Baixos e publicaram na conceituada revista internacional Vaccine. Os autores realizaram um estudo de coorte retrospectivo entre membros da sociedade universitária em Delft, Leiden e Utrecht.
Objetivamente, 989 alunos participaram (taxa de resposta de 20%). O registro do estado vacinal estava disponível para 776 indivíduos, dos quais 760 (98%) tinham sido vacinados pelo menos uma vez e 729 (94%), pelo menos duas vezes. A taxa de ataque de caxumba foi de 13,2% (IC 95% 11,1-15,5%). (…)
A causa mais provável desse surto foi a intensa mistura social durante a festa e o fato de estarem num ambiente comum. A alta cobertura de vacinação na infância não impediu o surto de caxumba nessa população estudantil.
São Paulo registrou aumento de 82% nos casos de caxumba em 2015. Epidemiologistas europeus (4) estão investigando surtos de caxumba em 18 países.
Referências:
- https://www.einstein.br/doencas-sintomas/caxumba
- https://www.bio.fiocruz.br/index.php/caxumba-sintomas-transmissao-e-prevencao
- http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/626-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/caxumba/19793-alerta-para-casos-de-parotidite-infecciosa-caxumba
- Mumps outbreak among vaccinated university students associated with a large party, the Netherlands, 2010. Greenland K; Whelan J; Fanoy E; Borgert M; Hulshof K; Yap KB; Swaan C; Donker T; van Binnendijk R; de Melker H; Hahné S. Vaccine; 30(31): 4676-80, 2012 Jun 29. Artigo em Inglês| MEDLINE | ID: mdl-22579874
- ERIKSEN, I. DAVIDKIN, G. KAFATOS, N. ANDREWS, C. BARBARA, D. COHEN, A. DUKS, A. GRISKEVICIUS, K. JOHANSEN, K. BARTHA, B. KRIZ, G. MITIS, J. MOSSONG, A. NARDONE, D. O’FLANAGAN, F. DE ORY, A. PISTOL, H. THEETEN, K. PROSENC, M. SLACIKOVA and R. PEBODY (2013). Seroepidemiology of mumps in Europe (1996–2008): why do outbreaks occur in highly vaccinated populations?. Epidemiology and Infection, 141, pp 651-666. doi:10.1017/S0950268812001136.
- http://cbn.globoradio.globo.com/programas/cbn-sao-paulo/2015/11/05/SAO-PAULO-REGISTRA-AUMENTO-DE-82-NOS-CASOS-DE-CAXUMBA-EM-2015.htm
- http://www.brasil.gov.br/saude/2015/02/caxumba-pode-causar-surdez-e-meningite
- http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.pdf
gostei muito do site parabéns 🙂