A administração de medicamentos em creches e escolas merece uma atenção especial.
Sem uso criterioso, há riscos para a saúde da criança.
É comum o uso de remédios, especialmente nas instituições de Educação Infantil (creches e pré-escolas), onde as crianças permanecem por muitas horas.
Pode haver interferência nas atividades pedagógicas, além de potencialmente colocar em risco a integridade das crianças. Por isso, há escolas que não administram medicamentos (se for o caso, a criança falta às aulas durante o tratamento), enquanto outras permitem, com muitas restrições.
Nas situações em que o estudante precisa ser medicado, embora esteja em bom estado geral, apto para as atividades pedagógicas e para o aprendizado, é razoável que receba a medicação na própria escola.
No entanto, o uso de medicamentos deve ser restrito às situações em que é indispensável e cercado de cuidados, a fim de evitar erros e inadequações que podem ter consequências sérias para a saúde.
Em geral as creches adotam agendas para anotações diárias, onde a família registra a medicação a ser dada.
A análise dessas anotações revela muitos enganos (doses e intervalos errados, concentração da substância ativa diferente em relação à prescrita e até via de administração incorreta).
É comum o envio de remédios pelos responsáveis sem prescrição médica.
O pediatra pode contribuir bastante para corrigir tais situações, orientando as famílias a adotarem algumas atitudes, por exemplo:
- Encaminhar sempre a receita médica para conferência, junto à anotação na agenda da criança (ou outra forma de comunicação), a fim de evitar enganos;
- Administrar na escola o menor número de doses possível, somente quando for imprescindível, a fim de diminuir os riscos de enganos, atrasos e esquecimentos, em função de grande número de doses a serem dadas na rotina da instituição.
- Adicionalmente, consegue-se menos interferência e prejuízo nas atividades pedagógicas;
- Enviar os medicamentos nas embalagens originais, identificados com o nome da criança e, é claro, dentro do prazo de validade;
- Aceitar que muitas escolas podem considerar inviável interromper suas atividades para administrar remédios em intervalos muito curtos (de duas em duas horas, por exemplo) ou que demandem muito tempo e complexidade (como nebulizações);
- Manter contato com a equipe escolar para os esclarecimentos que forem necessários.
- Nos casos de medicamentos de uso contínuo, é importante a conversa entre pediatra, escola e família, de modo a encontrar a alternativa mais segura para garantir o tratamento sem prejuízo das atividades escolares.
Já os adolescentes, no exercício de sua autonomia, podem se responsabilizar por sua medicação.
Situações especiais devem ser discutidas com a comunidade escolar, com o objetivo de se estabelecerem acordos que atendam da melhor forma os interesses dos estudantes.
O uso criterioso de medicamentos na escola visa a minimizar os efeitos da automedicação e diminuir interferências com as atividades pedagógicas, além de promover educação em saúde no âmbito escolar, controlando o uso abusivo de medicamentos pelos jovens.
Referências bibliográficas
- http://g1.globo.com/pb/paraiba/bom-dia-pb/videos/v/intoxicacao-por-remedios-pode-ser-fatal-em-criancas/2441166/
- BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Vigilância Sanitária e Escola: parceiros na construção da cidadania. Brasília: ANVISA, 2008. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/78d9a2004928bed4a894bb14d16287af/manual_visaescola_professores.pdf?MOD=AJPERES. Acesso em: 24 jun 2016.
- CUNHA, Joel Bressa. Uso de medicamentos na creche e na escola. Disponível em: http://www.soperj.org.br/novo/secao_detalhes.asp?s=61&id=269.