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Saúde

Meu filho não come… nada!

Inapetência

Uma das coisas que mais preocupam os pais é a inapetência de seus filhos.

Depois de preparar a comida com cuidado e amor, é difícil entender por que eles se recusam a comer. Mas, antes de sentir angústia ou culpa, saiba que na maioria dos casos a falta de apetite é temporária e pode ser contornada.

Afastar doenças

Recomenda-se consultar o médico assistente para descartar eventuais doenças que podem tirar seu apetite. Por exemplo, anemia, parasitose intestinal (verminose), entre outras.

Se nada for constatado e a criança estiver saudável, é preciso adotar certas medidas.

Rotina

A primeira é manter um intervalo em torno de duas ou três horas entre as refeições, para que seu filho esteja com fome na hora de comer.

Se ele for almoçar às 11 horas, não deve ingerir nada (nem sucos), a partir das 9h da manhã.

Fatores que podem influenciar o apetite da criança na fase pré-escolar 

Resfriado, dor de garganta ou de ouvido levam o apetite embora mesmo.

Algumas doenças levam até uma semana para restabelecer a rotina de alimentação, mas isso não deve ser motivo de preocupação excessiva, pois o organismo dos pequenos costuma possuir reservas para enfrentar essas situações. Nesses momentos, é preciso ter muita paciência e tentar estimulá-lao a se alimentar.

Prisão de ventre

A criança que não possui o hábito intestinal regular pode sofrer de constipação intestinal, apresentar dores abdominais, ser mais irritada e ter menos apetite.

Deve-se dar atenção especial à qualidade da alimentação. O pré-escolar deve comer quantidade adequada de frutas, verduras e legumes ricos em fibras para a formação do bolo fecal.

De preferência, os alimentos prediletos

Ofereça os alimentos de que a criança mais gosta e sob a forma que aceita melhor. Dê preferência aos de consistência adequada, mais fáceis de engolir.

Hidratar na hora certa

As crianças têm preferência por líquidos, principalmente na fase aguda febril.

O apetite deverá voltar ao normal, ao poucos, quando houver recuperação da saúde.

Para evitar que ela fique desidratada, ofereça ao longo do dia muito líquido. Pode ser água, suco ou leite.

Menor quantidade, menor intervalo 

Dê quantidades pequenas de comida por refeição e com maior frequência.

Caso a criança queira apenas um tipo de alimento, mantenha esse cardápio até que ela se recupere.

Seja mais flexível quanto a horários e locais das refeições.

Não obrigue a criança a comer. Isso a deixará nervosa e reduzirá ainda mais o seu apetite.

Uma boa opção para esse período de inapetência é uma sopinha de galinha.

Alguém compra e dá a “besteira”?

Petiscos: alguns pais referem que seus filhos “beliscam besteiras” entre as refeições. Quem são os responsáveis?

Se estes têm consciência de que se trata de “besteira”, podem se queixar de que as crianças não se alimentam direito e solicitar medicamentos estimulantes de apetite?

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Nunca engane seu filho 

Especialistas aconselham não disfarçar alimentos para enganar a criança se, por exemplo, ela está numa fase de só querer determinada comida.

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Também não convém oferecer a refeição em lugares pouco convencionais, como no quarto, na varanda ou na sala de TV. Tais atitudes só pioram o quadro.

As refeições devem ser no mesmo local e horário.

Bebidas

Para driblar a inapetência da criança, evite dar bebidas durante as refeições, pois reduzem o apetite, e não encha demais o prato dela.

A capacidade gástrica da criança é menor do que a de um adulto. Portanto, se houver ingestão de grande volume de líquidos não haverá espaço para a refeição.

Deve-se limitar o consumo de líquidos durante as refeições.

O ideal é servir porções menores e esperar que ela queira repetir.

http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI1014-15064,00.html

Viagens de avião: cuidados e contra-indicações

A Câmara Técnica de Medicina Aeroespacial do Conselho Federal de Medicina elaborou um documento com informações sobre possíveis complicações que podem ocorrer dentro do avião e cuidados que devem ser tomados antes de um voo.

GESTANTES

Recomenda-se que os voos sejam precedidos de uma consulta ao médico.

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De forma geral, as seguintes medidas devem ser observadas:

  • As mulheres que apresentarem dores ou sangramento antes do embarque não devem fazê-lo.
  • Evitar viagens longas, principalmente em casos de incompetência ístmo-cervical, atividade uterina aumentada ou partos anteriores prematuros.
  • A partir da 36ª semana, a gestante necessita de uma declaração do seu médico permitindo o voo.
  • Em gestações múltiplas a declaração deve ser feita após a 32ª semana.
  • A partir da 38ª semana, a gestante só pode embarcar acompanhada dos respectivos médicos responsáveis.
  • Gestação ectópica é contraindicação para o voo.
  • Não há restrições de voo para a mãe no pós-parto normal, mesmo no pós-parto imediato.

CRIANÇAS

No caso de um recém-nascido, é prudente que se espere pelo menos uma ou duas semanas de vida até a viagem.

Isso ajuda a determinar, com maior certeza, a ausência de doenças, congênitas ou não, que possam prejudicar a criança no voo.

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

Viagens aéreas são contraindicadas para passageiros e tripulantes com infecções ativas (pneumonia e sinusite) porque essas doenças podem alterar as respostas fisiológicas humanas habituais ao voo.

Infecções

Passageiros e tripulantes com infecções pulmonares contagiosas (tuberculose e pneumonia) não devem embarcar, pois pode ocorrer agravamento dos sintomas, complicações durante e depois do voo, além do risco de disseminação da doença entre os outros passageiros.

Asma

Quadros graves, instáveis ou de hospitalização recente de asma brônquica (doença respiratória mais comum entre os viajantes) também são incapacitantes para o voo.

DPOC

Pessoas com bronquite crônica e enfisema pulmonar apresentam reduzida capacidade de oxigenar o sangue, o que pode descompensar os sintomas da doença durante o voo.

Por isso, esses viajantes devem buscar orientação médica especializada antes de embarcarem para que seja determinado se há necessidade de suporte de oxigênio por ocasião do deslocamento.

DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Os pacientes e tripulantes acometidos de complicações cardiovasculares devem ser orientados a adiar os voos durante o período de estabilização e recuperação.

De acordo com as orientações da Sociedade de Medicina Aeroespacial, os prazos a serem observados são os seguintes (recomenda-se que o paciente seja avaliado por seu médico assistente antes de embarcar, pois os mesmos podem ser ampliados ou reduzidos, de acordo com o caso):

  • Infarto não complicado: aguardar 2 a 3 semanas.
  • Infarto complicado: aguardar 6 semanas.
  • Angina instável: não deve voar.
  • Insuficiência cardíaca grave e descompensada: não deve voar.
  • Insuficiência cardíaca moderada: verificar com o médico se há necessidade de utilização de oxigênio durante o voo.
  • Revascularização cardíaca: aguardar 2 semanas.
  • Taquicardia ventricular ou supraventricular não controlada: não voar.
  • Marcapassos e desfibriladores implantáveis: não há contraindicações.

AVC

Nos casos de Acidente Vascular Cerebral, deve-se levar em consideração o estado geral do passageiro e a extensão da doença.

Recomenda-se observar os prazos de recuperação abaixo antes do embarque:

  • AVC isquêmico pequeno: aguardar 4 a 5 dias.
  • AVC em progressão: aguardar 7 dias.
  • AVC hemorrágico não operado: aguardar 7 dias.
  • AVC hemorrágico operado: aguardar 14 dias.

PÓS-OPERATÓRIO E PACIENTES EM RECUPERAÇÃO

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Pós-operatório torácico:

  • Casos de pneumectomia (retirada do pulmão) ou lobectomia pulmonar recente (retirada parcial do pulmão): recomenda-se uma avaliação médica pré-voo, com determinação da normalidade da função respiratória, principalmente no que diz respeito à oxigenação arterial.
  • Casos de pneumotórax: é uma contraindicação absoluta. Deve-se esperar de duas a três semanas após drenagem de tórax e confirmar a remissão pelos Raios-X.

Pós-operatório neurocirúrgico:

Após trauma cranioencefálico ou qualquer procedimento neurocirúrgico, pode ocorrer aumento da pressão intracraniana durante o voo.

Aguardar o tempo necessário até a confirmação da melhora do referido quadro compressivo por tomografia de crânio.

CIRURGIA ABDOMINAL

Contraindicado o voo por 2 semanas, em média.

Deve-se aguardar a recuperação do trânsito habitual (intestinal) do paciente, pois a presença de ar em alças sem eliminação adequada no pós-operatório de cirurgias recentes, pode determinar a sua expansão excessiva em voo.

  • Pós-cirurgia laparoscópica: o voo pode ocorrer assim que a distensão pelo ar injetado tenha desaparecido e as funções do órgão operado retornado ao normal.
  • Nos procedimentos onde foi injetado ar ou gás em alguma parte do corpo: aguardar o tempo necessário para a reabsorção ou a eliminação do excesso de ar ou gás injetado.
  • Pós-anestesia raquidural: o voo pode causar dor de cabeça severa até 7 dias após a anestesia.
  • Após anestesia geral: não há contraindicação, desde que o paciente tenha se recuperado totalmente.

FRATURAS

Fraturas instáveis ou não tratadas são contraindicadas para voo.

Importante: considerando que uma pequena quantidade de ar poderá ficar retida no gesso, aqueles feitos entre 24-48 horas antes da viagem, devem ser bivalvulados para evitar a compressão do membro afetado por expansão normal do ar na cabine durante o voo.

TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS

Distúrbios  – Pessoas com transtornos psiquiátricos, cujo comportamento seja imprevisível, agressivo ou não seguro, não devem voar.

Já aqueles com distúrbios psicóticos estáveis, em uso regular de medicamentos e acompanhados, podem viajar.

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Epilepsia – A maioria dos epilépticos pode voar seguramente, desde que estejam usando a medicação. Aqueles com crises frequentes devem viajar acompanhados e estarem cientes dos fatores desencadeantes que podem ocorrer durante o voo, tais como: fadiga, refeições irregulares, hipóxia e alteração do ritmo circadiano. Recomenda-se esperar 24-48h após a última crise antes de voar.

OBSERVAÇÕES GERAIS

Medicação – Recomenda-se levar medicação prescrita pelo médico em quantidade suficiente para ser utilizada durante toda a viagem.

Os remédios devem estar sempre à mão, preferencialmente acompanhados pela receita do médico, com as dosagens e os horários em que devem ser administrados.

Em caso de deslocamentos que impliquem em mudança de fuso horário, o médico assistente deve ser consultado para avaliar se há necessidade de ajustar os horários de ingestão dos medicamentos.

Enjoos – As pessoas mais susceptíveis a terem enjoo durante o voo são aquelas que já o apresentam quando andam de ônibus, carro ou navio.

Estas devem evitar a ingestão excessiva de líquidos, comida gordurosa, condimentos e refrigerantes que podem facilitar seu aparecimento.

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Recomenda-se também, como medida de precaução, que utilizem os assentos próximos às asas do avião por ser o local de voo menos turbulento e, por conseguinte, menos propenso a induzir náuseas e vômitos.

Procurar assistência e/ou orientação médica antes do voo, caso o passageiro ou tripulante apresente:

  • Febre alta, tremores com piora progressiva dos episódios;
  • Sangue ou muco nas fezes;
  • Vômitos que impeçam a ingestão de líquidos;
  • Sintomas persistentes após uso de medicamentos sintomáticos;
  • Sintomas, especialmente se usa diuréticos, imunossupressores ou remédios para diabetes e/ou hipertensão.

http://www.cremego.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=25401:cremego-orienta-sobre-cuidados-em-viagens-de-aviao&catid=3

Urticária

O que é urticária?

Urticária são lesões vermelhas e inchadas, como vergões, que aparecem na pele rapidamente e coçam muito. O nome da lesão é urtica.

Elas podem ser pequenas, isoladas ou se juntar e formar grandes placas vermelhas, com desenhos e formas variadas, sempre acompanhado de coceira. Podem aparecer em qualquer área do corpo.

Mudam de lugar

Normalmente as lesões mudam de lugar e algumas vão sumindo e outras aparecendo. Cada lesão que aparece dura menos de 24 horas e pode sumir completamente, sem deixar marcas.

Podem ocorrer várias vezes ao dia ou aparecer sempre no mesmo horário, por exemplo, ao acordar, durante a tarde ou à noite. A coceira costuma ser muito intensa e atrapalha a vida, o trabalho e o sono.

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O edema (inchaço) da derme superficial é denominado urticária, enquanto o edema da derme profunda, do subcutâneo e do trato gastrointestinal é chamado de angioedema.

Angioedema

Pode ocorrer edema nos lábios, pálpebras, língua, garganta, genitais, mãos e pés. Esse inchaço é chamado de angioedema, que, assim como a urticária, regride e some sem deixar marcas.

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O angioedema pode ser acompanhado, ou não, de falta de ar, dor abdominal ou dor para engolir. Essa forma é mais grave e pode levar ao óbito.

Classificações

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Características

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A urtica é lesão elementar dermatológica constituída por três características típicas:

  • (I) edema central de tamanho variado, circundado por eritema (vermelhidão) reflexo;
  • (II) prurido (coceira) associado;
  • (III) natureza efêmera, com a pele retornando ao aspecto normal geralmente em período que varia de uma a 24 horas.download

O angioedema é definido por:

  • (I) edema súbito e acentuado da derme profunda e subcutâneo;
  • (II) maior frequência do sintoma de dor em relação ao prurido;
  • (III) acometimento frequente das membranas mucosas, e
  • (IV) resolução do quadro em torno de 72 horas, de forma mais lenta em relação às urticas.

Aguda

62df3190335cee979a2fe88c5ff8b470A urticária que melhora até 6 semanas é chamada de urticária aguda. Pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum em adolescentes e adultos jovens.

Crônica

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É dita crônica quando persistir por mais de seis semanas e ocorre com cerca de 30-50% dos pacientes com urticária.

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Raramente, apesar de investigação adequada, se encontra a etiologia. Em geral, atinge o sexo feminino de idade adulta.

O que causa?

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Algumas causas comuns que desencadeiam a urticária são medicamentos (antibióticos, analgésicos, anti-inflamatórios, vitaminas etc.), alimentos (corantes, conservantes e aditivos), infecções (bactérias, vírus e parasitas), estímulos físicos (calor, sol, frio, fricção e vibração), picada de insetos, doenças endócrinas (tireoidites) ou reumatológicas (lúpus eritematoso), doenças malignas (linfomas e tumores) e, em muitas vezes, a causa não é determinada.

Quando é desencadeada a urticária, ocorre uma reação na qual substâncias são liberadas e irão causar o edema e a coceira na pele. A principal delas é a histamina.

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Sintomas e sinais

O sintoma mais comum é a coceira, mas as lesões podem tem a sensação de ardor ou queimação.

As lesões (urticas) vermelhas e inchadas podem ter desde milímetros a centímetros de tamanho, estar isoladas ou se juntar formando placas extensas.

Localizam-se em algumas regiões do corpo ou podem atingir quase toda a pele (chamada de urticária gigante). A forma das lesões é variada, pode ter contornos em arcos, em círculos, vergões, formando desenhos irregulares e estranhos.

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A duração das urticas é breve, algumas vão sumindo após algumas horas, enquanto outras vão surgindo. Cada lesão permanece no máximo 24 h desde seu aparecimento.

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Quando regridem, não deixam marcas e desaparece também a coceira. Os sinais e sintomas da urticária podem reaparecer a qualquer momento, durante horas, dias ou meses.

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Inchaço rápido

No angioedema ocorre inchaço rápido, intenso e localizado, que atinge normalmente pálpebras, lábios, língua e garganta, algumas vezes dificultando a respiração, constituindo risco de vida. As lesões de angioedema podem durar mais de 24 horas.

Existe uma complicação chamada anafilaxia em que a reação alérgica envolve todo o corpo, determinando náuseas, vômitos, queda da pressão arterial, edema de glote (garganta) com dificuldade para respirar. É grave e necessário o atendimento de emergência.

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Diagnóstico

O diagnóstico da urticária e do angioedema são feitos principalmente pela história detalhada da doença e pelos sinais e sintomas que o paciente apresenta.

Alguns exames laboratoriais, como de sangue, fezes e urina podem ser solicitados para tentar identificar a causa da urticária ou encontrar doenças associadas. Mas muitas vezes a causa específica não é encontrada.

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A biópsia da pele pode ser realizada em casos de difícil controle ou para diferenciar de outras doenças da pele.

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Tratamento

O principal tratamento da urticária é descobrir e afastar a causa quando possível. Evitar calor, bebidas alcoólicas e estresse que são fatores que pioram a irritação.

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A dieta alimentar sem corantes, conservantes, embutidos (frios, salsicha etc.), enlatados, peixe e frutos do mar, chocolate, ovo, refrigerantes e sucos artificiais, costuma ajudar a melhorar mais rápido, evitando o reaparecimento das lesões durante o tratamento.

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Medicamentos

Medicações do tipo antialérgicos são indicados como primeira opção para o tratamento da urticária. Outras medicações como corticoesteroides e imunossupressores também podem ser utilizados, de acordo com a avaliação médica.

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Casos graves de angioedema ou anafilaxia devem ser levados ao serviço de emergência.

O tratamento deve sempre ser indicado pelo médico após estudo detalhado de cada caso. A automedicação pode prejudicar muito o tratamento e o controle da urticária.

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Observações finais

Mesmo sem se descobrir a causa, a urticária é controlada em mais da metade dos casos entre seis meses até um ano. Em cinco anos, cerca de 90% dos pacientes estão sem a doença.

A melhor forma de evitar a urticária é afastar-se das causas conhecidas de alergia.

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Urticária (Artigo científico)

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Complicações da caxumba

O que é?

A caxumba é uma doença causada pelo Paramyxovirus da classe Rubulavirus, um tipo de vírus que acomete caracteristicamente as glândulas parótidas, que são as maiores das três glândulas salivares.

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Também chamada de papeira ou parotidite (epidêmica), tem um período de incubação de duas ou três semanas.

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Sintomas

Os principais sintomas da doença são: febre, dor na face e aumento do volume das glândulas salivares. Ela também pode provocar dor no corpo e na cabeça.

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Complicações mais graves são raras, mas podem ocorrer. Entre elas inflamação nos testículos (orquite), inflamação nos ovários (ooforite) em mulheres acima de 15 anos, inflamação do pâncreas (pancreatite) e inflamação que envolve cérebro e meninges (meningoencefalite).

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Transmissão

A transmissão é principalmente aérea, por meio de gotículas de saliva do doente que possui o vírus.

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É considerada altamente contagiosa. O Paramyxovirus é transmitido por contato direto com gotículas de saliva ou perdigotos de pessoas infectadas. Costumam ocorrer surtos da doença no inverno e na primavera e as crianças são as mais atingidas.

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É importante destacar que a pessoa com caxumba é capaz de transmitir o vírus cerca de uma semana antes de aparecerem os sintomas e até nove dias depois destas manifestações.

Assim, sugere-se que o paciente fique longe do trabalho ou da escola, uma vez que existe a possibilidade de contaminar outras pessoas.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico é clínico e com auxílio de exame de sangue. Não há tratamento específico, o que se faz é aliviar os sintomas com anti-inflamatórios. São indicados repouso, o uso de medicamentos analgésicos e observação de possíveis complicações.

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No caso de inflamação nos testículos, o repouso e o uso de suspensório escrotal são fundamentais para o alívio da dor.

Entre as doenças que devem ser descartadas no diagnóstico da caxumba  está a mononucleose infecciosa. Veja a figura:

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Prevenção

A prevenção é feita com o uso de vacina produzida com o vírus vivo atenuado da doença e faz parte do Calendário Básico de Vacinação. Em geral, está associada à época de vacinas contra sarampo e rubéola. As três juntas compõem a vacina tríplice viral. A primeira dose deve ser administrada aos doze meses e a segunda, entre quatro e seis anos.

​Atenção: mulheres que nunca tiveram caxumba, nem tomaram a vacina, devem procurar um posto para serem vacinadas antes de engravidar. Na gestação, a doença pode provocar aborto.

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Deve-se ter em mente que existe a possibilidade de reinfecção quando a vacina perde a eficácia com o decorrer dos anos. Para uma pessoa que adquiriu caxumba, a recomendação é procurar um médico para diagnóstico e acompanhamento.

Saiba mais

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Após a puberdade, pode causar inflamação e inchaço doloroso dos testículos (orquite) nos homens ou dos ovários (ooforite) nas mulheres e levar à esterilidade. Por isso, é necessário redobrar a atenção nestes casos e ter acompanhamento médico.

Prevenção

A melhor maneira de evitar a caxumba é através da vacinação aos 12 e 15 meses de vida. Caso uma pessoa seja afetada, ela não deve comparecer à escola ou ao trabalho durante nove dias após início da doença. É preciso, ainda, desinfectar os objetos contaminados como secreções do nariz, da boca e da garganta do enfermo.

A vacinação de bloqueio é recomendada para quem manteve contato direto com pessoas doentes.

O que acrescenta o Ministério da Saúde, em nota oficial:

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(…) Não existe tratamento específico, indicando-se apenas repouso, analgesia e observação cuidadosa quanto à possibilidade de aparecimento de complicações. O Sistema Nervoso Central (SNC), com frequência, pode estar acometido sob a forma de meningite asséptica, quase sempre de evolução benigna e que não deixa sequelas, mas raramente pode ocorrer encefalite. Nos casos que cursam com meningite asséptica e encefalites, o tratamento é sintomático. Pode ocorrer também, inflamação dos ovários (ooforite) e, raramente, pancreatite.

Além dessas complicações, pode ocorrer a orquite, que é uma inflamação aguda ou crônica do(s) testículo(s) (uni ou bilateral) que, se não tratada adequadamente ou a tempo, pode levar à impotência ou à esterilidade.

Caxumba pode causar surdez e meningite (6)

Período de transmissibilidade: varia entre 6 a 7 dias antes das manifestações clínicas até 9 (nove) dias após o surgimento dos sintomas. O vírus pode ser encontrado na urina até 14 dias após o início da doença.

Período de incubação: de 12 a 25 dias; em média, de 16 a 18 dias.

Complicações: meningite asséptica, pancreatite, tireoidite, neurites, orquiepididimite, ooforite, miocardite e nefrite. Uma complicação rara é o desenvolvimento de encefalite, podendo levar a edema cerebral, manifestações neurológicas graves e óbito. Como sequelas, podem ocorrer surdez unilateral (secundária à neurite do oitavo par craniano) e atrofia testicular, sendo de ocorrência rara a esterilidade. (7)

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A parotidite é a manifestação mais comum da caxumba, ocorrendo em 30% a 40% das pessoas infectadas, e em 60% a 70% daquelas com manifestação clínica. O envolvimento do sistema nervoso central (SNC) é a manifestação extra-salivar mais frequente.

Após a puberdade, pode causar inflamação e inchaço doloroso dos testículos (orquite) nos homens ou dos ovários (ooforite) nas mulheres e levar à esterilidade.

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Aproximadamente 30% a 40% das infecções são assintomáticas. O período de transmissibilidade corresponde ao intervalo de um a dois dias antes de iniciar o edema das glândulas salivares até nove dias após seu início.

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Não há relato de óbitos relacionados à parotidite e, após a infecção, o paciente adquire imunidade de caráter permanente. Entretanto, sua ocorrência durante o primeiro trimestre da gestação pode ocasionar aborto espontâneo.

Cuidados

O tratamento não é específico, indicando-se apenas repouso, uso de medicamentos para aliviar a febre e dor local e observação cuidadosa quanto à possibilidade de aparecimento de complicações.

No caso de orquite (inflamação nos testículos), o repouso e o uso de suspensório escrotal são fundamentais para o alívio da dor.

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Nos casos que cursam com meningite asséptica e encefalites, o tratamento também é sintomático, conforme orientação médica.

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A administração da vacina é contraindicada em casos de uso recente de imunoglobulinas, ou de transfusão sanguínea nos últimos 3 meses, imunodeficiência (leucemia e linfoma), uso de corticosteroide e gravidez. Pacientes com infecção sintomática HIV, mas que não estejam severamente imunocomprometidos, devem ser vacinados após avaliação médica.

Pesquisas:

Greenland K. e colaboradores (3) investigaram um surto de caxumba numa população estudantil universitária corretamente vacinada nos Países Baixos e publicaram na conceituada revista internacional Vaccine. Os autores realizaram um estudo de coorte retrospectivo entre membros da sociedade universitária em Delft, Leiden e Utrecht.

Objetivamente, 989 alunos participaram (taxa de resposta de 20%). O registro do estado vacinal estava disponível para 776 indivíduos, dos quais 760 (98%) tinham sido vacinados pelo menos uma vez e 729 (94%), pelo menos duas vezes. A taxa de ataque de caxumba foi de 13,2% (IC 95% 11,1-15,5%). (…)

A causa mais provável desse surto foi a intensa mistura social durante a festa e o fato de estarem num ambiente comum. A alta cobertura de vacinação na infância não impediu o surto de caxumba nessa população estudantil.

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São Paulo registrou aumento de 82% nos casos de caxumba em 2015. Epidemiologistas europeus (4) estão investigando surtos de caxumba em 18 países.

Referências:

  • https://www.einstein.br/doencas-sintomas/caxumba
  • https://www.bio.fiocruz.br/index.php/caxumba-sintomas-transmissao-e-prevencao
  • http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/626-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/caxumba/19793-alerta-para-casos-de-parotidite-infecciosa-caxumba
  • Mumps outbreak among vaccinated university students associated with a large party, the Netherlands, 2010. Greenland K; Whelan J; Fanoy E; Borgert M; Hulshof K; Yap KB; Swaan C; Donker T; van Binnendijk R; de Melker H; Hahné S. Vaccine; 30(31): 4676-80, 2012 Jun 29. Artigo em Inglês| MEDLINE | ID: mdl-22579874
  • ERIKSEN, I. DAVIDKIN, G. KAFATOS, N. ANDREWS, C. BARBARA, D. COHEN, A. DUKS, A. GRISKEVICIUS, K. JOHANSEN, K. BARTHA, B. KRIZ, G. MITIS, J. MOSSONG, A. NARDONE, D. O’FLANAGAN, F. DE ORY, A. PISTOL, H. THEETEN, K. PROSENC, M. SLACIKOVA and R. PEBODY (2013). Seroepidemiology of mumps in Europe (1996–2008): why do outbreaks occur in highly vaccinated populations?. Epidemiology and Infection, 141, pp 651-666. doi:10.1017/S0950268812001136.
  • http://cbn.globoradio.globo.com/programas/cbn-sao-paulo/2015/11/05/SAO-PAULO-REGISTRA-AUMENTO-DE-82-NOS-CASOS-DE-CAXUMBA-EM-2015.htm
  • http://www.brasil.gov.br/saude/2015/02/caxumba-pode-causar-surdez-e-meningite
  • http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_infecciosas_parasitaria_guia_bolso.pdf

Esporotricose: dermatozoonose importante (animais e humanos)

Causada pelo fungo Sporothrix schenckii, a esporotricose é uma micose que pode afetar animais e humanos.

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Desde o final da década de 1990, no Estado do Rio de Janeiro, tem sido grande a ocorrência da doença em animais, especialmente em gatos.

Cuide-se e cuide do animal

Há tratamento para a micose e o diagnóstico dos animais já pode ser feito na maioria das clínicas veterinárias. Por isso, não abandone, maltrate ou sacrifique o animal com suspeita da doença.

Procure o tratamento adequado e se informe sobre os cuidados que deve ter para cuidar de seu animal sem colocar em risco a própria saúde. São essas algumas das orientações dos veterinários que estudam o agravo.

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Na Fiocruz, o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) é a unidade que pesquisa a esporotricose. Alguns de seus pesquisadores responderam perguntas selecionadas a partir das questões mais frequentes.

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1. Quais são os principais sinais clínicos e sintomas da esporotricose?

Nos gatos, as manifestações clínicas da esporotricose são variadas.

caso3_04Os sinais mais observados são as lesões ulceradas na pele, ou seja, feridas profundas, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente. A esporotricose está incluída no grupo das micoses subcutâneas.

2. A esporotricose atinge quais animais? Como é o contágio?

Embora a esporotricose já tenha sido relacionada a arranhaduras ou mordeduras de cães, ratos e outros pequenos animais, os gatos são os principais animais afetados e podem transmitir a doença para os seres humanos.

O fungo causador da esporotricose geralmente habita o solo, palhas, vegetais e também madeiras, podendo ser transmitido por meio de materiais contaminados, como farpas ou espinhos.

Animais contaminados, em especial os gatos, também transmitem a doença, por meio de arranhões, mordidas e contato direto da pele lesionada.

3. A esporotricose se manifesta em humanos?

Sim. O homem pega o fungo geralmente após algum pequeno acidente, como uma pancada ou esbarrão, onde a pele entra em contato com algum meio contaminado pelo fungo.

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Por exemplo: tábuas úmidas de madeira.

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Outra forma de contágio são arranhões e mordidas de animais que já tenham a doença ou o contato de pele diretamente com as lesões de bichos contaminados.

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Mas, vale destacar: isso não significa que os animais doentes não devam ser tratados, pelo contrário.

A melhor solução para evitar que a doença se espalhe é cuidar dos animais doentes, adotando, para isso, algumas precauções simples, como o uso de luvas e a lavagem cuidadosa das mãos.

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4. Como é possível identificar a esporotricose em humanos?

A doença se manifesta na forma de lesões na pele, que começam com um pequeno caroço vermelho, que pode virar uma ferida.

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Geralmente aparecem nos braços, nas pernas ou no rosto, às vezes formando uma fileira de carocinhos ou feridas.

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Como pode ser confundida com outras doenças de pele, o ideal é procurar um dermatologista para obter um diagnóstico adequado.

5. Os gatos podem transmitir esporotricose para as pessoas?

Sim, por meio de arranhões, mordidas e contato direto com a lesão. Por isso é importante que o diagnóstico seja feito rapidamente e que o animal doente receba o tratamento adequado.

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Animais doentes não devem nunca ser abandonados. Se isso acontecer, eles vão espalhar ainda mais a doença.

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Caso suspeite que seu animal de estimação está com esporotricose, procure um médico veterinário para receber orientações sobre como cuidar dele sem correr o risco de ser também contaminado.

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6. É possível que um gato doente contamine outros animais que convivem no mesmo ambiente, como uma casa, quintal ou apartamento?

Sim. Por isso é aconselhável isolar o gato do contato com outros animais, separando-o num ambiente próprio, para que receba os cuidados de que necessita sem comprometer a saúde dos outros bichos da casa.

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Outro cuidado muito importante: em caso de morte do animal com esporotricose, é essencial que o corpo seja cremado, e não enterrado. Isso porque a micose pode se espalhar pelo solo, espalhando a doença entre outros animais.

7. Que cuidados podem evitar a transmissão?

Uma boa higienização do ambiente pode ajudar a reduzir a quantidade de fungos dispersos e, assim, novas contaminações.

É também importante não manusear demais o animal, usar luvas e lavar bem as mãos.

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Em caso de morte dos animais doentes, não se deve enterrar os corpos, e sim incinerá-los, para evitar que o fungo se espalhe pelo solo.

8. Onde levar um gato com suspeita de esporotricose para ser atendido?

O animal com suspeita de esporotricose deve ser levado a uma clínica veterinária. Há atendimentos de baixo custo e alguns gratuitos.

No Rio de Janeiro, o animal pode ser encaminhado à Unidade de Medicina Veterinária da Prefeitura, que presta atendimento de segunda a sexta-feira, pela manhã e à tarde, com distribuição de números por ordem de chegada. Para mais informações acesse o site http://www.1746.rio.gov.br/ ou ligue para o 1746 da prefeitura.

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Fundação Oswaldo Cruz

A Fiocruz, por meio do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), também oferece atendimento. No entanto, o serviço já está trabalhando com sua capacidade esgotada, devido à grande demanda. Isso significa que, por ora, a Fiocruz não pode atender a novos casos.

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IJV no Rio

Por sua vez, o Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman também pode contribuir com informações. O IJV fica na Avenida Bartolomeu Gusmão 1.120, em São Cristóvão, Rio de Janeiro. O contato é: ijv@rio.rj.gov.br.

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Sugerimos ainda o contato com a Secretaria Especial de Promoção e Defesa dos Animais:
Telefone geral: (21) 3402-0388 (Centro de Proteção Animal);
Ouvidoria de atendimento: 3402-5417;
Administração no Centro Administrativo São Sebastião (CASS): 2292-6516;
Prefeitura: 1746;
Unidade Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman (UJV):ijv@rio.rj.gov.br

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9. E o atendimento às pessoas, onde é feito?

O atendimento de esporotricose no Rio de Janeiro está sendo feito pelos médicos de Postos de Saúde locais e dos Serviços de Atenção Básica do Programa Saúde da Família. Casos que apresentam uma complexidade maior, serão então referendados para o Centro Clínico do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, através de encaminhamento médico, do local de origem. Todos os dias a equipe de enfermagem faz avaliações, no período da manhã e, se for pertinente, a consulta médica é agendada.

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10. Para qual órgão devo comunicar que existem casos de esporotricose na região onde moro?

Ao Centro de Controle de Zoonoses do seu município. No Rio de Janeiro, o telefone é (21) 3395-1595. Caso não exista um setor como esse no seu município, sugerimos que comunique o caso à Secretaria de Saúde, pois é uma doença que pode contaminar os seres humanos.

Outro contato pode ser feito com a Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro, pelo telefone 1746 ou no site http://www.1746.rio.gov.br/.

11. Qual o tratamento indicado para gatos? E para humanos?

O tratamento recomendado, na maioria dos casos humanos e animais, é o antifúngico itraconazol, que deve ser receitado por médico ou veterinário.

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A dose a ser administrada deve ser avaliada por esses profissionais, de acordo com a gravidade da doença.

Mas, dependendo do caso, outros fármacos podem ser usados. Reforçamos: a administração do medicamento só deve ser feita após avaliação médica ou veterinária.

12. Como conseguir o medicamento? A Fiocruz oferece gratuitamente?

É possível comprá-lo em farmácias de todo o país. O fornecimento de medicamentos pela Fiocruz é restrito àqueles pacientes que estão regularmente matriculados, bem como aos animais que estão em acompanhamento no Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatozoonoses em Animais Domésticos.

13. Quanto tempo dura o tratamento?

Dependendo do caso, o tratamento pode durar meses ou mais de um ano. É muito importante que o tratamento seja seguido à risca.

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14. É contagiosa apenas por contato ou o fungo também pode ser transmitido pelo ar?

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A transmissão do fungo através da inalação é possível, mas é rara.

15. Já existe ou está sendo desenvolvida alguma vacina contra a esporotricose?

Não existe vacina contra a esporotricose, mas alguns estudos vêm sendo desenvolvidos.

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16. Existe transmissão entre humanos? Ou seja: uma pessoa com esporotricose pode transmiti-la para outra?

Não há registros de casos deste tipo de transmissão. Pelo que se sabe, as pessoas só contraem a doença pelo contato com meios ou animais contaminados.

Para mais informações, localização e contato:
Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas
Avenida Brasil 4.365 – Manguinhos, Rio de Janeiro
Contatos: (21) 3865.9595
http://www.ini.fiocruz.br

http://portal.fiocruz.br/pt-br/content/esporotricose-pesquisadores-esclarecem-sobre-doenca-que-pode-afetar-animais-e-humanos

Em Niterói (RJ):

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Departamento de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses
Rua São João, 190 – Centro – Niterói
Tel.: 2717-8331 / 2613-2775
devig@saude.niteroi.rj.gov.br

Centro de Controle de Zoonoses
Rua Gustavo Moreira, 200 – Morro do Céu – Caramujo
Tel.: 2625-8441 – 2627-9102 (fax)
cczoonoses@saude.niteroi.rj.gov.br

VIGILÂNCIA DA ESPOROTRICOSE ANIMAL EM NITERÓI – UNIDADE DE DIAGNÓSTICO EM ESPOROTRICOSE ANIMAL DE NITERÓI

Caso o Médico Veterinário suspeite que as lesões observadas em seu paciente sejam esporotricose, o Centro de Controle de Zoonoses de Niterói, em parceria com o Instituto Biomédico da Universidade Federal Fluminense, disponibiliza um local onde é feito o diagnóstico laboratorial da doença nos animais. O serviço é gratuito, com demanda espontânea e aberto a toda população da cidade. Funciona no Parque Palmier Silva – Horto Florestal do Barreto, Rua Palmier Silva s/nº (lado oposto ao nº 957), Barreto – Niterói, telefone (21) 3711-2832.

http://cczniteroirj.blogspot.com.br/2014/09/vigilancia-da-esporotricose-animal-em.html

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Saiba mais:

NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA

Os pacientes eram atendidos na Fiocruz, em Manguinhos, mas, após o aumento do número de casos, o controle passou a ser feito pelo estado.

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O quadro é tão sério que, a partir de 2013, a notificação de casos em humanos atendidos em unidades públicas ou consultórios particulares passou a ser obrigatória no Rio.

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O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia no Rio de Janeiro, Egon Daxbacher, explica que a esporotricose é uma micose profunda e, por isso, é transmitida apenas pela mordida ou pelo arranhão do gato.

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— É uma lesão em forma de caroços, que podem aumentar em número, sempre em linha reta. Eles costumam ser vermelhos, quentes e inflamar, gerando pus.

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Chefe do Laboratório de Pesquisa Clínica em Dermatozoonoses em Animais Domésticos do INI/Fiocruz, Sandro Pereira afirma que gatos contaminados apresentam ferimentos, principalmente na cabeça, nas patas e na cauda.

— A maioria dos animais que atendemos reside em casas e tem por hábito passear nas redondezas. Nesses passeios, eles podem, em uma briga, contrair o fungo de um gato doente.

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Dayvison Freitas destaca que a culpa pela proliferação da doença não é do gato:

— Ele é a maior vítima: adoece e precisa do humano para cuidar dele. É preciso que medidas de saúde pública sejam implantadas para levar os gatos doentes para abrigos e tratá-los.

DIAGNÓSTICO É FEITO POR ANÁLISE CLÍNICA

Causada pelo fungo Sporothrix schenckii, a esporotricose é uma micose que pode afetar animais e humanos.

Vacina ou tratamento preventivo

Não há vacina ou qualquer medicamento preventivo. A transmissão para o homem ocorre por meio de arranhões e mordidas do gato.

Sinais de contaminação em humanos aparecem, na maioria das vezes, em forma de lesões na pele, que começam com um pequeno caroço vermelho e podem evoluir para uma ferida.

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Geralmente, surgem nos braços, nas pernas e no rosto, formando uma fileira de caroços ou feridas. Nesses casos, donos de animais infectados devem procurar imediatamente o dermatologista.

Diagnóstico precoce

O diagnóstico nos bichos é feito por um veterinário, por meio de análise clínica. O fungo pode ser encontrado em terra úmida e, para evitar o contágio, as pessoas devem usar luvas.

Para prevenir a contaminação do gato, o ideal é manter o animal restrito, em casa ou no quintal, sem acesso à rua, onde ele pode ter contato com felinos infectados.

Lesões nos animais

Os bichos contaminados espirram com frequência e têm feridas, principalmente na cabeça. Mas os machucados podem surgir também nas patas e no rabo.

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As lesões são profundas, não cicatrizam, têm pus e se espalham para o restante do corpo. O animal perde apetite, fica apático e pode ter secreção nasal. O tratamento do gato e do humano contaminados é com comprimido antifúngico e dura, em média, de 4 a 6 meses.

http://oglobo.globo.com/rio/cresce-numero-de-casos-de-infeccao-transmitida-por-gatos-20236728

A visão do recém-nascido e do lactente

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Ao nascimento, o recém-nascido enxerga objetos a uma distância de 20 a 30 centímetros de seus olhos.

Como ele já nasce com uma preferência por mirar a face humana,  mama trocando olhares com a mãe.

Pesquisa do reflexo vermelho

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É importante que o hospital realize ao nascimento a pesquisa do reflexo vermelho nos olhos do bebê, que permite a detecção precoce de doenças que comprometem a visão, como a catarata congênita, o glaucoma e outras malformações oculares.

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Geralmente, o exame é feito na maternidade, porém poderá ser realizado também durante a primeira consulta com o pediatra.

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No segundo mês de vida, o lactente costuma conseguir fixar o olhar em objetos.

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Aos quatro meses, acompanha o movimento ao seu redor.

O estrabismo pode ser comum até os  6 meses

Com seis meses de idade o bebê já completou o desenvolvimento da visão e pega objetos com eficácia.

Desde o nascimento até os seis meses, a criança pode apresentar estrabismo intermitente (por segundos) – desvio convergente ou divergente dos olhos.

Caso o estrabismo seja fixo após seis meses de idade, pode ser necessária uma avaliação oftalmológica.

Bebês enxergam dobrado/borrado nos primeiros meses de vida

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Bebês vivem em universo multicolorido, com visão embaçada.
Eles compensam com a audição e sonham duas vezes mais que os adultos.

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Os recém-nascidos (RN) enxergam embaçado nas primeiras semanas de vida.

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A visão, ainda fora de foco, é atenta ao apelo das cores.

Eles ficam fascinados pelo vermelho, azulão, amarelo ovo. É um universo multicolorido de descobertas e sensações que se revela diante dos olhos dos bebês.

Desafios do RN

Sobreviver ao parto é apenas o primeiro desafio. Ao longo dos dois meses seguintes, o bebê vai se dedicar a decifrar tudo o que o cerca.

E o que ele vê nesse comecinho é uma confusão só. Isso porque, para formar uma imagem nítida, o cérebro precisa juntar as informações captadas por cada olho.

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Os recém-nascidos não têm essa capacidade. Até fortalecer os músculos dos olhos, eles enxergam tudo dobrado. Grandes borrões que felizmente vêm com um pontinho de foco a cerca de 20 centímetros do rosto do bebê.

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Não por acaso, é exatamente a essa distância que fica o olhar carinhoso da mamãe que alimenta seu filhote. Talvez seja por isso que nós sempre nos inclinamos para falar com um bebê.

Brinquedos coloridos e apropriados

Também, por puro instinto, viramos mestres das expressões exageradas porque essas se sobressaem a qualquer imagem borrada. Assim como os brinquedos com cores fortes, bem chamativas.

Na verdade, o que atrai os bebês nesta fase é o contraste.  Vai levar alguns anos para que esses pequenos artistas consigam detectar todos os tons.

A audição compensa a visão ainda imperfeita

A visão de um neném pode não ser perfeita, mas ele compensa com a audição. O ouvido interno já vem de fábrica funcionando muito bem. A voz da mamãe é instantaneamente reconhecida, assim como as músicas que ela curtia durante a gravidez. Já dentro da barriga o filhote vai formando sua memória musical.

E não se preocupe demais com o barulho dentro de casa. Os bebês já nascem acostumados a uma zoeira considerável. Afinal, o batimento do coração da mãe atinge até 90 decibéis quando chega ao útero. Segundo especialistas, “alto como o rugido de um carro esporte”.

Não é à toa que tantos bebês pegam no sono com alguém no volante.  O som constante, grave e abafado lembra muito os bons tempos dentro da barriga, e as leve sacolejadas também. Um barulho repentino pode até tirar o bebê do encanto, mas vai ser por pouco tempo.

Sonham até 2 x mais do que os adultos

Nos três primeiros meses, os bebês dormem até 16 horas por dia –  e não pense que a cabecinha deles fica parada esse tempo todo. Estudos mostram que os recém-nascidos sonham até duas vezes mais do que os adultos. É assim que o cérebro processa todas as novidades estranhas que apareceram durante o dia. Cientistas também constataram que o sono dos bebês também não é profundo como o nosso.

Muitos pais agora vão lembrar que já viveram uma cena como essa. Encontrar em plena madrugada uma criatura de olhos bem abertos. E pior: sem o menor sinal de querer voltar a dormir.

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Alteram a rotina

Os recém-nascidos não fazem ideia se é tarde demais para brincar ou se já passou da hora de acordar, e isso pode alterar a rotina da casa. O que eles simplesmente não podem deixar de fazer é dormir.

Cada nova experiência vivida pelo bebê produz mudanças dentro do cérebro. Um processo extremamente complexo que pode causar inesperados efeitos colaterais. Cientistas descobriram que algumas partes do cérebro de um recém-nascido ficam meio confusas até amadurecerem. Um barulho muito alto, por exemplo, pode ser sentido na ponta dos dedos.

Trilhões de conexões

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Isso acontece porque os neurônios formam trilhões de conexões dentro do cérebro e no começo essa rede fica um pouco bagunçada. Por isso, a ideia maluca de sentir o gosto de uma cor ou de cheirar um som, nessa fase, é completamente possível.  Significa que o cérebro é capaz de se adaptar a qualquer tipo de situação. E nos bebês essa flexibilidade não para de surpreender os médicos.

http://g1.globo.com/fantastico/quadros/mundo-secreto-dos-bebes/noticia/2015/01/recem-nascidos-enxergam-embacado-nas-primeiras-semanas-de-vida.html

Saiba mais: 

Olhos são extensões especializadas do cérebro 

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Por volta da sétima semana de gestação, a visão começa a se desenvolver.

Ao nascer, a criança enxerga borrões, claros e escuros, e rostos e objetos que fiquem de 20 a 30 centímetros dos seus olhos.

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O alinhamento coordenado dos olhos ainda é difícil.

Virá com o desenvolvimento neurológico. O que mais chama a atenção do recém-nascido são formas redondas e cores contrastantes. O rosto da mamãe, sempre pertinho na hora de dar cuidados, é uma grande atração – fonte de comunicação, de afeto e de segurança para o bebê.

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Alcance da visão deve aumentar com a idade do lactente

No segundo mês, o alcance de visão do bebê aumenta para cerca de 50 centímetros. Ele consegue fixar o olhar, focar objetos, e tenta acompanhar movimentos.

No terceiro mês, passará a ver imagens tridimensionais e será cada vez mais capaz de seguir objetos ou pessoas. No quarto mês, seu filho consegue reconhecer pessoas. Aos 6 meses, estará enxergando praticamente como um adulto.

De olho na brincadeira
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Primeiro Fale com o bebê de perto, para ele poder enxergá-la. Brinque com objetos redondos e de cores fortes.
Segundo Faça caretas para que ele tente imitar. Um móbile no berço vai encantá-lo.
Terceiro Segure-o em pé no colo, para ele observar melhor a movimentação ao redor.
Quarto Brinque de esconder o rosto e fazer aparecer novamente. Eles adoram.
Quinto Coloque brinquedos perto e longe do seu filho, para ajudá-lo a ampliar o campo de visão.
Sexto Estimule a curiosidade do bebê, deixando-o cercado por objetos coloridos e de texturas diferentes.

http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI998-15152,00.html

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O que diz a Oftalmologia Pediátrica?

Uma boa acuidade visual é importante no desenvolvimento físico e cognitivo normal da criança.

Um objeto, mesmo quando não é visto, existe e é reconhecido de forma diferente por crianças com acuidade visual normal e deficiente.

O desenvolvimento motor e a capacidade de comunicação são prejudicados na criança com deficiência visual porque gestos e condutas sociais são aprendidos pelo feedback visual.

Diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce de doenças que determinam prejuízo visual permite um tratamento efetivo, e quando não é possível tratar a doença ou a lesão é cicatricial, a prescrição de auxílios óticos e um programa de estimulação visual precoce permitem que a criança possa ter uma integração maior com seu meio.

É fundamental que o pediatra incorpore o exame oftalmológico ao seu exame do RN, que “olhe o olho” como olha deformidades físicas ou realiza uma manobra de Ortolani.

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Uma lanterninha e um oftalmoscópio direto é tudo o que o pediatra necessitará para realizar o exame: a lanterna para o exame externo e pesquisa dos reflexos fotomotores, e o oftalmoscópio para pesquisa do reflexo vermelho simultâneo dos dois olhos (Bruckner Test).

Reflexo vermelho alterado?

O exame deve ser feito na penumbra, com o oftalmoscópio colocado a aproximadamente  1 metro dos olhos da criança, observando-se o reflexo vermelho dos dois olhos simultaneamente.

Se for notado um reflexo diferente entre os olhos ou a presença de opacidade, esta criança deverá ser avaliada pelo oftalmologista com urgência, pois pode ter uma catarata congênita, retinoblastoma ou mesmo grandes diferenças de refração entre os olhos.

Estereopsia (visão binocular)

Os recém-nascidos geralmente não apresentam olhos alinhados nos primeiros dias de vida, pois o desenvolvimento da fixação monocular só está bem desenvolvida aos 2 meses, e a estereopsia ou visão binocular estará bem desenvolvida entre os 3 e 7 meses.

Esotropia congênita

Raramente a esotropia congênita tem seu diagnóstico feito antes dos 6 meses de vida.

Wasilewski e colaboradores encontraram o desvio dos olhos em convergência mais frequentemente (24%), não sendo o esperado para esta faixa etária, mas não significando que esta criança seja ou será estrábica.

Sondhi e col., examinando 2.271 recém-nascidos nos primeiros dias de vida, observaram que aproximadamente 30% deles tinham olhos alinhados, 70% olhos divergentes, e menos que 1% olhos em convergência.

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Glaucoma congênito
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O reflexo vermelho irá diagnosticar as doenças que comprometerem o eixo visual do olho, e o exame com a lanterna, a conjuntivite neonatal e o glaucoma congênito, deixando sem diagnóstico doenças graves.

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Um exame oftalmológico especializado, ainda no berçário, é recomendável nos RN que apresentaram trauma de parto, ou em crianças de famílias portadoras de retinoblastoma e outras doenças com transmissão genética.

É imprescindível o exame no berçário em recém-nascidos prematuros e portadores de infecção congênita.

Retinopatia da prematuridade

A prevalência e a gravidade da retinopatia da prematuridade (RP) ainda são importantes.

A RP é uma retinopatia proliferativa, com etiologia multifatorial, que compromete RN prematuros.

Nos últimos anos, novas drogas e técnicas foram introduzidas no tratamento destas crianças, fazendo com que a mortalidade perinatal diminuísse,

RN muito prematuros sobrevivessem, e a RP aumentasse em prevalência e gravidade proporcionalmente.

Deve ser avaliado no berçário todo RNPT (recém-nascido pré-termo ou prematuro) com peso ao nascer inferior a 1.500g, principalmente os com peso inferior a 1.250g e/ou idade gestacional (IG) inferior a 34 semanas.

Os RNPT que permanecerem em ventilação mecânica por mais de 20 dias, independente da IG, devem ser avaliados também.

O melhor momento para examinar

O melhor momento para realizar o exame é controverso. Realiza-se entre 4 e 6 semanas de vida e repete-se a cada 1 ou 2 semanas, até que a retina complete sua vascularização.

Como os recém-nascidos com IG menor que 27 semanas ao nascer têm maior risco para RP, realiza-se o primeiro exame com 30 semanas de IG corrigida, independente da idade cronológica.

Infecções congênitas

As principais infecções congênitas com acometimento oftalmológico são a toxoplasmose, a rubéola e o citomegalovírus (CMV). O seu tratamento não depende dos achados do exame oftalmológico.

O exame oftalmológico auxilia a diferenciar as condições citadas, bem como a orientar o seu tratamento, uma vez que as manifestações clínicas na maioria das vezes são semelhantes, e o tratamento inicial nem sempre suficiente.

Toxoplasmose

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A toxoplasmose é uma importante causa de baixa de visão em crianças.

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Mais de 82% dos indivíduos com infecção congênita, se não tratados durante o primeiro ano de vida, desenvolvem lesões coriorretinianas até a adolescência.

O tratamento desses casos reduz para 58% a porcentagem de lesões coriorretinianas observadas. É importante ressaltar que o cisto do toxoplasma pode romper tardiamente, e a criança não saber informar sobre a doença.

Recomenda-se o exame de toda criança, mesmo quando o exame do berçário é normal, com 3 e 6 meses, exames semestrais até os 3 anos, e a seguir, anualmente.

Citomegalovírus

A infecção por citomegalovírus (CMV) é comum na população geral e na maioria não acarreta lesão. Adquire importância clínica em imunodeprimidos e em RN infectados congenitamente.

A infecção materna é subclínica em 90% dos casos. Aproximadamente 40% das mães com infecção primária transmitem para o feto, porém somente 10 a 15% têm a doença sintomática ao nascimento.

A doença retiniana é devastadora.

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Os recém-nascidos com sorologia positiva para CMV devem ser avaliados semanalmente, no primeiro mês, e quinzenalmente até o quarto mês de vida.

http://www.scielo.br/pdf/jped/v78n3/v78n3a03

Suicídio: sinais de alarme

Todos os anos são registrados cerca de dez mil suicídios no Brasil e mais de um milhão em todo o mundo. Mesmo depois de setembro, a questão não pode nem deve ser esquecida.

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Definição

O suicídio pode ser definido como um ato deliberado (executado pelo próprio indivíduo), cuja intenção seja a morte, de forma consciente e intencional, mesmo que ambivalente, usando um meio que ele acredita ser letal.

Também fazem parte do que habitualmente chamamos de comportamento suicida: os pensamentos, os planos e a tentativa de suicídio.

Todas as culturas

O suicídio é um fenômeno presente ao longo de toda a história da humanidade, em todas as culturas.

É um comportamento com determinantes multifatoriais e resultado de uma complexa interação de fatores psicológicos e biológicos, inclusive genéticos, culturais e socioambientais.

Desfecho de vários fatores

Dessa forma, deve ser considerado como o desfecho de uma série de fatores que se acumulam na história do indivíduo, não podendo ser considerado de forma causal e simplista apenas a determinados acontecimentos pontuais da vida do sujeito. É a consequência final de um processo.

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Abordagem precisa ser adequada

Revendo as diversas estratégias preventivas de suicídio, conclui-se que melhorar os serviços de saúde e desenvolver intervenções efetivas para o grupo de pacientes com risco de suicídio é fundamental, considerando-se que, como será visto adiante, uma tentativa de suicídio é o principal fator de risco para outra tentativa e para o próprio suicídio.

Abordar adequadamente esse indivíduo pode garantir que sua vida esteja salva no futuro.

Mitos sobre o comportamento suicida

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Erros e preconceitos vêm sendo historicamente repetidos, contribuindo para formação de um estigma em torno da doença mental e do comportamento suicida.

O estigma resulta de um processo em que pessoas são levadas a se sentirem envergonhadas, excluídas e discriminadas.

Conhecer para desconstruir estigma

O conhecimento pode contribuir para a desconstrução deste estigma em torno do comportamento suicida.

Mitos

1.  O suicídio é uma decisão individual, já que cada um tem pleno direito a exercitar o seu livre arbítrio.

FALSO. Os suicidas estão passando quase invariavelmente por uma doença mental que altera, de forma radical, a sua percepção da realidade e interfere em seu livre arbítrio. O tratamento eficaz da doença mental é o pilar mais importante da prevenção do suicídio. Após o tratamento da doença mental o desejo de se matar desaparece.

2. Quando uma pessoa pensa em se suicidar terá risco de suicídio para o resto da vida.

FALSO. O risco de suicídio pode ser eficazmente tratado e, após isso, a pessoa não estará mais em risco.

3. As pessoas que ameaçam se matar não farão isso, querem apenas chamar a atenção.

FALSO. A maioria dos suicidas fala (ou dá sinais) sobre suas ideias de morte. Boa parte dos suicidas expressou, em dias ou semanas anteriores, frequentemente aos profissionais de saúde, seu desejo de se matar.

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4. Se uma pessoa que se sentia deprimida e pensava em suicidar-se, em um momento seguinte passa a se sentir melhor, normalmente significa que o problema já passou.

FALSO. Se alguém que pensava em suicidar-se e, de repente, parece tranquilo, aliviado, não significa que o problema já passou. Uma pessoa que decidiu suicidar-se pode sentir-se “melhor” ou sentir-se aliviado simplesmente por ter tomado a decisão de se matar.

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5. Quando um indivíduo mostra sinais de melhora ou sobrevive à uma tentativa de suicídio, está fora de perigo.

FALSO. Um dos períodos mais perigosos é quando se está melhorando da crise que motivou a tentativa, ou quando a pessoa ainda está no hospital, na sequência de uma tentativa.

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A semana que se segue à alta do hospital é um período durante o qual a pessoa está particularmente fragilizada. Como um preditor do comportamento futuro é o comportamento passado, a pessoa suicida muitas vezes continua em alto risco.

6. Não devemos falar sobre suicídio, pois isso pode aumentar o risco.

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FALSO. Falar sobre suicídio não aumenta o risco. Muito pelo contrário, falar com alguém sobre o assunto pode aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos trazem.

7. A mídia não deve abordar o tema (suicídio).

FALSO. A mídia tem obrigação social de tratar desse importante assunto de saúde pública e abordar esse tema de forma adequada. Isto não aumenta o risco de uma pessoa se matar; ao contrário, é fundamental dar informações à população sobre o problema, onde buscar ajuda etc.

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O impacto do suicídio: por que prevenir?

Em 2012, cerca de 804 mil pessoas morreram por suicídio em todo o mundo, o que corresponde a taxas ajustadas para idade de 11,4 por 100 mil habitantes por ano – 15,0 para homens e 8,0 para mulheres (OMS, 2014).

A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio, e a cada três segundos uma pessoa atenta contra a própria vida. As taxas de suicídio vêm aumentando globalmente.

Estima-se que até 2020 poderá ocorrer um incremento de 50% na incidência anual de mortes por suicídio em todo o mundo, sendo que o número de vidas perdidas desta forma, a cada ano, ultrapassa o número de mortes decorrentes de homicídio e guerra combinados.

Além disso, cada suicídio tem um sério impacto na vida de pelo menos outras seis pessoas.

Brasil

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O Brasil é o oitavo país em número absoluto de suicídios. Em 2012 foram registradas 11.821 mortes, cerca de 30 por dia, sendo 9.198 homens e 2.623 mulheres.

Entre 2000 e 2012, houve um aumento de 10,4% na quantidade de mortes, sendo observado um aumento de mais de 30% em jovens.

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Os números brasileiros devem, entretanto, ser analisados com cautela. Em primeiro lugar porque pode haver uma subnotificação do número de suicídios, em segundo lugar porque há uma grande variabilidade regional nas taxas.

ABP e CFM: cartilha importante

Em uma ação inédita, Conselho Federal de Medicina – CFM e Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP firmam parceria para combater os altos índices de suicídio no Brasil.

Segundo pesquisas, 17% das pessoas no Brasil já pensaram, em algum momento, em tirar a própria vida. Por isso, as duas entidades se empenharam em criar uma cartilha para orientar os médicos e profissionais da área de saúde em casos de tentativa de suicídio ou para identificarem possíveis casos em seus pacientes.

A cartilha foi uma iniciativa do Conselho Federal de Medicina e pela Comissão de Estudos e Prevenção de Suicídio da ABP.

A cartilha “Suicídio: informando para prevenir” fala sobre como abordar um paciente, explica de que forma as doenças mentais podem estar relacionadas ao suicídio, os fatores psicossociais e dados atualizados sobre o tema.

Conheça e compartilhe a cartilha “Suicídio: informando para prevenir”:

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Alimentos para o bom humor

Essa ligação começa quando o bebê nasce: ao ser amamentado, ele não apenas é nutrido, mas sente prazer.

Neurotransmissores

A explicação para esse envolvimento de nossas emoções é científica: a química dos alimentos é capaz de alterar a produção de neurotransmissores – substâncias que transmitem impulsos nervosos no cérebro e são responsáveis pelas sensações.

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Há uma série de alimentos que podem contribuir para melhorar o ânimo porque estimulam a produção dos neurotransmissores responsáveis pelo prazer, bem-estar e euforia – entre os quais serotonina, dopamina, noradrenalina e acetilcolina.

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Serotonina

O mais estudado neurotransmissor é a serotonina. “Sua produção pode ser aumentada com o consumo de alimentos ricos em triptofano, um aminoácido, e carboidratos”, explica Rosana Raele, nutricionista do Centro de Medicina Preventiva Einstein.

É por isso que quando alguém está chateado e como um doce tem a sensação de que melhorou.

Na Inglaterra, o estudo Food and Mood Project (Projeto Comida e Humor) revelou que mudanças no que comemos podem ser positivas para a saúde mental.

Cerca de 200 pessoas fizeram uma dieta recomendada e avaliaram o impacto da mudança nutricional no seu humor.

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A experiência mostrou que 26% tiveram uma melhora na instabilidade emocional, 24% na depressão e 26% em ataques de pânico e ansiedade.

Os indivíduos estudados diminuíram o consumo de açúcar, cafeína, álcool e chocolate e aumentaram o de frutas, peixes e líquidos.

Seis refeições diárias

Uma observação importante: ficar muito tempo sem comer reduz os níveis de glicose, o que pode afetar negativamente o humor.

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Assim, o ideal é alimentar-se seis vezes ao dia: café-da-manhã, colação (lanche matinal), almoço, lanche, jantar e ceia.

Fontes de bom humor

Conheça alguns dos principais alimentos que podem ajudar a melhorar e manter o astral.

Chocolate

Além do açúcar, contém tirosina – substância que estimula a produção de serotonina – e minerais importantes como cobre, manganês e magnésio (nutriente que fica em falta no período pré-menstrual).

Dispara a produção de endorfina e dopamina, neurotransmissores responsáveis pelo relaxamento. Os mais recomendados são os com 70% de teor de cacau pelo alto poder antioxidante.

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Aveia

Cereal que contém altas doses de triptofano.

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Além do aminoácido que auxilia o organismo a liberar a serotonina, também tem bons níveis de selênio, que colabora para a produção de energia.

Banana madura

Contém duas substâncias que auxiliam o humor: os carboidratos, que estimulam a produção de serotonina e a vitamina B6, que garante mais energia. É ótima como opção de lanche rápido.

Brócolis

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Rico em ácido fólico, que é importante para a liberação da serotonina. Além de garantir o bom humor, renova as células e previne defeitos no sistema nervoso dos fetos, portanto é essencial para as gestantes.

Espinafre e folhas verde-escuras

Têm efeito antidepressivo por serem ricos em magnésio – que atua na produção de energia, potássio e vitaminas A, C e do complexo B, que ajuda a manter o sistema nervoso tranquilo.

Oleaginosas

São as nozes, castanhas, amêndoas e a mais poderosa de todas, a castanha-do-brasil. Auxiliam na diminuição do estresse por conterem um importante antioxidante, o selênio.

Laranja, maracujá e jabuticaba

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Por terem altas doses de vitamina C, previnem o cansaço e combatem o estresse. Também colaboraram com as defesas do organismo.

A jabuticaba ainda tem a vantagem de conter vitaminas do complexo B.

Leite

Produz um efeito relaxante em toda a musculatura graças ao triptofano, que é precursor da serotonina.

Ovos

Contêm substâncias que garantem o bom humor, como a tiamina e niacina (vitaminas do complexo B), além de fazerem bem para a memória.

Peixes e frutos do mar

Grandes fontes de minerais importantes para a atividade cerebral, como o selênio. Também ajudam a combater o cansaço e a ansiedade.

Os frutos do mar são ricos em zinco, mineral essencial para o bom humor.

Pimenta

A sensação de ardência é provocada pela capsaicina – substância presente na pimenta – e faz com que o cérebro produza mais endorfina, neurotransmissor responsável pela sensação de euforia.

comidahumorA pimenta-de-cheiro, a vermelha e a malagueta são as melhores para o humor.

Sementes de abóbora e girassol

Ricas em triptofano, além auxiliarem na manutenção do bom humor, também ajudam a melhorar a qualidade do sono.

Podem ser consumidas entre as refeições, como lanche.

Alface

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Tem efeito calmante em razão da lactucina, substância presente em maior quantidade nos talos e coração, que devem fazer parte das saladas, juntamente com as folhas.

Sugestão de “cardápio animado”

Uma alimentação balanceada, sem radicalismo e perseguição de determinados itens, é sempre a mais recomendada.

“É importante manter o equilíbrio no fornecimento de nutrientes, principalmente os envolvidos em uma estrutura bioquímica essencial como o nosso cérebro”, diz a nutricionista Rosana.

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Ela elaborou este exemplo de cardápio com 2000 calorias para um dia com bastante bom humor e energia.

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Café da manhã

  • 1 copo de suco de laranja
  • ½ mamão papaia com aveia
  • 2 fatias de pão integral
  • 1 fatia de queijo brancoo_humor_salva

Lanche da manhã

  • 3 castanhas-do-pará

Almoço

  • Salada de folhas verdes com tomate
  • 3 colheres (sopa) de arroz integral
  • 1 concha de feijão
  • 3 colheres (sopa) de espinafre refogado
  • Salada de frutas

Lanche da tarde

  • 1 banana com aveia

Jantar

  • Salada de folhas verdes / cenoura/ beterraba
  • 3 colheres (sopa) de arroz integral
  • Salmão assado com amêndoas
  • Brócolis sautée
  • Melão ou jabuticabas

Ceia

  • Chá de erva-doce
  • 4 biscoitos integrais

Fonte:

http://www.einstein.br/einstein-saude/nutricao/Paginas/alimentos-para-o-bom-humor.aspx

Piaget e o desenvolvimento humano

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Psicólogo e filósofo suíço, Piaget foi um importante teórico do processo do conhecimento humano (epistemologia).

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Para Piaget, o conhecimento construído pelo homem é resultado do seu esforço de compreender e dar significado ao mundo.

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Nessa tentativa de interação e compreensão do meio, o homem desenvolve equipamentos neurológicos herdados que facilitam o funcionamento intelectual.

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O organismo do homem é essencialmente seletivo por organizar os alimentos que lhe podem ser úteis. Esses alimentos vão sendo adaptados, de acordo com as necessidades biológicas.

Necessidades

À medida que o homem seleciona os alimentos e inicia a adaptação destes ao organismo, acontece à assimilação, ou seja, a estrutura biológica acomoda os alimentos para satisfazer as necessidades do corpo.

Por inúmeros biógrafos, fica-se conhecendo a longa vida que viveu, imerso em estudos, que renderam avanços na neurologia, psicologia e pedagogia.

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Resumo da biografia

Jean William Fritz Piaget nasceu em 9 de agosto de 1896, na cidade suíça de Neuchâtel, no Cantão francês, e faleceu em Genebra, em 16/9/1980.

Aos 10 anos, João (Piaget) escreveu um artigo sobre um pardal inteiramente branco (albino), para impressionar a bibliotecária da universidade, que não levava a sério sua capacidade de entender os livros que buscava. Sua estratégia deu certo.

Moluscos, fósseis e petróleo

Ainda adolescente, tornou-se internacionalmente conhecido através da publicação de vários artigos sobre espécies de moluscos, cuja evolução, indicada pelos fósseis, era a chave e único indicador para a datação das camadas de rochas em sua época.

Seus estudos eram objeto de grande interesse para a pesquisa petrolífera que se intensificava no início do século. Essa inclinação pelo enfoque evolutivo, ele depois aplicaria na preparação dos testes de inteligência infantil a que mais tarde se dedicou.

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Biologia e Psicologia

Bacharel em Biologia pela Universidade de Neuchâtel (1915), doutorou-se em Ciências Naturais na mesma universidade em 1918. Foi a Zurique estudar Psicologia.

A oportunidade de trabalhar no laboratório de testes de Alfred Binet, em 1919, em Paris, foi decisiva para sua orientação científica. Foi tentando aperfeiçoar testes de QI que Piaget ingressou em suas pesquisas sobre as fases do amadurecimento da inteligência na criança.

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Em 1921, Eduardo Claparéde, psicólogo da educação e diretor do Instituto Jean-Jacques Rousseau de Genebra destinado à formação de professores, ofereceu-lhe um lugar de pesquisador. Aquele diretor estava impressionado com um artigo recebido de Piaget sobre a inteligência infantil.

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Primeiro livro

Piaget publicou, em 1923, o seu primeiro livro, “A linguagem e o pensamento da criança”.

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No ano seguinte, casou-se com sua assistente Valentine Châtenay. Tiveram três filhos: Jacqueline (1925), Lucienne (1927) e Laureni (1931), crianças cujo desenvolvimento mental Piaget acompanhou e descreveu detalhadamente.

Os resultados obtidos da observação da conduta de seus próprios filhos, que abarcaram o período desde o nascimento até aproximadamente 2 anos (período que Piaget designou “sensorio-motor”).

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Foram publicados em 2 volumes: O Naissance de l’ intelligence chez l’ enfant (“O nascimento da inteligência da criança”), de 1936, e La construction du réel de l’enfant (“A construção de o real na criança”), de 1936.

Mais tarde Piaget sucedeu Claparede como diretor e como professor na universidade de Genebra onde lecionou História do Pensamento Científico, Psicologia e Sociologia.

UNESCO

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Após a Guerra, em 1946, Piaget participou da criação da UNESCO, órgão das Nações unidas para a Educação, Ciência e Cultura, colaborando na elaboração de seu regimento e tornando-se membro do seu conselho executivo.

Em 1950, publicou a primeira síntese de sua teoria do conhecimento: “Introdução à Epistemologia Genética”. Nomeado em 1952, foi professor na Sorbone até 1963.

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Em 1956 Piaget criou, na Faculdade de Ciências de Genebra, o Centro Internacional de Epistemologia Genética, onde passou a investigar sistematicamente, com o apoio de uma grande equipe, o desenvolvimento do pensamento da criança nos modos de pensar moral, abstrato, lógico e concreto.

É de 1967 sua principal obra: “Biologia e conhecimento”.

Teoria

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Os testes aplicados por Piaget a crianças desde tenra idade, – a principal atividade no Centro Internacional por ele criado em Genebra – provaram que as aptidões para o raciocínio evoluem segundo estágios sucessivos ao longo do desenvolvimento físico da criança.

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Então, se tais aptidões acompanhavam o desenvolvimento orgânico do indivíduo, elas tinham raízes em estruturas também orgânicas ou genéticas.

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Em seu entender, isto contrariava a fórmula comportamentalista S-R, que expressa o estímulo e a resposta sem a representação do que existe na mente que identifica o estímulo e permite a resposta.

Estágios de desenvolvimento do raciocínio

Piaget determinou quatro estágios no desenvolvimento da capacidade de raciocínio do indivíduo, que se sucedem até o início da adolescência e corresponderiam a sucessivas fases de seu crescimento físico.

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Essa descoberta tornou-se bastante conhecida.

Primeiro estágio

Ao primeiro estágio chamou sensório-motor. Ele corresponde aos dois primeiros anos da vida e caracteriza-se por uma forma de inteligência empírica, exploratória, não verbal.

A criança aprende pela experiência, examinando e experimentando com os objetos ao seu alcance, somando conhecimentos.

Segundo estágio

No segundo estágio, que ele chamou pré-operacional, e que vai dos dois anos aos sete anos, os objetos da percepção ganham a representação por palavras, as quais o indivíduo, ainda criança, maneja experimentalmente em sua mente assim como havia previamente experimentado com objetos concretos.

Terceiro estágio

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No terceiro estágio, dos sete aos doze anos, as primeiras operações lógicas ocorrem e o indivíduo é capaz de classificar objetos conforme suas semelhanças ou diferenças.

Quarto estágio

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No quarto estágio, dos doze anos até a idade adulta, o indivíduo realiza normalmente as operações lógicas próprias do raciocínio.

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Os estágios têm caráter integrativo. As estruturas construídas são integradas nas estruturas do nível seguinte.

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Por exemplo, um “esquema de reunião” para condutas, como a de um bebê que empilha toquinhos, permanece na criança mais velha que ajunta objetos procurando classificá-los e mesmo em operações lógicas tais como a reunião de duas classes (os pais mais as mães = todos os pais etc.).

Patamar de equlíbrio

Assim, o desenvolvimento por estágios sucessivos realiza em cada estágio um patamar de equilíbrio. Desde que o equilíbrio seja atingido num ponto, a estrutura é integrada em um novo equilíbrio em formação, sempre mais estável e de campo sempre mais extenso.

A ordem de sucessão das aquisições é constante, no sentido de que uma característica não aparecerá antes de outra num conjunto de indivíduos, e depois em sequência diferente, em outro conjunto.

Produção científica

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Piaget escreveu mais de cinquenta livros e centenas de artigos científicos.

A partir da trilogia: (1) o nascimento da inteligência na criança; (2) a construção do real na criança e (3) a formação do símbolo na criança, Piaget relata seus estudos sobre o desenvolvimento cognitivo para demonstrar que “a capacidade cognitiva humana nasce e se desenvolve, não vem pronta”.

Homenagens internacionais (resumo)

Piaget mantém seus compromissos internacionais junto ao Gabinete Internacional de Educação.

Em 1952, é convidado para ensinar na Sorbonne – ocasião em que trata, entre outros temas, das relações entre inteligência e afetividade.

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Dois anos depois, assume a presidência da União Internacional de Psicologia Científica (1954-1957).

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Em 1936, recebe o primeiro título de “doutor honoris causa” pela Universidade de Harvard. A Sorbonne e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1946 e 1949, respectivamente, conferem-lhe o mesmo título – homenagem que se repete por mais de trinta universidades em todo o mundo.

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Fontes:

  • http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/jean-piaget-307384.shtml
  • http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/32647/as-contribuicoes-teoricas-de-jean-piaget-para-a-aprendizagem
  • https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Piaget

Epistaxe: sangramento nasal e o tempo

A variação sazonal, com predominância nos meses de inverno, foi encontrada na maioria dos estudos relacionados ao sangramento nasal (também conhecido como epistaxe).

Fatores principais

Entre os principais fatores que influenciam a sua ocorrência estão: aumento do número de casos de infecções das vias áreas superiores, rinite alérgica e alterações na mucosa associados às flutuações de temperatura e umidade.

Baixo teor de umidade no ar ambiente pode resultar em secura e irritação das mucosas. Esse fator é comum nos meses de inverno e nos locais com aquecimento central, sem umidificadores.

A vermelhidão da mucosa do nariz, que acompanha a rinite alérgica ou viral, pode propiciar pequenos traumas, levando ao sangramento.

O que fazer na hora do sangramento?

Sangramentos nasais são comuns, mas nem sempre graves. As principais causas são exposição ao ar seco e manipular o interior do nariz.

Se o nariz começar a sangrar, o principal é saber como proceder. A maioria dos casos cessa espontaneamente. E como saber se é sério ou não? Quando procurar o hospital?

Você deve procurar um médico se o sangramento:

  • ocorrer em grande quantidade, causando dificuldade de respirar
  • lhe deixar muito pálido, cansado ou com confusão mental
  • não cessar, mesmo com as medidas realizadas em casa
  • acontecer logo após uma cirurgia do nariz,
  • acontecer se você tem, sabidamente, alguma lesão intranasal
  • vier acompanhado de outros sintomas, como dor no peito
  • acontecer após algum trauma, como ser atingido na face
  • não parar e você fizer uso de algum anticoagulante ou antiagregante plaquetário.

Como evitar?

  • use um umidificador no quarto
  • deixe sempre a mucosa nasal úmida, através de sprays nasais/soro fisiológico
  • tome cuidado ao manipular seu nariz, para evitar pequenos traumas, que podem levar a um sangramento.

Qual o tratamento?

Algumas medidas podem ser realizadas em casa, no momento do sangramento:

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  1. Assoe o nariz. Isso pode aumentar o sangramento num primeiro momento, não se assuste!
  2. Fique sentado ou em pé com a cabeça inclinada para frente. NÃO deite ou coloque a cabeça para trás!
  3. Aperte suas narinas por alguns segundos (na ponta do nariz)
  4. Fique pressionando seu nariz, com papel descartável, por alguns minutos (respire pela boca)
  5. Se o sangramento persistir, repita os passos. Se mesmo assim não parar de sangrar, procure o pronto atendimento.

Fonte:  Fernanda D. Giglio Petreche e Juliana A. Soares, disponível em https://www.einstein.br/noticias/noticia/qual-a-relacao-do-sangramento-nasal-com-o-tempo-seco

Saiba mais:

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Epistaxe: diagnóstico e tratamento
Eduardo Macoto Kosugi
Leonardo HigaNakao
José Arruda Mendes Neto
Bruno Borges C. Barros
Luiz Carlos Gregório
Trabalho realizado no Setor de Rinologia do Departamento de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo.
RESUMO

A epistaxe é a principal urgência otorrinolaringológica, com grande incidência e impacto social, porém a grande maioria dos episódios é autolimitada. A característica principal da vascularização nasal é a presença de anastomoses entre os sistemas carotídeos externo e interno, que determinam correlação clínico-anatômica, que devem ser consideradas na investigação diagnóstica e conduta terapêutica da epistaxe. O objetivo deste artigo é revisar os principais pontos do diagnóstico e do tratamento da epistaxe.

INTRODUÇÃO

Epistaxe (do grego, epi = sobre e stag = gotejar) é uma alteração da hemostasia nasal. Trata-se da mais frequente urgência otorrinolaringológica apresentando prevalência entre 10% e 12%(1).

Estima-se que cerca de 60% das pessoas no mundo apresentaram ou apresentarão epistaxe ao menos uma vez na vida, sendo que a grande maioria dos episódios é autolimitada, não necessitando intervenção médica.

Apenas 6% dos episódios de epistaxe necessitam auxílio médico para conter o sangramento e, destes, somente 1% necessita internação hospitalar(1-3). Mesmo assim, cerca de 4% dos casos atendidos em serviços de alta complexidade de urgência e emergência são epistaxes, representando a principal causa de sangramento e um dos dez diagnósticos mais comuns em urgência e emergência otorrinolaringológica(4).

Ocorre variação sazonal e etária. Há maior incidência em meses frios e secos(2-5).

Mesmo em uma cidade sem estações do ano bem definidas, como São Paulo, percebe-se que há sazonalidade na epistaxe, com predomínio no outono e inverno, tanto dos casos leves, de fácil tratamento, como os graves, com necessidade de tratamento mais agressivo( 4,7).

Além disso, existem dois picos de prevalência de idade para a epistaxe: um antes dos 10 anos e outro após 35 anos(3). Porém, existem diferenças clínico- -anatômicas entre estes picos, já que os episódios na infância costumam ser mais brandos e os raros casos graves são bem mais comuns em idosos(2,7).

CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS

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A vascularização nasal tem como principais características o suprimento de dois sistemas vasculares (carotídeo externo e interno) e as múltiplas anastomoses existentes entre estes sistemas na mucosa nasal (2,5,6).

O sistema da artéria carótida externa é o principal responsável pelo fluxo sanguíneo no nariz, via artéria maxilar, que entra na fossa pterigopalatina e termina como artéria esfenopalatina, e da artéria facial, que dá o ramo labial superior que penetra na cavidade nasal e se distribui na parte anterior do nariz (2).

A artéria esfenopalatina, tipicamente, divide-se em dois ramos após passar para a cavidade nasal via forame esfenopalatino, mas pode dividir-se em três ou mais(2,8). Além disso, a divisão da artéria esfenopalatina pode ocorrer antes do forame esfenopalatino, ainda na fossa pterigopalatina(2,8).

Os dois ramos mais comuns da artéria esfenopalatina são: a artéria septal, que irriga o septo posteriormente, e a artéria nasal lateral posterior, que irriga a concha média e inferior posteriormente(2).

O sistema da carótida interna origina a artéria oftálmica, que entra na órbita com o nervo óptico, cujos ramos terminais são as artérias etmoidais anteriores e posteriores. A artéria etmoidal anterior é mais calibrosa que a posterior e é responsável pela irrigação do terço anterior da parede lateral e superior do nariz. Já a artéria etmoidal posterior irriga a área da concha superior e zona correspondente no septo(2).

Um dos principais pontos de anastomose do sistema carotídeo interno e externo se faz na região anterior do septo ou área de Little, e é chamada de Plexo de Kiesselbach (8,9).

O plexo de Kiesselbach não forma uma rede vascular randômica, e sim um triângulo anastomótico arterial consistente com suprimento vascular constante(2). O vértice superior do triângulo recebe suprimento da artéria etmoidal anterior; o vértice anterior, da artéria labial superior e o vértice posterior, da artéria septal(9).

CORRELAÇÃO CLÍNICO-ANATÔMICA

Do ponto de vista anatômico, a epistaxe pode ser classificada em anterior e posterior, de acordo com a origem do sangramento na cavidade nasal (1,6).

Entre 90% e 95% dos sangramentos são classificados como anteriores, principalmente da área de Little (3,6).

Além de mais frequentes, os sangramentos anteriores costumam ser autolimitados, menos graves e ainda facilmente conduzidos pelo médico.

As epistaxes posteriores são clinicamente distintas das anteriores, pois são mais raras, costumam ter prognóstico mais grave e apresentam pico de prevalência em idosos (3,7).

A região mais acometida é a parte posterior da parede nasal lateral, relacionada com os vasos do forame esfenopalatino, que são os mais calibrosos da cavidade nasal(3). Devido às diferenças clínicas apresentadas entre os sangramentos anteriores e posteriores, é correto afirmar que há correlação clínico-anatômica na epistaxe(2-6).

ETIOLOGIA

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Fatores locais

Traumatismos: o trauma digital, isto é, o hábito de colocar o dedo no nariz, é o maior responsável pelos sangramentos nasais, principalmente em crianças.

A rinite alérgica tem papel importante neste quadro, pois atua como fator desencadeante da manipulação digital devido ao prurido nasal que ela provoca.

Em pacientes hospitalizados, o uso de sondas nasogástricas ou nasoenterais é causa comum de epistaxe pelo trauma durante a introdução.

A fratura de face mais frequente ocorre no nariz (50% dos traumas), pela sua localização e projeção, constituindo importante causa de epistaxe.

Uma situação grave, porém rara, é o sangramento decorrente de aneurismas ou pseudoaneurismas da artéria carótida interna em pacientes com história de traumatismo cranioencefálico (2,3,5).

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Alterações anatômicas: o desvio septal é uma variação anatômica comum, porém seu papel na etiologia da epistaxe é incerta.

Provavelmente,o desvio septal causa turbulência do fluxo aéreo, que leva ao ressecamento da mucosa, que facilita o sangramento(2,5).

As perfurações septais podem promover o mesmo mecanismo de turbulência e ressecamento de mucosa, levando à epistaxe também(3).

Inflamação: a epistaxe pode ocorrer devido à inflamação da mucosa nasal, seja por causas alérgicas ou infecciosas, agudas ou crônicas (alergia, resfriado comum, vestibulite, rinossinusites).

Outras doenças de características específicas como a granulomatose de Wegener e o granuloma letal de linha média também são causas de epistaxe (5).

Corpos estranhos: ocorre geralmente em crianças ou indivíduos com distúrbios mentais. O corpo estranho nasal pode causar rinorreia purulenta fétida unilateral com epistaxe(5). Remoção simples e lavagem com solução isotônica são as medidas mais indicadas.

Cirurgias nasais: a hemorragia nasal é a mais frequente complicação das cirurgias de nariz, geralmente ocorrendo na primeira semana de pós-operatório (com ocorrência em até 30 dias após o procedimento). Os procedimentos mais associados a sangramentos no pós- -operatório são as turbinectomias (0,9% a 8,9%)(5).

Tumores: tumores nasais, dos seios paranasais e da rinofaringe, podem apresentar sangramentos exteriorizados pela cavidade nasal.

O angiofibroma nasofaríngeo juvenil se destaca por acometer adolescentes e adultos jovens, do sexo masculino, com queixas de obstrução nasal e epistaxes recorrentes.

Os tumores malignos mais frequentes na cavidade nasal são os carcinomas espinocelulares que habitualmente se manifestam com sangramento nasal e obstrução nasal unilateral (5).

Fatores sistêmicos

Drogas: os anti-inflamatórios não esteroidais (AINE) e o ácido acetilsalicílico (AAS) são as medicações mais associadas à epistaxe, por inibir a agregação plaquetária.

Já os anticoagulantes (warfarina, enoxaparina, heparina) podem induzir ao sangramento pela inibição da síntese de fatores de coagulação ligados a vitamina K.

Outras substâncias também podem inibir a agregação plaquetária, como alho, ginkgo biloba e ginseng (os 3 Gs, em inglês) (2).

Hipertensão: o papel da hipertensão arterial sistêmica (HAS) é discutível e nenhuma associação clara foi estabelecida como fator isolado na epistaxe (2).

Um estudo transversal populacional não mostrou associação entre HAS e epistaxe, enquanto num estudo prospectivo em pacientes hipertensos que apresentaram epistaxe a incidência da epistaxe não esteve relacionada com a gravidade da HAS.

Em contraste, outros estudos mostraram pressões arteriais elevadas nos pacientes com epistaxe (3).

No momento da epistaxe, a pressão arterial mais elevada pode não ser a causa, mas consequência da epistaxe, já que o quadro costuma gerar grande ansiedade nos pacientes (5).

Apesar de não haver certeza absoluta da HAS como causa de epistaxe, é sabido que níveis pressóricos elevados dificultam o controle do sangramento(2).

Coagulopatias: pacientes com doenças hereditárias como as hemofilias, von Willebrand e trombocitopenias frequentemente apresentam epistaxes. Doença renal crônica com necessidade de hemodiálise é fator de risco para epistaxe, devido à menor agregação plaquetária induzida pela doença, além do uso de heparina para a diálise(5).

Coagulopatias decorrentes de insuficiência hepática e síndromes paraneoplásicas também podem cursar com epistaxe(5).

Vasculopatias: a telangectasia hemorrágica hereditária (doença de Rendu-Osler- Weber) é uma doença autossômica dominante que cursa com epistaxes(2-5). Nesta doença, as paredes dos vasos são anormais com degenerações focais do endotélio, resultando em telangectasias e malformações arteriovenosas, que promovem episódios recorrentes de epistaxe(2,5).

DIAGNÓSTICO

Por tratar-se de um quadro de urgência ou até emergência, o atendimento ao paciente com epistaxe acaba sobrepondo diagnóstico e tratamento.

A preocupação inicial na avaliação da epistaxe é verificar a via aérea e a estabilidade hemodinâmica (2,3).

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A anamnese deve ser sucinta, com especial atenção para lateralidade, duração, frequência e gravidade do sangramento. A quantidade do sangramento é muito difícil de ser quantificada.

Devemos ater-nos, neste caso, à repercussão hemodinâmica provocada pela epistaxe.

É importante tentar identificar a etiologia, questionando o uso de AAS, AINE ou anticoagulantes, histórico de trauma, presença de doenças nasais, hepatopatias, coagulopatias, vasculopatias e HAS.

Obstrução nasal ipsilateral ao sangramento pode sugerir neoplasia nasal. Se o sangramento for pós-trauma, investigar outras lesões associadas(2,3). No exame físico devemos verificar, inicialmente, o estado geral do paciente, com especial preocupação com a permeabilidade de via aérea e estabilidade hemodinâmica.

Então, devemos tentar identificar o ponto do sangramento, o que nem sempre é de fácil realização.

Topodiagnóstico é a palavra-chave no manejo das epistaxes, devido à grande quantidade de vasos dos dois sistemas carotídeos e intensa anastomose entre eles. Iluminação adequada, com utilização de uma boa fonte de luz frontal, é fundamental.

Devemos efetuar sucção cuidadosa dos coágulos da cavidade nasal, assim como efetuar vasoconstrição da mucosa com cotonoides embebidos em solução de adrenalina ou outro vasoconstritor, associado ou não a algum anestésico (lidocaína ou neotutocaína).

A rinoscopia anterior pode identificar epistaxes anteriores (área de Little), que são as mais frequentes (80% a 90% dos casos). Porém, o uso do endoscópio nasal é muito importante para as epistaxes posteriores (parede nasal lateral, região superior e posterior do nariz), além de identificar alterações anatômicas, tumores nasais, corpos estranhos e telangectasias(2,3).

Os quadros leves, facilmente controlados, não necessitam investigação adicional de urgência. Pacientes com episódios mais graves necessitam avaliação hematimétrica com tipagem sanguínea para possível necessidade de transfusão e coagulograma completo. Dependendo da suspeita clínica, avaliação renal ou hepática pode ser solicitada. Em suspeita de neoplasia nasal, a tomografia computadorizada e/ou ressonância magnética são de grande valia.

CONDUTA

Medidas iniciais

O tratamento pode variar de acordo com a gravidade e localização do sangramento. Mas a experiência do médico é fundamental na tomada de conduta, principalmente nos casos mais graves(2).

O ABC básico é sempre a avaliação inicial. Garantir a via aérea com intubação orotraqueal ou traqueostomia pode ser necessário nos casos de choque hemorrágico. Oxigenação é importante principalmente nos cardiopatas.

Acesso venoso calibroso é fundamental nos pacientes com sangramento ativo intenso. Ao puncionar a veia, colhe-se sangue para hemograma, coagulograma e tipagem sanguínea e se inicia hidratação vigorosa quando há repercussão hemodinâmica( 5).

Sempre que possível, manter o paciente sentado, para evitar deglutição de coágulos(3).

Aspiração nasal cuidadosa dos coágulos melhora bastante a visualização da cavidade nasal, mas é fundamental a utilização de cotonoides embebidos em soluções tópicas vasoconstritoras (adrenalina 1:100.000, fenilefrina 1% ou oximetazolina 0,05%) associadas a anestésicos (lidocaína 2% ou neotutocaína 2%)(2).

O paciente com epistaxe costuma estar extremamente ansioso, com hipertensão arterial secundária à ansiedade, o que piora o sangramento.

Manter a calma e tentar acalmar o paciente são ações necessárias.

Compressas geladas sobre o dorso nasal auxiliam, pois têm efeito vasoconstritor(5).

Compressão digital com o polegar e o indicador se constitui na primeira medida a ser tomada, enquanto outras medidas são preparadas. Ao menos cinco minutos de compressão devem ser efetuadas para tentativa de hemostasia(2,5).

Cauterização nasal

A cauterização nasal pode ser usada para tratamento de sangramentos anteriores quando o ponto de sangramento é visível pela rinoscopia anterior.

Porém, com o uso do endoscópio nasal, sangramentos posteriores também podem ser abordados com a cauterização. A cauterização pode ser química, com ácido tricloroacético ou nitrato de prata, ou elétrica, com eletrocautério mono ou bipolar. E sempre se faz necessário o uso das soluções anestésicas-vasoconstritoras(2,5).

A cauterização química costuma ser realizada com ácido tricloroacético a 80%. Após anestesia e vasoconstrição local com cotonoides embebidos em solução apropriada, identifica-se o ponto sangrante, geralmente pela rinoscopia anterior, e se aplica algodão embebido no ácido.

A cauterização química deve ser utilizada para sangramentos de pequena intensidade, já que nos sangramentos mais graves o fluxo do sangue acaba por “lavar” o ácido aplicado, antes de sua ação efetiva. Costuma-se cauterizar uma pequena área ao redor do ponto sangrante inicialmente, caminhando-se em direção centrípeta.

Devemos resistir à tentação de cauterizar grandes áreas do septo ou cauterizar seguidas vezes um mesmo ponto ou, ainda, cauterizar uma mesma região dos dois lados do septo, sob risco de perfuração septal(2,5).

A cauterização elétrica pode ser feita via rinoscopia anterior ou endoscopia nasal, portanto pode ser utilizada em sangramentos posteriores. Além disso, ela é eficaz em sangramentos mais graves, diferentemente da cauterização química.

Nesses casos, devemos injetar anestésicos locais na mucosa nasal bilateralmente, devido à corrente elétrica ser transmitida pelo septo para o outro lado. A cauterização pode ser realizada com eletrocautério mono ou bipolar ou, ainda, com aspiradores-coaguladores. Estes últimos facilitam a identificação do ponto sangrante e controle de hemostasia. Novamente, evitar cauterização excessiva bilateral na mesma região do septo, sob risco de perfuração(2,5).

Tamponamento nasal anterior

Tamponamento nasal se faz necessário quando as medidas locais não obtêm sucesso em controlar o sangramento, porém o tamponamento é um procedimento desconfortável e pode ter complicações graves, principalmente os posteriores.

Realizamos o tamponamento anterior quando conseguimos visualizar o sangramento em região anterior do nariz. Na prática, pode-se tentar o tamponamento anterior mesmo nos casos em que não se visualiza o ponto de sangramento.

O tamponamento anterior clássico é realizado com gaze embebida em vaselina, posicionada na cavidade nasal até realizar pressão suficiente para tamponar o sangramento. As gazes devem ser posicionadas da região posterior e superior do nariz até chegar à região anterior, de maneira ordenada de modo a preencher completamente a fossa nasal.

É uma técnica que exige treinamento do médico e pode ser traumático para o paciente. Uma alternativa mais simples em casos de sangramento restrito à região anterior é a utilização do tampão “dedo de luva”.

Um dedo de luva cortado é preenchido com 1,5 a 2 gazes, ancorado com um fio, lubrificado com vaselina e inserido na fossa nasal(5,6). Vários tipos de tampões nasais industrializados foram desenvolvidos: absorvíveis, não absorvíveis, anteriores, posteriores.

Dentre os absorvíveis, temos a celulose oxidada (Surgicel®) e a espuma de gelatina (Gelfoam®), que estimulam a agregração plaquetária e estimulam a cicatrização.

Dentre os não absorvíveis, temos uma infinidade de balões infláveis, esponjas de carboximetilcelulose, dentre outros(2). Estudos comparando os tampões tradicionais com os industrializados não mostraram diferença na eficácia e desconforto ao paciente, exceção feita aos balões, que são desinsuflados para remoção, possibilitando uma retirada relativamente atraumática(6).

Tamponamento ântero-posterior

As epistaxes posteriores são mais raras, porém mais graves do que as anteriores. O alto fluxo de sangramento combinado à localização posterior faz com que a identificação do ponto de sangramento seja muito difícil na sala de emergência.

Nas epistaxes sabidamente posteriores, ou na falha do tamponamento anterior, devemos utilizar o tamponamento posterior (ou também chamado de ântero-posterior). O tamponamento posterior clássico é ainda mais difícil de ser realizado. Após passar uma sonda em cada narina e recuperá-la pela boca, ancoramos um chumaço de gaze com três fios grossos e amarramos os dois fios dos cantos nas sondas.

Puxamos a sonda de volta pelas narinas, puxando assim os fios e, consequentemente, o chumaço de gaze, até ancorá-lo na rinofaringe. O terceiro fio é exteriorizado pela boca e servirá para retirar o tampão. Ancoramos os dois fios que passaram pelas narinas na parte anterior do nariz, e preenchemos as fossas nasais com gaze (tampão anterior).

Como alternativa mais rápida e menos traumática, podemos passar uma sonda Foley® na fossa nasal sangrante até a rinofaringe, encher o balão com água destilada até ancorá-la nas coanas e/ou rinofaringe. Tracionamos e fixamos a sonda anteriormente e preenchemos a cavidade nasal com gaze. Em ambas as técnicas é necessário cuidado com a columela e asa nasal, pois a pressão exercida pelo tampão anteroposterior tracionado causa isquemia e necrosa esta região.

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Assim como no tamponamento anterior, diversos balões industrializados foram desenvolvidos para realizar o tamponamento posterior, a maioria apresenta dois balões, um anterior para preencher a cavidade nasal e outro posterior para preencher a rinofaringe, que podem ser utilizados com eficácia semelhante aos tradicionais, porém com custo maior(5,6).

Mesmo assim, vale a pena ressaltar que os tamponamentos nasais posteriores não são muito eficazes, além da necessidade de manter 48 a 72 horas de tamponamento.

Sua taxa de insucesso pode chegar até 52%(10). Um dos motivos pode ser a localização destes sangramentos posteriores.

Thornton identificou 81% dos sangramentos posterior com endoscopia e anestesia geral: 80% destes se localizavam na parede lateral e apenas 20% no septo nasal. E dos 80% da parede lateral, os pontos sangrantes estavam ou na parede lateral da concha ou na parede lateral do meato, tanto médio como inferior.

Ou seja, na grande maioria das vezes, o ponto sangrante está em locais em que o tampão não consegue exercer pressão direta(11). Além disso, o tamponamento nasal pode gerar uma série de complicações: dor, disfagia, ulcerações, necrose alar, columelar ou palatal, perfurações septais, infecções, sinéquias, hipóxia/hipoxemia, apneia, arritmias, infarto agudo do miocárdio e até morte.

A síndrome do choque tóxico é uma das possíveis complicações e se apresenta com febre, vômitos, diarreia, hipotensão e rash cutâneo secundário à produção de toxina TSST-1 pelo Staphylococcus aureus. Devido às possíveis complicações, os pacientes submetidos ao tamponamento ântero-posterior devem ser hospitalizados com um mínimo de monitorização (oxímetro de pulso) e possível suplementação de oxigênio(2,5,10).

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Ligaduras arteriais

Historicamente, as ligaduras arteriais têm indicação nas epistaxes graves (posteriores) que falham ao tratamento clínico (tamponamento ântero-posterior).

Diversas técnicas foram descritas, desde a ligadura da artéria carótida externa por Hyde, em 1925, passando pela ligadura da artéria maxilar e chegando à artéria esfenopalatina, com a abordagem microscópica via antrostomia média de Prades, em 1977, a transnasal microscópica de Stamm, em 1985, até a transnasal endoscópica de Budrovich e Saetti, em 1992(12).
Figura 3 – Fluxograma de condutas UNIFESP-EPM na epistaxe.

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Atualmente, já é consenso que a ligadura endoscópica é o melhor método cirúrgico para epistaxe posterior, pois a oclusão é feita no ponto mais distal possível da vascularização nasal, evitando-se ressangramentos pela circulação colateral.

Além disso, o uso do endoscópio nasal rígido permite mínima dissecção com melhor visualização, gerando menor morbidade. Complementando, a técnica apresenta inúmeras séries descritas com taxas de sucesso acima de 90% e ausência de complicações graves(1-8,10-12).

Além dos critérios médicos, a ligadura endoscópica leva vantagem inclusive quando consideramos os custos associados à internação.

Os pacientes com epistaxe grave manejados clinicamente custam mais caro devido ao maior tempo de internação. Nos casos de falha do tamponamento ântero-posterior, adicionam- se aos custos do manejo clínico os custos cirúrgicos.

O paciente com epistaxe grave tratado cirurgicamente custa menos, pois a eficácia é maior e o tempo de internação bem menor(10).

Considerando que o tamponamento ântero-posterior apresenta baixa eficácia, risco de complicações graves necessidade de monitorização hospitalar e internações prolongadas com maiores custos hospitalares e considerando que a ligadura endoscópica é mais segura e mais eficaz que as outras técnicas, inclusive o tamponamento ântero-posterior, diversos autores advogam o uso da ligadura endoscópica da artéria esfenopalatina como a primeira opção no tratamento da epistaxe grave(1-3,5-8,10-13), inclusive em coagulopatias(14).

Na prática, quando o paciente apresenta sangramento posterior, realizamos o tamponamento ântero–posterior com sonda Foley® apenas para estancar a hemorragia e levamos o paciente à sala cirúrgica para ser anestesiado e submetido à ligadura arterial. Esta conduta só não é adotada quando o paciente apresenta más condições clínicas, em que a anestesia geral seja contraindicada(7).

A ligadura arterial pode envolver a artéria esfenopalatina e/ou a artéria etmoidal anterior(7,12). Basicamente, pacientes com sangramentos posteriores são beneficiados com a ligadura da artéria esfenopalatina.

A ligadura da artéria etmoidal anterior tem papel importante nos traumas faciais. Seu sucesso quando associada a ligadura da artéria esfenopalatina é alta, portanto recomendamos a ligadura da artéria etmoidal anterior sempre associada a da artéria esfenopalatina.

As possíveis indicações para ligadura das artérias esfenopalatina e etmoidal anterior combinadas são: sangramento de origem superior, sangramento de origem indefinida e pacientes em mau estado geral(12).

A ligadura da artéria etmoidal posterior não deve ser realizada, pela proximidade com o nervo óptico e ausência em alguns pacientes, o que aumenta o risco de amaurose.

A ligadura da artéria esfenopalatina é feita sob anestesia geral, com uso do endoscópio nasal rígido, em decúbito dorsal horizontal, com cabeceira levemente elevada.

Realiza-se vasoconstricção com cotonoides embebidos em adrenalina 1:1.000 e infiltração da mucosa do meato médio com solução de adrenalina 1:100.000. Palpa-se a fontanela posterior até identificação do osso palatino, em que será feita uma incisão vertical para dissecção do flap mucoperiosteal.

A dissecção é feita posteriormente até encontrar a crista etmoidal e o forame esfenopalatino. Então, devemos tomar um cuidado especial em identificar todos os possíveis ramos oriundos do forame esfenopalatino.

As artérias devem ser coaguladas e seccionadas, para evitar recanalização. Pode-se utilizar clips vasculares, mas não se recomenda a utilização apenas dos clips, sem a eletrocauterização, já que o uso isolado dos clips está associado a maior índice de falhas e menor proporção de tempo livre de reintervenção quando comparado ao uso da eletrocauterização(12,13).

A ligadura da artéria etmoidal anterior deve ser realizada por via externa, já que a ligadura endoscópica da artéria etmoidal anterior é tecnicamente viável em apenas 20% dos casos(15). A abordagem via externa requer incisão de Lynch de cerca de 2 a 3 cm no canto medial do olho.

Esse acesso pode diminuir ao mínimo utilizando-se o endoscópio pela incisão para localização da artéria etmoidal anterior. Após incisão na pele e periósteo é feito o descolamento subperiosteal até a sutura frontonasal. Introduz-se endoscópio nasal rígido de 0 grau e continua-se o descolamento subperiosteal sobre a crista lacrimal. A artéria etmoidal anterior situa-se 24 mm posterior à crista lacrimal. Depois de identificada a artéria, realiza-se eletrocoagulação com cautério bipolar(16).

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Embolização

A embolização para epistaxe grave foi descrita pela primeira vez em 1974. Durante este procedimento a artéria maxilar é canulada e constrastada para demonstrar o ponto sangrante, para posterior embolização(6).

Seu sucesso pode chegar até a 96%, mas suas complicações são potencialmente mais graves e atingem de 17% a 27% dos casos. As complicações podem ser transitórias, como: dor facial, cefaleia, edema facial, confusão mental e parestesias.

Ou maiores, como: necrose, amaurose, paralisia facial periférica, hemiplegia, acidente vascular cerebral e morte(5,12). Dos pacientes, 13% podem ressangrar em até seis semanas, enquanto que outros 14% ressangram após longo acompanhamento(6). É uma alternativa interessante para pacientes com epistaxe grave e contraindicação para anestesia geral.

Bibliografia
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http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=5933