5 causas de choro em recém-nascidos

Uma das missões dos pais de bebês é decifrar o significado do choro. É fome? É frio? É manha?

O bebê recém-nascido aprende a se comunicar, entender o que quer e a demonstrar isso.

Para ajudar os pais que ainda têm dificuldade na hora de distinguir a razão do choro, a pediatra Ana Escobar explica que, quando as lágrimas são de dor, ele é mais contínuo, de maior intensidade. Já o de fome, apesar de estridente, vem acompanhado de alguns sinais do bebê, como colocar a mão na boca. Já o de manha é um choro irritado e entrecortado.

OUTROS TIPOS E  CAUSAS

Existem ainda outros tipos de choro, como o provocado por desconforto (molhado, sujo, com calor, frio), medo ou necessidade de contato.

Basta ter um pouquinho de tranquilidade para prestar atenção aos sinais que a criança dá. Mesmo pais de primeira viagem já costumam saber o que o bebê quer após a primeira semana do filho.

RECOMENDAÇÕES DA ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PEDIATRIA

Os bebês mal nascem e já precisam passar por uma série de situações desconfortáveis e, muitas vezes, até doloridas. Exames, vacinas, aspirações etc.

Quando há agravantes, como a prematuridade, por exemplo, alguns precisam ser entubados e submetidos a vários procedimentos que podem até parecer simples, mas, para quem acaba de chegar ao mundo, é assustador.

Para evitar ou minimizar a dor nos recém-nascidos, a Academia Americana de Pediatria (AAP) publicou, na última edição da publicação oficial Pediatrics, uma atualização das recomendações sobre a conduta médica com os bebês.

ATENÇÃO REDOBRADA

Como os bebês não falam e, é claro, não conseguem dizer o que estão sentindo, onde está doendo, nem pedir para o pediatra ir mais devagar, é necessário redobrar a atenção aos sinais de sofrimento e aumentar o uso de métodos que podem prevenir ou atenuar a dor.

“A prevenção da dor nos recém-nascidos deve ser uma meta de todos os pediatras e profissionais de saúde que trabalham com cuidados neonatais, não só porque é ético, mas também porque exposições repetidas à dor têm um potencial para consequências danosas”, diz o texto.

DOR PODE DEIXAR SEQUELAS

A dor pode ter consequências graves ao desenvolvimento

Essa preocupação com a dor já existia. Afinal, o papel do médico é cuidar do paciente e fazer com que ele se sinta bem, ainda que ele não saiba bem ao certo como se expressar. Inclusive, já havia uma série de recomendações da própria academia sobre isso.

No entanto, os especialistas acharam necessário reforçar e ampliar a lista de orientações. “As sequelas [por conta da dor nas primeiras horas e nos primeiros dias de vida do bebê] incluem instabilidade fisiológica, alteração no desenvolvimento cerebral e anormalidades no desenvolvimento neurológico, sensorial e nos sistemas de resposta ao estresse, que podem persistir por toda a infância”, explica o documento da AAP.

AS PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES

Há diferentes maneiras de amenizar a dor nos procedimentos pelos quais o bebê precisa passar no início da vida. De acordo com a publicação divulgada pela Pediatrics, muitas delas são pouco utilizadas.

Os métodos não-farmacológicos, ou seja, que não envolvem o uso de medicação ou de analgesia, são vários. Muitos deles são simples e estão ao alcance na maior parte das situações.

Nos casos em que isso é possível, amamentar o bebê enquanto o teste do pezinho é realizado ou quando é preciso retirar sangue para um exame, por exemplo, pode diminuir o estresse, o tempo que o bebê chora e evitar que a frequência cardíaca aumente tanto, por causa da tensão.

Outras atitudes, como segurar o bebê no colo, cantar, conversar com ele e olhar nos olhos, ainda que seja em ambientes e momentos que não permitam a presença dos pais, também são atitudes que ajudam muito. Eles também orientam uma avaliação rigorosa para saber quando vale a pena administrar remédios para aliviar a dor, considerando a eficácia do medicamento e a segurança da criança.

MAIS ESTUDOS

De acordo com a Academia Americana de Pediatria, faltam estudos sobre a prevenção e a diminuição da dor em bebês e essa é justamente outra recomendação dessa revisão.

Um dos itens pede que os especialistas conduzam mais pesquisas sobre os cuidados e também sobre as ferramentas e os métodos para medir a intensidade da dor nesses procedimentos.

Outro ponto importante que aparece no documento é que todas as instituições que tratem de recém-nascidos devem ter diretrizes básicas para prevenir e gerenciar o sofrimento dos pequenos pacientes nesses procedimentos de rotina. Na atualização, os especialistas afirmam ainda que é essencial que os pais também recebam orientações sobre como lidar com a dor da criança para dar continuidade aos cuidados em casa.

http://revistacrescer.globo.com/Bebes/Cuidados-com-o-recem-nascido/noticia/2016/02/recem-nascidos-o-que-fazer-para-evitar-dor-dos-bebes.html

http://revistacrescer.globo.com/Encontros-CRESCER-com-Dra-Ana/2014/noticia/2014/06/choro-primeira-forma-de-comunicacao-da-crianca.html

Como identificar os 5 choros mais comuns do seu filho

Fome: O bebê manda sinais chupando o dedo e abrindo e fechando as mãos. O choro é prolongado e vem acompanhado de mão na boca.

O que fazer: Alimente-o. Só assim ele deve parar de chorar.

Sono: O choro é alto e nervoso.

O que fazer: É preciso acalmá-lo. Abaixe as luzes, fique em um ambiente tranquilo e cante para seu filho enquanto o embala. Tenha paciência, porque pode demorar um pouco para ele parar de chorar.

Cólica: O bebê enruga a testa, seu abdome fica distendido e o choro é agudo e prolongado.

O que fazer: Faça massagens, esticando e encolhendo as pernas dele. Outra dica é mantê-lo o mais ereto possível enquanto mama, para não engolir ar. Ou, ainda, segurá-lo apoiado no seu braço dobrado, com a barriga virada para baixo, para que ele solte gases.

 Fralda suja: O bebê se retorce porque a pele fica irritada.

O que fazer: Troque a fralda e use uma pomada contra assaduras. Às vezes, vale deixá-lo por alguns minutos sem fralda para a pele “respirar”.

 Manha: Choro irritado.

O que fazer: A partir dos 9 meses, o bebê percebe que, ao chorar, consegue uma troca de fraldas, leite etc. Então, passa a usar o choro para conseguir outras coisas que deseja, manipulando os pais. Se você acha que aquilo que a criança pede é desnecessário, não dê só porque ela chorou. Se ele chorar e você ceder, vai confirmar que consegue o que quer pela birra.recem-nascido-chorando

http://revistacrescer.globo.com/Bebes/Rotina/noticia/2014/07/como-identificar-os-5-choros-mais-comuns-do-seu-filho.html

1 ano de brincadeiras

A criança inicia o desenvolvimento do seu psiquismo já na fase intrauterina, sendo capaz de sentir o que a mãe sente e continuar incorporando o clima afetivo do ambiente após o nascimento.

Portanto, um ambiente calmo tranquilo e seguro fará com que o bebê seja mais feliz.

A estimulação precoce é o conjunto de atividades que é aplicada de forma sistemática e sequencialmente desde o nascimento. Seu objetivo é desenvolver o cognitivo, físico e emocional do bebê, buscando evitar (na medida do possível) estados indesejados no seu desenvolvimento.

É necessário reconhecer e incentivar o potencial de cada criança e os desafios presentes e adequadas à idade para que as atividades reforcem a sua autoestima e a sua aprendizagem.

A estimulação precoce ajuda a melhorar o desenvolvimento motor, desenvolvimento cognitivo e emocional do bebê, mas também deve respeitar o desenvolvimento individual e a vontade de ser tratado. As atividades devem ser concebidas para fortalecer o vínculo emocional através de massagens e estímulos sensoriais, respeitando o desenvolvimento natural da criança e do instinto dos pais.

Mais tarde, devido ao início das atividades motoras, de concentração e de linguagem, mas também cuidando da iniciativa, independência e autoestima da criança durante todo o processo de aprendizagem.

Acariciar e conversar com o bebê na barriga, cantar para ele e “encher a casa de boa música” são estímulos muito importantes para a formação da criança.

Aos três meses de idade costumam aparecer a sua capacidade de brincar, entre outras condutas inteligentes do bebê. Seu primeiro brinquedo são as suas próprias mãozinhas. O bebê olha para as suas mãos, coloca-as na boca, descobre os dedinhos e fixa o seu olhar neles, observando os seus movimentos. Esse é o jogo mais remoto da criança.

Em seguida, ela consegue produzir alguns sons, o que lhe traz imenso prazer e alegria. Aparece também o que também chamamos de as primeiras tentativas do jogo de esconder – quando ela tenta cobrir o rostinho.

Entre os três e os oito meses, a criança desenvolve brincadeiras com o seu próprio corpo: vira-se, rola (atenção aos riscos de queda), mantém a cabeça em pé, estende a mão para pegar um objeto. Senta-se.

As pernas e os pés passam as fazer parte dos seus jogos corporais.

Nessa fase, os brinquedos prediletos são todos aqueles que estimulam os sentidos da criança: objetos coloridos, com textura e formas diferentes, móbiles, chocalhos, brinquedos flexíveis, coisas que se encaixam. Os chocalhos são importantes. A criança pode explorar seu barulho de todas as maneiras e tentar reproduzir os sons que ela escuta no ambiente.

CINCO MESES

Aos cinco meses de idade, a criança já aprendeu a brincar de esconde-esconde com um paninho e essa brincadeira é interessante, pois fará com que a criança perceba que a mãe some quando ela cobre o rosto e volta a aparecer quando ela o descobre. Sabe por que essa brincadeira é importante? Porque ajuda a criança a se separar da mãe.

Como assim?

Com oito meses, aparece a primeira angústia da criança: a angústia da separação. Ela chora quando está diante de estranhos e teme que a mãe desapareça. Brincando de esconde-esconde, ela aprende que a mãe some diante dos seus olhos, mas que volta. Assim, ela se acalma.

Por volta dos nove meses, ela já começa a brincar de teimar diante do “NÃO”. Olha para a mamãe e ri quando vai mexer em algo que sabe que a mamãe não gosta.

Com dez meses ela brinca com os seus genitais. Atenção com as tomadas e objetos potencialmente perigosos.

Até um ano, os melhores brinquedos são aqueles que estimulam os cinco sentidos: tato, paladar, olfato, visão e audição.

Os brinquedos que auxiliam do domínio dos movimentos também são ótimos: tambores, maracas, chocalhos, colheres, panelas com tampas, bichinhos de borracha e de pelúcia, móbiles, músicas, objetos sonoros e flexíveis, caixas, cubos de encaixe, bolas etc.

0 a 3 meses:

  • Agitar o chocalho movendo de lado a lado;
  • Jogue com seu bebê em seu colo saltando com ele;
  • Recostado em almofadas, coloque os brinquedos adequados para a sua idade e deixe-o se divertir.

4-8 meses:

  • Execute demonstrações de mãos, tocando e acariciando seus dedos.
  • Exercícios de incorporações: Deitado de costas, segure os seus pés com uma mão e com a outra agarre as mãos e comece a levantar.
  • Elevar o seu bebê segurando no espaço que fica entre as axilas e na cintura, para trabalhar os músculos do pescoço e lombares. Tentar manter a postura horizontal ajudará a se preparar para o momento de engatinhar.

9 -12 meses:

  • Ajude-o a dar passos para frente.
  • Estimule jogando. Você pode ajudar com música ao dar os passos.
  • É necessário exercitar as mãos. Dê seus objetos para estimular toque.

http://www.saudedicas.com.br/dicas/exercicios-de-estimulacao-infantil-2610791

Apgar: que número é esse?

12Virginia Apgar (Westfield, 7 de junho de 1909Nova Iorque, 7 de agosto de 1974) foi uma médica norte-americana que se especializou em anestesia. Foi uma líder em vários campos da anestesiologia e, efetivamente, foi a responsável pela criação do que viria a ser a neonatologia.

Para o público em geral, ela foi mais conhecida como a responsável pelo desenvolvimento do Índice de Apgar, um método de avaliação de saúde de recém-nascidos que reduziu drasticamente a mortalidade infantil em todo o mundo. Apgar não se casou e faleceu aos 65 anos no Columbia Presbyterian Medical Center.

A avaliação clínica do recém-nascido (RN) foi proposta por Virginia Apgar em 1953, tendo sido muito útil no julgamento da necessidade da ressuscitação do mesmo, quando aplicada com 1 minuto de vida e, novamente, com 5 minutos.

IDENTIFICA NECESSIDADE DE CUIDADOS ESPECIAIS

Por ser a única forma de avaliação em países em desenvolvimento, onde os exames laboratoriais podem não estar disponíveis, o baixo valor do escore de Apgar é útil para identificar as crianças que necessitam de cuidados adicionais, mesmo na ausência de dados laboratoriais.assistncia-de-enfermagem-ao-rn-10-638

Existe consenso de que um escore de Apgar de 7 a 10 significa uma criança sadia, que provavelmente não terá problemas futuros.

Quando < 7, é sinal de alerta para atenção especial. Há diferentes níveis de escore de Apgar baixo, de acordo com alterações fisiopatológicas.

Além disso, é parcialmente dependente da maturidade do concepto. As condições maternas também podem influir no escore, tais como medicações e, finalmente, as próprias condições do RN influem na avaliação como, por exemplo, malformações neuromusculares ou cerebrais e condições respiratórias.exame-do-recmnascido-8-638

Os escores de Apgar, peso ao nascer e idade gestacional são altamente associados à sobrevivência e, em combinação, são uma medida do bem-estar do RN, do sucesso da reanimação, do tamanho e da maturidade do RN.

No Brasil, nascem cerca de três milhões de crianças ao ano, das quais 98% em hospitais.

Sabe-se que a maioria delas nasce com boa vitalidade; entretanto, manobras de reanimação podem ser necessárias de maneira inesperada.

São essenciais o conhecimento e a habilidade em reanimação neonatal para todos os profissionais que atendem recém-nascidos (RN) em sala de parto, mesmo quando se esperam crianças hígidas sem hipóxia ou asfixia ao nascer.

O risco de haver necessidade de procedimentos de reanimação é maior quanto menor a idade gestacional e/ou o peso ao nascer.

Necessidade de reanimação ao nascimento:

  • Ventilação com pressão positiva: 1 em cada 10 RN.
  • Intubação e/ou massagem cardíaca: 1 em cada 100 RN.
  • Intubação, massagem e/ou medicações: 1 em cada 1.000 RN, desde que a ventilação seja aplicada adequadamente.Fatores de risco

Em RN prematuros:

Nascidos com menos de 1.500g: 2 em cada 3 RN.

Idade gestacional de 34 a 36 semanas: 2 em cada 10 RN.

O parto cesario, realizado entre 37 e 39 semanas de gestação, mesmo não havendo fatores de risco antenatais para asfixia, também eleva o risco de necessidade de ventilação do RN.

Assim, estima-se que no Brasil, a cada ano, 300.000 crianças requeiram ajuda para iniciar e manter a respiração ao nascer e cerca de 25.000 RN prematuros de muito baixo peso precisem de assistência ventilatória na sala de parto.

As práticas atuais de reanimação em sala de parto baseiam-se nas diretrizes publicadas pelo International Liaison Committee on Resuscitation (ILCOR) que são elaborados por especialistas de vários países, e pela Associação Americana de Cardiologia e Academia Americana de Pediatria, em 2010, e adotadas pela sociedade Brasileira de Pediatria em 2011.

Newborn and Mother in hospital

A cada cinco anos, após processo de revisão baseada nas melhores evidências científicas disponíveis, são elaborados consensos sobre os assuntos controversos e recomendações referentes a diversos aspectos da reanimação neonatal.

Diarreia dos viajantes (atenção especial)

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Diarreia dos viajantes
Fernando SV Martins, Luciana GF Pedro & Terezinha Marta PP Castiñeiras

A diarreia é o principal problema de saúde durante viagens, afetando de 10 a 50% dos viajantes.mapa-paises-diarreia

O termo diarreia dos viajantes define um grupo de doenças que é resultante da ingestão de água e alimentos contaminados por agentes infecciosos e que tem a diarreia como manifestação principal.

Em geral, a diarreia dos viajantes tem duração de dois a três dias, mas pode causar desconforto e impedir a realização de atividades importantes.

Pode ainda evoluir com complicações como a desidratação, o que é mais comum em crianças pequenas, idosos e portadores de doenças crônicas.

Transmissão

Os agentes infecciosos (bactérias, vírus, helmintos e protozoários) são a principal causa de diarreia e intoxicações alimentares em viajantes.

A maioria dos agentes infecciosos pode ser adquirida através de transmissão fecal-oral, resultante da contaminação da água e de alimentos por dejetos, direta ou indiretamente.

Nos alimentos, a contaminação pode ocorrer antes, durante ou após o preparo.

O armazenamento incorreto de alimentos ou insumos em temperaturas inadequadas (entre 5 e 60 °C) por um período longo de tempo (horas) facilita a multiplicação de agentes infecciosos.

INFECÇÃO ALIMENTAR

A diarreia dos viajantes, em geral, é uma infecção alimentar, ou seja, ocorre após a ingestão de água ou de alimentos contaminados por um agente infeccioso, que pode multiplicar-se no trato digestivo humano.

O agente infeccioso pode causar diarreia por ser invasivo (como a Salmonella spp.) ou, não sendo invasivo (como a Escherichia coli produtora de toxinas), por ser capaz de produzir enterotoxinas, após multiplicar-se no interior do organismo humano.

As intoxicações alimentares resultam da ingestão de toxinas que causam vômitos (principalmente) e diarreia e que são produzidas antes da ingestão dos alimentos (toxinas pré-formadas) por agentes infeccioso (como o Staphylococcus aureus).

As intoxicações alimentares são eventos frequentes também em países desenvolvidos e por terem mecanismos de transmissão e medidas de proteção semelhantes, são relacionadas à diarreia dos viajantes.

A frequência de cada agente infeccioso como causa de diarreia dos viajantes e de intoxicações alimentares pode variar de acordo com países e regiões visitadas.

BACTÉRIAS: PRINCIPAIS CAUSAS

As bactérias são a principal causa de diarreia dos viajantes e, dependendo do local de destino, a Escherichia coli enterotoxigênica (ETEC – produtora de toxinas) pode ser responsável por 25-50% dos casos, seguida em frequência por espécies de Shigella, Salmonella e Campylobacter.

Os vírus (adenovírus, astrovírus, rotavírus e calicivírus) podem ser causa importante diarreia em pessoas que viajam e surtos em navios causados por Norovírus (um dos calicivírus) são relativamente comuns.

Os parasitas intestinais (Giardia lamblia, Entamoeba histolytica, Cryptosporidium parvum e Cyclospora cayetanensis) geralmente são os responsáveis pelas diarreias mais prolongadas, algumas vezes com duração superior a 14 dias.

INTOXICAÇÕES

As principais causas de intoxicações alimentares são as enterotoxinas produzidas pelo Staphylococcus aureus (toxina emética – causadora de enjoo e vômitos) e Bacillus cereus (toxina emética e toxina diarreica), bactérias que podem contaminar os alimentos antes, durante ou depois da preparação.

A influência do consumo de bebidas alcoólica, do stress e da mudança na dieta como causa de diarreia ainda não está claramente definida. Provavelmente esses fatores são responsáveis por uma parcela dos casos leves que evoluem sem febre ou comprometimento significativo da saúde.

RISCOS

O risco da diarreia dos viajantes e de intoxicações alimentares existe em qualquer país do mundo e é consideravelmente maior durante o verão.

A diarreia dos viajantes acomete cerca de 10% (países
desenvolvidos) a 50% (países em desenvolvimento) das pessoas que viajam.

Ainda que, geralmente, seja de curta duração (dois a três dias), pode levar à total incapacidade de realizar atividades programadas. Considerando a frequência da doença, a interrupção das atividades, em determinadas circunstâncias, pode causar enormes transtornos e, adicionalmente, ter impacto financeiro significativo.

Para pessoas que viajam por motivo de trabalho, militares em missões e atletas em competição, a incapacidade de realizar adequadamente atividades programadas pode resultar em prejuízos significativos e potencialmente irreparáveis.

Os hábitos alimentares do viajante, da população local e a estação do ano (ex.: verão) são fatores de risco importantes.

O consumo de alimentos preparados por vendedores ambulantes ou de alimentos crus (como frutos do mar) constituem fatores de risco elevado.

A alimentação compartilhada, feita com outras pessoas em um mesmo recipiente, ou a ingestão de alimentos com o auxílio das mãos, comum em muitos países, aumenta o risco de aquisição de agentes infecciosos.

O desenvolvimento das manifestações depende de fatores como a quantidade de micro-organismos ingeridos (inóluco), a virulência dos agentes infeciosos e os mecanismos individuais de defesa.

Para algumas bactérias, como a Escherichia coli enterotoxigênica, é necessária a ingestão de um grande número de micro-organismos  – cerca de 106 micro-organismos para provocar diarreia, o que ocorre com maior facilidade em regiões com infraestrutura de saneamento básico precária.

Para outras bactérias, como a Shigella, um pequeno inóculo (menos de 200 micro-organismos) é capaz de desencadear diarreia, o que pode resultar em aumento da incidência de contaminação dos alimentos e da água através de manipulação inadequada ou por insetos (moscas, baratas), mesmo em locais com saneamento básico adequado.

IMUNIDADE

As pessoas com comprometimento dos mecanismos de defesa, como ocorre nos extremos de idade (crianças e idosos), quando existe diminuição da acidez gástrica, nos gastrectomizados, nas doenças crônicas intestinais e nas imunodeficiências, têm um risco maior de desenvolver diarreia dos viajantes.

Os viajantes que são portadores de insuficiência renal crônica, insuficiência cardíaca congestiva, diabetes insulinodependente, ou de doenças inflamatórias intestinais são particularmente susceptíveis à variação da quantidade de água e sais minerais no organismo, e estão sob risco de descompensar a doença de base em razão da diarreia.

Em viajantes, a diarreia pode ser uma consequência de doenças infecciosas mais graves e potencialmente fatais, como as formas graves de cólera (que deve ser sempre investigada quando a diarreia é profusa), a febre tifóide e a malária (ambas cursam com febre).

MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

O risco de diarreia dos viajantes e de intoxicações alimentares pode ser significativamente reduzido por meio da adoção sistemática de medidas de proteção contra doenças transmitidas por água e alimentos.

A seleção de alimentos seguros e o consumo de água tratada são essenciais, ainda que não sejam tarefas simples por envolverem mudanças individuais de percepção de riscos, atitudes e hábitos.

Em geral, a aparência, o cheiro e o sabor dos alimentos não ficam alterados pela contaminação com os agentes infecciosos. Para reduzir os riscos, o viajante deve alimentar-se em locais que tenham condições higiênicas adequadas e observar cuidados adicionais na seleção de alimentos.

MAIOR RISCO

Os alimentos de maior risco são aqueles mal cozidos ou crus, como as saladas, os frutos do mar, os preparados com ovos (como maionese, molhos, sobremesas tipo mousse), leite e derivados não pasteurizados (queijos, iogurtes, cremes), sucos, sorvetes e bebidas (batidas, caipirinhas) que contenham água não tratada ou gelo.

O consumo de alimentos expostos (como em buffets) à temperatura ambiente por períodos prolongados (horas) implica em risco elevado de adoecimento.

Em razão disto, deve ser preferido o consumo de alimentos bem cozidos ou fervidos, preparados na hora do consumo e servidos ainda quentes (“saindo fumaça”). No entanto, não devem ser consumidos alguns alimentos que são “preparados na hora” (como hambúrgueres e sanduíches) quando não houver segurança de que os produtos necessários foram armazenados em locais e temperaturas adequadas.

TOXINAS

Neste sentido, deve ser considerado que o aquecimento dos alimentos posterior à preparação pode inativar a toxina diarreica, porém não destrói as toxinas eméticas que causam as intoxicações alimentares.

Em qualquer país do mundo, a alimentação com vendedores ambulantes deve ser evitada, por constituir um risco elevado para a aquisição de doenças.

Em áreas que não possuem infraestrutura de saneamento básico adequada, a água para consumo deve ser tratada pelo próprio viajante.

O tratamento químico da água a ser utilizada como bebida ou no preparo de alimentos pode ser feito com compostos halogenados (cloro ou iodo). O cloro e o iodo são capazes de eliminar a maioria dos agentes infecciosos e têm eficácia semelhante, quando utilizados nas concentrações e por períodos de tempo adequados.

CUIDADOS COM O IODO

No entanto, os oocistos do Cryptosporidium parvum (que pode causar diarreia em imunodeficientes) são resistentes a ambos. Além disto, deve ser considerado que o iodo ingerido com a água pode “interferir no funcionamento da tireoide”, quando utilizado por longo período ou em indivíduos predispostos.

Os compostos iodados estão absolutamente contraindicados em gestantes e em pessoas portadoras de doenças tireoidianas.

FILTROS PORTÁTEIS

Os filtros portáteis podem ser úteis no tratamento da água para consumo e quando têm diâmetro dos poros entre 0,1 a 1 µm, removem a maioria de bactérias, helmintos e protozoários, mas não eliminam os vírus de forma efetiva.

Em razão disso, o viajante deve utilizar filtros impregnados previamente com compostos halogenados ou, alternativamente, utilizar cloro (ou iodo) após a filtração.

É importante verificar as instruções do fabricante quanto ao número de vezes em que é possível a utilização segura do filtro.

PREVENIR COM ANTIBIÓTICOS?

Não se recomenda a utilização sistemática de antibióticos profiláticos (preventivos) para a diarreia dos viajantes. Além do alto custo, os antibióticos podem causar efeitos adversos importantes, como fotosensibilidade (aumento da sensibilidade da pele ao sol), reações alérgicas, alteração da microbiota intestinal (colonização por bactérias resistentes, aumento do risco de febre tifóide), desenvolvimento de infecções fúngicas como candidose vaginal e risco de colite (inflamação do intestino) causada por Clostridium difficile.

Também não se recomenda o uso, como rotina, do subsalicilato de bismuto, uma vez que a posologia (quatro doses por dia) é pouco conveniente e existe o risco de toxicidade associada ao salicilato.

A utilidade do uso de probióticos (como o Lactobacillus) para a evitar a diarreia dos viajantes não está claramente definida.

Não existem vacinas disponíveis contra todos os agentes infecciosos que causam a diarreia dos viajantes.

A E. coli enterotoxigênica (ETEC) pode produzir dois tipos de toxinas, isoladamente ou em associação. Uma das toxinas é sensível ao calor (toxina termolábil) e a outra é resistente (toxina termoestável).

A vacina oral contra a cólera, que contém a subunidade B da toxina colérica recombinante, pode ter algum efeito protetor cruzado contra a diarreia dos viajantes, exclusivamente quando esta é causada pela Escherichia coli produtora da toxina sensível ao calor, uma vez que a subunidade B e a toxina termolábil são semelhantes.

O efeito protetor cruzado pode variar de lugar para lugar, de acordo com a freqüência da E. coli produdora de toxina termolábil como causa da diarreia dos viajantes.

Nestas circunstâncias, a eficácia da vacina oral contra a cólera, quando se considera todas as causas de diarreia dos viajantes, é limitada.

Em razão disto, não se recomenda a utilização desta vacina quando risco a ser considerado é exclusivamente a diarreia dos viajantes, exceto em situações de risco individual elevado de aquisição da doença (como diminuição da acidez gástrica) ou em pessoas nas quais as consequências podem ser muito graves, tais como: insuficiência renal crônica, insuficiência cardíaca congestiva, diabetes insulinodependente, doenças inflamatórias intestinais etc

MANIFESTAÇÕES

A diarreia do viajante se manifesta com aumento do número de evacuações (três ou mais episódios em 24 horas) associado ao amolecimento das fezes (líquidas ou pastosas).

Em mais de 90% dos casos é de curta duração (dois a três dias) e, geralmente, é causada por bactérias.

A diarreia pode estar acompanhada de dor abdominal tipo cólica, naúseas, vômitos e, em alguns casos, de febre.

A ocorrência de vômitos pode levar ao aumento da perda de líquidos e diminuir a capacidade do indivíduo de ingerir soluções orais para reidratação, contribuindo consideravelmente para a desidratação.

A presença de febre, de sangue ou pus nas fezes pode ser indício de diarreia invasiva e indica que o viajante deve ser avaliado por um médico o mais rápido possível.

Em 5 a 10% dos casos, a diarreia do viajante pode persistir por mais de 14 dias e, em 1 a 3% por mais de quatro semanas.

Além disto, em 4 a 10% da pessoas, a diarreia dos viajantes pode desencadear a síndrome do cólon irritável, especialmente quando causada por bactérias invasivas que provocam colite inflamatória, como Campylobacter, Salmonella, Shigella e Escherichia coli O157.

A síndrome do cólon irritável pós-infecciosa é caracterizada pela persistência, intermitente ou contínua, de alterações intestinais (diarreia ou, menos frequentemente, constipação e cólica abdominal) após um episódio de diarreia infecciosa.

As intoxicações alimentares causadas por toxinas pré-formadas têm um período de incubação muito curto, que pode variar de trinta minutos a até oito horas.

As manifestações clínicas predominantes são os vômitos. Mas algumas pessoas podem evoluir com diarreia e, mais raramente, com febre.

A aquisição da doença resulta do consumo de alimentos que antes, durante ou depois de preparados foram contaminados com bactérias (Staphylococcus aureus, Bacillus cereus) que podem se multiplicar e produzir enterotoxinas que causam vômitos e diarreia.

A maioria dos casos de cólera apresenta-se como uma diarreia leve ou moderada, que é indistinguível clinicamente e tem o mesmo tratamento básico (hidratação oral) dos casos comuns de diarreia do viajante.

No entanto, em todos os casos que evoluem com diarreia profusa, a possibilidade de cólera deve ser excluída, uma vez que em algumas pessoas (menos de 10%), a doença pode evoluir de forma mais grave, com início súbito de uma diarreia aquosa profusa, geralmente sem muco, pus ou sangue e, com frequência, acompanhada de vômitos, que rapidamente leva à desidratação e pode ser fatal.

A febre tifóide é uma doença de evolução relativamente lenta. A febre, que inicialmente é baixa, torna-se progressivamente mais alta e ocorre alteração do trânsito intestinal, manifestada por diarreia ou constipação intestinal (“prisão de ventre”).

A hipótese de malária deve ser sempre investigada todas as pessoas que tenham sido expostas ao risco de infecção – comumente viagem a uma área de transmissão – e apresente qualquer tipo de febre, associada ou não à diarreia.

TRATAMENTO

O tratamento básico da diarreia do viajante e das intoxicações alimentares consiste em reidratação, que deve ser iniciada o mais precocemente possível.

Em casos leves, a reidratação pode ser feita por via oral, preferentemente com uma solução reidratante contendo eletrólitos (sais) e glicose, em concentrações adequadas (sais de reidratação oral).

A solução de reidratação oral deve ser preparada imediatamente antes do consumo e o conteúdo de um envelope deve ser dissolvido em um litro de água fervida, após o resfriamento.

A solução não pode ser fervida depois de preparada, mas pode ser conservada em geladeira por até 24 horas. Pode ser ingerida de acordo com a aceitação, com frequência e volume proporcionais à intensidade da diarreia.

Deve ser alternada com outros líquidos (água, chá, sopa). A alimentação deve ser reiniciada após três a quatro horas de aceitação adequada da reidratação oral e, nos lactentes, o aleitamento materno deve ser mantido desde o início.

CRIANÇAS

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Em crianças, deve se iniciar a hidratação imediatamente e evitar alguns medicamentos contra vômitos, uma vez que podem ocasionar intoxicação, com diminuição do nível de consciência e movimentos involuntários, dificultando a ingestão da solução oral de reidratação.como-fazer-soro-caseiro

Além disso, a medicação é geralmente desnecessária, uma vez que os vômitos tendem a cessar com o início da reidratação.

A utilização de qualquer medicamento deve ser feita exclusivamente com orientação médica.

O uso de medicamentos como antibióticos ou antiparasitários, após avaliação médica, pode estar indicado (ou não) em casos de diarreia que evoluem com febre, presença de sangue ou pus e nas que se manifestam por um período de tempo prolongado.

Os antibióticos não estão indicados nos casos de intoxicações alimentares, uma vez que não atuam contra as toxinas pré-formadas.

A utilização de agentes que reduzem a motilidade intestinal (difenoxilato, loperamida) para tratamento sintomático da diarreia do viajante não é recomendada e está associada à possibilidade do desenvolvimento de megacolon tóxico (dilatação aguda, total ou parcial do intestino grosso, potencialmente fatal).

Medicamentos que atuam reduzindo a secreção de líquido da mucosa intestinal (como o subsalicilato de bismuto) têm início de ação lento, posologia pouco conveniente (quatro doses por dia), risco de toxicidade associada ao salicilato e, adicionalmente, podem interferir na absorção de antibióticos (como a doxiciclina).

Os casos mais graves devem ser hospitalizados para hidratação venosa até a melhora das condições clínicas da pessoa e, tão logo quanto possível, a reidratação oral deve ser feita simultaneamente.

Nas diarreias mais acentuadas (nas quais a cólera deve ser excluída) ou mais prolongadas (duração maior que três dias), nas que evoluem com presença de sangue ou pus ou com febre (quando deve ser feito o diagnóstico diferencial com febre tifóide e malária) um Serviço de Saúde deve ser procurado o mais rápido possível.

Autores

Fernando SV Martins, Luciana GF Pedro & Terezinha Marta PP Castiñeiras

Centro de Informação em Saúde para Viajantes da UFRJ

http://www.cives.ufrj.br/informacao/dv/dv-iv.html

Câncer de mama e antitranspirantes (segundo o INCA)

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Nas prateleiras, o que não falta é novidade: tem produto que clareia as axilas, evita manchas nas roupas, protege por até 72 horas, hidrata a pele, bloqueia o suor em momentos estressantes.

O que diz o INCA (Instituto Nacional do Câncer):

Utilização de antitranspirantes e o câncer de mama
Antiperspirantes ou antitranspirantes são produtos que inibem ou diminuem a transpiração. A diferença entre desodorante e antitranspirante é que o primeiro serve para remover o odor das axilas, enquanto o segundo é responsável por reduzir a quantidade de suor produzido.

Grande parte dos antitranspirantes funciona também como desodorante, porém a maioria dos desodorantes não atua como antitranspirante.

Os antitranspirantes possuem em sua composição sais de alumínio e derivados. Por este motivo, algumas pessoas questionam se estes compostos em contato com o corpo propiciariam o desenvolvimento de câncer de mama.

Outra associação refere-se ao fato de que a maior incidência da doença ocorre no quadrante superior da área do peito, local utilizado para aplicação do produto, onde estão localizados os nódulos linfáticos.autoexame

No entanto, sabe-se que a maior incidência de câncer nesse quadrante é percebida, uma vez que nele se encontra a maior quantidade de tecido mamário, o que aumenta as chances para o desenvolvimento da doença.

Segundo parecer técnico divulgado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não existe até o momento dados significativos na literatura científica que relacionem os sais de alumínio presentes na fórmula dos antitranspirantes com a incidência de câncer de mama.

Em janeiro de 2004, foi publicado na revista Journal of Applied Toxicology um artigo assinado por pesquisadores da University of Reading, na Grã-Bretanha (GB), demonstrando a presença de altas concentrações de parabenos em tecidos retirados de tumores mamários de mulheres que usavam este tipo de desodorante.

No entanto, no editorial da mesma revista, há um outro artigo de pesquisadores do Departamento de Toxicologia do Laboratório Covance (GB) questionando o desenho do Estudo, a inferência dos resultados tendo em vista que o número de amostras de tecido coletado de tumores mamários foi pequeno (n=20).

Questionou-se também a toxicidade desses compostos e a limitação de dados sobre exposição humana disponíveis na literatura.cartaz-cancer-mama

Tomando-se como referência o parecer da American Cancer Society sobre este assunto, é possível que alguns antiperspirantes possam irritar a pele e que não é raro o desenvolvimento de uma infecção chamada hidradenite supurativa, que se inicia na glândula sudorípara na axila ou região inguinal.

Esta infecção pode levar à bacteremia (bactérias na corrente sanguínea = sepse) e choque se não tratado adequadamente. A depilação com lâmina pode agravar uma infecção axilar.

Entre os inúmeros estudos epidemiológicos que descrevem os fatores de risco associados ao desenvolvimento de câncer de mama este parece ser o primeiro que estabelece que o uso de antiperspirante aumenta o risco para câncer de mama.

Portanto, deve-se considerar que ainda não há estudos suficientes nem conclusivos que comprovem a associação positiva entre a exposição a parabenos e a presença de danos no DNA que poderiam levar ao câncer.

Os principais fatores de risco para câncer de mama são o histórico familiar, obesidade, alimentação inadequada, tabagismo e faixa etária elevada.cancer-mama-outubro-rosa

A ação mais efetiva que as mulheres podem adotar para se protegerem é submeterem-se anualmente ao exame clínico, fazer mamografia periodicamente.

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Embora não previna do câncer de mama, a adoção dessas práticas certamente aumentará as chances de detectá-lo precocemente, quando é mais facilmente tratado.

​​ http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=23

 Saiba mais:

As opções são realmente eficientes? Elas podem fazer mal à saúde?

  1. Afinal, existe diferença entre desodorante e antitranspirante?

Resposta: sim.20140903-154354-56634072

Além de perfumar as axilas, os desodorantes contêm ingredientes, como o triclosan, capazes de eliminar bactérias que habitam a pele e provocam o mau odor. No entanto, eles não impedem a transpiração.

“ – Já os antitranspirantes carregam ativos, como o cloridrato de alumínio, que inibem ou reduzem a liberação do suor”, explica Sara Bentler Vanzin, farmacêutica de São Paulo.  Esse tipo de produto também possui ação desodorante, pois traz fragrância na composição e acaba com as bactérias responsáveis pelo cheiro ruim.

  1. Isso significa que é melhor investir num antitranspirante?

Resposta: depende.

Depende da necessidade de cada um. Quem não transpira muito e só deseja disfarçar o odor das axilas pode usar um desodorante. Para as pessoas que “suam demais”, o antitranspirante pode ser melhor.

  1. Como são denominados os produtos que oferecem proteção prolongada de até 72 horas?

Resposta: antitranspirantes

Como apresentam uma concentração maior de cloridrato de alumínio na formulação, os antitranspirantes conseguem bloquear a saída do suor por mais tempo – 24, 48 ou 72 h. São indicados para quem transpira excessivamente ou para a prática de exercícios físicos. Naturalmente, ninguém deve ficar tanto tempo sem tomar banho. Na realidade, o período de duração descrito na embalagem funciona como parâmetro de seu poder de proteção. Ou seja, quanto maior a duração, mais protegido contra o suor você deve estar.

  1. Qual é o modo certo de aplicar?

Resposta: na pele limpa e seca

“O ideal é passar uma vez por dia na pele limpa e seca”, recomenda o dermatologista mineiro Abdo Salomão Jr., membro da Sociedade Brasileira e da Sociedade Americana de Dermatologia.

Diferentemente do que muita gente pensa, reaplicar o produto na hora do almoço, por exemplo, não aumenta sua eficácia – sem falar que as axilas já não ficam tão “perfumadas” como da primeira vez. Também se deve evitar o uso do desodorante antes de dormir para não ficar exposto à ação prolongada do alumínio contido na formulação.

  1. É verdade que o alumínio presente nos antitranspirantes faz mal à saúde?

Resposta: depende

Embora o ativo seja considerado seguro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pesquisas recentes indicam que, quando utilizado em excesso e por um longo período, o alumínio pode favorecer o surgimento do câncer de mama. Pois, como a pele é permeável, ela absorve essa substância.

“No entanto, são necessários mais estudos para comprovar essa relação”, ressalta a Dra. Sara Vanzin. Vale lembrar ainda que os ingredientes podem causar alergias – se as axilas coçarem, ficarem avermelhadas e/ou com pequenas feridas, a saída é suspender o uso do antitranspirante e apostar num produto hipoalergênico ou específico para peles sensíveis.

  1. Dá para pedir emprestado?

Resposta: depende

Se for roll-on, de jeito nenhum! Isso porque o aplicador entra em contato direto com a pele e, portanto, pode contaminar o produto. Também é recomendado não compartilhar os cremes, pois o ato de colocar os dedos dentro da embalagem provoca alterações na fórmula. O melhor é usar uma espátula para evitar contato direto com o produto. No caso do spray, que deve ser aplicado a 15 cm das axilas, a princípio, não há problema.

  1. Como escolher um formato de desodorante?12250950

Resposta: depende

“Pessoas idosas, de pele seca ou sensível devem investir nas versões roll-on ou creme, por serem mais hidratantes”, sugere Abdo Salomão Jr. Nesse caso, o ideal seria optar por produtos livres de álcool, já que o ativo pode causar ardência, principalmente quando utilizado após a depilação.

Quem sofre com o excesso de pelos ou tem foliculite deve preferir as versões aerossol ou spray com álcool na fórmula. O único inconveniente é que pode provocar manchas escuras nas axilas caso elas sejam expostas ao sol. Nessas situações, o melhor escolher aqueles produtos isentos de álcool.

  1. Desodorantes provocam escurecimento das axilas?

Resposta: depende.

Na maioria das pessoas não. Mas quem tem alergia ao álcool ou depila as axilas com frequência, por exemplo, pode apresentar alterações no tom da pele. Existem vários desodorantes à venda no mercado que prometem clarear a região – eles contêm ativos, como a arbutina, capazes de promover esse efeito.

  1. Há roupas que fazem a gente suar mais que outras?

Resposta: sim.

Peças de tecido sintético, apertadas e escuras favorecem a transpiração, pois abafam as axilas, o que colabora para o aumento das bactérias e, consequentemente, do mau cheiro. Em contrapartida, roupas claras e de algodão permitem à pele respirar mais.

  1. Dá para evitar manchas nas roupas?

Resposta: sim.

É importante deixar o desodorante secar bem antes de vestir a blusa (ou camisa) e lavá-la o mais rápido possível, para que os ativos do produto não penetrem demais nas fibras do tecido. No mercado, já existem opções que evitam manchas amarelas ou esbranquiçadas em roupas pretas e brancas e o desbotamento das coloridas.

  1. Os desodorantes deixam de fazer efeito com o uso contínuo?

Resposta: não. Pois agem somente na superfície da pele.cancer-mama-2

  1. Eles fazem os pelos crescerem mais rápido?

Resposta: não. Faltam evidências científicas nesse sentido.

  1. Os sem perfume são mais “fraquinhos”?

Resposta: não. Eles são tão eficazes quanto os com fragrância, mas têm um potencial alergênico menor, já que não carregam essência nas fórmulas.

  1. O que há de novo no mundo dos desodorantes?

Resposta: há novas fórmulas

Além de combater o suor provocado pelo aumento de temperatura, elas inibem a transpiração causada por “momentos estressantes”. Existem também novas versões em bastão, que formam uma barreira bem espessa sobre as glândulas sudoríparas, minimizando ao máximo o suor.

  1. Qual a idade recomendada para começar o uso do desodorante?

Resposta: na adolescência

O recomendado é a partir da puberdade, quando começam a surgir pelos nas axilas e as glândulas sudoríparas apócrinas, localizadas principalmente embaixo dos braços e nas regiões genitais, tornam-se ativas.

Fonte: http://www.amaissaude.com.br/saude-e-lazer/revista/materias/Pages/guia-pratico-do-desodorante.aspx

Desfraldar

Já é o momento? Como fazer? Pinico ou adaptador de vaso sanitário?

Essas e outras perguntas surgem na cabeça das mamães. Mas, é possível passar por esse momento com tranquilidade e segurança.

Retirar a fralda da criança é um processo que exige muita paciência dos pais.  Alguns pequenos levam poucas semanas, outros, demoram meses para conseguir. Muitos pais nem imaginam que o simples uso do vaso sanitário pode ser um avanço significativo para a criança.

Um dos primeiros sinais de que seu filho está crescendo e criando autonomia é a “hora de largar a fralda”. Trata-se de um marco em seu desenvolvimento.

Algumas das principais perguntas que surgem nessa fase:

1 –  Quando devemos começar?

A partir dos 18 meses, a criança começa a ter o controle sobre o sistema de músculos chamado “esfíncter” que fará o controle sobre as eliminações fisiológicas (xixi e cocô). Esse é o momento de começar a pensar no desfralde. Geralmente, o desfralde acontece entre os 18 e 24 meses segundo o desenvolvimento neuropsicomotor de cada criança.

2 –  Meu bebê está preparado?

Você vai perceber que a criança está preparada quando ela mostrar alguns sinais, como gesticular ou falar que está incomodada com alguma coisa e às vezes até falar que fez xixi ou cocô. Mostrar interesse ou curiosidade quando os pais estiverem no banheiro também pode significar certo preparo. Além disso, acordar frequentemente com a fralda seca é considerado outro sinal de que ela está se desenvolvendo bem.

fralda 43 –  Como fazer de maneira correta?

É muito importante respeitar o tempo da criança e ter paciência. Se possível desfraldar a criança sem interrupções, respeitando a sua evolução. Tirar a fralda durante o dia só em casa, mas quando for passear colocar a fralda novamente pode confundir a criança e demorar mais que o esperado.

Uma boa dica é anotar os horários em que a criança faz xixi e cocô para levá-la ao banheiro um pouco antes. Iniciar o desfralde durante o verão pode ser melhor. Se acontecer um “escape”, no calor as calças molhadas tornam-se menos incômodas. Em geral, recomenda-se retirar primeiro as fraldas durante o dia, para depois, por volta dos 3 anos, dar início ao processo do desfralde noturno.

4 –  Como agir quando a criança “faz nas calças”?

Não fique nervosa, nem dê bronca! A criança ainda está aprendendo e escapar de vez em quando pode acontecer. Nesse momento chame a criança em particular e peça que ela ajude a limpar a calcinha ou a cueca jogando o cocô na privada. Se for xixi, peça que ela tire a calcinha e lave ou se seque com papel higiênico. Aos poucos, o número de vezes de escape tende a diminuir até chegar ao resultado esperado.

5 –  A escola pode ajudar no processo do desfralde?

Geralmente, há muita exigência por parte dos pais em casa, o que acaba não acontecendo na escola. A escola pode ser um aliado da família e pode ajudar bastante no processo de desfralde. Lá muitas crianças estão passando pela mesma fase. Ir ao banheiro torna-se mais divertido e é visto com mais naturalidade, longe da ansiedade da mãe.

6 –  Como detectar se a criança tem algum problema no controle do xixi e cocô?

Quando a criança já estiver com 3 ou 4 anos, desenvolvendo-se bem em diversas outras áreas, adquirindo habilidades, mas ainda não controla seus esfíncteres nem responde aos estímulos do processo de desfralde é importante procurar ajuda médica. Alguns problemas podem começar devido à ansiedade dos próprios pais. Perguntas como “Vamos fazer cocô?”, “Você quer fazer cocô?”, “Acho que a gente tem que ir fazer cocô” em excesso podem acabar despertando na criança algum tipo de ansiedade, angústia ou bloqueio.

Falar mal do “mau cheiro” das fezes da criança mesmo que ironicamente pode levar aos mesmos resultados. As crianças ainda não entendem essas “brincadeiras”. Com base nisso, ela pode querer fazer cocô escondido, na fralda e fica segurando até não aguentar mais, o que pode ressecar as fezes e causar a constipação, entre outros problemas.

Finalmente, é sempre bom lembrar que também no processo do desfralde cada criança reage de um jeito, cada um tem seu tempo e a ansiedade por parte dos pais pode atrapalhar nessa fase.


Como tornar o desfralde um sucesso?

A primeira coisa é não pular etapas. É preciso saber se a criança está pronta e não fazer o desfralde só porque os amiguinhos dela já o fizeram.

6 atitudes que indicam se a criança está preparada para o desfralde: Infográfico-desfraldamento-1-755x1024

1. Conta que fez ou que está com vontade de fazer xixi ou cocô;
2. Tem equilíbrio para caminhar;
3. Sobe e desce escadas alternando os pés;
4. Na hora de trocar a fralda, você nota que ela está cada dia mais sequinha;
5. Mostra desejo de usar o vaso sanitário;
6. Incomoda-se com a fralda cheia.

Coqueluche voltou para ficar?

COQUELUCHE


Doença infecciosa aguda, transmissível, de distribuição universal. Compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se caracteriza por paroxismos de tosse seca.

Ocorre sob as formas endêmica e epidêmica. Em lactentes, pode resultar em número elevado de complicações e até a morte.

Descrição da Doença

Agente etiológico (o que causa)

Bordetella pertussis. Bacilo gram-negativo, aeróbio, não esporulado, imóvel e pequeno, provido de cápsula (formas patogênicas) e de fímbrias.

 Reservatório

O homem é o único reservatório natural. Ainda não foi demonstrada a existência de portadores crônicos; entretanto, podem ocorrer casos oligossintomáticos, com pouca importância na disseminação da doença.

 Modo de transmissão

A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto de pessoa doente com pessoa suscetível, através de gotículas de secreção da orofaringe eliminadas por tosse, espirro ou ao falar. Em casos raros, pode ocorrer a transmissão por objetos recentemente contaminados com secreções do doente, porém é pouco frequente, pela dificuldade do agente sobreviver fora do hospedeiro. Aspecos clínicos e fases da coqueluche

Período de incubação

Em média, de 5 a 10 dias, podendo variar de 1 a 3 semanas e, raramente, até 42 dias.

Período de transmissibilidade

Para efeito de controle, considera-se que o período de transmissão se estende de 5 dias após o contato com um doente (período de incubação) até 3 semanas após o início dos acessos de tosse típicos da doença (fase paroxística).coqueluche-tosse

Em lactentes menores de 6 meses, o período de transmissibilidade pode prolongar-se por até 4 ou 6 semanas após o início da tosse. A maior transmissibilidade da doença ocorre na fase catarral.

Suscetibilidade e imunidade

A suscetibilidade é geral. O indivíduo torna-se imune nas seguintes situações:

  • após adquirir a doença: imunidade duradoura, mas não permanente;
  • após receber vacinação básica, mínimo de 3 doses com a Pentavalente (DTP+Hib+Hepatite B) e mais 2 reforços com a Tríplice Bacteriana (DTP). Essa imunidade não é permanente. Em média de 5 a 10 anos após a última dose da vacina a proteção pode ser pouca ou inexistente.

Orientações

Pelo seu alto grau de especificidade, a técnica da cultura para o isolamento da B. pertussis da secreção nasofaríngea é considerada como “padrão-ouro” para o diagnóstico laboratorial da coqueluche, embora sua sensibilidade seja variável. Como a B. pertussis apresenta um tropismo pelo epitélio respiratório ciliado, a cultura deve ser feita a partir da secreção nasofaríngea.

A coleta do espécime clínico deve ser realizada antes do início da antibioticoterapia ou, no máximo, até 3 dias após seu início. Em condições ideais, a probabilidade de crescimento da bactéria é em torno de 60 a 76%. Interferem no crescimento bacteriano nas culturas:

  • uso de antimicrobianos;
  • coleta realizada após a fase aguda, pois é raro o crescimento após a 4ª semana da doença;
  • uso de swab com algodão não alginatado, pois este material interfere no crescimento da B. pertussis;
  • coleta e transporte inadequados.

Em relação aos testes sorológicos, até o momento não se dispõem de testes adequados nem padronizados. Os novos métodos em investigação apresentam limitações na interpretação, sensibilidade, especificidade e reprodutibilidade.

É importante salientar que o isolamento e detecção de antígenos, produtos bacterianos ou sequências genômicas de B. pertussis são aplicáveis ao diagnóstico da fase aguda.

Coleta de secreção nasofaríngea

  • Realizar preferencialmente na fase aguda da doença.
  • Realizar antes do início do tratamento com antimicrobiano ou, no máximo, até três dias após instituição.
  • Utilizar swab fino com haste flexível, estéril e alginatado.
  • Retirar os tubos com meio de transporte da geladeira e deixá-los atingir a temperatura ambiente.
  • Coletar o material de uma narina.
  • Utilizar um tubo de ensaio com meio de transporte específico (Regan-Lowe), com antibiótico.
  • Identificar o tubo com o nome e idade, indicando se é caso suspeito ou comunicante, bem como a data e horário da coleta.
  • Introduzir o swab na narina até encontrar resistência na parede posterior da nasofaringe. Manter o swab em contato com a nasofaringe por cerca de 10 segundos e, em seguida, retirá-lo.
  • Após a coleta, estriar o swab na superfície levemente inclinada do tubo (+2cm) e, a seguir, introduzir na base do meio de transporte.

Transporte do material coletado

  • O material deverá ser encaminhado ao laboratório imediatamente após a coleta, em temperatura ambiente. Cada espécime clínico deverá ser acompanhado da ficha de encaminhamento de amostra ou de cópia da ficha de investigação epidemiológica da coqueluche, conforme definição no âmbito estadual. Se a opção for a ficha de investigação epidemiológica, deve-se anotar se o material (espécime clínico) é do caso ou de comunicante.
  • Na impossibilidade do envio imediato após a coleta, incubar em estufa bacteriológica com umidade à temperatura de 35ºC a 37ºC por um período máximo de 48 horas. Encaminhar, em seguida, à temperatura ambiente.
  • Se o período de transporte do material pré-incubado exceder 4 horas ou se a temperatura ambiente local for elevada (>35ºC), recomenda-se o transporte sob refrigeração, à temperatura de 4ºC.

Atenção

  • Os tubos com meio de transporte que não forem utilizados no mesmo dia devem ser mantidos na geladeira até o momento da coleta.
  • Verificar, sempre, o prazo de validade do meio de transporte antes de utilizá-lo.
  • Estabelecer com o laboratório uma rotina referente ao envio de amostras (horário e local de entrega de material), fluxo de resultados e avaliação periódica da qualidade das amostras enviadas, bem como outras questões pertinentes.

Tratamento

O tratamento e a quimioprofilaxia da Coqueluche, até 2005, tinham como antibiótico preferencial a Eritromicina, macrolídeo bastante conhecido.

Embora ensaios clínicos tenham demonstrado que esse antibiótico é bastante eficaz na erradicação da B. pertussis da nasofaringe das pessoas com a doença ( sintomática ou assintomática) em cerca de 48 horas.

O medicamento quando administrado precocemente (de preferência no período catarral), pode reduzir a intensidade e duração da doença, bem como o período de transmissibilidade. Entretanto há limitações quanto ao seu uso: a Eritromicina tem que ser administrada por 7 a 14 dias de 6 em 6 horas.

Com isso, há dificuldades na adesão ao tratamento pelo longo tempo e a posologia, além de apresentar vários efeitos colaterais: sintomas gastrointestinais, e em crianças menores de um 1 mês de idade, está associada ao desenvolvimento da Síndrome da Hipertrofia Pilórica, doença grave que pode levar a morte.

Com o surgimento de novos macrolídeos, que têm perfis mais favoráveis, foram realizados novos estudos clínicos para verificar a eficácia destas novas moléculas contra a doença. Esses estudos demostraram existir a mesma eficácia da Azitromicina e da Claritomicina no tratamento ou quimioprofilaxia da coqueluche, quando comparada com a Eritromicina.

A Azitromicina tem posologia de 1 vez ao dia, a ser administrada durante 5 dias e a Claritomicina deve ser administrada de 12 em 12 horas por 7 dias. Esses esquemas terapêuticos facilitam a adesão dos pacientes ao tratamento e, especialmente, à quimioprofilaxia dos contatos íntimos. Salienta-se que a Azitromicina permite o tratamento das crianças menores de um 1 mês de idade.

OBSERVAÇÃO: Embora não haja confirmação do uso de Azitromicina associado ao risco de desenvolver a Síndrome de Hipertrofia Pilórica, a criança deve ser acompanhada pelos profissionais de saúde.

O Guia de Vigilância e Controle de Doenças do Centers for Diseases Control and Prevention nos Estados Unidos, após extensa revisão em 2005, modificou as recomendações e indicações de antibioticoterapia, priorizando a Azitromicina e a Claritomicina para o tratamento e quimioprofilaxia da Coqueluche. Em 2011, o Guia de Vigilância da Agência Inglesa Health Public Protection, foi atualizado, contendo as mesmas orientações recomendadas pelo CDC, após considerar também a revisão Cochraine, em 2007.

Devido às evidências científicas em relação aos benefícios, tais como a redução dos efeitos colaterais graves e a falta de adesão à quimioprofilaxia por parte dos contatos à Eritromicina e, de acordo com a disponibilidade, o Ministério da Saúde passa a definir como droga de escolha, tanto para o tratamento como para a quimioprofilaxia da Coqueluche, a Azitromicina e, como segunda opção de escolha, a Claritromicina. Nos casos de contraindicação do uso desses macrolídeos, mantém-se a indicação do uso do Sulfametoxazol+Trimetropin. A Eritromicina ainda pode ser usada, porém sendo contraindicada em menores de 1 mês de idade e nas situações onde haja intolerância ou dificuldade de adesão.

Faz-se necessário a procura de atendimento para que o medicamento seja prescrito, em doses adequadas, por profissionais capacitados.

As posologias e antibióticos indicados para tratamento e quimioprofilaxia são as mesmas, de acordo com a tabela 1 (Esquemas Terapêuticos e Quimioprofiláticos).

Tabela 1- Esquemas Terapêuticos e Quimioprofiláticos

OBSERVAÇÃO: Tratamento e Quimioprofilaxia têm os mesmos esquemas terapêuticos.

1º escolha: Azitromicina

 Idade
< 6 meses 10mg/kg 1x/dia/5 dias – preferido para esta faixa etária
≥ 6meses 10 mg/kg ( máximo de 500 mg) 1 tomada no 1º dia e do 2º ao 5 º dia,  5 mg/k ( máximo de 250 mg) 1 vez ao dia
Adultos 500 mg em 1 tomada no 1º dia e do 2º ao 5ºdias, 250 mg, 1 x ao dia.

2ª escolha: Claritromicina*

Idade
< 1 mês Não recomendado
1 a 24 meses

 

 

 ≤ 8 Kg :

7,5 mg/kg 2 vezes ao dia/7 dias

 > 8 kg: 62,5 mg 2 x dia/7dias

3 a 6 anos 125 mg 2 x dia/7 dias
7 a 9 anos 187,5 mg 2x dia/7dias
≥ 10 anos 250 mg 2x ao dia /7 dias
Adulto 500 mg 2 x ao dia /7 dias

*Apresentação de 125 mg/5 mlresistencia-a-antibioticos-tem-nova-interpretacao

Em caso de indisponibilidade dos medicamentos anteriores: Eritromicina

Idade
< 1 mês Não recomendado devido associação com Estenose Hipertrófica de Piloro – 40-50 mg/kg dia dividido 6/6 hs por 7 à14 dias
1 a 24 meses 125mg 6/6 hs/ 7 à 14 dias
2 a 8 anos 250 mg 6/6 hs/7 à 14dias
> 8 anos 250-500 mg  4x dia/7 à 14dias
Adulto 500 mg 4x ao dia /7 à 14dias

Intolerância a macrolídeo:

* Sulfametoxazol-Trimetoprin (SMZ-TMP)

Idade
< 2 mês contra-indicado
≥6 semanas – 5 meses Sulfametoxazol 120 mg 2x/dia/7 dias
≥ 6 meses – 5 anos Sulfametoxazol 240 mg 2x/dia/7 dias
6 à 12 anos  Sulfametoxazol 480 mg 2x/dia/7dias
Adultos Sulfametoxazol 960 mg 2x/ dia/7dias

*Droga alternativa se houver contraindicação de Azitromicina, Claritromicina ou Eritromicina.

Situações especiais

Neonatos

Filho de mãe que não fez ou não completou o tratamento adequado (de acordo com a posologia – apresentada nas tabelas de Tratamento e Quimioprofilaxia) deve receber quimioprofilaxia.

Gestantes

Em qualquer fase da gestação, a mulher, que atender a definição de caso suspeito em situação de endemia ou que atender a definição para indicação de quimioprofilaxia, deve receber o tratamento ou quimioprofilaxia, de acordo com as orientações do item “Esquemas Terapêuticos e Quimioprofiláticos”.img_589

Manifestações clínicas

A coqueluche evolui em três fases sucessivas:

Fase catarral – com duração de 1 ou 2 semanas; inicia com manifestações respiratórias e sintomas leves (febre pouco intensa, mal-estar geral, coriza e tosse seca), seguidos pela instalação gradual de surtos de tosse, cada vez mais intensos e frequentes, até que passam a ocorrer as crises de tosses paroxísticas.coqueluche-e1314378531872

Fase paroxística – geralmente afebril ou com febre baixa. Em alguns casos, ocorrem vários picos de febre no decorrer do dia. Apresenta como manifestação típica os paroxismos de tosse seca, que se caracterizam por crise de tosse súbita incontrolável, rápida e curta (cerca de 5 a 10 tossidas, em uma única expiração). Durante esses acessos, o paciente não consegue inspirar, apresenta protusão da língua, congestão facial e, eventualmente, cianose que pode ser seguida de apneia e vômitos.

A seguir, ocorre uma inspiração profunda através da glote estreitada, que pode dar origem ao som denominado de “guincho”. O número de episódios de tosse paroxística pode chegar a 30 em 24 horas, manifestando-se mais frequentemente à noite. A frequência e a intensidade dos episódios de tosse paroxística aumentam nas 2 primeiras semanas; depois, diminuem paulatinamente. Esta fase dura de 2 a 6 semanas.

Fase de convalescença – os paroxismos de tosse desaparecem e dão lugar a episódios de tosse comum. Esta fase persiste por 2 a 6 semanas e, em alguns casos, pode se prolongar por até 3 meses. Infecções respiratórias de outra natureza, que se instalam durante a convalescença da coqueluche, podem provocar o reaparecimento transitório dos paroxismos.

Complicações

  • Respiratórias – pneumonia por B. pertussis, pneumonias por outras etiologias, ativação de tuberculose latente, atelectasia, bronquiectasia, enfisema, pneumotórax, ruptura de diafragma.
  • Neurológicas – encefalopatia aguda, convulsões, coma, hemorragias intra-cerebrais, hemorragia subdural, estrabismo e surdez.
  • Outras – hemorragias subconjuntivais, otite média por B. pertussis, epistaxe, edema de face, úlcera do frênulo lingual, hérnias (umbilicais, inguinais e diafragmáticas), conjuntivite, desidratação e/ou desnutrição.


Diagnóstico diferencial

Deve ser feito com as infecções respiratórias agudas, como traqueobronquites, bronquiolites, adenoviroses, laringites, entre outras.

Outros agentes também podem causar a síndrome coqueluchoide, dificultando o diagnóstico diferencial, entre os quais a Bordetella parapertussis, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia trachomatis, Chlamydia pneumoniae e Adenovírus (1, 2, 3 e 5). A Bordetella bronchiseptica e a Bordetella avium são patógenos de animais que raramente acometem o homem (exceto quanto imunodeprimidos).

Aspectos Laboratoriais

Diagnóstico específico

Realizado mediante o isolamento da B. pertussis através de cultura de material colhido de nasofaringe, com técnica adequada ou pela técnica de PCR em tempo real.

A coleta do espécime clínico deve ser realizada antes do início da antibioticoterapia ou, no máximo, até 3 dias após seu início. Por isso, é importante procurar a unidade de saúde ou entrar em contato com a coordenação da vigilância epidemiológica, na secretaria de saúde do município ou estado. O procedimento de coleta e transporte da amostra para o laboratório é o mesmo para realização da cultura e PCR em tempo real.

Exames complementares

Para auxiliar na confirmação ou descarte dos casos suspeitos, podem ser realizados os seguintes exames:

  • Leucograma – É um exame de grande valia no auxílio do diagnóstico da coqueluche, geralmente, em crianças e pessoas não vacinadas. No período catarral, pode ocorrer uma linfocitose relativa e absoluta, geralmente acima de 10 mil linfócitos/mm3. Os leucócitos totais no final dessa fase atingem um valor, em geral, superior a 20 mil leucócitos/mm3. No período paroxístico, o número de leucócitos pode elevar-se para 30 mil ou 40 mil/mm3, associado a uma linfocitose de 60% a 80%.

OBSERVAÇÃO: Enquanto a presença da linfocitose e leucocitose conferem forte suspeita clínica de coqueluche, sua ausência, não exclui o diagnóstico da doença, devendo ser levado em conta o quadro clínico e laboratorial individual.

Em lactentes e pacientes com quadro clínico atípico e/ou vacinados, a linfocitose, nos valores citados anteriormente, pode apresentar-se diminuída ou ausente.

  • Raio X de tórax – recomenda-se em menores de 4 anos de idade, para auxiliar no diagnóstico diferencial e/ou presença de complicações. É característica a imagem de “coração borrado” ou “franjado”, porque as bordas da imagem cardíaca não são nítidas devido aos infiltrados pulmonares.38-_coqueluche_grande

Aspectos Epidemiológicos

No Brasil, o cenário epidemiológico da Coqueluche, desde a década de 1990, apresentou importante redução na incidência dos casos, mediante a ampliação das coberturas vacinais de Tetravalente e DPT. Nessa década, a cobertura vacinal alcançada era de cerca de 70% e incidência de 10,6/100.000 hab.

À medida que as coberturas elevaram-se para valores próximos a 95 e 100%, no período de 1998 a 2000, observou-se que a incidência reduziu para 0,9/100.000 hab. Com a manutenção das altas coberturas vacinais, pôde-se observar, na última década, variação da incidência de 0,72/100.000 em 2004, para 0,32/ 100.000 hab., em 2010.

Em meados do ano de 2011, observou-se um aumento súbito do número de casos e, a partir da semana epidemiológica (SE) 30 desse ano, ultrapassou o limite superior esperado ao se comparar com o período de 2006 a 2010. Em 2012, o número de casos por SE, manteve-se em níveis além do esperado, fenômeno este ainda em investigação e registrados em outros países. Vale ressaltar que, nos últimos anos, houve melhora do diagnóstico laboratorial com a introdução de técnicas biomoleculares.

Em 2013, foram notificados 21.260 casos suspeitos e, destes, 30% (6.368/21.260) confirmados. Dos confirmados, 57% (3.666/6.368) eram menores de um ano de idade, seguidos dos de um a quatro anos (19,3%) e, por último, de cinco a nove anos (9,2%). A incidência de coqueluche foi de 3,3/100.000 hab., ultrapassando a do ano de 2012 (2,8). Nesse ano, ocorreram 109 óbitos, todos menores de um ano de idade, com taxa de letalidade de 1,7%.

O aumento da incidência da coqueluche no país, em 2011, guarda diferenças importantes em relação à observada nos Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, que têm registrado recentemente epidemias de Coqueluche. O crescimento do número de casos, até o momento, no Brasil, apresenta a distribuição etária clássica, ou seja, cerca de 70% dos casos ocorrem em menores de 01 ano de idade, com a grande maioria dos casos entre crianças menores de seis meses, fenômeno que também está sendo observada na Argentina, onde 13% dos casos estão na faixa etária de 01 a 04 anos. Ressalta-se que o aumento no número de casos não é observado em indivíduos escolares, adolescentes e adultos, embora haja casos em quase todas as faixas etárias, que podem estar subestimados pelo fato de o diagnóstico ser bem mais difícil nos referidos grupos.

Há relatos em publicações internacionais sobre a existência de ciclicidade da Coqueluche, além da existência de hipóteses sobre uma possível mudança de característica antigênicas das cepas de B. pertussis circulante. No entanto, até o momento, as mudanças observadas no comportamento da doença, tanto no Brasil como nos demais países, ainda não estão elucidadas.info-coqueluche

Novas Recomendações para a Vigilância Epidemiológica da Coqueluche:

Coq-NI-Novas-Recomenda—-es-02-06-2014-FINAL

Texto disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/coqueluche.

Cuidados com as unhas

As unhas dos bebês, principalmente as dos recém-nascidos, são molinhas.

Entretanto, podem arranhar e cortá-los inclusive no rosto.323812GG

Com o passar das semanas elas se tornam mais duras. Pode parecer fácil, mas é uma tarefa que exige alguns cuidados para evitar o corte da pele dos dedos.

A primeira dica é que o procedimento seja feito por duas pessoas – uma segura o bebê e outra corta as unhas.

O melhor momento pode ser quando o bebê estiver dormindo. Jamais se deve tentar retirar a pelinha com os dentes. E “assoprar” não corta unha, por incrível que pareça para alguns (queridos) avós.

Existem nas lojas especializadas tesouras de ponta redonda ou cortadores retos.

O principal é que se preste bastante atenção e se separe bem a unha da ponta do dedo. Um jeito bom de segurar a mão do bebê é deixar que ele agarre o dedo polegar da pessoa que está segurando.

Quem vai cortar segura um a um, cuidadosamente, o dedinho (da unha a ser cortada).

Deve-se cortar em linha reta, para tentar evitar o “encravamento da unha”, principalmente, as unhas dos dedos do pé. Alguns bebês já nascem com as unhas encravadas.

Mesmo com pequena inflamação dos cantinhos, deve-se ter paciência e deixar a unha crescer.

Excepcionalmente, pode ser necessário aplicar um medicamento apropriado com prescrição médica.

Saiba mais sobre suas unhas

Cuidados com as unhas

O uso ininterrupto de esmalte causa ressecamento e enfraquecimento das unhas. Deve haver um descanso entre a utilização do produto.

Às fãs das unhas pintadas, um aviso: deixe-as sem esmalte uma semana por mês, no mínimo. Durante o intervalo, aplicar hidratantes próprios para evitar o ressecamento.

Conheça seu aparelho ungueal (suas unhas)formatos-de-unhas

O aparelho ungueal, também conhecido como unhas, é formado pela lâmina ungueal, leito ungueal, matriz e tecidos periungueais. Localiza-se na região dorsal da extremidade dos dedos das mãos e dos pés.

Sua principal função é proteger as extremidades dos dedos de traumatismos. Também tem a função de defesa, apreensão de objetos e pode revelar doenças sistêmicas.

Cutículaunhas-corte-e1449748697258

Estrutura epitelial córnea que margeia toda da lâmina ungueal, exceto a borda livre distal, a cutícula não deve ser removida. Sua função principal é ser uma barreira para substâncias e microrganismos que possam penetrar e atingir a matriz ungueal.

Higiene e cuidado

As unhas devem ser aparadas, limpas e mantidas preferencialmente no formato oval.

No mercado de cosméticos há inúmeros produtos destinados às unhas, como esmaltes, brilhos, bases, hidratantes, fortificantes etc. Alguns, no entanto, podem provocar alergia.620x900_calocuticulaunha

Procure usar somente produtos devidamente registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Em caso de dermatite de contato ou outras complicações, interrompa o uso e procure um dermatologista.

Lixa

O hábito de lixar a parte de cima da unha pode ser prejudicial, pois retira camadas de queratina e deixa as unhas mais frágeis e finas.

Acetona

O uso de acetona pode tornar as unhas mais frágeis, ressecadas e quebradiças. Se, no salão de beleza, a profissional fizer a sugestão, recuse. Prefira os removedores de esmalte que não contêm acetonas.

O removedor de esmaltes é considerado a “evolução da acetona”. Não é um produto tão forte, não possui acetona na fórmula e não costuma causar alergias e ressecamentos.

Outra opção são os lenços umedecidos. Embora sejam mais oleosos do que os removedores de esmalte, você só vai precisar lavar as mãos após a aplicação.

A recomendação é dar um intervalo mínimo de 24 horas entre a retirada e a reaplicação de esmalte. Isso vai fazer bem para a suas unhas.

Manicure

Muitos problemas nas unhas, aliás, são causados por procedimentos de manicure ou higiene feitos incorretamente. Os profissionais que cuidam das unhas deveriam ser treinados por dermatologistas, para realizar seu trabalho com maior assertividade e evitar problemas futuros em seus clientes.

Fonte: Portal da Sociedade Brasileira de Dermatologia

http://www.sbd.org.br/cuidados/cuidados-com-as-unhas/

Onicocriptose (unha encravada)

A onicocriptose, ou unha encravada, atinge mais a faixa etária entre 10 e 30 anos. Na maioria, as vítimas são os homens.

Cortar a unha de forma incorreta e anormalidades na forma da unha favorecem o “encravamento” Sapatos apertados e meias sintéticas também podem predispor.

Uma complicação da unha encravada é o surgimento do granuloma piogênico, popularmente conhecido como “carne esponjosa”. Além da dor, essa lesão sangra facilmente. Deve ser tratada por médico. Alguns dermatologistas fazem aplicações de ácidos fortes na lesão ou crioterapia e antibioticoterapia tópica domiciliar.

Para tratar os casos mais simples, lichagem e aplicação de chumaços de algodão podem resolver. O tempo do tratamento é o grande inconveniente, muitos pacientes desistem por causa do tempo longo de tratamento.

A técnica do grampo é bastante usada, consiste em fixar um grampo metálico e ajusta-lo de modo a ajustar a lâmina ungueal ao tamanho do grampo. Durante alguns meses faz-se o ajuste até que se obtenha o aplainamento da unha.

A desvantagem da técnica é a dificuldade de usar calçados fechados e meias por causa da elevação do grampo. A técnica tem o mesmo princípio dos aparelhos dentários.

Deve-se evitar retirar a unha por completo, pois pode encravar novamente quando crescer. O tratamento cirúrgico visa desobstruir a passagem da unha, retirando até a matriz da unha o canto da mesma que encrava, que pode então crescer livremente.

Fonte: Portal da Sociedade Brasileira de Dermatologia

Saiba mais:

Queratina

A pele que se acumula nas unhas e “vira cutícula” é feita de queratina, uma proteína muito resistente que funciona como uma barreira de proteção em todo o corpo. As células que produzem queratina ficam na camada córnea, a mais superficial da pele e a que mais descama.

Tempo de renovação

Para renovar as unhas das mãos, leva-se cerca de 3 meses, contra 8 meses do dedão. A pele costuma ser renovada por inteiro em 30 dias e os cabelos duram até 5 anos.

Manter a cutícula

O ideal é não retirar a cutícula, apenas empurrá-la, já que a região fica muito próxima da parte viva da unha, onde uma inflamação pode ocorrer facilmente. No salão de beleza, as manicures e pedicures devem esterilizar os equipamentos em autoclave.

Mãos x Pés

As unhas das mãos crescem mais que as dos pés porque não há barreiras que as impeçam de nascer – como os sapatos fazem com os pés.

Descanso semanal

As unhas também precisam “respirar”: a recomendação é de que fiquem pelo menos um dia na semana livres de esmaltes ou bases.

Herança “maldita”

Quem tem familiares com histórico de unha encravada deve ficar atento, pois o problema costuma ser hereditário e aparecer logo nos primeiros anos de vida.

O que mais sofre é o dedão, geralmente pressionado pelo dedo do lado. Nesse pequeno espaço, a queratina acaba crescendo embaixo da unha.

Não adianta se desesperar. Cortar essa unha em casa e “de qualquer maneira” pode ser perigoso e desencadear uma infecção.

Calos

Já os calos são uma manifestação do organismo onde existem atrito e pressão local, o que pode ser causado por um calçado apertado ou “bico fino”.

Várias camadas de queratina se acumulam na região, como forma de proteção. Mas, quando endurecem, viram calo – que não deve ser raspado nem lixado sem orientação profissional.

Em algumas pessoas mais sensíveis, não adianta trocar de sapato nem usar um número maior: é preciso usar um modelo ortopédico, mais flexível e que provoque menos atrito com o pé. Casos mais graves demandam uma ida regular (mensal, por exemplo) ao podólogo.

Limpeza especial

Lavar bem os pés – no meio dos dedos e ao redor das unhas – é extremamente importante para evitar problemas. Pessoas obesas, idosas, diabéticas e com dificuldade de locomoção podem usar uma banqueta de plástico no banheiro para fazer essa higiene corretamente.

As unhas também podem ser limpas com uma escova (ex. de dentes) macia. Depois do banho, deve-se hidratar os pés com creme.

Fonte:

http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2011/07/cortar-unhas-retas-nao-tirar-cuticula-e-usar-sapato-folgado-evita-problemas.html

2 anos: príncipes ou tiranos?

Aos dois anos, a criança já anda e fala muita coisa, o que facilita o desprendimento da mãe e também a sua relação com o pai e os outros. Surge o “terrible two”.

Até os cinco anos, a maioria das crianças pensa que é o centro do universo e que as pessoas existem para satisfazer os seus desejos.frase-as-criancas-tem-de-ter-muita-paciencia-com-os-adultos-antoine-de-saint-exupery-153312

Tudo é dela. Torna-se “egocêntrica”. Não gosta de dividir brinquedos e se opõe às ordens e limites.

Gosta de esparramar os brinquedos, construir e destruir coisas, explorar todo o ambiente e como os adultos precisam de rótulos, a criança passa a ser chamada de teimosa, egoísta, birrenta e hiperativa.

A criatura também gosta de se exibir diante dos outros, mexer com terra, água, fazer sujeira.

Explorando, sujando, teimando e mexendo em tudo, ela desenvolve a psicomotricidade, a inteligência e a capacidade cognitiva.

Seus impulsos motores estão muito desenvolvidos. Corre em todas as direções, deixando os outros exaustos.

Sobe em tudo, liga e desliga tudo o que estiver ao seu alcance, rasga revistas e assim fortalece o seu tônus muscular.

Na relação com as outras crianças, empurra-as e trata-as como objetos manipuláveis, sendo incapaz de compartilhar os brinquedos e as brincadeiras. Podem estar juntas, mas cada uma brinca separadamente.

Ainda nessa fase, acontece um fenômeno muito importante. É quando a criança se liga a um brinquedinho, paninho qualquer e dele não se desgruda nunca.

Trata-se do objeto transicional, que a tranquiliza por “representar a mãe ou o seio materno” (sic). Ele não deve ser retirado da criança, pois isso poderia atrapalhar a sua relevante função, acarretando possíveis danos psíquicos.

Essa criança não entende o significado moral da palavra NÃO. Colocá-la de castigo, para PENSAR sobre o que fez pode não resolver nessa idade. Isso costuma mostrar à criança que PENSAR é castigo.

Nessa fase, desenvolve medos inexplicáveis e, por vezes, comportamentos estranhos. Ela acha que os objetos têm vida própria e algumas vezes os teme.

A sua necessidade e autonomia e de conhecer o mundo é interminável, sendo importante que a deixemos explorar o ambiente (basta tirar o que for de valor ou perigoso do seu alcance). A aprendizagem se dá pelo toque e pela experiência.PACIENCIA-708x350

Aliás, toda a aprendizagem não se transmite pelo processo “eu falo e você escuta “. Trata-se de um processo ativo e construtivo.

Pense bem antes de dar limites para essa criança. Como ela não entende o NÃO e como se acha a dona do mundo, vai insistir naquilo que você a proíbe.

A melhor maneira de dar limites nessa fase, é mudando o foco da atenção da criança. Não adianta dizer:

– Desça daí, AGORAAAA!!!!

Ela vai teimar, então é melhor você se levantar, tirá-la de onde está e chamar a atenção dela para algo interessante.

“Ensina à criança o caminho que ela deve seguir; mesmo quando envelhecer, dele não se há de afastar”  (Provérbios 22,6)Paciência-sempre

Tenha paciência, muita paciência e sabedoria, sempre!

Revisando o Zika vírus (segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria)

INFECÇÃO PELO ZIKA VIRUS. UMA BREVE REVISÃO.

Heloisa Helena de Sousa Marques
Membro do Departamento de Infectologia – SBP
Doutora em Pediatria pela FMUSP

Etiologia

dinmica-das-epidemias-de-zika-vrus-no-mundo-14jun2015-2-638O Zika virus (ZIKV) é um RNA vírus, do gênero Flavivírus, família Flaviviridae. Foi identificado em 1947, na floresta Zika, em Uganda e recebeu a denominação do local de origem, após a sua detecção em macacos sentinelas (Rhesus 766 e Rhesus 771) para monitoramento da febre amarela.30jan-2016---a-floresta-zika-nao-e-tao-conhecida-em-uganda-na-verdade-a-maioria-das-pessoas-nem-sequer-sabe-exatamente-onde-ela-fica-1454146913520_300x300

A infecção foi diagnosticada, através de estudos sorológicos, em humanos em 1952 em Uganda e Nigéria.  No entanto, o primeiro isolamento do ZIKV em humanos foi realizado no soro de uma menina nigeriana de 10 anos de idade que apresentava a doença no 5º dia, com febre e cefaléia, durante a investigação de um surto com suspeição de febre amarela.

Ao longo dos anos, foram detectados casos isolados em países de África, no final da década de 70 na Indonésia. A partir 2007 foram descritas epidemias na Micronésia e outras ilhas do Oceano Pacífico e, mais recentemente, no Brasil, e agora em vários países da América Latina, América Central e Caribe. Até o momento, são conhecidas e descritas duas linhagens do vírus ZIKV, uma africana e outra asiática. Esta última é a linhagem identificada no Brasil e estudos publicados em 25 de novembro de 2015 indicam adaptação genética da linhagem asiática (6).

Modo de transmissão

O ZIKV é  transmitido através da picada de mosquitos do genero Aedes, tendo sido isolado em 1948 a partir de um macerado de mosquitos da espécie A. africanus colhidos na floresta de Zika (7). Adicionalmente, este vírus veio a ser repetidamente isolado de mosquitos quer na África, como na Ásia, permitindo sugerir que espécies como A. africanusA. aegypti e A. hensilliparticipem na sua manutenção em ambiente silvático.

A competência vetorial para transmissão do ZIKV pelo A. aegypti e pelo A. albopictus impõe grande preocupação para a saúde pública. Estes artrópodes encontram-se amplamente distribuídos em zonas tropicais, subtropicais (A. aegypti) e temperadas (A. albopictus), abrangendo um enorme contingente de indivíduos suscetíveis.

Menos frequentemente, a transmissão do ZIKV já foi descrita por via sexual, perinatal (intraparto de uma mãe para a criança em período de viremia), por hemotransfusão e transmissão ocupacional. Não há relato de transmissão através do aleitamento materno apesar do RNA do ZIKV ter sido encontrado no leite humano.160126131738_grafico_zika_transmissao

A partir de outubro de 2015, foi relatado o aumento de crianças nascidas no Brasil com microcefalia. Devido à ocorrência temporal e geográfica de infecção pelo Zika vírus em gestantes em período anterior ao relato do aumento de microcefalia, uma possível associação com infecção pré-natal foi postulada. As evidências laboratoriais a partir de um número limitado de casos com microcefalia têm indicado para essa potencial associação.4191408_x360

Manifestações Clínicas

Doença aguda

O período de incubação varia aproximadamente entre três a 12 dias depois da picada do mosquito infectado. A maioria das infecções permanece assintomática (entre 60% e 80%.

As manifestações clínicas observadas, até o momento são: exantema, prurido e febre baixa ou ausência de febre, acompanhado ou não de mialgias, artralgia, edemas articulares e cefaleia.

Os sinais e sintomas ocasionados pelo vírus Zika, em comparação aos de outras doenças exantemáticas (DENV, CHIKV e sarampo), incluem um quadro exantemático mais acentuado e hiperemia conjuntival, sem alteração significativa na contagem de leucócitos e plaquetas.

Em geral, o desaparecimento dos sifoto_divulgacao_sampntomas ocorre entre 3 e 7 dias após seu início. No entanto, em alguns pacientes, a artralgia pode persistir por cerca de um mês.

Na tabela 1, é apresentada uma síntese comparativa de sinais e sintomas das três doenças.

Tabela 1. Comparação de sinais e sintomas para Dengue, Chikungunya e Zika.

Sinais/Sintomas Dengue Chikungunya Zika
Febre ++++ +++ 0/++
Tempo de febre 4-7 dias 2-3 dias 1-2 dias
Mialgia/artralgia +++ ++++ ++
Edema de extremidades 0 0 ++
Exantema maculopapular ++ ++ +++
Frequência do exantema 30%-50% 50% 90%-100%
Prurido + + ++/+++
Dor retroorbitária ++ + ++
Conjuntivite 0 + +++
Linfadenopatia ++ ++ +
Hepatomegalia 0 +++ 0
Leucopenia/trombopenia +++ +++ 0
Hemorragia + 0 0

Descrição dos quadros de microcefalia possivelmente associados à infecção intrauterina pelo Zika virus

Em 22 de janeiro o grupo Zika Embryopathy Task Force (SBGM–ZETF), da Sociedade Brasileira de Genética Médica publicou o relato de 35 casos de crianças portadoras de microcefalia e outras alterações neurológicas possivelmente relacionadas à infecção pelo ZIKV. Foram revistos os dados referentes á gestação (história de exposição, sintomas e testes de laboratório), exame físico das crianças e outras informações segundo um protocolo padronizado.

A microcefalia foi definida como perímetro cefálico igual ou inferior a dois desvios-padrão para a idade gestacional e sexo da criança ao nascimento.  Os autores referem ainda a dificuldade de confirmar o diagnóstico de infecção pelo ZIKV retrospectivamente.

Dentre as mães, houve referência de presença de exantema em 26 (74%), sendo que em 21, durante o primeiro trimestre e em cinco, no segundo trimestre da gravidez. Todas as mães, mesmo aquelas que não tiveram exantema na gravidez referiram que ou residiam ou viajaram para áreas onde havia circulação do ZIKV.zika_virus-300x200

Foram analisados os dados de 35 crianças, 25 (74%)  crianças tinham microcefalia grave (Perímetro Cefálico (PC) menor que três desvios-padrão).  Os achados de tomografia de crânio ou de ultrassom craniano transfontanela mostraram um padrão consistente de calcificações cranianas disseminadas, particularmente nas áreas periventriculares, parenquimatosas e talâmicas e nos gânglios da base e, estavam associadas em cerca de 1/3 dos casos com anormalidades de migração celular (lissencefalia, paquigiria). O aumento dos ventrículos secundário à atrofia cortico/subcortical também foi frequentemente relatado. Em 11 (33%) crianças foi observado excesso de couro cabeludo, indicando uma parada no crescimento cerebral mas não do crescimento do couro cabeludo. Quatro (11%) das crianças  tinham artrogripose, indicativo de envolvimento do sistema nervosos periférico. Todas as 35 crianças dessa coorte tinham testes negativos para sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirus e vírus herpes simplex. Todas as amostras de líquido cefalorraquidiao foram encaminhadas para laboratórios de referência para realização de testes para identificar ZIKV, mas até o momento da publicação os resultados não estavam disponíveis.

No dia 4 de março de 2016 foi publicado mais um artigo de autores brasileiros no New England Journal of Medicine que estão avaliando a evolução de 88 gestantes do Rio de Janeiro que apresentaram exantema durante a gravidez. Dentre as 88 mulheres, 72 (82%) apresentaram teste positivo para ZIKV no sangue, urina ou ambos. A infecção aguda pelo  ZIKV ocorreu entre 5 e 38 semanas de gestação.

As manifestações clínicas mais frequentes foram exantema macular ou maculopapular descendente e pruriginoso, congestão conjuntival e cefaleia; 28% tiveram febre baixa e de curta duração. A ultrassonografia fetal foi realizada em 42 (58%) das mães positivas ZIKV e em todas as mães ZIKV-negativo. Anormalidades fetais foram detectadas em 12 (29%) de 42  das gestantes ZIKV-positivas e em nenhuma das 16 gestantes ZIKV-negativas.

Os achados adversos encontrados até o momento (algumas gestações ainda estão em curso) foram morte fetal com 36 e 38 semanas de gestação (2 fetos), restrição do crescimento intrauterino com ou sem microcefalia (5 fetos), calcificações ventriculares ou outras lesões em SNC (7 fetos) e volume do fluido amniótico anormal ou fluxo da artéria umbilical alterado (7 fetos).  Até o momento, oito das 42 mulheres que fizeram ultrassonografia tiveram os bebes e os achados ultrassonográficos foram confirmados. Os autores concluem que a despeito do quadro clinico ter sido leve nas gestantes, a infecção pelo  ZIKV durante a gestação parece estar associado com desfechos graves, incluindo morte fetal, insuficiência placentária, restrição de crescimento fetal e lesões do sistema nervosos central.

Há outras publicações com relatos de casos. Também tem sido identificadas manifestações oftalmológicas publicadas por pesquisadores brasileiros.

Outras informações poderão ser encontradas no Protocolo de atenção à saúde e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika, do Ministério da Saúde do Brasil no seguinte endereço eletrônico http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2016/fevereiro/03/Protocolo-SAS-vers–o-2.0.pdf

Síndrome de Guillain-Barré (SGB)

Recentemente, foi observada uma possível correlação entre a infecção ZIKAV e o aumento de ocorrência de síndrome de Guillain-Barré (SGB) em locais com circulação simultânea do vírus da dengue. O mesmo tem sido observado no Brasil.dab0e3cb92756ac50c0341e2630f70ef

 Diagnóstico

O diagnóstico da infecção ou doença aguda é baseado na detecção do RNA viral em espécimes clínicos de pessoas agudamente doentes ou infectadas. O período virêmico parece ser curto, permitindo a detecção do vírus durante os primeiros 3 a 5 dias depois do início dos sintomas. O vírus tem sido detectado na saliva com maior frequência do que no sangue dentro da primeira semana de doença e também tem sido detectado na urina por mais de 10 dias.

Zika-e-dengueA partir do 5º dia de evolução é possível o diagnóstico sorológico (ELISA ou imunofluorescência) através de pesquisa de anticorpos IgM e IgG  anti-Zika. Tem sido relatado reações cruzadas com outros flavivírus como o vírus da dengue e da febre amarela, o que pode dificultar o diagnóstico, e nas fases iniciais os títulos têm sido muito baixos (36) . Recomenda-se a confirmação por técnica de neutralização, soroconversão ou o aumento de quatro vezes os títulos, em amostras pareadas da fase aguda e de convalescência. Os resultados deverão ser interpretados segundo a avaliação do estado vacinal contra a febre amarela e de exposição prévia a outras infecções por flavivírus, particularmente pelos vírus da dengue.

No Brasil, recentemente, a ANVISA (fonte: www.anvisa.gov.br) aprovou o registro de cinco diferentes produtos para detecção de infecção pelos três vírus, Zika, Dengue e Chikungunya, tanto os testes moleculares como os sorológicos. Para maiores detalhes, ler a nota da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica.

Toda a rotina para o diagnóstico de crianças nascidas com microcefalia ou outras alterações possivelmente relacionadas com a infecção intrauterina está detalhadamente descrita nos documentos oficiais, cuja última versão foi publicada em fevereiro de 2016.

O que é a febre por Vírus Zika?

É uma doença viral aguda, transmitida principalmente por mosquitos, tais como Aedes aegypti, caracterizada por exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia e dor de cabeça. Apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3-7 dias.

Qual a distribuição dessa doença?

O vírus Zika foi isolado pela primeira vez em primatas não humanos em Uganda, na floresta Zika em 1947, por esse motivo esta denominação. Entre 1951 a 2013, evidências sorológicas em humanos foram notificadas em países da África (Uganda, Tanzânia, Egito, República da África Central, Serra Leoa e Gabão), Ásia (Índia, Malásia, Filipinas, Tailândia, Vietnã e Indonésia) e Oceania (Micronésia e Polinésia Francesa).foto_177

Nas Américas, o Zika Vírus somente foi identificado na Ilha de Páscoa, território do Chile no oceano Pacífico, 3.500 km do continente no início de 2014.

O Zika Vírus é considerado endêmico no Leste e Oeste do continente Africano. Evidências sorológicas em humanos sugerem que a partir do ano de 1966 o vírus tenha se disseminado para o continente asiático.mapa-propagacao-zika

Atualmente há registro de circulação esporádica na África (Nigéria, Tanzânia, Egito, África Central, Serra Leoa, Gabão, Senegal, Costa do Marfim, Camarões, Etiópia, Quénia, Somália e Burkina Faso) e Ásia (Malásia, Índia, Paquistão, Filipinas, Tailândia, Vietnã, Camboja, Índia, Indonésia) e Oceania (Micronésia, Polinésia Francesa, Nova Caledônia/França e Ilhas Cook).

Casos importados de Zika virus foram descritos no Canadá, Alemanha, Itália, Japão, Estados Unidos e Austrália (12) Adicionar Ilha de Páscoa.

Como é transmitida?

O principal modo de transmissão descrito do vírus é por vetores. No entanto, está descrito na literatura científica, a ocorrência de transmissão ocupacional em laboratório de pesquisa, perinatal e sexual, além da possibilidade de transmissão transfusional.Graffo-Zika-Vírus

Quais são os principais sinais e sintomas?

Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas, porém quando presentes são caracterizadas por exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia e dor de cabeça e menos frequentemente, edema, dor de garganta, tosse, vômitos e hematospermia. Apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No entanto, a artralgia pode persistir por aproximadamente um mês.

Recentemente, foi observada uma possível correlação entre a infecção ZIKAV e a ocorrência de síndrome de Guillain-Barré (SGB) em locais com circulação simultânea do vírus da dengue, porém não confirmada a correlação.

Qual o prognóstico?

Em suma, vem sendo considerada uma doença benigna, na qual nenhuma morte foi relatada e autolimitada, com os sinais e sintomas durando, em geral, de 3 a 7 dias. Não vê sendo descritas formas crônicas da doença.

Há tratamento ou vacina contra o Zika vírus?

Não existe um tratamento específico. O tratamento dos casos sintomáticos recomendado é baseado no uso de acetaminofeno (paracetamol) ou dipirona para o controle da febre e manejo da dor. No caso de erupções pruriginosas, os anti-histamínicos podem ser considerados. No entanto, é desaconselhável o uso ou indicação de ácido acetilsalicílico e outros drogas anti-inflamatórias em função do devido ao risco aumentado de complicações hemorrágicas descritas nas infecções por síndrome hemorrágica como ocorre com outros flavivírus.

Não há vacina contra o Zika vírus.

A SVS/MS informa que mesmo após a identificação do Zika Vírus no país, há regiões com ocorrência de casos de dengue e chikungunya, que, por apresentarem quadro clínico semelhante, não permitem afirmar que os casos de síndrome exantemática identificados sejam relacionados exclusivamente a um único agente etiológico.

Assim, independentemente da confirmação das amostras para ZIKAV, é importante que os profissionais de saúde se mantenham atentos frente aos casos suspeitos de dengue nas unidades de saúde e adotem as recomendações para manejo clínico conforme o preconizado no protocolo vigente, na medida em que esse agravo apresenta elevado potencial de complicações e demanda medidas clínicas específicas, incluindo-se a classificação de risco, hidratação e monitoramento.

Como evitar e quais as medidas de prevenção e controle?

As medidas de prevenção e controle são semelhantes às da dengue e chikungunya. Não existem medidas de controle específicas direcionadas ao homem, uma vez que não se dispõe de nenhuma vacina ou drogas antivirais.

Prevenção domiciliar

Deve-se reduzir a densidade vetorial, por meio da eliminação da possibilidade de contato entre mosquitos e água armazenada em qualquer tipo de depósito, impedindo o acesso das fêmeas grávidas por intermédio do uso de telas/capas ou mantendo-se os reservatórios ou qualquer local que possa acumular água, totalmente cobertos. Em caso de alerta ou de elevado risco de transmissão, a proteção individual por meio do uso de repelentes deve ser implementada pelos habitantes.

Individualmente, pode-se utilizar roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia quando os mosquitos são mais ativos podem proporcionar alguma proteção contra as picadas dos mosquitos e podem ser adotadas principalmente durante surtos, além do uso repelentes na pele exposta ou nas roupas.

Prevenção na comunidade

Na comunidade deve-se basear nos métodos realizados para o controle da dengue, utilizando-se estratégias eficazes para reduzir a densidade de mosquitos vetores. Um programa de controle da dengue em pleno funcionamento irá reduzir a probabilidade de um ser humano virêmico servir como fonte de alimentação sanguínea, e de infecção para Ae. aegypti e Ae. albopictus, levando à transmissão secundária e a um possível estabelecimento do vírus nas Américas.

Os programas de controle da dengue para o Ae. aegypti, tradicionalmente, têm sido voltados para o controle de mosquitos imaturos, muitas vezes por meio de participação da comunidade em manejo ambiental e redução de criadouros.

Procedimentos de controle de vetores

As orientações da OMS e do Ministério da Saúde do Brasil para a dengue fornecem informações sobre os principais métodos de controle de vetores e devem ser consultadas para estabelecer ou melhorar programas existentes. O programa deve ser gerenciado por profissionais experientes, como biólogos com conhecimento em controle vetorial, para garantir que ele use recomendações de pesticidas atuais e eficazes, incorpore novos e adequados métodos de controle de vetores segundo a situação epidemiológica e inclua testes de resistência dos mosquitos aos inseticidas.

Como denunciar os focos do mosquito?

As ações de controle são semelhantes aos da dengue, portanto voltadas principalmente na esfera municipal. Quando o foco do mosquito é detectado, e não pode ser eliminado pelos moradores de um determinado local, a Secretaria Municipal de Saúde deve ser acionada.

O que fazer se estiver com os sintomas de febre por Vírus Zika?

Procurar o serviço de saúde mais próximo para receber orientações.Gestante criança e idoso x dengue

http://www.sbp.com.br/zika-virus-informacoes-atualizadas/nocoes-sobre-virus-a-doenca-e-as-potenciais-complicacoes-com-enfase-na-microcefalia/

http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/sbpcml_posicionamento_zika_virus.pdf