Câncer de mama e antitranspirantes (segundo o INCA)

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Nas prateleiras, o que não falta é novidade: tem produto que clareia as axilas, evita manchas nas roupas, protege por até 72 horas, hidrata a pele, bloqueia o suor em momentos estressantes.

O que diz o INCA (Instituto Nacional do Câncer):

Utilização de antitranspirantes e o câncer de mama
Antiperspirantes ou antitranspirantes são produtos que inibem ou diminuem a transpiração. A diferença entre desodorante e antitranspirante é que o primeiro serve para remover o odor das axilas, enquanto o segundo é responsável por reduzir a quantidade de suor produzido.

Grande parte dos antitranspirantes funciona também como desodorante, porém a maioria dos desodorantes não atua como antitranspirante.

Os antitranspirantes possuem em sua composição sais de alumínio e derivados. Por este motivo, algumas pessoas questionam se estes compostos em contato com o corpo propiciariam o desenvolvimento de câncer de mama.

Outra associação refere-se ao fato de que a maior incidência da doença ocorre no quadrante superior da área do peito, local utilizado para aplicação do produto, onde estão localizados os nódulos linfáticos.autoexame

No entanto, sabe-se que a maior incidência de câncer nesse quadrante é percebida, uma vez que nele se encontra a maior quantidade de tecido mamário, o que aumenta as chances para o desenvolvimento da doença.

Segundo parecer técnico divulgado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não existe até o momento dados significativos na literatura científica que relacionem os sais de alumínio presentes na fórmula dos antitranspirantes com a incidência de câncer de mama.

Em janeiro de 2004, foi publicado na revista Journal of Applied Toxicology um artigo assinado por pesquisadores da University of Reading, na Grã-Bretanha (GB), demonstrando a presença de altas concentrações de parabenos em tecidos retirados de tumores mamários de mulheres que usavam este tipo de desodorante.

No entanto, no editorial da mesma revista, há um outro artigo de pesquisadores do Departamento de Toxicologia do Laboratório Covance (GB) questionando o desenho do Estudo, a inferência dos resultados tendo em vista que o número de amostras de tecido coletado de tumores mamários foi pequeno (n=20).

Questionou-se também a toxicidade desses compostos e a limitação de dados sobre exposição humana disponíveis na literatura.cartaz-cancer-mama

Tomando-se como referência o parecer da American Cancer Society sobre este assunto, é possível que alguns antiperspirantes possam irritar a pele e que não é raro o desenvolvimento de uma infecção chamada hidradenite supurativa, que se inicia na glândula sudorípara na axila ou região inguinal.

Esta infecção pode levar à bacteremia (bactérias na corrente sanguínea = sepse) e choque se não tratado adequadamente. A depilação com lâmina pode agravar uma infecção axilar.

Entre os inúmeros estudos epidemiológicos que descrevem os fatores de risco associados ao desenvolvimento de câncer de mama este parece ser o primeiro que estabelece que o uso de antiperspirante aumenta o risco para câncer de mama.

Portanto, deve-se considerar que ainda não há estudos suficientes nem conclusivos que comprovem a associação positiva entre a exposição a parabenos e a presença de danos no DNA que poderiam levar ao câncer.

Os principais fatores de risco para câncer de mama são o histórico familiar, obesidade, alimentação inadequada, tabagismo e faixa etária elevada.cancer-mama-outubro-rosa

A ação mais efetiva que as mulheres podem adotar para se protegerem é submeterem-se anualmente ao exame clínico, fazer mamografia periodicamente.

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Embora não previna do câncer de mama, a adoção dessas práticas certamente aumentará as chances de detectá-lo precocemente, quando é mais facilmente tratado.

​​ http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=23

 Saiba mais:

As opções são realmente eficientes? Elas podem fazer mal à saúde?

  1. Afinal, existe diferença entre desodorante e antitranspirante?

Resposta: sim.20140903-154354-56634072

Além de perfumar as axilas, os desodorantes contêm ingredientes, como o triclosan, capazes de eliminar bactérias que habitam a pele e provocam o mau odor. No entanto, eles não impedem a transpiração.

“ – Já os antitranspirantes carregam ativos, como o cloridrato de alumínio, que inibem ou reduzem a liberação do suor”, explica Sara Bentler Vanzin, farmacêutica de São Paulo.  Esse tipo de produto também possui ação desodorante, pois traz fragrância na composição e acaba com as bactérias responsáveis pelo cheiro ruim.

  1. Isso significa que é melhor investir num antitranspirante?

Resposta: depende.

Depende da necessidade de cada um. Quem não transpira muito e só deseja disfarçar o odor das axilas pode usar um desodorante. Para as pessoas que “suam demais”, o antitranspirante pode ser melhor.

  1. Como são denominados os produtos que oferecem proteção prolongada de até 72 horas?

Resposta: antitranspirantes

Como apresentam uma concentração maior de cloridrato de alumínio na formulação, os antitranspirantes conseguem bloquear a saída do suor por mais tempo – 24, 48 ou 72 h. São indicados para quem transpira excessivamente ou para a prática de exercícios físicos. Naturalmente, ninguém deve ficar tanto tempo sem tomar banho. Na realidade, o período de duração descrito na embalagem funciona como parâmetro de seu poder de proteção. Ou seja, quanto maior a duração, mais protegido contra o suor você deve estar.

  1. Qual é o modo certo de aplicar?

Resposta: na pele limpa e seca

“O ideal é passar uma vez por dia na pele limpa e seca”, recomenda o dermatologista mineiro Abdo Salomão Jr., membro da Sociedade Brasileira e da Sociedade Americana de Dermatologia.

Diferentemente do que muita gente pensa, reaplicar o produto na hora do almoço, por exemplo, não aumenta sua eficácia – sem falar que as axilas já não ficam tão “perfumadas” como da primeira vez. Também se deve evitar o uso do desodorante antes de dormir para não ficar exposto à ação prolongada do alumínio contido na formulação.

  1. É verdade que o alumínio presente nos antitranspirantes faz mal à saúde?

Resposta: depende

Embora o ativo seja considerado seguro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pesquisas recentes indicam que, quando utilizado em excesso e por um longo período, o alumínio pode favorecer o surgimento do câncer de mama. Pois, como a pele é permeável, ela absorve essa substância.

“No entanto, são necessários mais estudos para comprovar essa relação”, ressalta a Dra. Sara Vanzin. Vale lembrar ainda que os ingredientes podem causar alergias – se as axilas coçarem, ficarem avermelhadas e/ou com pequenas feridas, a saída é suspender o uso do antitranspirante e apostar num produto hipoalergênico ou específico para peles sensíveis.

  1. Dá para pedir emprestado?

Resposta: depende

Se for roll-on, de jeito nenhum! Isso porque o aplicador entra em contato direto com a pele e, portanto, pode contaminar o produto. Também é recomendado não compartilhar os cremes, pois o ato de colocar os dedos dentro da embalagem provoca alterações na fórmula. O melhor é usar uma espátula para evitar contato direto com o produto. No caso do spray, que deve ser aplicado a 15 cm das axilas, a princípio, não há problema.

  1. Como escolher um formato de desodorante?12250950

Resposta: depende

“Pessoas idosas, de pele seca ou sensível devem investir nas versões roll-on ou creme, por serem mais hidratantes”, sugere Abdo Salomão Jr. Nesse caso, o ideal seria optar por produtos livres de álcool, já que o ativo pode causar ardência, principalmente quando utilizado após a depilação.

Quem sofre com o excesso de pelos ou tem foliculite deve preferir as versões aerossol ou spray com álcool na fórmula. O único inconveniente é que pode provocar manchas escuras nas axilas caso elas sejam expostas ao sol. Nessas situações, o melhor escolher aqueles produtos isentos de álcool.

  1. Desodorantes provocam escurecimento das axilas?

Resposta: depende.

Na maioria das pessoas não. Mas quem tem alergia ao álcool ou depila as axilas com frequência, por exemplo, pode apresentar alterações no tom da pele. Existem vários desodorantes à venda no mercado que prometem clarear a região – eles contêm ativos, como a arbutina, capazes de promover esse efeito.

  1. Há roupas que fazem a gente suar mais que outras?

Resposta: sim.

Peças de tecido sintético, apertadas e escuras favorecem a transpiração, pois abafam as axilas, o que colabora para o aumento das bactérias e, consequentemente, do mau cheiro. Em contrapartida, roupas claras e de algodão permitem à pele respirar mais.

  1. Dá para evitar manchas nas roupas?

Resposta: sim.

É importante deixar o desodorante secar bem antes de vestir a blusa (ou camisa) e lavá-la o mais rápido possível, para que os ativos do produto não penetrem demais nas fibras do tecido. No mercado, já existem opções que evitam manchas amarelas ou esbranquiçadas em roupas pretas e brancas e o desbotamento das coloridas.

  1. Os desodorantes deixam de fazer efeito com o uso contínuo?

Resposta: não. Pois agem somente na superfície da pele.cancer-mama-2

  1. Eles fazem os pelos crescerem mais rápido?

Resposta: não. Faltam evidências científicas nesse sentido.

  1. Os sem perfume são mais “fraquinhos”?

Resposta: não. Eles são tão eficazes quanto os com fragrância, mas têm um potencial alergênico menor, já que não carregam essência nas fórmulas.

  1. O que há de novo no mundo dos desodorantes?

Resposta: há novas fórmulas

Além de combater o suor provocado pelo aumento de temperatura, elas inibem a transpiração causada por “momentos estressantes”. Existem também novas versões em bastão, que formam uma barreira bem espessa sobre as glândulas sudoríparas, minimizando ao máximo o suor.

  1. Qual a idade recomendada para começar o uso do desodorante?

Resposta: na adolescência

O recomendado é a partir da puberdade, quando começam a surgir pelos nas axilas e as glândulas sudoríparas apócrinas, localizadas principalmente embaixo dos braços e nas regiões genitais, tornam-se ativas.

Fonte: http://www.amaissaude.com.br/saude-e-lazer/revista/materias/Pages/guia-pratico-do-desodorante.aspx

3 comentários em “Câncer de mama e antitranspirantes (segundo o INCA)”

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