Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria
A cólica do bebê é transitória e aparece geralmente na segunda semana de vida, acabando em torno do quarto mês, em uma criança saudável.
A cólica pode durar até três horas por dia e normalmente acontece no final da tarde ou à noite. Além do choro, o bebê fica irritado e agitado.
Como diferenciar o choro por cólica do choro de fome
O bebê chora por diversas razões: fome, frio, sono, calor, dor, incômodos por fralda molhada ou apertada ou até porque quer aconchego e carinho.
Com o tempo, a mãe vai aprendendo a identificar o motivo de choro do seu bebê. No entanto, a criança que chora por fome se acalma assim que mama. Isso não acontece quando o choro é por cólica.
Como evitar as cólicas
Tente manter a calma e lembre-se de que as cólicas acontecem em um bebê saudável e que vão passar em poucos meses.
A ansiedade da mãe não ajuda a acabar com a cólica, mas algumas ações podem amenizar a dor:
- um ambiente tranquilo e uma música suave ajudam a relaxar mãe e filho;
- um banho morno também ajuda a descontrair;
- movimentos nas pernas do bebê, como “pedalar no ar” podem auxiliar a eliminar o excesso de gases;
- massagem na barriguinha do bebê, sempre no sentido horário, mobiliza os gases;
- compressas mornas na barriguinha com toalhas felpudas passadas a ferro têm efeito analgésico (teste antes o calor da toalha em sua própria face).
Muita calma nessa hora
Porém, o mais importante é ter paciência para acalmar o bebê, aconchegando-o no colo, barriga com barriga, ou apoiado de bruços na extensão do antebraço dos pais.
Nada de chás
Oferecer chá ao bebê não acaba com a cólica e pode prejudicar a amamentação. Remédios têm pouca eficácia.
A cólica é um dos principais motivos do oferecimento de chás para lactentes.
Sabe-se que a introdução dessa prática é fator de risco importante para o desmame precoce, e para que essa conduta seja efetiva, é necessária a ingestão de grandes volumes, o que pode comprometer seriamente a nutrição da criança.
A introdução de chás está também associada com quadros diarreicos. Esses fatores aumentam o risco de morbimortalidade nessa faixa etária.
Relação entre cólica e dieta materna
As causas das cólicas do primeiro trimestre não são bem conhecidas, mas parecem ter relação com uma relativa imaturidade do bebê; e vão melhorar com seu crescimento, sem deixar sequelas.
A alimentação materna como possível causa da cólica ainda é controversa.
A cólica pode ocorrer tanto em bebês amamentados no seio quanto naqueles amamentados com leite de vaca (fórmulas).
Entretanto, existe a possibilidade de alguns alimentos (leite de vaca, soja, trigo, nozes) passarem para o leite materno e provocarem cólicas.
No entanto, esses alimentos só devem ser retirados da dieta da mamãe caso as cólicas estiverem associadas com outros sintomas gastrintestinais que indiquem alergia alimentar, como a presença de rajas de sangue nas fezes do bebê.
Ao primeiro sinal de sangue nas fezes do bebê, seu pediatra deve ser consultado.
Lembre-se, o ideal é prolongar ao máximo o aleitamento materno porque o leite de vaca tem alto poder de causar alergia.
Choro primário excessivo
A denominação cólica do lactente tem caído em desuso, propondo-se o termo choro primário excessivo. Pesquisas confirmam que a cólica costuma iniciar após a segunda semana de vida e se caracteriza por choro de forte intensidade, repentino, que se repete todos os dias em determinados horários, principalmente ao entardecer.
Definição
Do ponto de vista fisiológico, a cólica possui definição clínica consagrada pela literatura, que a descreve como paroxismos de irritabilidade, agitação ou choro, durante pelo menos três horas por dia, em crianças saudáveis.
Emocional ou incoordenação do SNA?
Durante um episódio de cólica é reconhecido como característica comum nos lactentes um choro profundo e intenso, de longa duração e que não cede apesar de todos os esforços de consolo. Pode ocorrer devido à incoordenação do sistema nervoso autônomo. Porém a origem emocional é mais frequente do que a gastrintestinal.
Outras possíveis causas
Outras teorias aplicadas como causa da cólica do lactente são: por imaturidade do sistema digestivo, já que o alimento acelera o funcionamento intestinal provocando espasmos; pelo sistema nervoso imaturo e sensível; por espasmos do cólon; por alergia a proteína do leite materno ou à fórmula infantil; por alimentos ingeridos pela própria mãe ou adicionados à mamadeira (ricos em Fe+3, proteínas do leite, leite em pó, chocolates, laticínios, pepino, pimentão, condimentados, etc.), que podem fermentar no intestino do recém-nascido (RN) e provocar a formação de gases; pela ansiedade dos pais e tensão no domicílio; e pela deglutição de ar causada pelo mau posicionamento do RN durante a alimentação.
Dor muscular e aerofagia
Uma das investigações que defende a cólica do lactente como uma síndrome de dor devido ao sugar a mamadeira ou o mamilo, afirma ainda que a alimentação é, para o lactente, pesada carga de trabalho para os músculos mastigatórios.
A hipótese explica o choro como sendo causado pela dor muscular e consequente aerofagia que, porém, com o desenvolvimento da criança e o aumento da força muscular a dor se desvanece.
A cólica acontece quando o alimento ingerido não consegue atingir o seu destino como produto final da digestão, devido à retenção em algum ponto do intestino.
Quando isto ocorre, as bactérias da flora intestinal normal agem sobre a lactose, gerando os gases. As partículas desses gases gerados fazem pressão nas alças intestinais provocando a dor e alterando o peristaltismo.
Normalmente, os movimentos peristálticos promovem a digestão. Porém, como estão alterados, impedem o fluxo normal do bolo alimentar.
A formação de gases continuará ocorrendo até que outro evento, como administração de fármacos, interrompa o ciclo, recupere a harmonia dos movimentos peristálticos e elimine os gases, permitindo o progresso da digestão.
Sem motivo aparente
Na prática, a cólica é frequentemente caracterizada apenas pelo choro sem motivo aparente. Acontece que o choro é uma ferramenta normal de comunicação usada pelo lactente nos seus primeiros meses de vida.
O choro é uma das primeiras formas do recém-nascido comunicar-se e solicitar ajuda. Ele pode chorar pelos mais variados motivos e muitas, vezes os pais principalmente quando é o primeiro filho ficam tensos e preocupados.
Com isso, é importante salientar a importância da paciência, calma e muito carinho dos pais nesse momento para que eles possam reconhecer quando um choro é sinal de dor ou apenas um pedido de atenção.
Desajuste
Do ponto de vista psicológico é referido que a cólica seja indicadora do desajuste no relacionamento mãe-bebê, sendo o corpo utilizado como meio de expressão desse desconforto. O problema chega a um ponto crucial quando a cólica induz a sensação de incompetência dos pais e discórdia entre o casal.
Escolaridade materna X Cólica do lactente
Um estudo para a identificação dos determinantes da cólica do lactente analisou as características de nascimento, tipo de alimentação, atividades enzimáticas fecais da criança, tabagismo nutrição e estado psicológico materno, vínculo mãe-filho, estrutura familiar e apoio social para a mãe. Obtiveram como resultados o fato de que os lactentes com cólica apresentaram maiores proporções de mães com baixa escolaridade, fumantes e a presença de violência doméstica em seus contextos.
É descrito que a cólica do lactente se apresenta como um problema recorrente nos primeiros meses de vida e que causa considerável sofrimento para os pais e membros da equipe de saúde. Apesar do vasto tempo de pesquisa, a patogênese desse estímulo doloroso ainda não é completamente compreendida e os tratamentos existentes permanecem uma questão em aberto.
Aerofagia (deglutição de ar ao beber ou comer)
A aerofagia devido à avidez da criança em sugar o seio materno ou o orifício maior no bico da mamadeira ou ainda o uso intenso de chupeta pode desencadear a cólica no lactente.
Alguns estudos descrevem que alimentos ingeridos pela mãe como o leite de vaca, café, chocolate, mamão, queijo ou condimentos podem ser motivos de cólica.
A mãe que amamenta deve ter uma alimentação saudável e ingerir líquidos com frequência, a fim de promover a saúde e fomentar a autonomia das famílias.
O leite materno possui níveis substanciais de melatonina, associada à redução da irritabilidade e diminuição da cólica. A criança tende a dormir mais no período noturno em comparação com os lactentes alimentados com fórmula.
Referências maternas
No que diz respeito à identificação da cólica do lactente, as mães reconhecem a dor conforme as reações de seu filho: choro, face vermelha, agitação, contorção do corpo, movimentos de pernas, careta, sudorese.
Intervenções comportamentais
As intervenções comportamentais têm se mostrado eficazes no tratamento da cólica infantil através do movimento de embalar, utilização de som para acalmar o lactente e a redução de estímulos; as terapias complementares têm sua utilização justificadas pela experiência anterior positiva, insatisfação com o tratamento convencional, por dificuldades financeiras para a compra de medicamentos e receio de efeitos colaterais.
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