Açúcar (II)

Memória

Consumir muito açúcar (mesmo frutose, em excesso) diariamente pode prejudicar o aprendizado e a memória.

É o que indica uma pesquisa publicada recentemente no periódico Journal of Physiology.

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No estudo, conduzido por uma equipe da Universidade da Califórnia, ratos que ingeriram xarope de milho rico em frutose (encontrada em produtos industrializados, como refrigerantes, condimentos e comidas de bebê) tiveram prejuízo na memória e queda no número de sinapses cerebrais.

Essa queda nas sinapses acabou por deixar o cérebro mais lento.

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A boa notícia é que a ingestão de alimentos com ácidos graxos ômega-3 protege contra os danos causados pelo açúcar.

Hiperglicemia e insulinemia

Quando ingerimos muito açúcar, os níveis de glicose no sangue disparam. Para conter esse aumento desmedido, o corpo lança insulina no sangue.

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Assim, uma hiperglicemia acaba gerando uma hiperinsulimia. Segundo Michel Raymond, pesquisador do Instituto de Ciências Evolutivas da Universidade de Montpellier, na França, e autor do livro Troglodita é você! (Ed. Paz e Terra, 256 páginas), repetidas hiperinsulinemias têm respostas fisiológicas prejudiciais ao organismo. E uma delas afeta diretamente a maneira como você enxerga.

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Dados médicos relacionam essas elevações drásticas e constantes da insulina à desregulação do crescimento dos eixos óticos oculares (local do olho por onde entra a luz que chega à retina), uma das causa da miopia.

O açúcar também, em quantidade elevada no sangue, deixa os líquidos dos olhos mais densos, o que desidrata o cristalino e também pode levar a alterações na visão.

 Síndrome metabólica

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A síndrome se caracteriza por níveis de triglicerídeos elevados (um tipo de gordura que em alta concentração é prejudicial), baixo nível de colesterol HDL (considerado o colesterol “bom”), hipertensão arterial, resistência aos efeitos da insulina e, glicemia.

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Todas essas condições são problemas que contribuem para doenças cardiovasculares.

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De acordo com artigo de agosto de 2011, publicado no periódico médico Archives of Medical Science por uma equipe internacional de pesquisadores, a síndrome metabólica pode ser o resultado da ingestão de uma alimentação com alto índice glicêmico, particularmente de frutose.

Segundo o artigo, estudos anteriores em animais já haviam demonstrado que a exposição do fígado a quantias elevadas de frutose leva a um acúmulo de triglicerídeos.

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Artigo publicado no periódico The Journal of the American Medical Association (JAMA), em 2009, aponta ainda que o consumo excessivo de açúcar está relacionado com a presença de altos índices de triglicerídeos e baixos níveis de HDL.

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No estudo, os voluntários que ingeriram as maiores quantidades de açúcar apresentaram os níveis mais elevados de colesterol.

Segundo a Associação Americana do Coração, o consumo excessivo de açúcar é um fator de risco, sendo apontado, inclusive, como uma das possíveis causas para a epidemia de obesidade.

Hipertensão

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Ingerir bebidas açucaradas em excesso pode elevar os riscos de pressão alta.

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De acordo com uma pesquisa da Escola de Saúde Pública do Imperial College London, da Inglaterra, consumir mais de 355 ml de suco de fruta com açúcar ou de refrigerantes pode aumentar a pressão sanguínea em até 1,6 milímetro de mercúrio (mmHg, unidade padrão de medida da pressão arterial).

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Publicada no periódico americano Hypertension, a pesquisa não conseguiu descobrir qual o mecanismo exato de ação do açúcar na pressão.

Uma das hipóteses levantada pelos cientistas, no entanto, é de que, quando presente em grandes quantidades no sangue, o açúcar desequilibra o tônus do vaso sanguíneo, além de desregular os níveis de sal – aumentando, assim, a pressão.

Gota

Bebidas ricas em frutose, como refrigerantes e suco de laranja, podem aumentar os riscos de gota em mulheres na menopausa, em função do aumento nos níveis de ácido úrico.

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A gota é uma condição causada pelos depósitos de cristais de urato de sódio, que se acumulam nas articulações. Isso acontece quando há níveis altos de ácido úrico no sangue.

Segundo pesquisa da Universidade de Boston publicada no periódico The Journal of the American Medical Association(JAMA), em 2010, o consumo de uma dose de refrigerante por dia aumentou em 74% os riscos da doença em mulheres predispostas.

Derrame (AVC)

Pesquisadores do Instituto de Bem-Estar da Clínica Cleveland e da Universidade de Harvard descobriram que o consumo elevado de refrigerantes açucarados está associado com riscos mais elevados de derrame.

O açúcar presente nas bebidas pode levar ao aumento dos índices de glicose e insulina no sangue, o que, com o tempo, pode levar à intolerância à glicose, resistência à insulina e inflamações.

Essas mudanças fisiológicas influenciam na arteriosclerose, na estabilidade das plaquetas no sangue e na trombose – três importantes fatores de risco para o derrame isquêmico (derrame causado pela interrupção do fornecimento de sangue ao cérebro). O estudo foi publicado no periódico American Journal of Clinical Nutrition.

 Câncer

Segundo estudo feito pela Faculdade de Medicina Albert Einstein, da Universidade Yeshiva, nos Estados Unidos, índices elevados de açúcar no sangue estão associados ao aumento nos riscos de câncer colorretal em mulheres.

Na pesquisa, publicada no British Journal of Cancer, aquelas mulheres que tinham os níveis mais elevados de açúcar no sangue apresentaram duas vezes mais riscos de desenvolver o câncer.

Acne

Além do stress e dos hormônios, o açúcar também pode ser considerado um dos vilões para o aparecimento de acnes.

Segundo pesquisas, ao elevar o índice glicêmico do corpo, a ingestão em excesso de açúcar afeta a produção da insulina e do fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1).

O desequilíbrio acaba promovendo uma produção em demasia de androgênios, e, por consequência, o aparecimento da acne.

Estudo publicado no periódico Nutrients, por pesquisadores da Universidade de Sidney, na Austrália, aponta que uma dieta com baixo índice glicêmico (pouco açúcar) ajuda a melhorar o aspecto da acne por mais tempo.

http://veja.abril.com.br/ciencia/estudo-mostra-que-acucar-mesmo-em-doses-consideradas-normais-pode-fazer-mal-a-saude/

Artigos especiais

Prevenção e manejo não farmacológico da dor no recém-nascido

O manejo da dor no período neonatal deve ser baseado na identificação acurada da presença de dor, sendo o primeiro passo para seu manejo ideal. O objetivo principal do manejo da dor no recém-nascido (RN) é a utilização de intervenções que minimizem a sua intensidade e duração, ajudando o neonato a recuperar-se e reorganizar-se dessa experiência estressante.

O tratamento da dor deve ocupar lugar de destaque nas atividades dentro da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal. Assim, a prevenção e o controle da dor devem ser prioritários durante todo o período de internação do RN.

No entanto, existem lacunas no conhecimento a respeito da forma mais efetiva de realizar o manejo adequado da dor. Embora seja difícil eliminá-la completamente nos neonatos, muito pode ser feito para reduzir sua quantidade e intensidade.

Para isso, podem ser utilizadas medidas de manejo não farmacológicas, como medidas ambientais e comportamentais, e farmacológicas. O conhecimento dessas estratégias é fundamental, uma vez que a utilização de diferentes métodos associados pode potencializar o efeito analgésico.

A forma mais efetiva de reduzir a dor no recém-nascido é diminuindo o número de procedimentos realizados, o que pode iniciar com a redução do número de interrupções do repouso do neonato. Outras estratégias importantes são a eliminação de procedimentos desnecessários e evitar a repetição de procedimentos após tentativas sem sucesso.

A literatura é controversa em relação ao agrupamento de procedimentos como forma de diminuição do estresse. Enquanto uma vertente o mostra como estratégia útil para a redução da dor, principalmente se seguido de um evento confortante, como alimentação, outra recomenda evitar o agrupamento de procedimentos, pois pode desencadear um período mais prolongado de dor, desconforto e estresse no RN, fazendo com que ele demore mais para retornar ao estado fisiológico e comportamental pré-procedimento.

Para o manejo da dor no recém-nascido, podem ser utilizadas intervenções não farmacológicas ou farmacológicas, de acordo com a necessidade. É importante que, uma vez realizada a intervenção, a dor seja reavaliada de 30 minutos a 1 hora após, certificando-se da efetividade do tratamento. Neste contexto, este estudo objetiva apresentar os principais métodos não farmacológicos de alívio da dor no recém-nascido disponíveis para utilização na UTI Neonatal.

MANEJO NÃO FARMACOLÓGICO DA DOR NO RECÉM-NASCIDO

Uma variedade de intervenções não farmacológicas se mostra efetiva para prevenir e aliviar a dor aguda no RN submetido a pequenos procedimentos. Possuem eficácia comprovada e apresentam baixo risco para os neonatos, assim como baixo custo operacional.

Glicose/sacarose via oral

A administração de soluções adocicadas diretamente sobre a língua do RN, cerca de 2 minutos antes da realização de procedimentos dolorosos, causa liberação de opioides endógenos, os quais possuem propriedades analgésicas intrínsecas, bloqueando os caminhos da dor.

As soluções adocicadas diminuem a duração do choro, atenuam a mímica facial de dor, minimizam a elevação da frequência cardíaca e os escores na aplicação de escalas de avaliação da dor.

O mecanismo de ação da solução oral de sacarose/glicose no controle da dor ainda não está completamente definido, sendo dois mecanismos aparentemente envolvidos: o primeiro é o fato de a sensação adocicada estimular o paladar e ativar áreas corticais relacionadas ao prazer capazes de promover efeitos fisiológicos e sensoriais, ocorrendo a liberação de opioides endógenos que ocupam receptores próprios (principalmente os receptores µ), modulando a experiência dolorosa.

Esses benefícios aumentam quando associados à sucção não nutritiva de uma chupeta ou dedo enluvado; e o segundo está relacionado à ação de opioides endógenos ocupando os nociceptores e modulando a transmissão neuronal do estímulo álgico.

Dentre as soluções mais estudadas e que apresentam melhor efeito analgésico estão a sacarose e a glicose. Porém, oferecer sacarose 24% parece ser mais efetivo do que outras soluções glicosadas, devendo ser administrada juntamente com a sucção não nutritiva para ser mais efetiva.

A sacarose é indicada em procedimentos como coleta de sangue capilar, aspiração naso/orofaríngea e endotraqueal, punção lombar, punção venosa ou arterial, injeções intramusculares, cateterização urinária, passagem de sonda gástrica/enteral e exame ocular (para retinopatia da prematuridade), além de ser uma terapia acessória ao manejo farmacológico em procedimentos como inserção de cateter central de inserção periférica (PICC), cateter central cirúrgico, cateter arterial percutâneo e dreno de tórax.

Revisão da base de dados Cochrane que utilizou estudos randomizados e controlados com amostras de recém-nascidos a termo e prematuros mostra que a sacarose é segura e efetiva para a redução da dor relacionada a procedimentos. A dose ótima não pode ser identificada devido a inconsistências nas dosagens de sacarose utilizadas entre os estudos.

A revisão sugere maior investigação sobre administração de doses repetidas e o uso de sacarose em combinação com outras intervenções farmacológicas e não farmacológicas, além de maiores estudos sobre o uso em recém-nascidos de extremo baixo peso ao nascer e instáveis ou sob ventilação mecânica.

Uma grande variedade de doses de sacarose é utilizada para o alívio da dor, porém uma dose ótima ainda não foi estabelecida. A Academia Americana de Pediatria orienta doses entre 0,012 e 0,12 gramas (0,05 a 0,5 ml de solução a 24%) e sugere que múltiplas doses para procedimentos dolorosos (2 minutos antes e 1 a 2 minutos depois) são mais efetivas do que doses únicas.

Estudo que contou com a colaboração de 12 centros do Vermont Oxford Network com o objetivo de elaborar diretrizes de melhores práticas no uso de sacarose para o alívio da dor em neonatos relata não haver evidências sobre limite de doses, porém recomenda o uso da menor quantidade possível que forneça alívio na dor.

Os autores trazem doses-limite conforme a idade gestacional, sendo de 0,5 ml para RNs entre 27 e 31 semanas, 1 ml para RNs entre 32 e 36 semanas e 2 ml para RNs com 37 semanas de idade gestacional ou mais.

Estudo de revisão sobre o conhecimento acerca dos mecanismos de ação da analgesia induzida pela sacarose mostra que a duração do efeito em neonatos saudáveis varia de 1 até 45 minutos e recomenda que a administração de sacarose em pequenas quantidades ao longo do procedimento doloroso pode garantir um efeito analgésico mais duradouro.

O estudo também demonstra que a sacarose é menos efetiva quando usada por períodos prolongados ou para alívio de dores mais intensas, porém não especifica o tempo de uso considerado prolongado.

Estudo randomizado, controlado e duplo-cego realizado em uma UTI neonatal do interior de São Paulo e que teve por objetivo avaliar a eficácia da administração via oral de sacarose 25% no alívio da dor em prematuros em esquema de doses repetidas de 0,5 ml/kg ao longo de vários dias demonstrou que esse modelo é eficaz para o alívio da dor em prematuros e não trouxe efeitos colaterais imediatos para o seu estado de saúde.

A sacarose é efetiva quando usada em neonatos tão prematuros quanto 25 semanas de idade gestacional, porém há preocupação em relação a resultados no desenvolvimento de prematuros menores de 32 semanas de idade corrigida devido a possíveis efeitos deletérios a em longo prazo, sugerindo-se o uso criterioso em RNs nessa faixa etária.

Efeitos adversos relatados envolvem pequenas quedas de saturação durante a administração da sacarose via oral, engasgos, tosse ou vômito. Outros possíveis efeitos incluem alterações metabólicas, como hiperglicemia e enterocolite necrosante (ECN). Porém, nem a hiperglicemia nem a ECN foram comprovadas em estudos, sendo efeitos adversos ainda hipotéticos.

Sucção não nutritiva

A sucção é um reflexo natural do recém-nascido, sendo uma das medidas comportamentais mais utilizadas na UTI Neonatal não somente para analgesia, mas também para promover conforto e calma.

A sucção não nutritiva com chupeta ou dedo enluvado pode diminuir a hiperatividade e modular o desconforto do RN, além de diminuir a intensidade e a duração da dor aguda em neonatos pré-termo e a termo submetidos a procedimentos dolorosos.

Seus efeitos estão associados ao aumento na oxigenação, melhora nas funções respiratória e gastrointestinal (durante a oferta de dieta por sonda gástrica), diminuição da frequência cardíaca e do gasto energético, sendo que os benefícios ocorrem durante sucção ritmada, havendo possibilidade de ocorrência de efeito rebote com sua interrupção.

Estudo que comparou a efetividade da administração oral de sacarose e sucção não nutritiva em recém-nascidos a termo submetidos à vacinação contra a hepatite B mostrou que a sacarose administrada 2 minutos antes do procedimento foi mais efetiva no alívio da dor que a sucção não nutritiva, embora ambos tenham sido mais efetivos que somente cuidados de rotina.

Outro estudo prospectivo, randomizado e controlado que comparou a efetividade de duas estratégias de alívio da dor não farmacológicas – sucção não nutritiva e contenção facilitada – com cuidados de rotina em RNs pré-termo demonstrou que sucção não nutritiva e contenção facilitada reduziram escores de dor na escala PIPP (Premature Infant Pain Profile) mais efetivamente que os cuidados de rotina durante punção no calcâneo, sendo que a sucção não nutritiva representou uma redução ainda maior da dor.

Amamentação

Os efeitos positivos da sucção ao seio materno em relação à redução das respostas à dor em RNs saudáveis submetidos a procedimentos dolorosos, em especial punção de calcâneo e venosa, têm sido demonstrados. De modo geral, percebe-se a eficácia da amamentação no alívio da dor aguda em RNs tanto como intervenção, quanto em relação aos aspectos que a congregam (contato pele a pele, sucção, odor e sabor do leite materno).

O alívio da dor é potencializado quando há combinação de tratamentos: contato pele a pele e leite ou glicose, sucção não nutritiva e glicose, estímulos multissensoriais e glicose, podendo-se considerar que a amamentação, que congrega todos esses elementos, seria uma intervenção aconselhável em procedimentos de dor aguda em RNs.

Estudo realizado no Brasil, que comparou um grupo de RNs amamentados ao seio e outro que somente recebeu colo materno durante coleta de sangue concluiu que a amamentação foi efetiva em reduzir a dor em recém-nascidos a termo.

Em recém-nascidos pré-termo, a mesma eficácia não é encontrada. Neonatos entre 30 e 36 semanas de idade gestacional foram randomizados no grupo amamentado ou no grupo que recebeu uma chupeta durante a coleta de sangue em estudo que objetivou avaliar a eficácia da amamentação em reduzir a dor e determinar se as habilidades de amamentação foram alteradas depois deste tratamento.

A amamentação não reduziu índices fisiológicos ou comportamentais de resposta à dor durante o procedimento. Contudo, nenhum efeito adverso imediato na habilidade de amamentação dos neonatos foi encontrado quando combinada a amamentação com um procedimento doloroso.

A eficácia da administração de leite materno ordenhado versus glicose 25% na resposta à dor em pré-termos tardios durante a punção de calcâneo foi avaliada com o uso da escala PIPP. Os resultados indicam que o leite materno ordenhado tem menos efeito que a glicose 25%.

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CONCLUSÕES

Apesar da crescente sensibilização por parte dos profissionais da saúde de que recém-nascidos internados na UTI neonatal sentem dor, muitas vezes métodos para seu alívio durante procedimentos de rotina não são utilizados. A literatura mostra diversos métodos não farmacológicos de alívio da dor no recém-nascido, sendo importante que a equipe de saúde os conheça para melhor utilizá-los no dia a dia da UTI neonatal.

É importante que cada serviço de saúde desenvolva estratégias para minimizar o número de procedimentos dolorosos ou estressantes e prover alívio não farmacológico ou farmacológico efetivo em todos os procedimentos realizados, além de constantemente mobilizar a equipe para prevenir a dor e utilizar métodos para seu alívio. A utilização de métodos não farmacológicos de alívio da dor é essencial para garantir um cuidado qualificado e humanizado ao recém-nascido, além de evitar possíveis danos devido à exposição prolongada à dor.

MOTTA, Giordana de Cássia Pinheiro da; CUNHA, Maria Luzia Chollopetz da. Prevenção e manejo não farmacológico da dor no recém-nascido. Rev. Bras. Enferm.,  Brasília ,  v. 68, n. 1, p. 131-135,  Feb.  2015 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672015000100131&lng=en&nrm=iso>. access on  10  Nov.  2016.  http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167.2015680118p.

Alimentação, estado nutricional e condição bucal da criança

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RESUMO

A relação entre alimentação, estado nutricional e a condição bucal ainda não está bem esclarecida, apresentando, muitas vezes, versões controversas e conhecimento limitado.

Existe certa concordância de que a alimentação e, consequentemente, o estado nutricional, possam exercer certa influência sobre a condição bucal imediata e futura da criança.

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O objetivo desta comunicação é apresentar possíveis relações entre alimentação, estado nutricional e a condição bucal da criança. O estado nutricional pode afetar os dentes durante o seu período de formação e após a erupção na cavidade bucal.

Os efeitos sistêmicos provenientes da nutrição podem alterar o desenvolvimento dos dentes, a quantidade e a qualidade da saliva, assim como os efeitos externos também podem determinar uma maior prevalência de cárie dentária, uma vez que tanto a quantidade de sacarose ingerida, quanto à frequência de ingestão são importantes fatores envolvidos em sua etiologia.

As reflexões deste trabalho sugerem a necessidade de ações interdisciplinares para obtenção de resultados na prevenção e no tratamento das doenças bucais.

CONCLUSÃO

A alimentação de acordo com padrões adequados exerce um importante papel na determinação da saúde bucal, e pode, assim, auxiliar na preservação da saúde do indivíduo ao longo da vida. Tornam-se cada vez mais necessários programas de intervenção educacional à população e aos indivíduos em particular, para incentivo à adoção de hábitos e práticas alimentares adequadas e, consequentemente, normalidade no estado nutricional.

A ação tópica de açúcares, em especial a sacarose, pode causar cárie dentária, sendo que o consumo de açúcar em geral é iniciado precocemente para as crianças, estando presente com grande frequência durante toda a fase de infância.

As deficiências nutricionais no período de formação dos dentes são causas de defeitos na sua estrutura, podendo alterar a sua forma e atuar na quantidade e qualidade da saliva, influenciando no processo de formação da cárie dentária.

As reflexões desta comunicação sugerem que programas odontológicos individuais ou em grupos, viabilizem abordagens interdisciplinares que enfatizem aos indivíduos a compreensão dos mecanismos biopsicossociais aos quais estão submetidos.

A estratégia interdisciplinar vem se mostrando útil na tentativa de bloqueio do círculo vicioso das doenças bucais, portanto, uma aliada no tratamento da doença cárie e das alterações dentárias.

BATISTA, Luciana Rodrigues Vieira; MOREIRA, Emília Addison Machado; CORSO, Arlete Catarina Tittoni. Alimentação, estado nutricional e condição bucal da criança.Rev. Nutr.,  Campinas ,  v. 20, n. 2, p. 191-196,  Apr.  2007 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732007000200008&lng=en&nrm=iso>. access on  10  Nov.  2016.  http://dx.doi.org/10.1590/S1415-52732007000200008.