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Saúde

Não leve criança para votar

 
  • Se apresentar febre, não saia de casa.
  • Evite levar crianças e acompanhantes.
  • No transporte até o local de votação, mantenha distância de, no mínimo, 1 metro das outras pessoas em filas e evite entrar em veículos cheios.
  • Mantenha distância de, no mínimo, 1 metro das outras pessoas dentro dos locais de votação.
  • Evite contato físico com outras pessoas, como abraços e apertos de mão.
  • Respeite a marca de distanciamento nas filas e nas seções eleitorais (sinalizada com adesivos nos chãos).
  • Se possível, compareça sozinho ao local de votação.
  • Permaneça nos locais de votação apenas o tempo suficiente para votar.
  • Use máscara desde o momento que sair de casa até a volta.
  • Nos locais de votação, não é permitido se alimentar, beber ou fazer qualquer outra atividade que exija retirada da máscara.
  • Se possível, leve sua própria caneta para assinar o caderno de votação.
  • Mostre seu documento oficial com foto, esticando os braços em direção ao mesário.
  • O mesário verificará os dados de identificação à distância.
  • Se houver dúvida na identificação, o mesário poderá pedir que você dê dois passos para trás e abaixe brevemente a máscara.
  • Higienize as mãos com álcool em gel antes e depois de votar.

De acordo com a Emenda Constitucional nº 107, as eleições municipais foram adiadas para o dia 15 de novembro, domingo (primeiro turno) e 29 de novembro de 2020, segundo turno, onde houver.

O Plano de Segurança Sanitária tem o objetivo de definir as medidas de proteção à saúde pública a serem implementadas durante as eleições municipais de novembro de 2020, no contexto da pandemia da COVID-19 e minimizar os riscos de transmissão da doença.

O que é preciso levar para votar?

No dia da eleição, leve um documento oficial com foto: carteira de identidade, passaporte, carteira de categoria profissional reconhecida por lei, certificado de reservista, carteira de trabalho ou carteira nacional de habilitação.

Leve também seu título de eleitor, já que nele constam informações sobre a zona e a seção eleitoral.

O horário de votação foi ampliado por conta da pandemia da Covid-19. Os eleitores poderão comparecer às urnas de 7h às 17h. Importante destacar que o horário entre 7h e 10h é preferencial para pessoas acima de 60 anos.

Lembre-se, o voto é obrigatório para brasileiros entre 18 e 70 anos e facultativo para analfabetos e jovens entre 16 e 18 anos.

Medidas gerais de proteção dos eleitores

A Justiça Eleitoral deverá:

  1. Fornecer álcool em gel para as seções eleitorais em quantidade que permita que cada eleitor higienize as mãos antes e depois de votar;
  2. Tornar obrigatório o uso de máscaras nas seções eleitorais e nos locais de votação;
  3. Solicitar aos eleitores que, quando possível, levem a própria caneta para assinatura do caderno de votação e fornecer canetas higienizadas para os eleitores que precisarem;
  4. Fornecer álcool 70% para higienização das superfícies (incluindo mesas e cadeiras) e dos objetos (incluindo canetas) na seção eleitoral;
  5. Estabelecer distanciamento mínimo de 1 (um) metro nas filas, que deve ser demarcado preferencialmente mediante o uso de fitas adesivas no chão;
  6. Reduzir os pontos de contato entre eleitores e mesários, bem como com objetos e superfícies, com alterações no fluxo de votação, exibição do documento de identificação oficial com foto à distância e campanhas de estímulo para que eleitores levem suas próprias canetas para assinar o caderno de votação;
  7. Orientar eleitores que apresentem febre ou tenham sido diagnosticados com COVID-19 nos 14 dias anteriores à data da eleição a não comparecer à votação, permitindo a posterior justificativa da ausência de voto por esse motivo.
  8. Não é recomendado o fornecimento de luvas para mesários ou eleitores. Em vez do uso de luvas, a Justiça Eleitoral deverá fornecer condições para a higienização frequente das mãos com preparação alcoólica (álcool em gel), de modo a garantir a descontaminação das mãos antes e depois do contato com o teclado da urna eletrônica e com outros objetos e superfícies.
  9. Desse modo, evitam-se o desperdício de recursos, a perda de oportunidades para higiene das mãos e os riscos de transmissão causados pelo uso e/ou descarte inadequado de luvas.
  10. Não será utilizada a medição de temperatura dos eleitores, tendo em vista que a medida causaria provável aumento das filas e maior risco de aglomerações, e  o seu custo-benefício, considerando-se que sua implementação em todos os quase 100 (cem) mil locais de votação no Brasil exigiria dispêndio elevado de recursos e não seria capaz de detectar indivíduos infectados que sejam assintomáticos ou estejam em período de incubação.
  • A emenda previu, ainda, que, no caso de as condições sanitárias de um Estado ou Município não permitirem a realização das eleições nas datas previstas, o Congresso Nacional poderá designar novas datas (até o dia 27/12/20).

Fonte: https://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/arquivos/plano-de-seguranca-sanitaria-eleicoes-2020/rybena_pdf?file=https://www.tse.jus.br/imprensa/noticias-tse/arquivos/plano-de-seguranca-sanitaria-eleicoes-2020/at_download/file

Volta às aulas na pandemia

A sabedoria é a coisa principal; adquire pois a sabedoria, emprega tudo o que possuis na aquisição de entendimento. (Provérbios 4,7)

Alguns pais têm solicitado orientação sobre o retorno dos seus filhos às atividades escolares e coletivas.

Nestes 40 anos de profissão não enfrentamos desafio epidemiológico tão grande e, infelizmente, a Organização Mundial da Saúde deixou de ser merecedora de confiança.

A seguir, adaptamos o documento da Sociedade Brasileira de Pediatria: COVID-19 e a volta às aulas.

Introdução

Em 2020 o mundo foi surpreendido por uma pandemia causada por um novo Coronavírus (SARS-CoV-2) de alta contagiosidade e associado a significativas taxas de letalidade.

O Brasil registra 1.577.004 casos confirmados, 64.265 óbitos acumulados, 876.359 casos, recuperados e 636.380 em acompanhamento (Ministério da Saúde, 04/07/2020, 18h25).

Até o momento não se dispõe de tratamento antiviral efetivo, tampouco vacinas profiláticas. Medidas não farmacológicas têm sido recomendadas, em muitos países, com o intuito de diminuir a velocidade de transmissão e sobrecarga nos sistemas de saúde: higiene das mãos, uso de máscaras, quarentena etc.

A despeito das crianças estarem sendo mais poupadas das formas graves da doença (são raros os casos de hospitalização e óbitos em menores de 10 anos de idade), vários estudos têm demonstrado que elas também são infectadas.

Apesar de, até o momento, não haver evidências que demonstrem o real papel das crianças na transmissão da doença, devemos reconhecer que a suspensão das atividades escolares, implementadas em quase todos os países do mundo, acabaram limitando a possibilidade de que se conhecesse com clareza o papel das crianças na cadeia de transmissão da doença.

Sabemos que a doença é transmitida por meio de contato direto com gotículas respiratórias de uma pessoa infectada (fala, tosse e espirros) e ao se tocar na face (olhos, nariz e boca) após contato com superfícies contaminadas.

Entre as medidas de controle, o distanciamento social tem sido ferramenta crucial na redução da transmissão do vírus na comunidade, com evidências, em muitos países, da efetividade dessa medida; a suspensão das aulas é parte desta estratégia restritiva.

Retorno gradual e cauteloso

Portanto, é nosso entendimento que a volta às aulas deva ser gradual, de forma cautelosa, incluindo todas as precauções possíveis para minimizar a disseminação da infecção pelo SARS-CoV-2 nas escolas.

O relaxamento das medidas de distanciamento deve ser avaliado em cada município ou estado, em função de dados epidemiológicos e recursos de saúde disponíveis para o atendimento dos casos novos, podendo haver a necessidade de eventual retorno à instalação de medidas restritivas quando a situação epidemiológica assim indicar.

Este documento tem como principal objetivo destacar os pontos mais importantes a serem considerados por ocasião do retorno às atividades escolares, com sugestões para pais, educadores e escolas, públicas e privadas, para segurança de todos.

A volta à escola tem sido motivo de apreensão e dúvidas por parte de pais e/ou responsáveis.

Se por um lado existe a preocupação em relação ao adoecimento dos filhos e, como consequência, de outros membros da família, por outro lado, há o prejuízo da aprendizagem e sociabilização.

Crianças, mesmo assintomáticas, podem ser transmissoras da doença. Tossem, espirram, compartilham brinquedos e alimentos sem maiores cuidados.

De um modo geral, as crianças não fazem parte do grupo mais afetado pela COVID-19, entretanto, recentemente o Ministério da Saúde do Brasil publicou um documento que atualizou os grupos de risco, incluindo as crianças abaixo de 5 anos de idade com síndrome gripal, especialmente as menores de dois anos, nas quais há maior taxa de hospitalização, especialmente pelo potencial risco da infecção pelo vírus influenza nestes casos.

Princípios fundamentais

  1.  Pais e professores devem procurar manter-se informados sobre a COVID-19 (modo de transmissão, sintomas da doença, medidas de prevenção) por meio de fontes confiáveis, evitando as fake news;
  2.  Crianças e profissionais da educação, se doentes, não devem frequentar a escola;
  3.  A escola deve oferecer diversos locais para lavagem de mãos, água e sabão, álcool em gel e higienizar frequentemente os recintos e superfícies;
  4. A escola deve propiciar ambientes arejados, com aberturas de janelas. Atividades ao ar livre devem ser estimuladas;
  5.  Cabe à escola evitar aglomerações, na entrada, saída de alunos ou intervalos, criando horários alternativos para as turmas;
  6.  Jogos, competições, festas, reuniões, comemorações e atividades que envolvam coletividade devem ser temporariamente suspensos;
  7.  O ensino à distância, sempre que possível, deve ser estimulado;

Medidas de distanciamento social

As medidas de distanciamento social devem ser adotadas na escola, com o objetivo de diminuir o grande número de pessoas no mesmo espaço, reduzindo, assim, o contágio.

Em um primeiro momento o número de alunos por sala, sempre que possível, deve ser reduzido, e os alunos podem ser divididos em grupos que se alternem entre a atividade presencial e à distância, de acordo com as disciplinas curriculares.

O estabelecimento de ensino deve se organizar para que cada turma tenha o intervalo entre as aulas em horário diferente de outras turmas, assim como estabelecer horários de entrada e saída escalonados, evitando aglomerações.

Sempre que possível, é recomendável manter um espaçamento entre os alunos dentro da sala de aula, de acordo com a realidade de cada escola, idealmente com espaço mínimo de um metro entre as mesas.

Em relação ao transporte escolar, é necessário avaliar o número de usuários, para que se preserve a distância recomendável entre as pessoas também no veículo.

Alunos que tenham contraindicações de frequentar a escola por serem imunocomprometidos (ou tenham doenças crônicas) devem receber educação à distância, bem como professores e funcionários da escola que sejam pertencentes aos grupos de risco devem ser deslocados para funções distantes do contato com alunos.

Medidas educativas

É importante que cada escola adote políticas de educação para prevenção de infecções que envolvam alunos, pais, professores e funcionários.

Os pais devem ser orientados a não levarem seus filhos à escola ao menor indício de quadro infeccioso, seja febre, manifestações respiratórias, diarreia, entre outras.

Deve-se mantê-los afastados enquanto se aguarda a conclusão do diagnóstico, com o cuidado de não se estigmatizar o indivíduo, o que posteriormente pode trazer consequências negativas, como bullying entre as crianças.

Caso a criança ou membros da família apresentarem teste positivo para o SARS-CoV-2, a escola deve ser comunicada, sendo o seu retorno condicionado à melhora dos sintomas e não antes de 14 dias, a contar do primeiro dia do surgimento dos sintomas.

A escola deve ter um espaço reservado, para a situação em que haja adoecimento de algum aluno, professor ou funcionário. Dependendo do contexto clínico, pode haver a necessidade de conduzir o estudante para atendimento médico.

Outras medidas de higiene devem ser postas em prática na escola com o objetivo de diminuir a infecção entre as pessoas:

  • Higienização das mãos frequentemente, especialmente antes e após as refeições e a ida ao banheiro. Reforçar a técnica adequada, conforme orientada pelo Ministério da Saúde, com duração mínima de 40 segundos utilizando água e sabão ou de 20 segundos quando utilizado álcool gel;
  • A escola deve manter lavatórios em bom funcionamento, sinalizados e abastecidos com sabão e papel toalha;
  • Álcool em gel deve ser disponibilizado para alunos que possam utilizar com segurança e responsabilidade.
  • Manter higienizadores de mãos em sala de aula, corredores, banheiros e na entrada e saída da escola;
  • Evitar o uso e reuso de lenços de pano;
  • Orientar para o uso de lenços descartáveis ou do antebraço (cotovelo dobrado) ao tossir ou espirra;
  • Evitar tocar olhos, boca e nariz;
  • Orientar para que cada estudante traga e utilize sua própria garrafa de água, utilizando os bebedouros comuns apenas para encher essas garrafas novamente; proibir estudantes de beber diretamente do bebedouro;
  • Uso de máscaras deve ser estimulado. Está contraindicado em crianças menores de dois anos, pelo risco de sufocação e em indivíduos que apresentem dificuldade em removê-las, caso necessário. As máscaras devem ser trocadas a cada duas a quatro horas, ou antes, se estiverem sujas, úmidas ou rasgadas.

As medidas educativas devem ser adaptadas para as diversas faixas de idade (pré-escola, ensino fundamental, médio e superior), em linguagem e comunicação adequadas para cada fase.

Estas medidas devem ser estendidas ao ambiente doméstico da criança e a escola deve promover atividades educativas com intuito de reforçá-las, assim como exibir material ilustrativo em quadros de aviso, sala de aula, corredores etc.

Limpeza e desinfecção da escola

A escola deve proceder à limpeza de seus ambientes pelo menos uma vez ao dia e, mais frequentemente, das áreas de maior circulação de pessoas, assim como dos objetos mais tocados (maçanetas, interruptores, teclados, etc.).

Está recomendado o uso de solução de hipoclorito de sódio a 0,5% para limpar superfícies e de álcool a 70% para pequenos objetos.

Deve-se manter os ambientes arejados, de acordo com as condições climáticas, além de recolher o lixo com frequência e limpeza frequente dos bebedouros.

Considerações finais

A pandemia causada pela COVID-19 tem sido um aprendizado para todos, sobre o qual, a cada dia, vivenciamos fatos novos, exigindo constante atualização dos conhecimentos para um adequado enfrentamento desta grave situação.

Tem sido causa de estresse e ansiedade em grande parte das pessoas, e as crianças podem estar reagindo de formas diferentes, com alterações comportamentais, do sono e da alimentação.

É importante que a escola tenha um espaço para que a criança possa falar sobre seus sentimentos, medos e dúvidas.

Nos casos em que se identifique um quadro mais exacerbado a criança deve ser encaminhada para um acompanhamento especializado.

Estamos todos enfrentando uma crise de proporções mundiais, amplificada pela inédita conectividade planetária. Temos nos esforçado no autocuidado, no cuidado a outras pessoas e na adaptação às novas condições de vida, exigida pelas circunstâncias.

Mesmo com a adoção de medidas de mitigação durante o retorno às aulas, impactos emocionais, físicos e cognitivos são esperados no curto e médio prazo, e ações devem ser adotadas numa necessária parceria entre saúde e educação.

A escola é um espaço de inclusão, formação e de exercício de cidadania, e neste momento, deve buscar cumprir seu papel, inclusive de promotora da saúde, com segurança e responsabilidade.

Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamentos Científicos de Imunizações e de Infectologia. COVID-19 e a volta às aulas. mai. 2020.

Departamento Científico de Imunizações

Presidente: Renato Ávila Kfouri; Secretária: Tania Cristina Barros Petraglia; Conselho Científico: Eduardo Jorge da Fonseca Lima, Helena Keico Sato, Heloisa Ihle Giamerardino, Solange Dourado de Andrade, Ricardo Queiroz Gurgel, Maria do Socorro Ferreira Martins, Sonia Maria de Faria.

Departamento Científico de Infectologia

Presidente: Marco Aurélio Palazzi Sáfadi; Secretária: Cristina de Oliveira Rodrigues; Conselho Científico: Analíria Moraes Pimentel, Aroldo Prohmannde Carvalho, Eitan Naaa Berezin, Euzanete Maria Coser, Maria Ângela Wanderley Rocha, Silvia Regina Marques.

Relatores: Ana Goretti Kalume Maranhão, Eduardo Jorge da Fonseca Lima, Marco Aurélio Palazzi Sáfadi, Mariana Volpi Arnoni, Renato de Ávila Kfouri.

Anexo: algumas referências bíblicas sobre sabedoria:

Com os idosos está a sabedoria, e na longevidade o entendimento. Jó 12,12

Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos. Lucas 7,35

Com a sabedoria se edifica a casa, e com o entendimento ela se estabelece; Provérbios 24,3

Para se conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem, as palavras da prudência. Provérbios 1,2

O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo a prudência. Provérbios 9,10

O Senhor, com sabedoria fundou a terra; com entendimento preparou os céus. Provérbios 3,19

Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência. Colossenses 2,3

Andai com sabedoria para com os que estão de fora, remindo o tempo. Colossenses 4,5

Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e acho o conhecimento dos conselhos. Provérbios 8,12

E não podiam resistir à sabedoria, e ao Espírito com que falava. Atos 6,10

E crescia Jesus em sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens. Lucas 2,52

Com ele está a sabedoria e a força; conselho e entendimento tem. Jó 12,13

E vinham de todos os povos a ouvir a sabedoria de Salomão, e de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria. 1 Reis 4,34

Tudo isto provei-o pela sabedoria; eu disse: Sabedoria adquirirei; mas ela ainda estava longe de mim. Eclesiastes 7,23

Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; 1 Coríntios 2,6

O coração do entendido adquire o conhecimento, e o ouvido dos sábios busca a sabedoria. Provérbios 18,15

O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam a sabedoria e a instrução. Provérbios 1,7

Compra a verdade, e não a vendas; e também a sabedoria, a instrução e o entendimento. Provérbios 23, 23
 
Porém onde se achará a sabedoria, e onde está o lugar da inteligência? Jó 28,1

Testes para COVID-19: perguntas e respostas

A doença do coronavírus 2019 (COVID-19), causada pelo vírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apresenta um período de incubação, ou seja, o tempo entre uma pessoa ser infectada e o início dos sintomas, variável entre 1 e 14 dias.

Os testes de RT-PCR  e de antígenos são definitivos e fazem o diagnóstico da COVID-19, segundo a OMS.

“Para detecção, isolamento e tratamento precoce de pacientes com SARS-CoV-2 que podem estar com COVID-19 ativa ou disseminando o vírus e posteriormente desenvolver a doença o exame correto é a RT-PCR para SARS-CoV-2. Determinar anticorpos IgA, IgM e IgG é um bom teste para fins de estudos epidemiológicos históricos de uma população, não servindo como ação preventiva/bloqueadora da infecção por SARS-CoV-2.”   Prof. Lucio Lemos

  1. Definições

Segundo o Guia de Vigilância em Saúde, disponível em https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_3ed.pdf, tem-se como definições:

SÍNDROME GRIPAL (SG): indivíduo com febre, mesmo que referida, acompanhada de tosse ou dor de garganta e com início dos sintomas nos últimos 7 dias.

SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE: indivíduo de qualquer idade, internado com SG e que apresente dispneia ou saturação de O2< 95% ou desconforto respiratório.

Os sintomas mais comuns, como febre, tosse e dificuldade para respirar (dispneia) podem durar, em média, 14 dias. Além desses, dores de garganta, de cabeça, musculares (mialgias), diarreia e vômitos, menos comuns, também podem ocorrer.

  1. O que são os exames de imunoglobulinas (Ig)?

Os exames para determinação de anticorpos IgA, IgM e IgG foram desenvolvidos para o estudo de determinadas doenças, sejam elas provocadas por vírus, bactérias, fungos, protozoários etc.

Na defesa do organismo, os anticorpos do tipo IgM costumam ser os primeiros a aparecer. Por isso, estão relacionados a infecções recentes, isto é, presentes em pacientes que podem possuir o vírus.

Pelo conhecimento que se tem sobre a Covid-19 e pelas limitações relacionadas ao desenvolvimento de testes para a doença não é possível utilizar essa informação isoladamente como diagnóstico.

Recomenda-se a confirmação por ensaio molecular para ser possível identificar a presença ou não do vírus na amostra testada.

Ainda não se sabe por quanto tempo os anticorpos IgM e IgG para Covid-19 permanecem no corpo. Portanto, mesmo para os anticorpos do tipo IgG (que são produzidos mais tardiamente), a interpretação isolada do resultado do teste rápido não assegura que não haja mais infecção.

Por esse motivo, é importante salientar que o teste rápido não detecta especificamente o novo coronavírus (Sars-CoV-2), mas sim os anticorpos produzidos pelo organismo depois de a infecção ter ocorrido.

Embora os testes de anticorpos ainda tenham um valor limitado para o diagnóstico de uma pessoa com suspeita de Covid-19, o uso desse tipo de teste pode ajudar a entender melhor como a resposta imune contra o vírus Sars-CoV-2 se desenvolve em pacientes ao longo do tempo.

É possível que o amplo uso desses testes de anticorpos e o acompanhamento clínico dos pacientes forneçam à comunidade médica mais informações sobre a recuperação e o risco de infecção pela exposição ao vírus, além de auxiliar na definição de políticas públicas.

De acordo com a Anvisa, os testes rápidos:

  • são de fácil execução,
  • não necessitam de outros equipamentos de apoio (como os usados em laboratórios)
  • conseguem dar resultados entre 10 e 30 minutos.

Os testes rápidos para anticorpos se diferenciam entre si quanto:

  • às limitações do produto,
  • ao limite de detecção,
  • ao desempenho esperado e
  • ao tempo de leitura.

Portanto, vale lembrar que a execução e a interpretação dos resultados devem ser feitas por profissional de saúde capacitado, seguindo as instruções de uso de cada produto.

  1. Quais são os métodos laboratoriais disponíveis para avaliação do paciente com suspeita de COVID-19?

Os testes para Covid-19 são produtos para diagnóstico de uso in vitro, nos termos da RDC 36/15, e podem identificar:

  1. anticorpos, ou seja, uma resposta do organismo quando este teve contato com o vírus, recentemente (IgM) ou previamente (IgG); ou
  2. material genético (RNA) ou “partes” (antígenos) do vírus (RT-PCR).

Há ainda, o teste de amplificação de ácidos nucleicos para SARS-CoV-2 e o painel de vírus respiratórios: testes de imunofluorescência direta ou reação da polimerase em cadeia (PCR) multiplex que detectam na mesma amostra de material do trato respiratório antígenos ou material genético de várias bactérias e vírus, como adenovírus, coronavírus 229E, coronavírus HKU1, coronavírus NL63, coronavírus OC43, metapneumovírus humano, influenza A subtipo H1, H3 e H1-2009, influenza B, parainfluenza 1, 2, 3 e 4, rinovírus/enterovírus, vírus respiratório sincicial, Bordetella pertussis, Chlamydophila pneumoniae e Mycoplasma pneumoniae.

  1. Que tipo de amostra é usada nos testes?

Existem os testes que usam sangue, soro ou plasma e outros que precisam de amostras de secreções coletadas das vias respiratórias, como nasofaringe (nariz) e orofaringe (garganta).

  1. O que são testes rápidos (IgM/IgG)?

Esse termo (rápido) vem sendo usado popularmente para os testes imunocromatográficos. No caso dos testes rápidos para o novo coronavírus são dispositivos manuais, de fácil execução, que não necessitam de outros equipamentos de apoio, como os que são usados em laboratórios e conseguem dar resultados entre 10 e 30 minutos.

Testes rápidos (IgM/IgG) podem auxiliar o mapeamento da população “imunizada” (que já teve o vírus ou foi exposta a ele), mas NÃO têm função de diagnóstico.

  1. O que são testes RT- PCR?

RT-PCR (Reverse Transcription – Polymerase Chain Reaction) é um teste de Reação em Cadeia da Polimerase com Transcrição Reversa em tempo real que verifica a presença de material genético do vírus, confirmando que a pessoa se encontra com Covid-19.

Os testes de RT-PCR (padrão ouro) e de antígenos têm função diagnóstica, sendo o teste definitivo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)1.

  1. Qual é o teste recomendado para o diagnóstico da infecção por SARSCoV-2?

O teste recomendado para o diagnóstico da infecção por SARS-CoV-2 é a reação da polimerase em cadeia com transcrição reversa em tempo real (RT-PCR) em amostras clínicas do trato respiratório superior ou inferior.

A maior parte dos testes de RT-PCR disponíveis é baseada nos protocolos do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), Atlanta e do Hospital Universitário Charité, Berlin e deve ser realizada  mais precocemente possível a partir do momento da identificação do paciente como caso suspeito ou provável de COVID-19.

  1. Qual amostra deve ser coletada, prioritariamente, para a rRT-PCR?
  • Swab de nasofaringe, isoladamente ou em combinação com swab de orofaringe, é a amostra de preferência.
  • Swab de orofaringe isolado é aceitável apenas quando não for possível coletar outros tipos de amostras.
  • Recomenda-se a coleta de escarro de todo paciente com tosse produtiva, mas nunca escarro induzido.
  • Lavado broncoalveolar ou aspirado traqueal deve ser coletado de pacientes com quadro respiratório grave, por exemplo, naqueles em ventilação mecânica.
  1. Como solicitar o exame RT-PCR para diagnóstico da COVID-19?
  • Material: swab de naso e/ou orofaringe, aspirado/lavado nasofaríngeo, lavado brocoalveolar, aspirado traqueal ou escarro.
  • Exame: rRT-PCR para SARS-CoV-2.
  1. Quais são as limitações da RT-PCR?

Os valores preditivos positivo e negativo de um teste são altamente dependentes da prevalência da doença.

Resultados falsos-positivos podem ocorrer quando a prevalência da doença é baixa e falsos-negativos quando a prevalência da doença é alta. Portanto, o resultado da RT-PCR deve ser correlacionado aos dados clínicos e epidemiológicos do paciente.

Resultados falso-positivos também acontecem por contaminação da amostra, não observação às recomendações para a execução do exame ou má-qualidade dos reagentes.

Vários fatores podem levar a um resultado negativo em um indivíduo infectado, sejam pré-analíticos ou analíticos, incluindo:

  • Má qualidade da amostra, contendo pouco material do paciente;
  • Amostra coletada tardiamente ou muito precocemente no início da infecção;
  • Amostra não transportada ou conservada adequadamente;
  • Razões técnicas inerentes ao teste, como mutação viral ou presença de inibidores de PCR.
  • Presença de pequeno número de microrganismos na amostra, abaixo do limite de detecção do teste.
  1. Qual a conduta diante de um resultado não detectado de SARS-CoV-2 por RT-PCR e suspeita de COVID-19?

Um único resultado não detectado, principalmente se for de amostra do trato respiratório superior, não exclui infecção por COVID-19. Como mencionado acima, a sensibilidade de diferentes amostras biológicas para detecção de SARS-CoV-2 varia.

Recomenda-se a coleta de nova amostra, preferencialmente do trato respiratório inferior, em caso de doença grave ou progressiva, ou na presença de dados clínicoepidemiológicos fortemente sugestivos de COVID-19, quando a primeira amostra é negativa.

  1. Quando e por que repetir a RT-PCR?

Sempre que houver discordância com o quadro clínico-epidemiológico, a RT-PCR deve ser repetida em outra amostra do trato respiratório, seja o resultado positivo (detectado) ou negativo (não-detectado).

Como o intervalo de tempo para o pico dos níveis virais na COVID-19 ainda é desconhecido, o tempo ótimo para a coleta das amostras biológicas para o diagnóstico da infecção não foi estabelecido.

Assim, eventualmente a coleta de múltiplas amostras, de locais e tempos diferentes durante a evolução do paciente, pode ser necessária para o diagnóstico da infecção.

Por fim, resultado não detectado para SARS-CoV-2 pode representar verdadeiro negativo e/ou infecção por outros vírus ou bactérias respiratórias.

Vale destacar que também pode ocorrer coinfecção (SARS-CoV-2 e outros vírus respiratórios, como Influenza). O Ministério da Saúde recomenda testar todas as amostras de pacientes com suspeita de COVID-19 com o Painel de Vírus Respiratórios.

  1. A IgM para SARS-CoV-2 pode ser considerada uma imunoglobulina de fase aguda?

Normalmente, considera-se a IgM como a primeira entidade a ser formada após a penetração de um agente patogênico. Porém, alguns estudos realizados em SARS-CoV-2 desde 2004, mostram que esta imunoglobulina não está sendo tão previsível assim. A maioria dos pacientes está produzindo esse anticorpo tardiamente.

Ainda segundo o Prof. Lucio Lemos, a maioria dos casos não está apresentando positividade para IgM SARS-CoV-2 e, muitas vezes, quando positiva sua presença se arrasta por muitos meses.

  1. Como pode um anticorpo de fase aguda permanecer mais de 3 meses positivo?

Muitos pacientes mantêm suas IgMs positivas também para outras infecções. Chama-se IgM residual e pode ser observada em doenças como toxoplasmose, citomegalovirose, Epstein Barr e rubéola, por exemplo. A IgM residual não significa doença ativa. 

  1. Os testes rápidos são de uso profissional?

Sim. Os testes rápidos registrados para a Covid-19 são de uso profissional e os seus resultados devem ser interpretados por um profissional de saúde legalmente habilitado e devidamente capacitado, conforme definido pelos conselhos profissionais da área da saúde e por políticas do Ministério da Saúde.  Esses testes NÃO devem ser feitos por leigos.

Os testes em domicílio podem ser realizados, desde que executados por profissional legalmente habilitado vinculado a um laboratório clínico, posto de coleta ou serviço de saúde pública ambulatorial ou hospitalar.

  1. A partir de quantos dias após o início dos sintomas é recomendado fazer um teste rápido?

Como a produção de anticorpos aumenta a cada dia a partir do início da infecção pelo vírus, é preciso que haja uma quantidade mínima de anticorpos que o teste consiga detectar.

Este período entre o início dos sintomas e a detecção dos anticorpos em exames é chamado de janela imunológica. A imunocromatografia para anticorpos (IgM e IgG) é indicada para exames a partir de, pelo menos, oito dias após o início dos sintomas.

A utilização de testes rápidos antes desse período pode levar a resultados negativos mesmo nas pessoas que possuem o vírus e produziram anticorpos, sendo, portanto, um resultado “falso negativo”.

  1. Quando devo fazer os testes rápidos (IgM/IgG)?

Recomenda-se que tais testes sejam realizados em indivíduos que apresentem ou tenham tido os sintomas da Covid-19 há pelo menos oito dias.

Os testes RT-PCR devem ser utilizados quando houver sintomatologia compatível ou houver necessidade de confirmação da infecção.

Os testes rápidos (IgM/IgG) têm relevante utilização no mapeamento do status imunológico de uma população (que já teve o vírus ou foi exposta a ele). Tal mapeamento pode contribuir de forma positiva no processo de relaxamento das medidas restritivas, ou seja, quando do controle pandêmico, o mapeamento imunológico terá significativa relevância por ocasião do retorno das atividades.

  1. Se o resultado do teste rápido (IgM/IgG) for POSITIVO isso indica que tenho Covid-19?

Não. Testes rápidos (IgM/IgG) NÃO têm função de diagnóstico (confirmação ou descarte) de infecção por Covid-19.

O diagnóstico de Covid-19 deve ser feito por testes de RT-PCR.

  • Testes rápidos positivos indicam que você teve contato recente com o vírus (IgM) ou que você já teve Covid-19 e está se recuperando ou já se recuperou (IgG), uma vez que indicam a presença de anticorpos (defesas do organismo).

No entanto, os anticorpos só aparecem em quantidades detectáveis nos testes pelo menos oito dias depois da infecção.

Ainda assim, o teste pode ser positivo indicando que você teve contato com OUTROS coronavírus e não com o SarsCoV-2 / Covid-19 (falso positivo). Assim sendo, esse teste isolado não serve para diagnosticar (confirmar ou descartar) infecção por Covid-19. O diagnóstico da infecção pelo novo coronavírus deve ser feito por testes de RT-PCR.

  • Os testes de RT-PCR (padrão ouro) e de antígenos têm função diagnóstica, sendo o RT-PCR o teste definitivo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O profissional da saúde que estiver realizando o teste irá orientá-lo sobre o significado dos testes e os devidos encaminhamentos, conforme protocolos clínicos do Ministério da Saúde2.

É importante destacar que os pacientes, mesmo quando testados positivos para Covid-19, NÃO devem procurar hospitais ou ambulatórios, devendo permanecer em suas casas em quarentena por 14 dias (isolamento) até a remissão da infecção, exceto se estiverem com sintomas graves, tal como dificuldade de respirar.

  1. Se o resultado do teste rápido (IgM/IgG) for NEGATIVO isso indica que não tenho Covid-19?

Não. Testes rápidos (IgM/IgG) NÃO têm função de diagnóstico (confirmação ou descarte) de infecção por Covid-19. Diversos fatores influenciam os testes, tais como a sensibilidade/ especificidade e a condição do paciente (reposta imunológica).

  • Testes rápidos (IgM/IgG) negativos indicam que você não tem anticorpos contra a Covid19. Considerando que esses anticorpos somente surgem em quantidade detectáveis alguns dias (pelo menos oito) depois da infecção, o teste somente tem alguma significância após esse período. Se sua carga imunológica (quantidade de anticorpos) for baixa, o teste pode ter um falso negativo. Assim sendo, esse teste isolado não serve para diagnosticar (confirmar ou descartar) infecção por Covid-19. O diagnóstico da doença deve ser feito por testes de RT-PCR.
  • Os testes de RT-PCR (padrão ouro) e de antígenos têm função diagnóstica, sendo o RTPCR o teste definitivo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)3.
  1. Quem fez teste rápido em laboratórios não corre risco de ter recebido um resultado falso positivo ou negativo? Os testes rápidos (IgM/IgG) são confiáveis?

A informação apresentada nesses ensaios é quanto ao estado imunológico no momento da coleta da amostra. Se a testagem ocorrer dentro do período de janela imunológica, o resultado do ensaio poderá ser negativo mesmo se a pessoa estiver contaminada (falso negativo).

Por isso, é importante respeitar o intervalo entre os sintomas e a testagem, estar atento às informações das instruções de uso (que trazem orientações específicas sobre cada produto) e também que o teste seja executado e interpretado por profissional de saúde. Essa situação não corresponde necessariamente a uma falha no produto, mas à não observância da advertência quanto ao período adequado para a testagem.

Cabe mencionar, ainda, que cada produto possui características próprias quanto à execução, às precauções, ao limite de detecção e à interpretação dos resultados. Portanto, todas as informações dispostas nas instruções de uso devem ser seguidas e interpretadas por um profissional de saúde.

Não há, até o momento, conhecimento científico sobre a duração dos anticorpos contra a Covid-19 no organismo e, portanto, não é possível assegurar proteção permanente para a infecção em pacientes com resultados de IgG positivo.

As ações para redução do risco de transmissão do novo coronavírus dependem da participação de todos. Assim, independentemente dos resultados dos testes, a população deve estar atenta aos cuidados e às orientações divulgadas pelo Ministério da Saúde quanto ao uso de máscaras, o distanciamento mínimo entre as pessoas (evitar aglomerações) e o isolamento social na ocorrência de sintomas.

  1. Se os testes rápidos não servem para diagnóstico (confirmar ou descartar) de infecção por Covid-19, qual a sua função?

Os testes rápidos (IgM/IgG) têm relevante utilização no mapeamento do status imunológico de uma população (que já teve o vírus ou foi exposta a ele).

Tal mapeamento pode contribuir de forma positiva no processo de relaxamento das medidas restritivas, ou seja, quando do controle pandêmico, o mapeamento imunológico terá significativa relevância por ocasião do retorno das atividades.

  1. Como os testes são feitos?

Os testes são realizados a partir da coleta de uma amostra do paciente, podendo ser de secreções nasais, de garganta ou de sangue. O tempo necessário para a liberação do resultado depende do tipo de testagem utilizada.

  • Testes rápidos (IgM/IgG) geralmente utilizam sangue, soro ou plasma e demoram alguns minutos para liberar o resultado, a depender do produto (10 a 30 minutos).
  • Os testes RT-PCR geralmente utilizam secreções respiratórias, coletadas por meio de swabs de orofaringe (garganta) ou nasofaringe (nariz). São realizados em laboratórios clínicos e podem levar alguns dias para emissão de laudo.

É importante destacar a importância de haver uma anamnese (avaliação e entrevista clínica) registrada, bem como a emissão de laudo técnico (sendo o resultado positivo ou negativo) para o paciente.

  1. Qual a metodologia do teste rápido para a Covid-19?

O exame é feito com o uso de amostras de sangue, soro ou plasma. A metodologia utilizada é chamada de imunocromatografia, que é a geração de cor a partir de uma reação química entre antígeno (substância estranha ao organismo) e anticorpo (elemento de defesa do organismo). Os resultados obtidos são chamados de IgM e IgG.

Portanto, o IgM e o IgG são as defesas do organismo a um agente externo, como o vírus que provoca a Covid-19. Tendo em vista que o organismo demanda um tempo para a produção desses anticorpos (janela imunológica) a partir do contágio, a imunocromatografia é indicada para exames a partir de pelo menos oito dias após o início dos sintomas, a depender da limitação do teste e da indicação do fabricante. Esse tempo é necessário para assegurar que haverá anticorpos suficientes no organismo que possam ser detectáveis por esse método.

Os resultados dos testes rápidos devem ser interpretados por um profissional de saúde, considerando informações clínicas, sinais e sintomas do paciente, além de outros exames confirmatórios. Somente com esse conjunto de dados é possível fazer a avaliação e o diagnóstico ou descarte da doença.

  1. Os testes rápidos disponíveis no mercado foram aprovados pela Anvisa?

No dia 18 de março de 2020, a Anvisa publicou a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 348/2020, que estabeleceu regras extraordinárias e temporárias para agilizar a avaliação de novos produtos, por meio da priorização da análise de pedidos de registro de testes para detecção do novo coronavírus.

A Anvisa avalia a qualidade, segurança e eficácia dos testes para Covid-19. Considerando a emergência em saúde pública decorrente da pandemia de Covid-19, os procedimentos de regularização sanitária desses testes foram priorizados e flexibilizados, temporária e extraordinariamente, visando ampliar a oferta desses produtos e evitar o desabastecimento. Não adquira produtos pela internet.

Além dos testes registrados pela Anvisa, é possível encontrar produtos que tenham sido importados e adquiridos de forma excepcional, nos termos da Lei 13.979/2020, que autorizou de forma excepcional e temporária a importação de produtos sujeitos à vigilância sanitária, desde que estes sejam registrados por autoridade sanitária estrangeira e estejam previstos em ato do Ministério da Saúde (VIII, art. 3º).

De forma complementar, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 356/2020, alterada pela RDC 379/2020, permitiu, de forma extraordinária e temporária, a aquisição de dispositivos médicos essenciais para o combate à Covid-19, novos e não regularizados pela Anvisa, desde que regularizados e comercializados em jurisdição membro do Fórum Internacional de Reguladores de Dispositivos Médicos (International Medical Device Regulators Forum – IMDRF), por órgãos e entidades públicas e privadas, bem como serviços de saúde, quando não disponíveis para o comércio dispositivos semelhantes regularizados na Agência (art. 9º)

Também foram aprovados testes para detecção de anticorpos com o uso de outras metodologias que requerem a utilização de equipamentos disponíveis em laboratórios, como, por exemplo, ELISA, que se baseia numa reação enzimática; imunoensaio quimioluminescente (CLIA), que torna a reação antígeno-anticorpo visível por uma reação química; e imunofluorescência, no qual a leitura do resultado é feita a partir da fluorescência formada na reação do antígeno com o anticorpo, entre outras.

  1. Onde posso fazer os testes rápidos (IgM/IgG)?

A RDC 302/2005, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para Funcionamento de Laboratórios Clínicos, determina, no item 6.2.13 de seu anexo, que a execução dos testes laboratoriais remotos – TLR (point-of-care) e de testes rápidos pode ser realizada próximo ao paciente e deve estar vinculada a um laboratório clínico, posto de coleta ou serviço de saúde pública ambulatorial ou hospitalar.

Assim, os testes rápidos (IgM/IgG) para a Covid-19 podem ser feitos em estabelecimentos de assistência à saúde com licenciamento para esta atividade e por um profissional de saúde devidamente habilitado e treinado para esta finalidade.

Os testes geralmente são feitos em laboratórios clínicos, podendo haver coleta no local onde estiver o paciente, incluindo sua casa.

É importante destacar que o teste deve ser realizado em espaço privativo, seguindo todos os protocolos clínicos de gestão do paciente e manipulação de amostras, em especial aqueles relacionados à proteção sanitária (uso de equipamentos de proteção individual – EPIs).

Para maiores informações sobre a utilização de testes rápidos em farmácias, consulte as informações constantes no portal da Anvisa.

  1. Farmácias e drogarias podem comercializar testes para Covid-19?

Farmácias e drogarias não podem comercializar ou vender testes para Covid-19, pois não são distribuidoras de produtos para saúde e os testes não se destinam a uso leigo.

Entretanto, a farmácia ou drogaria devidamente licenciada para a prestação de serviços de assistência à saúde pode utilizar os testes rápidos para Covid-19, mediante responsabilidade técnica e condições sanitárias (de estrutura, processos e pessoas) adequadas, conforme determinado na RDC 377/2020 e nas orientações estabelecidas na Nota Técnica 96/2020 e na Nota Técnica 97/2020.

A disponibilidade dos testes rápidos em farmácias e drogarias dependerá da decisão do estabelecimento de oferecer ou não este serviço de assistência à saúde. A norma da Anvisa não estabelece obrigatoriedade do serviço em questão nessas unidades. Outro fator para a disponibilização é a produção e a entrega dos testes rápidos pela empresa que obteve o registro junto à Agência.

  1. Tenho uma empresa que não é da área da saúde (construção civil, naval ou outra atividade econômica). Posso realizar os testes rápidos (IgM/IgG) nos meus funcionários?

Os testes rápidos, apesar de serem de uso relativamente simples, são de uso profissional e sua execução requer o cumprimento de protocolos e diretrizes técnicas de controle, rastreabilidade e registros. A RDC 302/2005, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para Funcionamento de Laboratórios Clínicos, determina, no item 6.2.13 de seu anexo, que a execução dos testes laboratoriais remotos – TLR (point-of-care) e de testes rápidos (IgM/IgG) pode ser realizada próximo ao paciente (nas instalações das empresas, por exemplo) e deve estar vinculada a um laboratório clínico, posto de coleta ou serviço de saúde pública ambulatorial ou hospitalar.

  1. É possível fazer testes rápidos “em massa” em minha empresa/instituição?

Sim. É recomendada a testagem em massa com testes rápidos (IgM/IgG) em grupos envolvidos em atividades essenciais, tais como profissionais que atuam nas áreas de saúde (hospitais, farmácias, vigilância sanitária etc.), segurança pública, limpeza urbana, de suprimento (postos de combustíveis, supermercados etc.), dentre outras.

Nesses casos, é necessário que os testes sejam feitos por profissionais de saúde devidamente habilitados e treinados e que estes estejam vinculados a um laboratório clínico, posto de coleta ou serviço de saúde pública ambulatorial ou hospitalar.

Em todos os casos devem ser observadas as instruções de uso do kit diagnóstico e as LIMITAÇÕES dos testes devem ser devidamente consideradas.

Testes RT-PCR somente devem ser realizados sob indicação médica.

  1. É possível fazer testes rápidos “em massa” em grupos vulneráveis?

Sim. A testagem em massa com testes rápidos (IgM/IgG) em grupos vulneráveis, como penitenciárias, institutos de longa permanência – ILPs (asilos) etc. somente pode ocorrer sob supervisão e/ou autorização das autoridades de saúde. Deve-se ponderar cuidadosamente a relação de benefícios versus riscos de tal ação.

Em todos os casos, as LIMITAÇÕES dos testes devem ser devidamente consideradas.

Testes RT-PCR somente devem ser realizados sob indicação médica.

  1. Vantagens e limitações do teste rápido:
  • Ensaios baseados na detecção de anticorpos IgM/IgG podem apoiar a investigação de surtos e estudos de soro-prevalência. Há diversas opções disponíveis, tanto testes rápidos, quanto ELISA.
  • Atualmente, os testes sorológicos não são recomendados para o diagnóstico da COVID-19 pelo CDC, National Health Service (NHS) e outras organizações de saúde.
  • Um resultado negativo por teste sorológico não afasta a doença. Existe uma preocupação geral quanto ao uso na fase aguda da infecção, pois estes testes detectam a infecção muito tardiamente no curso da doença (geralmente mais de 7 a 10 dias). Alguns estudos demonstraram que nos primeiros 7 dias após o início dos sintomas, menos de 40% dos pacientes apresentam anticorpos detectáveis. Dessa maneira, estes ensaios não devem ser usados para descartar casos nos primeiros dias de doença.
  • A detecção de anticorpos após o 7o dia indica apenas contato prévio com o vírus, mas não confirma a presença de vírus ou infectividade. Os anticorpos detectados podem resultar de uma infecção anterior, e não da infecção aguda que se necessita diagnosticar.
  • Deve-se lembrar que a especificidade dos testes sorológicos pode ser comprometida pela reatividade cruzada com outros coronavírus (ainda não estabelecida) que normalmente estão presentes na população, dificultando a interpretação dos resultados.
  • Até o momento, não há estudos que avaliaram a resposta sorológica de pacientes assintomáticos com COVID-19 ou indicando que a presença de anticorpos IgG significa imunidade contra o SARS-CoV-2.
  • Não existem também, até a presente data, dados consistentes de validação dos testes sorológicos na população brasileira. Mais estudos são necessários para o completo entendimento do papel destes testes na infecção pelo SARS-CoV2.
  • No futuro espera-se o uso de testes sorológicos aprimorados para monitoramento e avaliação da saúde pública e ocupacional.

BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 https://www.who.int/publications-detail/laboratory-testing-for-2019-novel-coronavirus-in-suspectedhuman-cases-20200117

2 https://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2020/April/13/Diretrizes-COVID-13-4.pdf

3 https://www.who.int/publications-detail/laboratory-testing-for-2019-novel-coronavirus-in-suspectedhuman-cases-20200117

BRITO, F. A.; RESENDE, L.M.H; VIANA, L.G.; XAVIER, S.G.; NEVES, S.P.F. Estratégias laboratoriais para identificação da infecção pelo novo coronavírus. Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Medicina. Departamento de Propedêutica Complementar, Belo Horizonte, 2020. Disponível em: https://www.medicina.ufmg.br/coronavirus/wp-content/uploads/sites/91/2020/04/Estrat%C3%A9gias-laboratoriais-para-identifica%C3%A7%C3%A3o-da-infec%C3%A7%C3%A3o-pelo-novo-coronav%C3%ADrus.pdf

LEMOS, Lucio. Determinação de Anticorpos IgA, IgM e IgG para SARS-COV 2 para monitorar COVID-19. 15p., 2020.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Testes para Covid-19: perguntas e respostas. Brasília, DF. 2020. Disponível em: file:///E:/Documents/1%20Site%20FB/COVID%2019/ANVISA%2014%2005%2020.pdf

Treinamento esfincteriano

O treinamento esfincteriano (TE) é um marco importante do desenvolvimento físico e psicológico em crianças, além de constituir um desafio para as famílias, pois ocorre quando a criança necessita de autoafirmação e há expectativa das famílias de que a continência ocorra o mais breve possível.

O TE representa um processo complexo que pode ser afetado pelas condições anatômicas, fisiológicas e comportamentais e as normas aceitas para a aquisição do TE relacionam-se mais com as diferenças culturais do que com as evidências científicas.

Quando a criança se conscientiza sobre sua própria necessidade de eliminar urina e fezes ela já pode ser considerada “treinada” para o controle e, então, pode iniciar o ato sem um lembrete ou um preparo por parte dos pais.

O controle da evacuação, em geral, precede o controle da micção. Os métodos para aquisição do TE têm variado ao longo dos anos e a Abordagem Orientada para a Criança indicada pela Academia Americana de Pediatria (AAP), mais comumente utilizada no mundo ocidental, recomenda que as crianças não sejam forçadas a iniciar o processo de TE até que apresentem os sinais de prontidão e que os pais estejam orientados para reconhecer esses sinais.

Nos últimos 50 anos, a média de idade na qual as crianças com desenvolvimento neuropsicomotor normal completam o TE aumentou de 24 meses para 36 a 39 meses.

O uso de fraldas descartáveis, pais que trabalham fora com menos tempo para orientar o TE dos seus filhos e a disponibilidade cada vez mais ampla de informações sobre técnicas da abordagem orientada para a criança são as possíveis explicações sugeridas para tal fenômeno de aumento na idade do TE.

No Brasil, a média de idade de início do processo do TE é em torno dos 22 meses e a média de conclusão aos 27,4 meses, ocorrendo mais precocemente nas meninas. O prazo de duração do processo fisiológico de TE pode variar entre 6 e 12 meses.

Já foi relatado que a ausência dos sinais de prontidão para o TE entre os 24 e 36 meses de idade está associada ao aparecimento de disfunção da bexiga e do intestino, de infecções do trato urinário e da recusa para ir ao banheiro.

Observa-se também maior prevalência de disfunção vesical em crianças que apresentam constipação intestinal funcional e que iniciam o TE precocemente, antes de 24 meses ou tardio, após 36 meses de idade.

No entanto, segundo a literatura, não existe correlação entre o método utilizado, a idade de término do TE aos 24 meses e o aparecimento de sintomas do trato urinário inferior.

O objetivo deste estudo é apresentar de forma prática os métodos mais utilizados para TE no nosso meio, as peculiaridades do processo e os problemas mais comuns associados. As orientações práticas aqui apresentadas para pediatras e pais têm o intuito de tornar esse processo mais eficiente e menos desgastante, envolvendo a criança e a família de forma ativa.

Quando a criança está pronta para iniciar o processo de treinamento esfincteriano?

  • Avaliação dos Sinais de Prontidão

A literatura pediátrica enfatiza a importância de a criança apresentar os sinais de prontidão, ou seja, habilidades físicas e psicológicas específicas antes de iniciar o TE.

As crianças com desenvolvimento neuropsicomotor normal começam mostrar as habilidades de prontidão e a maturidade física necessária para o TE geralmente entre 24 e 36 meses de idade.

É importante ressaltar que toda criança tem um desenvolvimento individualizado e, portanto, somente a idade não é um bom critério para decidir o momento de iniciar o TE. Apesar dessa importância percebida, os testes de rastreamento do desenvolvimento neuropsicomotor comumente usados em pediatria não fazem referência a alguma habilidade específica para TE.

Os principais sinais de prontidão estão relacionados à capacidade da criança de:

  1. Imitar o comportamento dos pais ou de cuidadores.
  2. Desejar agradar.
  3. Desejar ser autônoma: insistir em concluir tarefas sem ajuda e orgulhar-se de novas habilidades.
  4. Andar e estar apta a sentar-se de modo estável e sem ajuda.
  5. Pegar pequenos objetos.
  6. Ser capaz de dizer NÃO, como sinal de independência.
  7. Entender e responder a instruções e seguir comandos simples.
  8. Saber puxar as roupas para cima e para baixo.
  9. Possuir um vocabulário simples referente ao treinamento esfincteriano.
  10. Usar palavras, expressões faciais ou movimentos que indicam a necessidade de urinar ou evacuar.
  11. Mostrar interesse em outras pessoas que estejam usando o banheiro
  12. Ficar seca por duas horas ou mais durante o dia.
  13. Dizer que está “fazendo xixi” no momento da micção, em geral, nos banhos.
  14. Dizer aos pais que acabou de urinar ou evacuar em pequena quantidade na fralda e se incomodar com a fralda molhada. Tentar retirar fralda molhada ou pedir para ser trocado (consciência física).
  15. Não querer usar fraldas ou mostrar interesse em cuecas ou calcinha.
  16. Conseguir ficar parada no penico ou vaso sanitário por 3 a 5 minutos.
  17. Permanecer brincando com a mesma atividade por mais de 5 minutos.
  18. Ser capaz de apontar o que deseja.
  19. Ter iniciado a comunicação por palavras ou frases simples.
  20. Não apresentar atrasos nos marcos do desenvolvimento neuropsicomotor segundo escalas validadas internacionalmente.
  21. Compreender e seguir comandos simples.

Método: a abordagem orientada para a criança

A abordagem orientada para a criança, apoiada pela literatura e recomendada pela AAP, enfatiza que o processo de TE somente deverá ser iniciado quando a criança apresentar os sinais de prontidão.

A AAP recomenda somente o uso de elogios para reforço, desencorajando o uso de guloseimas ou recompensas materiais, como brinquedos.

Por volta dos 24 meses de idade, os sinais de prontidão para o TE da criança deverão ser avaliados pelo pediatra, tendo em mente as diferenças culturais.

Os pais e os cuidadores necessitarão estar disponíveis e motivados para iniciar o TE, assegurando que o tempo seja reservado para o processo inclusive com as adequações necessárias à rotina familiar.

O processo de TE não deverá ser iniciado em um momento de estresse da vida da criança ou da família (por exemplo, após uma mudança de casa ou após o nascimento de um novo irmão) e os pais deverão estar preparados emocionalmente para lidar com tranquilidade com as perdas urinárias e fecais inevitáveis, que ocorrerão até o final do processo de TE.

O ideal é que, em caso de a criança frequentar escola ou creche, que o TE seja iniciado de forma concomitante em todos os ambientes.

Instrumentos para o processo de treinamento

Penico ou vaso sanitário?

Antes de iniciar o processo do TE os pais precisarão decidir qual instrumento será utilizado: penico ou vaso sanitário.

O penico é geralmente preferido nos primeiros estágios do processo, pelo fato das crianças se sentirem mais seguras, não necessitar de redutor para o vaso sanitário, as pernas ficarem bem apoiadas, o dispositivo pode ter motivos lúdicos, poder ser deslocado para outros ambientes.

O penico também fornece a melhor posição biomecânica para a criança. O fundamental é tornar o processo de TE fácil e o mais divertido possível para a criança, sem qualquer forma de cobrança. Apesar de o penico ser preferível, algumas crianças gostam de imitar os pais e preferem os vasos sanitários. Nesses casos esses podem ser utilizados para o TE, desde que os pés fiquem apoiados e haja um redutor.

  1. Penico

O equipamento na abordagem orientada pela criança é o penico, considerado uma ferramenta que auxilia na avaliação dos sinais prontidão. Os pais deverão apresentar o penico como objeto pessoal da criança.

Ele deverá ser escolhido junto com a criança e colocado em um local conveniente para que ela se sinta atraída a usá-lo. A criança deve ser ensinada a observar, tocar e familiarizar-se com o penico bem antes de seu uso ser encorajado, em um momento prazeroso e lúdico. Quando a criança começar a mostrar interesse em usar o penico, os pais devem deixá-la sentar-se sobre ele totalmente vestida, para evitar um desconforto inicial e gerar confiança, sem criar nenhuma expectativa.

Nunca forçar a criança a sentar-se ou permanecer sentada no penico.

Em seguida, a criança é incentivada a sentar-se no penico após a remoção de uma fralda molhada ou com fezes. Para ajudar a criança na conceituação e compreensão do processo, os pais podem ser ensinados a demonstrar o propósito do penico, por exemplo, depositando nele o conteúdo de fraldas sujas.

Finalmente, a criança é encorajada a desenvolver uma rotina de sentar-se no penico em horários específicos do dia (por exemplo, depois de acordar de manhã, após as refeições ou lanches, antes de dormir). É importante elogiar a criança sempre que ela se sentar no penico.

Uma vez que a criança usou o penico com sucesso por uma semana ou mais, pode-se desfraldar a criança. Existem calças de treinamento (laváveis e reutilizáveis) que podem facilitar o processo para os pais. O ideal é que o treinamento esfincteriano seja completo e que se evite usar a fralda durante o dia, o que pode confundir a criança e dificultar o processo.

Perdas urinárias ou fecais são inevitáveis, e os pais precisam ser compreensivos e mostrar à criança que isso pode acontecer. Importante sempre demonstrar naturalidade e evitar criticar ou repreender a criança nessas situações de perdas.

A transição para o vaso sanitário somente deverá ser iniciada quando a criança estiver segura e treinada no uso do penico.

Na maioria das vezes, a criança senta-se com mais facilidade no penico e sente-se mais segura por não ser tão alto e não ter água no fundo. Além disso, será mais fácil levá-lo quando a criança estiver fora de casa.

O penico deve ser colocado em algum lugar de rápido alcance da criança, porque no início do processo, há pouca percepção sobre a eliminação de pequena quantidade de urina ou fezes. Uma boa estratégia é a criança escolher o tipo de penico que irá usar.

  1. Vaso sanitário

Caso os pais e a criança optem pelo vaso sanitário é necessário colocar um redutor de assento de vaso sanitário e um apoio para os pés para que fiquem firmes e seguros.

Um banco elevado será usado tanto para a criança alcançar o assento, quanto para apoiar os pés enquanto estiver sentada, dando a sensação de que ela pode sair quando for preciso e auxiliando-a na posição mais fisiológica para a evacuação.

Algumas crianças têm medo de cair no vaso sanitário (mesmo com o redutor de assento) e do barulho da descarga de água. É importante orientar que, nesses casos, usar um penico pode ser mais fácil.

Como a criança aprende muito pelo exemplo, os pais devem demonstrar como eles usam o vaso sanitário. Repetir as demonstrações faz a criança ganhar segurança.

Muitas vezes, os pediatras são questionados sobre o melhor momento e método para o aprendizado do TE. Alcançar esse marco de desenvolvimento pode ser complexo, tanto para a criança, quanto para os pais. Para ajudar a facilitar o processo de TE, os pediatras devem informar aos pais sobre o método, capacitando-os para perceber o momento e a forma ideal.

Antes do início do TE, o pediatra deve avaliar a criança quanto aos sinais de prontidão com o intuito de ajudar os pais a planejar esse período de transição, além de definir se a criança apresenta algum quadro clínico que pode interferir com o treinamento.

Também é importante considerar o temperamento de cada criança e a hora do dia em que ela é mais acessível e cooperativa. Se a criança for tímida e retraída, ela pode precisar de apoio e incentivo adicionais.

É fundamental entender o nível de frustração da criança e estar pronto a apoiá-la e tranquilizá-la a cada passo.

É importante que, na presença de constipação intestinal funcional, o tratamento dessa condição seja instituído antes do início do processo do TE. É fundamental, verificar a consistência das fezes da criança pela Escala de Bristol Modificada para a Criança.

A consistência endurecida (Bristol 1 e 2) pode tornar o processo de evacuação difícil e doloroso. Dieta rica em fibras, quantidade reduzida de produtos lácteos associada à ingestão hídrica adequada pode auxiliar para a obtenção da consistência fecal normal (Bristol 3 e 4), manter os movimentos intestinais regulares e uma fácil eliminação das fezes.

Ressalta-se que se a criança se sentir pressionada, se os pais se referem às eliminações como algo inadequado, sujo, e de odor ruim, ou se o processo de TE for estressante, ela pode começar a reter a urina ou fezes. Nesses casos, o processo deve ser interrompido e deve-se aguardar o momento no qual a criança ou a família esteja mais receptiva para reiniciar o treinamento.

Orientação aos pais para o processo do treinamento esfincteriano.

Como já mencionado, o TE inclui reconhecer a vontade de urinar e evacuar, despir-se, andar até o penico ou vaso sanitário, limpar-se, vestir-se, sendo fundamental reforçar o sucesso da criança em cada passo. Quanto mais pronta a criança estiver ao iniciar, mais rapidamente concluirá o processo de TE. O sucesso inicial depende da compreensão da criança sobre o uso do banheiro.

As orientações aos pais consistem em:

  1. Incentivá-los a conversarem entre si sobre como farão para ajudar a criança a iniciar e completar o TE. Escolher um horário em que os mesmos tenham tempo e paciência para dar a atenção necessária. Os finais de semana e feriados deverão ser bem aproveitados, caso algum dos pais estiver de folga do trabalho.
  2. Solicitar que oriente aos demais cuidadores que a criança se encontra em processo de TE e que o sucesso depende muito da continuidade e da atitude dos adultos. Evitar que a escola defina o período de TE em conjunto na sala, sem individualizar cada criança em relação à sua idade, seu desenvolvimento e a presença dos sinais de prontidão.
  3. Auxiliar a criança a preparar-se para o processo do TE, mostrando a ela que urinar e evacuar são normais a todas as pessoas. Pode-se usar a expressão: “a partir de hoje você vai fazer xixi e cocô (ou urinar e defecar) igual a gente grande, igual ao papai e à mamãe”.
  4. Incentivar a criança a acompanhar os pais ao banheiro e conversar sobre a sua utilização.
  5. Ensinar à criança as palavras necessárias para o processo do TE. Estabelecer uma conversa padrão no banheiro. Alguns especialistas recomendam usar palavras formais (defecar, urinar) em vez de jargões, para que as crianças não fiquem constrangidas com termos infantis quando forem mais velhas – mas o mais importante é ser consistente no seu uso e utilizar uma forma de comunicação que a criança entenda e que consiga se fazer entender em todos os contextos. E nunca se referir ao conteúdo das fraldas com nomes pejorativos ou com desprezo.
  6. Ressaltar sobre a importância de garantir que a área do banheiro seja totalmente sem riscos, com os produtos de limpeza e de higiene pessoal mantidos fora de alcance das crianças. Assentos, penicos e bancos devem ser firmes e seguros. Além de cuidar para que esteja limpo e sem odor desagradável. Algumas crianças relutam ir ao banheiro por causa dessas características.
  7. Vestir a criança com roupas que sejam mais simples de colocar, de retirar e de lavar. O processo de TE será mais fácil nos dias mais quentes, pois menos roupas serão removidas além de não ter a sensação de desconforto da baixa temperatura.
  8. Incentivar a criança a avisar quando da eliminação de urina e/ou fezes, na fralda, mesmo as pequenas quantidades. É fundamental que os pais entendam os sinais que expressam que a criança está prestes a urinar ou evacuar (por ex. cruzar as pernas ou agachar) com a finalidade de guiar a criança para o banheiro ou penico. Muitas crianças apertam os genitais para conter a urina. Sempre que a criança realizar algumas dessas manobras os pais devem levá-la ao penico ou ao toalete, mesmo que ela diga que não está com vontade, de forma carinhosa e com paciência. Os pais precisam estar prontamente disponíveis para atender as demandas, pois o tempo, entre o momento que a criança tem a sensação que vai urinar ou evacuar e o ato de eliminar propriamente dito, é muito curto.
  9. Para a criança ganhar autonomia para a defecação, convém colocá-la sentada no penico ou vaso sanitário sem fralda, nos horários em que a mesma geralmente evacua, por exemplo, alguns minutos depois de uma refeição. Também colocá-la para urinar depois de uma soneca caso acorde seca é educativo. Não é recomendável manter a criança sentada no penico ou no vaso sanitário por mais de 3 a 5 minutos aguardando a eliminação. Pode parecer uma punição e não a auxilia para a aquisição do TE.
  10. Explicar que a criança ainda não tem as habilidades para realizar a higiene íntima corretamente após urinar ou evacuar. Então será necessário auxiliá-las até que consigam fazer adequadamente sozinhas. Vale a pena ressaltar a importância de ensiná-las a lavar as mãos depois de usar o vaso sanitário ou o penico.
  11. Solicitar e auxiliar os pais a terem paciência durante todo o processo. Pode levar várias semanas para que a criança consiga a aquisição do TE. Expectativas irrealistas dos pais, início do TE muito precoce ou de maneira agressiva poderão determinar redução da autoconfiança da criança.

Importante:

  1. Decida o vocabulário a ser usado.
  2. Assegure-se de que penico ou o vaso sanitário sejam facilmente acessíveis.
  3. Se usar o vaso sanitário, use um redutor de assento e um apoio para pés.
  4. Permitir a criança assisti-lo ao usar o banheiro.
  5. Incentive a criança a avisar quando ela sentir que urinou ou evacuou em pequena quantidade ou quando sentir vontade.
  6. Elogiar o sucesso e a tentativa de avisar mesmo quando ocorreu perda.
  7. Aprender os sinais comportamentais da criança quando ela estiver na iminência de urinar ou evacuar.
  8. Não esperar resultados imediatos; as perdas fazem parte do processo.
  9. Garantir a cooperação de todos os cuidadores para fornecer uma abordagem consistente.
  10. Após sucessos repetidos, usar calças de treino ou roupas íntimas.
  11. Sempre encorajar a criança com elogios e sem guloseimas. Não é permitido qualquer punição e/ou esforço negativo.

Peculiaridades na orientação aos pais: abordagem em meninos e meninas

Meninos

Os pais deverão certificar-se que o menino esteja vestindo calças ou “shorts” com uma cintura elástica que é fácil de puxar para baixo quando for urinar ou evacuar.

No início do processo adotar a posição sentada, tanto para urinar como para evacuar, com o intuito de evitar um fator de confusão.

Gradualmente, durante o processo de TE, poderá urinar em pé, como o pai. É necessário ensinar direcionar a pênis corretamente. O penico é uma ótima ferramenta para ajudar o menino a aprender a direcionar corretamente o pênis para urinar.

Meninas

Orientar as meninas a limpar a região genital iniciando da parte de frente para trás, evitando assim a contaminação da vagina com as fezes. Ensinar também a levantar a saia ou vestido ou baixar o “short” para uso do penico ou vaso sanitário. Duchas vaginais não são aconselháveis.

O processo de treinamento esfincteriano

Aproximadamente 2% a 3% das crianças com desenvolvimento neuropsicomotor adequado e sem doenças crônicas ou neurológicas apresentam problemas durante o processo do TE.

O insucesso do TE é muito frequente quando iniciado na ausência de sinais de prontidão. Se a criança não estiver pronta, as tentativas em concluir o TE não serão eficazes.

Os pais devem ser aconselhados a não se envolver em uma “batalha” com o processo, que prejudica o relacionamento entre pais e filhos, a autoimagem da criança e a aquisição natural do TE.

Outra causa de insucesso ocorre quando o TE é iniciado em apenas um ambiente em que a criança convive; ou quando há falta de homogeneidade na orientação por parte de um dos pais (cada pai orienta de uma forma, ou um permite o uso de fraldas na ausência do outro, ou um é muito exigente e o outro permissivo) ou entre o ambiente casa/escola.

Se uma criança expressar a recusa para o TE, uma pausa de um a três meses é sugerida. Isso permite que a confiança e cooperação sejam restabelecidas entre pais e filhos.

Depois desse intervalo, a maioria das crianças está pronta para reiniciar o treinamento.

Em caso de tentativas repetidas mal sucedidas; crianças com 36 meses ou mais que não apresentam sinais de prontidão; ou 48 meses ou mais sem terem concluído o TE diurno, o pediatra deverá explorar aspectos do relacionamento da criança com os pais, ou mesmo descartar anormalidades físicas e/ou de desenvolvimento neuropsicomotor.

Entre elas podem ser citados: deficiência intelectual, transtornos do espectro autista, transtorno comportamentais, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, espinha bífida oculta ou estigma sacral relacionados com malformação da inervação do trato urinário, bexiga neurogênica, intestino neurogênico, doenças que acometem a medula espinhal e seus ramos para o trato intestinal e urinário, hipotonia, estresse tóxico, abuso sexual, prolapso retal, diarreia crônica etc.

O diagnóstico precoce dessas condições pode evitar consequências psicológicas, emocionais e orgânicas nas crianças. Muitas crianças se escondem enquanto evacuam em suas fraldas durante o processo do TE. Isso pode ocorrer porque preferem defecar sozinhas, têm medo do vaso sanitário ou não gostam do banheiro.

Nas crianças constipadas, o tratamento da constipação resolve a situação. Cerca de 20% das crianças recusam a ser treinadas para a eliminação das fezes durante o processo do TE.

Essa recusa poderá estar associada à retenção fecal, atraso na conclusão do TE e incontinência fecal. É importante que os pais sejam aconselhados a não usar termos pejorativos para as fezes ou para o ato de evacuar, bem como sinais de que possam sugerir nojo relacionado ao ato (como, por exemplo, fralda suja ou com cheiro ruim).

Os problemas mais comuns durante o processo do TE são:

  1. Recusa para treinamento de eliminação das fezes

Diagnosticada quando uma criança treinada para urinar no penico ou vaso sanitário se recusa a evacuar nesses locais por, no mínimo, um mês. Dois comportamentos associados à recusa do treinamento para eliminação de fezes podem exigir a intervenção do pediatra:

  • Retenção de fezes causando constipação intestinal que pode resultar em impactação de fezes no reto e incontinência fecal.
  • Falha na aquisição de treinamento esfincteriano para eliminação de fezes aos 42 meses de idade.
  1. Retenção de fezes

Ocorre quando a criança usa manobras físicas na tentativa de evitar a evacuação. A constrição voluntária do esfíncter durante a contração vesical ou do reto pode levar à constipação intestinal. Os principais sinais de a criança estar constipada são dor à defecação, esforço excessivo no ato ou defecar menos de 4 vezes por semana. As intervenções mais comuns para retenção de fezes incluem tratamento agressivo de constipação e retomada do uso de fraldas.

  1. Esconder-se para eliminar fezes

Algumas crianças que concluíram o treinamento esfincteriano vesical pedem fraldas ou se escondem durante a evacuação ao invés de usar o penico ou vaso sanitário. O início desse comportamento é mais comum em torno dos 22 meses de idade. Geralmente associa-se à retenção de fezes e a desenvolverem constipação intestinal. Há melhora com o tratamento agressivo da “constipação”.

  1. Necessidade do uso de fraldas após completar o TE

Em geral é um sinal de disfunção vésico- -intestinal ou está associada a algum evento estressante na vida da criança. Necessitará de uma investigação mais aprofundada. O prolongamento do TE ou a presença de infeção urinária chama a atenção de que pode estar havendo uma disfunção vesical.

Passos para o sucesso do treinamento esfincteriano:

  1. Procurar por sinais de prontidão.
  2. Falar sobre o banheiro com a criança.
  3. Escolher o penico ou o vaso sanitário com redutor de assento e apoio dos pés adequados a criança.
  4. Escolher o momento certo.
  5. Demonstrar o método.
  6. Realizar o reforço positivo.
  7. Lidar com naturalidade e paciência.
  8. Ensinar a higiene adequada.

Conclusão

O processo de TE mudou significativamente ao longo dos anos e em diferentes culturas. Na cultura ocidental, recomenda-se uma abordagem centrada na criança, na qual as etapas são individualizadas o máximo possível.

Em geral, os pediatras somente são procurados para o aconselhamento sobre o TE quando há problemas no processo. Uma atitude proativa do pediatra com o aconselhamento antecipatório, abordando as percepções e equívocos familiares e auxiliando os pais a desenvolver expectativas razoáveis ajuda para que essa fase do desenvolvimento da criança ocorra da maneira mais tranquila possível.

O ideal é que ocorra uma avaliação sobre as habilidades de prontidão nas crianças aos 24 meses.

Os componentes necessários incluem avaliar os sinais de prontidão da criança, a dinâmica familiar, fornecer educação e apoio e desenvolver metas de curto e longo prazo para acompanhamento.

Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento – Presidente: Liubiana Arantes de Araújo.

Departamento de Urologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Urologia – Coordenador: Atila Victal Rondon.

Autores: Flavia Cristina de Carvalho Mrad, Mônica Maria de Almeida Vasconcellos, José de Bessa Junior, Atila Victal Rondon, Liubiana Arantes de Araújo, Ubirajara Barroso Junior, José Murillo de Basttos Netto, setembro de 2019.

Novo Coronavírus: perguntas e respostas para profissionais da saúde e para o público em geral

INFORME DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE INFECTOLOGIA

O que são coronavírus?

Os coronavírus (CoV) compõem uma grande família de vírus, conhecidos desde meados da década de 1960, que receberam esse nome devido às espículas na sua superfície, que lembram uma coroa (do inglês crown). Podem causar desde um resfriado comum até síndromes respiratórias graves, como a síndrome respiratória aguda grave (SARS, do inglês Severe Acute Respiratory Syndrome) e a síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS, do inglês Middle East Respiratory Syndrome). Os vírus foram denominados SARS-CoV e MERS-CoV, respectivamente.

O que é este novo coronavírus?

Trata-se de uma nova variante do coronavírus, denominada 2019-nCoV, até então não identificada em humanos. Até o aparecimento do 2019-nCoV, existiam apenas seis cepas conhecidas capazes de infectar humanos, incluindo o SARS-CoV e MERS-CoV.

Recomendamos evitar os termos “nova gripe causada pelo coronavírus” porque gripe é uma infecção respiratória causada pelo vírus influenza.

Como este novo coronavírus foi identificado?

O novo coronavírus foi identificado em investigação epidemiológica e laboratorial, após a notificação de casos de pneumonia de causa desconhecida entre dezembro/2019 e janeiro/2020, diagnosticados inicialmente na cidade chinesa de Wuhan, capital da província de Hubei. Centenas de casos já foram detectados na China. Outros casos importados foram registrados na Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Vietnã, Cingapura, Arábia Saudita e Estados Unidos da América; todos estiveram em Wuhan.

Qual a origem do surto atual?

A origem ainda não está elucidada. Acredita-se que a fonte primária do vírus seja em um mercado de frutos do mar e animais vivos em Wuhan.

Os coronavírus podem ser transmitidos de animais para humanos?

Sim. Investigações detalhadas descobriram que o SARS-CoV foi transmitido de civetas (gatos selvagens) para humanos na China, em 2002, e o MERS-CoV de dromedários para humanos na Arábia Saudita, em 2012.

Porém, existem vários coronavírus que causam infecção animal. Na maioria, infectam apenas uma espécie ou algumas espécies intimamente relacionadas, como morcegos, aves, porcos, macacos, gatos, cães e roedores, entre outros.

 A transmissão do coronavírus acontece entre humanos?

Sim. Alguns coronavírus são capazes de infectar humanos e podem ser transmitidos de pessoa a pessoa pelo ar (secreções aéreas do paciente infectado) ou por contato pessoal com secreções contaminadas.

Porém, outros coronavírus não são transmitidos para humanos, sem que haja uma mutação. Na maior parte dos casos, a transmissão é limitada e se dá por contato próximo, ou seja, qualquer pessoa que cuidou do paciente, incluindo profissionais de saúde ou membro da família; que tenha tido contato físico com o paciente; tenha permanecido no mesmo local que o paciente doente.

Há transmissão sustentada do novo coronavírus?

Até agora, não há evidências. Está limitada a grupos familiares e profissionais de saúde que cuidaram de pacientes infectados. Também não há evidências de transmissão de pessoa a pessoa fora da China, mas isso não significa que não aconteça.

Qual é o período de incubação desta nova variante do coronavírus?

Ainda não há uma informação exata. Presume-se que o tempo de exposição ao vírus e o início dos sintomas seja de até duas semanas.

Quais são os sintomas de uma pessoa infectada por um coronavírus?

Pode variar desde casos assintomáticos, casos de infecções de vias aéreas superiores semelhante ao resfriado, até casos graves com pneumonia e insuficiência respiratória aguda, com dificuldade respiratória.

Crianças de pouca idade, idosos e pacientes com baixa imunidade podem apresentar manifestações mais graves. No caso do 2019-nCov, ainda não há relato de infecção sintomática em crianças ou adolescentes.

Como ocorre o contágio e qual é a gravidade do novo coronavírus?

Não se sabe até o momento. Alguns vírus de transmissão aérea são altamente contagiosos, como o sarampo, enquanto outros são menos. Ainda não está claro com que facilidade o 2019-nCoV é transmitido de pessoa para pessoa. Até que tenhamos esta informação mais acurada, recomenda-se que as precauções e isolamentos sejam adotados. Quanto à gravidade, devemos acompanhar a evolução da epidemia. Pelos dados iniciais publicados, a estimativa inicial é de que a letalidade seja em torno de 3% (26 mortes em 912 casos), inferior à do SARS-CoV e do MERS-CoV.

Como é feita a confirmação do diagnóstico do novo coronavírus?

Exames laboratoriais realizados por biologia molecular identificam o material genético do vírus em secreções respiratórias.

Existe um tratamento para o novo coronavírus?

Não há um medicamento específico. Indica-se repouso e ingestão de líquidos, além de medidas para aliviar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos. Nos casos de maior gravidade com pneumonia e insuficiência respiratória, suplemento de oxigênio e mesmo ventilação mecânica podem ser necessários.

Como reduzir o risco de infecção pelo novo coronavírus?

  • Evitar contato próximo com pessoas com infecções respiratórias agudas;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente e antes de se alimentar;
  • Usar lenço descartável para higiene nasal;
  • Cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir;
  • Evitar tocar nas mucosas dos olhos;
  • Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
  • Manter os ambientes bem ventilados;
  • Evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações.

Existe uma vacina para o novo coronavírus?

Como a doença é nova, não há vacina até o momento.

Tomei a vacina contra a gripe. Estou protegido contra o novo coronavírus?

Não. A vacina da gripe protege somente contra o vírus influenza.

 Estão contraindicadas as viagens para a China e para os países com casos importados?

Com base nas informações atualmente disponíveis, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda restrição de viagens ou comércio. Devemos acompanhar as recomendações, que são dinâmicas e podem mudar de um dia para outro.

Temos casos do novo coronavírus no Brasil?

Até o presente momento, não há casos suspeitos ou confirmados no país.

Qual é a definição de caso suspeito?

Febre acompanhada de sintomas respiratórios, além de atender a uma das duas seguintes situações: ter viajado nos últimos 14 dias antes do início dos sintomas para área de transmissão local (cidade de Wuhan) ou ter tido contato próximo com um caso suspeito ou confirmado.

Febre pode não estar presente em casos de alguns pacientes, como idosos, imunocomprometidos ou que tenham utilizado antitérmicos.

Qual é a orientação diante da detecção de um caso suspeito?

Os casos suspeitos devem ser mantidos em isolamento enquanto houver sinais e sintomas clínicos.

O paciente deve utilizar máscara cirúrgica a partir do momento da suspeita e ser mantido preferencialmente em quarto privativo.

Os  profissionais da saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).

Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias, como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizada precaução por aerossóis, com uso de máscara profissional PFF2 (N95). Estas são as recomendações atuais do Ministério da Saúde.

Há risco de epidemia global?

Sim, mas não há motivo para pânico neste momento. O Comitê de Emergência da OMS declarou que é cedo para declarar a situação como emergência em saúde pública de interesse internacional neste momento, devido ao número limitado e localizado de casos e pelas medidas que já estão sendo tomadas para que o surto não se espalhe.

FONTES: Ministério da Saúde do Brasil / Organização Mundial da Saúde (OMS) / Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

*Documento elaborado pelos médicos infectologistas: Dr. Leonardo Weissmann, Dra. Tânia do Socorro Souza Chaves, Dr. Clóvis Arns da Cunha e Dr. Alberto Chebabo, em 24/01/2020.

Disquesia

Etimologia (origem da palavra): Do grego dys + chézein, defecar + ia. Dificuldade para defecar, para expelir os excrementos.

Existem “doenças” que não costumam apresentar alterações orgânicas. Entre elas, estão os chamados distúrbios funcionais do trato gastrointestinal, definidos como combinações variáveis de sintomas crônicos ou recorrentes do aparelho digestório, não explicados por anormalidades estruturais ou bioquímicas.

Na prática pediátrica, esses transtornos são frequentes. Em determinados casos é necessária a investigação clínica e laboratorial. Sendo a criança um ser em desenvolvimento, alguns distúrbios são próprios de determinada faixa etária.

Assim, a regurgitação, disquesia e diarreia funcional podem ocorrem nas crianças pequenas. Enquanto a retenção de fezes pela não aquisição da função motora normal (esfincteriana), nas maiores.

Por outro lado, a caracterização de certos distúrbios depende da maturidade cognitiva, ou seja, a criança deve ter idade adequada para reconhecer e expressar seus sintomas. Assim, a dispepsia funcional, a síndrome do intestino irritável e a dor abdominal funcional são definidas com critérios semelhantes aos dos adultos.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) acrescenta:

Meu filho só mama no peito e quando quer fazer cocô chora e faz muita força, mesmo com as fezes moles. Isso é normal?

Nos primeiros meses de vida, bebê que só mama no peito pode evacuar fezes amolecidas a cada mamada, como ficar até 7 dias sem evacuar. Tudo isso pode ser normal.

Ele pode também, quando sentir vontade de fazer cocô, fazer muita força, ficar vermelho, chorar, gemer, levar até 20 minutos para conseguir evacuar, mesmo com as fezes moles. Isso tem nome científico: DISQUESIA.

Não se considera doença

Pode acontecer em bebês que mamam só leite materno ou também nos que usam outro leite, e não é doença. O bebê não nasce pronto. Vai se desenvolvendo aos poucos, com o tempo.

O sistema digestivo também é assim: a criança precisa saber coordenar a vontade de evacuar com o relaxamento da musculatura pélvica e a abertura do esfíncter anal para conseguir eliminar as fezes. Com o tempo ela aprende a fazer isso.

O que fazer nestes casos?

Seu bebê vai crescer, se desenvolver, amadurecer e aprender. A disquesia costuma passar sozinha e ele vai fazer cocô normalmente, sem sofrimento. Nem para ele, nem para você.

A SBP apresenta 4 dicas que as famílias podem adotar nesses casos:

  1. Não se desespere, mesmo que pareça que o seu bebê esteja sofrendo muito. Com o seu instinto, tente consolá-lo com afagos e carinhos. Dobrar as pernas do bebê sobre a barriga dele pode ajudar.
  2. Isso não é prisão de ventre. Sendo assim, não medique com remédios laxantes.
  3. Antes dos 6 meses evite iniciar qualquer outro alimento por conta própria (sucos, frutas laxantes, chás e outros leites), principalmente se o bebê estiver em aleitamento materno exclusivo.
  4. Estimular o ânus (com supositório e outros agentes) pode “dar certo” num primeiro momento. Mas a criança pode se acostumar a evacuar somente se receber esses estímulos. E isso não é bom.

E lembre-se: em qualquer caso de dúvida, fale sempre com seu (sua) pediatra!

Fontes:

http://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/nutricao/disquesia/

COSTA, C.D. Distúrbios Funcionais do Trato Gastrointestinal. Disponível em: file:///C:/Users/fcrbr_000/Downloads/338-43145-1-PB.pdf Acesso em 09 mar. 2019

Refeições em família: crianças e pais à mesa

A hora da refeição é uma correria para muitas famílias: agendas que não batem, cansaço depois de um dia intenso e pouco tempo para preparar refeições nutritivas.

O resultado é que, às vezes, cada pessoa se alimenta do seu jeito, no seu canto, num horário diferente, diante de uma tela (TV, celular etc.).

A Universidade Harvard analisou 15 anos de pesquisas acadêmicas sobre refeições familiares e descobriu resultados significativos.

Resultados 

Crianças que jantam regularmente em família costumam consumir mais nutrientes (frutas e vegetais), têm menor propensão a obesidade e distúrbios alimentares importantes quando adultos.

Foram identificados, também, outros benefícios importantes: menos uso de drogas, menos depressão, mais resiliência, vocabulário mais amplo, maior capacidade de leitura e, no geral, notas melhores na escola.

“Muitos fatores estão por trás disso, mas em grande parte esses benefícios se devem aos laços criados durante as refeições. É um momento de criar tradições familiares, de aproveitar a companhia um do outro e de simplesmente estar juntos”, diz à BBC News Brasil Lynn Barendsen, diretora-executiva do Family Dinner Project (Projeto Jantar em Família), da Escola de Educação de Harvard.

Adolescentes e propensão à dependência química

Um dos estudos levantados pelo projeto foi feito pela Universidade de Columbia, e comparou adolescentes que faziam refeições familiares frequentes (cinco a sete vezes por semana) aos que faziam menos de três refeições semanais. Estes últimos apresentaram o dobro de propensão de experimentar drogas. Um motivo por trás disso seria que as refeições davam aos jovens a chance de conversar com seus parentes sobre seu cotidiano.

Mais de 12 mil famílias

O Projeto Jantar em Família passou a elaborar e divulgar estratégias, receitas e até dicas de tópicos de conversa para incentivar refeições familiares que fossem menos estressantes e mais benéficas para todos. O projeto atende a 12 mil famílias diretamente e a outras centenas de milhares online.

A BBC News Brasil levantou algumas dessas dicas e estratégias para famílias que queiram melhorar – e multiplicar – as refeições conjuntas.

Barendsen ressalta que não há uma cartilha ou regra única para ser adotada por todos: cada família pode avaliar o que serve ou não para suas necessidades e o que ajuda ou não a deixar suas refeições mais prazerosas.

Criar hábitos aos poucos, sem se preocupar com a perfeição

“Em geral, as famílias que acompanhamos têm diferentes obstáculos: falta de tempo para cozinhar, o que gera estresse; reunir todos os membros da família ao mesmo tempo; não saber cozinhar; ter membros da família que sejam chatos para comer; ou estar em momentos de dificuldade financeira, tendo que trabalhar em excesso”, diz Barendsen.

“A questão é identificar qual obstáculo dificulta as suas refeições e pensar em metas realistas, pequenas. Para uma família que só tem conseguido comer fast food todos os dias, não adianta esperar que todas as refeições passem a ser orgânicas. É um bom começo se eles passarem a comer melhor e juntos um dia por semana, ou a experimentar um alimento novo por semana, e aos poucos elas podem evoluir a partir daí.”

Entre as 21 oportunidades de refeição de cada semana, se a família conseguir aproveitar uma ou outra para se reunir e conversar já estará dando passos importantes.

Se o pai só chega em casa depois de os filhos terem jantado, a reunião familiar pode se dar durante a sobremesa.

Sugestões I:
  1. Tirar um tempinho do fim de semana para planejar as refeições da semana seguinte facilita a organização da família.
  2. Cozinhar em maior quantidade e com antecedência, congelando porções em seguida.
  3. “Trocar” refeições com outras famílias em situação parecida: você prepara uma quantidade dobrada da mesma comida e troca com a outra família o prato que ela fez em dobro; assim, ambas vão ter uma variedade maior de pratos.
  4. Dividir as tarefas relacionadas às refeições é importante para evitar que um único membro da família (geralmente, a mãe) fique sobrecarregado com compras, preparo e limpeza. “Dá para criar tradições familiares e dividir as tarefas de compras e limpeza, por exemplo, incluindo as crianças – cada dia da semana uma lava a louça”, sugere Barendsen.

A conversa importa tanto quanto a comida

A pesquisadora sugere deixar assuntos espinhosos (notas na escola, por exemplo) para outros momentos da vida familiar. E preservar as refeições para conversas descontraídas, jogos e brincadeiras.

“A conversa e a diversão das refeições importam exatamente o mesmo que a (qualidade da) comida”, afirma Barendsen.

“Se as refeições forem só de perguntas sobre o dia na escola, os jovens não vão querer participar, por exemplo. Se a conversa for algo leve, vai estimulá-los a expressar seus pontos de vista, aprender a respeitar opiniões alheias e a desenvolver mais vocabulário até mesmo do que se os pais estivessem lendo com eles.”

Sugestões II
  1. Conversar sobre filmes e séries de TV em vez de escola ou trabalho, caso esses assuntos gerem discussões muito acaloradas e improdutivas.
  2. Deixar cada membro da família ter um dia para escolher a música que será ouvida durante a refeição.
  3. Ter em mãos temas reflexivos para estimular as conversas com as crianças: “se você ganhasse na loteria, o que faria com o dinheiro?”; “se você pudesse voltar ao passado, que coisas traria para o presente?”; “conte duas coisas boas do seu dia.”
  4. Em vez de fazer perguntas, pode-se propor reflexões sobre partes do dia da criança ou adolescente. “Pensei em você na hora do almoço porque sabia que você estaria fazendo aquela prova difícil e fiquei torcendo para ir tudo bem”. Não espere uma resposta, apenas veja se ela vai usar a deixa para conversar.
  5. Se ajudar a prevenir o estresse, talvez valha evitar a “fiscalização” constante do prato das crianças, dando a elas alguma autonomia. Ter mais de um vegetal disponível na refeição permite, por exemplo, que a criança escolha um caso não queira comer o outro.

Caso os pais achem válido brincar com a comida no prato, Barendsen sugere que fazer um rosto com cabelo de alface e olhos de azeitona, por exemplo, pode ajudar a tornar a refeição mais divertida.

A comida importa muito: mas pode ser simples e rápida

Poucas famílias têm tempo para elaborar múltiplos pratos complexos para todas as refeições – e isso nem é necessário.

“Dá para pensar em pratos rápidos e nutritivos e envolver a família no preparo”, diz Barendsen. “Lembrando que não há um número mágico em que as refeições em família começam a surtir efeito, e a única coisa que não pode faltar é desfrutar a companhia um do outro.”

Sugestões III:
  1. As crianças estão com fome e a comida não está pronta? Uma ideia é usar frutas e vegetais como lanchinho – pedaços de cenoura, manga, brócolis, pepino ou azeitona, por exemplo. Daí você não precisa se preocupar quanto a se elas vão comer frutas e vegetais durante a refeição.
  2. Bolar refeições de “uma panela só”: um macarrão enriquecido com vegetais, um risoto com múltiplos ingredientes ou um wrap/sanduíche/panqueca/pizza caseira em que cada membro da família possa montar com os ingredientes (desde que saudáveis) de sua escolha.
  3. Para manter as crianças sentadas à mesa e conversando por mais tempo, uma possibilidade é ter como atrativo sobremesas simples e saudáveis – raspadinha de frutas, sorvete de banana congelada, bolos de frutas.
  4. Envolva as crianças no preparo: por exemplo, oferecendo duas opções de menu e deixando elas escolherem uma; levando-as à feira para que conheçam os alimentos in natura e pedindo para que elas escolham um que nunca viram – depois, vocês podem bolar juntos uma receita para esse alimento novo.
  5. As crianças também podem se divertir ajudando a pôr a mesa, medindo ingredientes, ligando o liquidificador e (com muito cuidado e supervisão), dependendo da idade, cortando vegetais e mexendo na panela.
  6. Elabore uma lista de receitas simples às quais você possa recorrer quando estiver com pressa e sem ideias, e mantenha ingredientes-chave na geladeira. Vegetais congelados, queijo e pedaços de pão podem virar uma refeição improvisada em questão de minutos.
  7. Com bebês e crianças pequenas, é necessário oferecer o mesmo alimento diversas vezes – e de diversos jeitos – para eles se acostumarem ao sabor. E pode ser que haja bagunça e sujeira. Se o resultado forem refeições mais divertidas, talvez valha relevar a confusão. Vai depender da dinâmica de cada casa.
  8. Pensar fora da caixa: se não deu para se reunir no jantar de ontem, quem sabe dá para organizar um café da manhã juntos ou um lanchinho antes de dormir? Se a mesa de jantar está cheia de papéis, dá para estender a toalha no chão e fazer um piquenique improvisado.

Permitir ou não eletrônicos?

Para Barendsen, cada família deve avaliar o que funciona ou não para si – e fazer acordos a partir disso. É o que vale, por exemplo, para o dilema de permitir ou não o uso de eletrônicos durante as refeições.

“A ideia é, novamente, que não adianta esperar perfeição, e tem gente que não consegue ficar longe do celular, embora eu coloque os eletrônicos na lista de coisas que podem perturbar as refeições”, diz ela.

“Há famílias que vetam o uso de eletrônicos, há as que permitem o uso se for alguma mensagem urgente e há as que usam os eletrônicos em favor das conversas e da integração familiar – para ver um vídeo que pode servir de assunto ou para conversar via Skype com o pai que não chegou a tempo para o jantar.”

Se a ideia for vetar os eletrônicos, ela sugere fazê-lo em pequenos passos e sempre em comum acordo com a família.

Começar tradições familiares

Um dos princípios do Projeto Jantar em Família é que “as refeições familiares têm o poder de estimular o pensamento ético”.

E Barendsen conta ter visto isso na prática. “Uma das famílias que acompanhamos é de uma mãe que certa noite estava jantando com seus dois filhos, quando perguntou: ‘se vocês ganhassem na loteria, o que fariam com o dinheiro?’. Ela esperava uma resposta brincalhona, mas ouviu de um deles, ‘eu daria o dinheiro para caridade’. Foi uma conversa de dez minutos no jantar que deu início a uma tradição familiar: eles reservaram um pote no qual juntam dinheiro para doar.”

Sugestões IV:
  •  Aproveitar as refeições para conversar sobre projetos em família: uma viagem que queiram fazer juntos, uma decisão que queiram tomar ou um esforço coletivo (por exemplo, mudar os hábitos alimentares de todos).
  •  Celebrar pequenas conquistas cotidianas: transformar as refeições em ocasiões especiais para comemorar não apenas aniversários, mas também quando um dos membros da família concluir um projeto difícil (desde aprender a andar de bicicleta a entregar um trabalho escolar) ou fizer algo especial.

Fonte: IDOETA, Paula Adamo. Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/geral-45424589

Afogamentos

Medidas de prevenção de afogamentos

  • Fonte: Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Paraná.  
  • Agradecimento ao colega Dr. Leonardo Nese, pediatra (Niterói/RJ).

  • Crianças devem ser incentivadas a aprender a flutuar a partir de um ano e nadar a partir de quatro anos.

  • Mantenha atenção constante nas crianças.

  • Nunca nade sozinho.

  • Evite mergulhar em local onde você desconheça a profundidade.
  • Prefira sempre nadar em águas rasas.

  • Não superestime sua capacidade de nadar, tenha cuidado.

Na praia

  1. Pergunte ao guarda-vidas o melhor local para o banho de mar.
  2. Se possível, nade sempre perto de um guarda-vidas.
  3. Não superestime sua capacidade de nadar. A metade dos afogados acha que sabe nadar. 
  4. Tenha sempre atenção com as crianças.
  5. Nade longe de pedras, estacas ou píeres. 
  6. Evite ingerir bebidas alcoólicas antes do banho de mar.
  7. Crianças perdidas: leve-as a um posto de guarda-vidas. 
  8. Mais de 80% dos afogamentos ocorrem em valas:
    • A vala (ou corrente de retorno) é o local de maior correnteza, que aparenta uma falsa calmaria que leva para o alto mar.
    • Se você entrar em uma vala, nade paralelamente a ela até conseguir escapar ou peça por socorro imediatamente.
  9. Nunca tente salvar alguém se você não for preparado para fazê-lo. Muitas pessoas morrem dessa forma.
  10. Ao pescar em pedras, observe antes se as ondas podem alcançá-lo.
  11. Antes de mergulhar no mar cerifique-se da profundidade.
  12. Afaste-se de animais marinhos como águas-vivas e caravelas.

Na piscina

  • 65% dos afogamentos ocorrem em água doce.
  • Crianças devem sempre estar sob a supervisão de um adulto.

  • Não permita o acesso à piscina para crianças menores desacompanhadas.

  • Caso você necessite se afastar da piscina, leve sua criança consigo.
  • Isole sua piscina. Tenha grades com altura de 1,50m e 12 cm entre as verticais. O portão de acesso deve possuir trava superior.

  • Utilize ralos que evitam sugar o cabelo (ralos “antihair”).
  • Evite deixar brinquedos próximos à piscina. Isso atrai as crianças.
  • Não pratique “prender o fôlego” ou “travessias submersas” sem supervisão confiável.
  • Não utilize boias ou flutuadores. Prefira um colete salva-vidas.
  • Desligue o filtro da piscina em caso de uso.

  • Evite o choque térmico (hidrocussão): antes de entrar na água, molhe a face e a nuca.
  • Cuidado ao mergulhar em local raso. Pessoas ficaram paralíticas dessa forma.

Em rios, lagos, tanques etc.

  • Não entre em rios de corredeira para atividades de banho ou natação. É muito perigoso.
  • Se entrar em represas, lagos, açudes, remanso de rio use coletes salva-vidas homologado e de tamanho adequado.
  • Em embarcações, recomenda-se sempre o uso de colete salva-vidas, homologado e do tamanho certo.
Observação:

O número de óbitos por afogamento em nosso país se aproxima dos 6.000 casos por ano, isto sem falar nos acidentes não fatais que chegam a mais de 100.000.

Com o crescimento do número de pessoas susceptíveis a acidentes na água, seja pela prática de esportes aquáticos, transporte, trabalho, natação recreativa ou mesmo banho; em piscinas ou praias, tornou-se fundamental agir para se evitar o afogamento.

Conheça o site da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático:  http://www.sobrasa.org/prevencao/

http://www.defesacivil.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=262

Desafios da amamentação

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade do bebê e de forma complementar até 2 anos ou mais.

As vantagens da amamentação vão muito além da nutrição e da saúde física do bebê. Amamentar ajuda na criação do vínculo mãe-filho e colabora na recuperação pós-parto, entre outras vantagens.

No entanto, amamentar nem sempre é uma tarefa simples. Muitas mulheres sofrem com problemas como mamilos doloridos, seios rachados e leite empedrado.

Risco: desmame precoce

Quando não são identificados logo e tratados desde o início, podem resultar na interrupção da amamentação.

Apesar das recomendações e medidas adotadas, o desmame precoce ainda é uma realidade frequente, independentemente do motivo.

É fundamental consultar seu (sua) ginecologista para aprender a prevenir e, quando necessário, tratar.

Importância da técnica

Acredita-se que uma má técnica de amamentação dificulta a sucção e o esvaziamento da mama, podendo afetar a dinâmica da produção do leite.

Como consequência, a mãe tende a oferecer precocemente alimentação complementar (fórmula infantil ou outros alimentos).

Fatores de risco

Alguns quadros observados durante a amamentação ainda na maternidade são considerados fatores de risco para o desmame.

Presença de dor mamilar, ingurgitamento mamário, lesão mamilar, fadiga e sensação de cansaço são exemplos de condições indicativas de dificuldades com a técnica da amamentação, comumente citadas nas primeiras 24 horas pós-parto.

Outras circunstâncias também interferem negativamente na duração do aleitamento materno, como dificuldades na pega e na sucção, a agitação do bebê e a percepção de oferta insuficiente de leite pela mãe.

Principais desafios da amamentação

Mamilos doloridos ou rachados

Mamilos doloridos são mais comuns entre o terceiro e o sétimo dia após o início da amamentação.

Geralmente, isso acontece porque o bebê não está bem posicionado no peito (veja a imagem).

Mas há outros motivos, como disfunções orais na criança, uso impróprio de bombas de extração de leite e a interrupção inadequada da sucção do bebê ao tirá-lo do peito.

Alguns autores descrevem que a dor (tolerável) pode ser considerada normal e não deve persistir além da primeira semana pós-parto. No entanto, ter os mamilos mais doloridos e machucados do que o usual requer intervenção.

Caso o desconforto não diminua ou se acentue, é preciso consultar um especialista para identificar a causa.

Em alguns casos, o trauma mamilar pode causar fissuras, hematomas, marcas e até bolhas.

Veja medidas para ajudar na prevenção:

Amamentação com técnica adequada (posicionamento e pega). Como saber se a pega está correta? Dicas: os lábios do bebê devem estar virados para fora, boca bem aberta, queixo tocando o peito materno, aréola mais visível na parte superior do que na inferior, bochecha redonda (“cheia”), barriguinha voltada para você e encostando no seu corpo.

  • Cuidar para que os mamilos se mantenham secos, expondo-os ao ar livre ou à luz solar.
  • Sempre que houver vazamento de leite, trocar o sutiã.
  • Não usar produtos que retirem a proteção natural do mamilo, como sabonetes com perfume ou álcool.
  • Colocar o bebê no peito assim que der os primeiros sinais de que quer mamar. Isso evita que inicie a mamada com muita fome e sugue com força excessiva.
  • Nas mamadas, a bebê deve esvaziar completamente uma mama antes de ser oferecida a outra. Caso ele não esvazie toda a mama, ofereça o mesmo seio na próxima mamada.
  • Comece por aquele que o neném sugou por último. Lembre-se de que o melhor intervalo entre as mamadas é aquele estabelecido pelo próprio recém-nascido.
  • “Estalos e outros sons” durante a mamada podem ser sinais de que o bebê está ingerindo ar e aumentando os riscos de flatulência (excesso de gases abdominais).
  • Evitar o ingurgitamento mamário (mamas muito cheias de leite, que pode empedrar).
  • Fazer a retirada manual do leite antes da mamada se a mama estiver muito cheia. Isso aumenta sua flexibilidade e permite a pega adequada.
  • Procure orientação profissional no caso de alterações nas mamas: vermelhidão, endurecimento, dor, calor, fissura, sangramento etc.

Falta de leite?

A grande maioria das mulheres tem condições de produzir leite suficiente.

A secreção de leite aumenta de menos de 100 ml/dia no início para aproximadamente 600 ml no quarto dia.

O volume de leite produzido na lactação já estabelecida varia de acordo com a demanda da criança. Em média, é de 800 ml por dia na amamentação exclusiva.

A síntese de leite após cada mamada varia, sendo maior quando a mama é esvaziada com frequência. Em geral, a capacidade de produção de leite da mãe é maior que o apetite de seu filho.

A capacidade de armazenamento da mama varia entre as mulheres e pode variar entre as mamas de uma mesma mulher.

Ela tende a aumentar com o tamanho da mama, mas não tem relação com a produção de leite. No entanto, pode ser importante na determinação na frequência das mamadas.

Assim, crianças de mães com menor capacidade de armazenamento satisfazem a sua demanda mamando com mais frequência.

Muitas vezes, a percepção de que há pouco leite é reflexo da insegurança materna. Essa insegurança (que pode ser reforçada por pessoas próximas) faz com que o choro do bebê e as mamadas frequentes sejam interpretadas como sinais de fome, ainda que isso faça parte do comportamento do recém-nascido.

A ansiedade que essa situação gera na mãe e na família pode ser transmitida à criança, que responde com mais choro.

Produção do leite materno

A “descida do leite” costuma ocorrer entre o terceiro e quinto dia após o parto. A produção se dá pela ação de hormônios e ocorre mesmo que a criança não esteja sugando.

A produção de leite materno aumenta consideravelmente com o consequente aumento do volume e tensão das mamas, podendo causar algum desconforto e dor.

O colostro torna-se mais rico em proteínas, lactose e gorduras que saciam as necessidades crescentes do recém-nascido.

A partir de então, a produção depende apenas do esvaziamento da mama, ou seja, depende do número de vezes que a criança mama durante o dia e sua capacidade de esvaziamento mamário.

Oferecer ao bebê ambos os seios (a cada amamentação) estimula o suprimento de leite.

Quando há insuficiência de leite o bebê dá sinais. Não fica saciado após as primeiras mamadas, chora muito, quer mamar com frequência e ficar muito tempo no peito durante as mamadas.

Observar as funções de eliminação

O número de vezes que a criança urina ao dia (menos de seis) e poucas evacuações, com fezes em pequena quantidade, secas e duras, também são considerados indicativos de que a criança pode não estar recebendo o volume adequado.

No entanto, a melhor forma de constatar é acompanhar seu crescimento e ganho de peso nas visitas ao pediatra.

Excesso de leite

Ocasionalmente, mulheres produzem muito leite e isso pode provocar problemas como leite empedrado.

Quando houver excesso de leite, o médico deve ser consultado para entender por que isso está acontecendo. O especialista pode indicar posições adequadas para ajudar a criança a lidar com grandes quantidades durante a mamada e indicar a retirada de parte do leite com bombinhas.

Ingurgitamento mamário (“leite empedrado”)

O ingurgitamento mamário acontece quando as mamas estão muito cheias de leite.

A mãe pode senti-las rígidas, duras e doloridas. Isso pode ocorrer nos primeiros dias, quando o bebê ainda está se acostumando a mamar. Também pode ocorrer quando o bebê está maior e já não mama com tanta frequência. Por exemplo, quando está comendo outros alimentos.

Pode haver o aumento da vascularização da mama, a retenção do leite nos alvéolos e edema.

Os ductos de leite ficam comprimidos, o que dificulta ou impede a saída. A produção pode ser interrompida e o leite represado pode ser reabsorvido. O líquido acumulado na mama torna-se mais viscoso, o que dá origem ao termo “leite empedrado”.

Quando a situação é mais grave, a mãe pode sentir febre e mal-estar.

Há algumas medidas preventivas:

  • Se a mama estiver tensa antes da amamentação, pode-se retirar um pouco do leite manualmente.
  • Permitir mamadas frequentes, sem horários pré-estabelecidos.
  • Massagens delicadas nas mamas com movimentos circulares, particularmente nas regiões mais afetadas. Elas ajudam o leite acumulado a fluir melhor.
  • Usar sutiãs com alças largas e firmes para dar suporte às mamas e aliviar a dor.
  • Fazer compressas (frias ou com água na temperatura ambiente) em intervalos regulares, após as mamadas. Quando necessário, o intervalo pode ser de duas horas.

Bloqueio de ductos lactíferos

O bloqueio acontece quando o leite produzido em uma determinada área da mama não é drenado adequadamente.

Isso acontece com frequência quando a mama não está sendo esvaziada pelo bebê por algum motivo. Mas também pode ocorrer por outros motivos, como sutiã muito apertado ou uso de cremes no mamilo, obstruindo os poros de saída do leite.

A mulher com bloqueio dos ductos lactíferos pode apresentar “nódulos” localizados, sensíveis e dolorosos, além de vermelhidão e calor na área. Essa condição não costuma causar febre ou sintomas mais graves. Mas podem aparecer pontos brancos na ponta do mamilo, o que causa muita dor durante as mamadas.

Para prevenir essa condição, deve-se evitar o uso de cremes e sutiãs apertados e permitir que o bebê mame com frequência. Caso não esteja mamando suficiente, deve-se consultar o médico.

Outras dicas

  • A amamentação deve prosseguir mesmo que doa. Dê de mamar o maior número de vezes que conseguir e evite longos intervalos entre as mamadas.
  • Esvaziar as mamas costuma amenizar os sintomas.
  • Se conseguir, inicie a mamada com o peito afetado. Com isso o bebê suga com mais força e há maior chance de o ducto desentupir.
  • Experimente diferentes posições para amamentar com o objetivo de encontrar uma posição que leve a um melhor encaixe da boca do bebê.
  • O analgésico recomendado pelo seu pode ajudar a aliviar a dor. Mas é preciso verificar com o médico o que você pode tomar.
  • Usar uma bombinha para ordenhar depois de cada mamada auxilia na retirada total do leite.
  • Compressas geralmente frias nos seios e uma massagem delicada (antes e depois de amamentar) aliviam a dor. Se tiver dificuldade de fazer a massagem sozinha, peça ajuda: da mãe, de seu parceiro, da enfermeira. Não hesite em pedir auxílio.
  • Bancos de leite públicos oferecem atendimento gratuito e orientação à amamentação. Descubra qual é o banco de leite público mais próximo de você.

Fonte: https://brasil.babycenter.com/a1600039/ductos-lact%C3%ADferos-entupidos#ixzz5SdbbmjB9

Outros aspectos importantes

Determinação, paciência, persistência, desejo de amamentar e principalmente apoio permitem que qualquer mulher possa ter o privilégio deste contato, desta relação com seu filho, até mesmo as mães adotivas.

Ainda bem que durante a gestação, você não “exercitou” os mamilos, porque esses exercícios, além de não adiantarem muito a protrusão dos bicos, pelo fator hormonal, poderiam causar contrações uterinas. O momento de fazer os bicos ficarem um pouco maiores para a amamentação, é exatamente antes das mamadas; de que forma?

Algumas ideias:

  • utilizar um sutiã “velhinho”, onde você possa fazer furos bem no local dos bicos;
  • antes das mamadas, rodar suavemente os bicos para a esquerda/direita (como se eles fossem botão de rádio);
  • usar seringa de injeção ou bomba tira leite antes das mamadas (para ajudar os bicos a ficarem protraídos) se usar a seringa ,corte o local da agulha , retire o êmbolo e coloque-o no local cortado, aí é só puxar levemente para fazer com que o bico fique mais eriçado.

Essas ideias ajudam o bico a ficar mais “eriçado”, facilitando a pega do bebê ao peito. Vale lembrar que, quando o bebê suga o peito o bico se estica até quase a “campainha” do bebê e lá ele é massageado contra o céu da boca, para que o leite saia.

Observe a pega do bebê no peito, pois a maioria das fissuras surge porque o bebê está pegando o peito de forma errada. Então, observe se seu filho está abocanhando uma boa parte da aréola, queixo coladinho no peito, boquinha bem aberta, barriga do bebê de frente para o seu corpo.

Leite materno: cicatrizante

Para cicatrizar as fissuras, você tem um poderoso cicatrizante que é o leite materno – após as mamadas, espalhe por toda a aréola e bicos, deixe secar e de preferência deixe-os arejados (pois umidade das pomadas, aréola umedecida e fechada, dificultam a cicatrização), banhos de sol também ajudam bastante! E o que previne mesmo, é a pega correta do bebê no peito!

Para diminuir a dor das fissuras, mude as posições das mamadas (tente dar deitada de lado, com o bebê sentado numa das suas coxas, ou na posição invertida – que é o bebê debaixo do seu braço – meio viradinho de lado).

Evitar:

  • deixar o peito muito cheio (pois dificulta a pega dos bebês pequeninos) ;
  • usar chupetas, mamadeiras e até mesmo o protetor de silicone, pois influem negativamente no sucesso da amamentação, porque são fatores de confusão de bicos, além de não permitirem uma boa pega, fazendo com que o leite não seja retirado adequadamente;
  • mamadas prolongadas também devem ser evitadas, porque podem ser fator de manutenção da fissura.

Mesmo com o bico fissurado, se a pega estiver correta não haverá tanta dor durante a mamada. Tente oferecer um peito por mamada e de acordo com o desejo do seu bebê, porém, observe esse tempo de mamada (4 horas no peito é muito tempo!).

Se o seu bebê estiver bem posicionado, ele deverá conseguir mamar de forma eficaz e por menos tempo.

Visite o site http://www.amigasdopeito.org.br ou ligue 2285 7779.

5 atitudes para estimular a produção de leite materno
  1. Amamente

Não há nada melhor para manter a fabricação do leite materno ativa do que a própria sucção que o bebê faz enquanto amamenta. É esse movimento que garante a continuidade de todo o processo demonstrado passo a passo no infográfico acima. Mas é necessário ter alguns cuidados: além de evitar uma pega inadequada do bebê, é importante não deixar acumular leite nos seios. Isso pode causar problemas sérios, como a mastite (inflamação das mamas). A orientação é começar a amamentação com uma mama e, quando esvaziá-la, passar para a outra. A próxima mamada deve ser iniciada pelo seio que terminou a anterior.

  1. Relaxe

O nervosismo é um grande inimigo da amamentação, assim como o cansaço e a ansiedade. Por isso, procure descansar e se manter calma durante o período da lactação. O estresse atua nos hormônios que produzem o leite materno, podendo causar um desequilíbrio entre eles.

  1. Mantenha-se hidratada

A água é a principal matéria-prima para a produção do leite materno. “A recomendação é beber de 2 a 3 litros por dia”. Sucos de frutas naturais (e sem açúcar) também podem ajudar nesse processo. Só não abuse de líquidos cheios de cafeína, como refrigerantes, café, alguns chás e mate.

  1. Durma bem

Ter um sono adequado e de boa qualidade também é fundamental para garantir que o leite materno continue a ser produzido.

  1. Use roupas leves

Vestir blusas ou sutiãs muito apertados não é recomendado. A compressão muito grande das mamas pode fazer com que diminua a produção do leite. Por isso, dê preferência para roupas apropriadas, mais confortáveis e lingeries próprias para mulheres que estão amamentando.

Fontes:

http://www.danonebaby.com.br/nutricao/problemas-da-amamentacao/

https://amigasdopeito.wordpress.com/tag/peitos-doloridos-ou-machucados/

BARBOSA, Gessandro Elpídio Fernandes et al. DIFICULDADES INICIAIS COM A TÉCNICA DA AMAMENTAÇÃO E FATORES ASSOCIADOS A PROBLEMAS COM A MAMA EM PUÉRPERAS. Rev. paul. pediatr. [online]. 2017, vol.35, n.3 [cited 2018-09-29], pp.265-272. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-05822017000300265&lng=en&nrm=iso>.  Epub July 13, 2017. ISSN 0103-0582. http://dx.doi.org/10.1590/1984-0462/;2017;35;3;00004.

GIUGLIANI, Elsa R. J..Problemas comuns na lactação e seu manejo. J. Pediatr. (Rio J.)[online]. 2004, vol.80, n.5, suppl. [cited 2018-09-29], pp.s147-s154. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572004000700006&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0021-7557. http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572004000700006.

https://revistacrescer.globo.com/Por-Uma-Infancia-Mais-Saudavel/noticia/2015/04/tudo-sobre-producao-do-leite-materno.html

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-e-produzido-o-leite-materno/

Exposição de crianças e adolescentes a conteúdos impróprios na TV

Nota da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) à sociedade e aos médicos contrária à exposição de crianças e adolescentes a conteúdos impróprios na TV

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em nome de cerca de 40 mil especialistas na saúde física, mental e emocional de cerca de 60 milhões de crianças e adolescentes, vê com preocupação o anúncio de estreia, no segundo semestre de 2018, de um desenho animado, a ser exibido em plataforma de streaming, cuja trama gira ao redor de jovens que se transformam em drag queens super-heroínas.

A SBP respeita a diversidade e defende a liberdade de expressão e artística no País, no entanto, alerta para os riscos de se utilizar uma linguagem iminentemente infantil para discutir tópicos próprios do mundo adulto, o que exige maior capacidade cognitiva e de elaboração por parte dos espectadores.

STF suspendeu a classificação indicativa

A situação se agrava com o fim da Classificação Indicativa, decretado em sentença do Supremo Tribunal Federal (STF) que declarou inconstitucional o dispositivo do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que estabelece multa e suspensão às emissoras de rádio e TV ao exibirem programas em horário diverso do autorizado pela classificação indicativa.

Essa decisão deixa crianças e adolescentes dependentes, exclusivamente, do bom senso das emissoras de TV e plataformas de streaming, agregando um complicador a mais às relações delicadas existentes no seio da família, do ambiente escolar e da sociedade, de forma em geral.

Exposição indevida e perigosa

Isso por conta do risco de exposição indevida desse segmento, por meio de programas, como esse desenho animado, a imagens e conteúdos com menções diretas e/ou indiretas a situações de sexo, de violência, de emprego de linguagem imprópria ou de uso de drogas.

Vários estudos internacionais importantes comprovam os efeitos nocivos, entre crianças e adolescentes, desse tipo de exposição. Ressalte-se o período de extrema vulnerabilidade pela qual passam esses segmentos, com impacto em processos de formação física, mental e emocional.

Sendo assim, a SBP reitera seu compromisso com a liberdade de expressão e com a diversidade, mas apela à plataforma que cancele esse lançamento, como expressão de compromisso do desenvolvimento de futuras gerações.

É preciso escutar e respeitar especialistas 

Além disso, a SBP pede aos políticos que, considerando a impossibilidade de recurso à decisão do STF, reabram o debate sobre a retomada da Classificação Indicativa ouvindo a contribuição dos especialistas, o que permitirá encontrar solução que não comprometa questões artísticas e assegure mecanismos de proteção para o público composto por crianças e adolescentes.

Fonte: http://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/contra-a-exposicao-de-criancas-e-adolescentes-a-conteudos-improprios-na-tv/

Da Redação da Revista Veja (Rio):

Netflix tem seu 1ª desenho animado feito no Brasil criticado por médicos

Divulgada no fim de maio, Super Drags narra as aventuras de Patrick, Donny e Ramon, três jovens que, de dia, trabalham em uma loja de departamento e, à noite, se transformam em Lemon Chiffon, Safira Cian e Scarlet Carmesim, três drag queens que defendem a comunidade LGBT.

Leia a nota completa da Netflix sobre o caso:

A Netflix oferece uma grande variedade de conteúdos para todos os gostos e preferências. Super Drags é uma série de animação para uma audiência adulta e não estará disponível na plataforma infantil. A seção dedicada às crianças combinada com o recurso de controlar o acesso aos nossos títulos faz com que pais confiem em nosso serviço como um espaço seguro e apropriado para os seus filhos. As crianças podem acessar apenas o nosso catálogo infantil e colocamos o controle nas mãos dos pais sobre quando e a que tipo de conteúdo seus filhos podem assistir (grifo nosso).

Fonte:

Netflix tem seu 1ª desenho animado feito no Brasil criticado por médicos