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Câncer na infância

imageCâncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo.

As neoplasias mais frequentes na infância são as leucemias (glóbulos brancos), tumores do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático). Também acometem crianças o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, geralmente de localização abdominal), tumor de Wilms (tumor renal), retinoblastoma (tumor da retina/do olho), tumor germinativo (tumor das células que vão dar origem às gônadas), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).

O câncer na infância é uma doença rara. O percentual mediano dos tumores pediátricos encontrados nos registros de base populacional brasileiros situa-se próximo de 3%, o que permite o cálculo estimado de 10 mil casos por ano no Brasil (2012). Apesar disso, sua importância tem sido cada vez maior, já que em países desenvolvidos trata-se da primeira causa de morte por doença na infância.

Na infância, o câncer pode ser curável em 60 a 80% dos casos. Não somente pela utilização correta da quimioterapia, radioterapia e cirurgia associadas ou isoladamente, mas principalmente pelo diagnóstico em estágios precoces.

Enquanto no adulto a maioria das neoplasias malignas é de origem epitelial, com evolução lenta e muitas vezes passível de prevenção, na criança os tumores geralmente são de origem embrionária, com crescimento rápido.

Os tumores de pacientes pediátricos derivam principalmente do sistema hematopoiético/retículo endotelial (leucemias, linfomas), do sistema nervoso central e do tecido mesenquimal. A evolução rápida desses tumores reflete a importância do diagnóstico precoce com o objetivo de iniciar prontamente o tratamento mais eficaz e com menor risco de sequelas.

No Brasil, é frequente que o paciente mantenha as queixas por semanas ou meses, ou com agrave progressivamente o quadro até que seja feito o diagnóstico do câncer em estágio avançado.

Em Pediatria e Oncohematologia, os sinais e sintomas relativamente inespecíficos, que também aparecem em doenças muito mais frequentes, contribuem para o atraso diagnóstico. A persistência da queixa deve ser um sinal de alerta importante.
O câncer pode se manifestar basicamente de três maneiras: 1) sinais e sintomas inespecíficos; 2) sinais e sintomas relacionados à presença do tumor; 3) presença de massa tumoral (Quadro 1).

Sinais e sintomas inespecíficos

Comumente, os tumores pediátricos iniciam sua manifestação com sintomas inespecíficos, sem vestígio de sua localização, tais como febre baixa, perda de peso, dores articulares, adenomegalias (aumento de gânglios linfáticos ou “ínguas”), hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e do baço), cefaleia, ou seja, “aquela criança que deixa de ir bem”.

A associação de um ou mais desses sintomas ou sua persistência além do aceitável para uma hipótese diagnóstica mais simples são os primeiros sinais de alerta de que  pode se tratar de uma neoplasia ou alguma patologia grave, que merece melhor atenção e investigação mais aprofundada e rápida.

Quadro 1. Sinais e sintomas do câncer na infância
Sinais e sintomas inespecíficos ·         Febre baixa

·         Perda de peso

·         Dores articulares

·         Adenomegalias

·         Hepatoesplenomegalia

·         Cefaleia

·         “Criança que não vai bem”

Sinais relacionados ao tumor ·         Adenomegalia: gânglios múltiplos e coalescentes.

·         Dor abdominal: história e exame físico alterados.

·         Manifestações neurológicas: cefaleia, principalmente pela manhã.

·         Dor óssea que se mantém em repouso e à noite

Presença de massa tumoral

Sinais relacionados ao tumor

Adenomegalias

As adenomegalias são bastante frequentes na criança e, em geral, estão relacionadas a processos infecciosos sistêmicos ou localizados.

Ao se abordar uma criança ou adolescente com adenomegalias, é necessário além de uma história cuidadosa, um acurado exame físico em que todas as cadeias de gânglios são examinadas, além da procura de focos infecciosos localizados, tais como infecção dentária ou dentes mal conservados, infecção amigdaliana, cutânea, entre outros.

O aspecto do linfonodo deve ser avaliado com cuidado, pois linfonodomegalias reacionais podem acometer mais de um linfonodo da mesma cadeia ganglionar, mas não são aderidos entre si, nem com as estruturas vizinhas, enquanto gânglios neoplásicos tendem a ser múltiplos e coalescentes.

O acometimento de cadeias ganglionares pode ser observado em locais como: fossa supraclavicular, região cervical baixa, axilar, pré-auricular, epitrocleano e poplítea, merece investigação com exames de imagem e biópsia precoce, visando afastar doenças mais graves, como linfomas e tuberculose.

Os pacientes com adenomegalias generalizadas, com ou sem hepatoesplenomegalia, devem ser avaliados com atenção especial. Sintomas, como dores ósseas (compressão da região esternal, tibial), anemia, febre, petéquias ou equimoses devem ser obrigatoriamente investigados inicialmente com hemograma completo, RX de tórax e ultrassonografia de abdômen.

As alterações do hemograma em duas ou mais series (anemia, plaquetopenia, leucocitose ou leucopenia) indicam a necessidade de mielograma para se afastar a hipótese de leucemia.

A presença de alargamento mediastinal ou enfartamento ganglionar volumoso, abdominal leva á hipótese de linfoma, devendo ser realizado mielograma e, caso este seja normal, biópsia ganglionar precocemente.

Dor abdominal

A maioria dos tumores abdominais tem a dor como sintoma. Esta, no entanto, é talvez uma das queixas clínicas mais frequentes em Pediatria, relacionadas a distúrbios digestivos, verminoses e outras tantas causas não oncológicas.

Assim, uma criança com dor abdominal deve ser investigada por meio de uma história detalhada, pesquisando-se alteração do hábito intestinal, vômitos, alteração urinária, etc.

Além de um exame físico acuradíssimo, com palpação bimanual, visando verificar alterações da loja renal, palpação em decúbito lateral, presença de ascite, etc. Caso haja alguma alteração do exame físico, será necessária uma investigação por imagem.

A ultrassonografia facilmente realizada é de extrema valia para o diagnóstico de massas abdominais intra ou retroperitoneais. Feito o diagnóstico de massa abdominal ou retroperitonal, é obrigatório que rapidamente se descarte uma neoplasia maligna.

Manifestações neurológicas

Em relação a tumores do sistema nervoso central, é importante ter em mente que sinais de hipertensão intracraniana nem sempre surgem nas fases iniciais do quadro.

A cefaleia da hipertensão intracraniana pode ou não ser acompanhada de vômitos, mas frequentemente ocorre pela manhã, logo ao despertar, ao contrário da enxaqueca e dos distúrbios de acuidade visual que ocorrem durante o dia, após a escola ou alguma atividade. As manifestações neurológicas, tais como ataxia, estrabismo adquirido  e parapresias devem ser sempre valorizadas logo ao surgimento. Já a persistência de torcicolo, além de sua duração habitual em torno de 5 a 7 dias, implica a pesquisa de paralisia de nervos oculares e sinais de compressão medular alta.

Dor óssea

A dor óssea é uma queixa muito frequente, principalmente em membros inferiores, em geral relacionadas a trauma de esportes.

A dor traumática, ou após a prática esportiva, tende a melhorar em poucos dias com ou sem medicação. Já crianças ou adolescentes com neoplasia óssea ou infiltração leucêmica não apresentam qualquer melhora com o tempo, e investigando-se bem a queixa álgica, verifica-se que a dor se mantém mesmo à noite.

A presença de aumento de volume também é indicativo de investigação por imagem, onde se deve verificar a presença de reação periosteal, rarefação ou lise óssea, já que os quadros traumáticos tendem a acometer a articulação e, as neoplasias, o osso. É muito frequente confundir-se uma infiltração leucêmica com quadro reumático, pois ambas as patologias cursam com dores osteoarticulares e apresentam alteração das provas inflamatórias inespecíficas.

O uso de corticosteróides só deve ser feito após o diagnóstico preciso de uma patologia reumática e exclusão de uma possível leucemia, por meio de hemograma e mesmo mielograma, pois o uso desses medicamentos em uma criança leucêmica pode acarretar em controle transitório da leucemia e posterior recaída, reduzindo as chances de cura da paciente.

Presença de massa tumoral

A presença de uma massa ou nódulo em subcutâneo, tecido muscular e abdômen deve alertar o médico que pode se tratar de uma neoplasia, visto que são poucas as patologias que podem ser consideradas benignas, baseado apenas na sua aparência e localização.

A presença de uma lesão nodular que não evolui com processo inflamatório não regride ou que aumenta de volume em alguns dias, deve ser biopsiada ou ressecada, para que seja afastada a hipótese de uma neoplasia.

Populações de risco

O pediatra deve estar sempre atento também no acompanhamento de crianças portadoras de malformações e síndromes. Esses pacientes fazem parte de uma população de risco para o desenvolvimento de neoplasias. A síndrome de Down e leucemia, neurofibromatose e tumores de sistema nervoso central e/ou sarcomas são associações observadas com frequência.

Sinais e sintomas mais freqüentes

Manifestações Diagnóstico
Adenomegalias Linfonodos indolores, coalescentes, sem sinais flogísticos, uma ou mais cadeias envolvidas; localização de alto risco: supraclavicular e cervical baixa Linfomas
Leucemias

Moléstia de Hodgkin

Manifestações neurológicas Cefaléia matutina, vômitos recorrentes sem náusea, estrabismo adquirido, paralisia de pares craneanos; distúrbio de marcha, desequilíbrio. Tumor de SNC
Sinais hemorrágicos Sangramento gengival espontâneo, equimoses expontâneas fora de áreas de trauma (região pré-tibial, joelhos, cotovelos), petéquias Leucemias
Dor óssea Associada ou não a trauma que não melhora após alguns dias, dor em mais de um osso Leucemia

Neuroblastoma

Dor abdominal Dor abdominal prolongada ou recorrente sem patologia gastro-intestinal, aumento do volume abdominal Tumor Wilms
Neuroblastoma

Tumor Hepático

Nódulos em partes moles Nódulo ou massa subcutâneo ou muscular de crescimento progressivo sem sinais flogísticos e aderido aos planos profundos Sarcomas

 

Fontes: http://www.hospitalinfantilsabara.org.br/hospital-infantil/especialidades-em-pediatria/oncologia-pediatrica.php – Autores: Ethel Gorender, Renato Melaragno, Sidnei Epelman

http://www.sprs.com.br/sprs2013/bancoimg/131210152055bcped_12_01_04.pdf

Mulheres devem ficar alertas com uso de formol para alisar cabelos

Formol disfarçado ainda é usado em cosméticos

 

download (1)Pesquisa da Faculdade de Farmácia e do Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) indica que novos produtos aparentemente inofensivos usados como alisadores capilares liberam formol em estado gasoso e continuam trazendo risco à saúde, informou reportagem da revista Rede Câncer.

 

Foram realizados testes com marcas que prometem milagres para os cabelos, sem a utilização de formol — produto proibido desde 1989 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por causar sérios danos tanto ao usuário quanto ao profissional que o aplica.

 

A pesquisa identificou, no entanto, que alguns fabricantes acrescentam substâncias que, quando recebem o calor da prancha para alisar ou do secador, liberam o formaldeído, que é o formol na forma gasosa. De acordo com a professora Nancy dos Santos, que coordenou o estudo, a substância é a mesma, apenas o estado físico altera a nomenclatura.

 

O formol aparece disfarçado sob o selo de escova sem botox, também chamado de redutor de volumes, domador de cachos, alinhamento de fios e máscara hidratante, entre outros. A publicidade garante que a formulação é tão inofensiva que pode ser aplicada até em mulheres grávidas e crianças, sem risco, quando, pode provocar problemas imediatos, como coceira, irritação nos olhos, queimadura, inchaço, descamação e queda de cabelo.

 

Exposições sucessivas podem causar ainda boca amarga, dor de barriga, enjoo, vômito, desmaio e feridas na boca, narinas e olhos. Há ainda estudos segundo os quais a substância é cancerígena, estando associada a leucemias e, principalmente, ao câncer de nasofaringe.

 

Na reportagem da Rede Câncer, a epidemiologista Ubirani Otero, chefe da Unidade Técnica de Exposição Ocupacional, Ambiental e Câncer do Inca, explica que não existem níveis seguros de exposição ao formol e que a melhor forma de prevenção é evitar o contato.

 

No Brasil, a substância mais utilizada nas fórmulas desses tratamentos capilares é o ácido glioxílico. Se o consumidor encontrar produto contendo a substância com finalidade de alisamento deve denunciar à vigilância sanitária.

 

Os produtos liberados pela Anvisa com o propósito de alisar os cabelos são: ácido tioglicólico, hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, hidróxido de cálcio, hidróxido de lítio e hidróxido de guanidina.
Breve histórico

 

É comum encontrar mulheres que fariam de tudo para deixarem os cabelos mais lisos. É aí que entra o perigo. Há cerca de dez anos, o formol, uma substância química que também serve para alisar os cabelos, começou a ser utilizado nos salões de beleza.

 

O formol é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma substância cancerígena para humanos, enquadrando-se no Grupo 1, ou seja, com fortes evidências de carcinogênese em humanos e em animais.

 

  1. Qual a concentração permitida para o formol utilizado como alisante capilar nos salões de beleza?

 

A legislação permite que os produtos cosméticos capilares contenham uma concentração de apenas 0,2% de formol como conservante, durante o processo de fabricação. Qualquer adição de formol em produtos já prontos não é permitida, acarretando riscos à saúde da população e constituindo-se em infração. Para atingir o efeito alisante, o formol deveria ser empregado em concentrações maiores, o que é totalmente vetado.

 

AGRAVANTE: A aplicação do formol conjugada ao uso de recursos térmicos promove a evaporação do produto, provocando irritações cutâneas, oculares e respiratórias.

 

Desde 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda do formol puro em todo o País. O que mais preocupa as autoridades sanitárias é que, mesmo com todo o tipo de alerta já lançado em relação aos riscos, a procura por esse tipo de alisamento milagroso ainda é grande.

O produto pode causar sérios danos à saúde e até levar à morte. A gerente-geral de Cosméticos da Anvisa, Josineire Sallum, faz um alerta aos consumidores:

 

“- Tem pessoas que não vão sentir nada por enquanto, mas daqui uns dez, quinze anos vão começar a aparecer os problemas mais graves que são feridas na boca, no nariz, e até o desenvolvimento de um câncer.”
Sallum ressalta que é crime adicionar formol ao produto já pronto para uso. Além disso, ela explica também que é importante observar o material que o cabeleireiro vai aplicar nos cabelos.

 

“- A primeira coisa que você tem de fazer é perguntar ao cabeleireiro o que ele vai usar no seu cabelo e ele tem a obrigação de não só dizer, mas como também mostrar o produto. Você pode se certificar disso se o produto realmente está regularizado, pedir para abrir o produto porque quando abre o produto, o cheiro é muito característico porque é muito forte”, completa.

 

Toxicidade

Devido a sua solubilidade em água, o formol é rapidamente absorvido no trato respiratório e gastrointestinal e metabolizado. Embora o formol ou metabólitos sejam capazes de penetrar na pele humana, a absorção dérmica é mais leve, porém podem induzir a dermatites de contato. Desta forma, o formol é tóxico se ingerido, inalado ou tiver contato com a pele, por via intravenosa, intraperitoneal ou subcutânea.

Efeitos do formol em humanos após exposições de curta duração

Média de concentração Tempo médio Efeitos à saúde população geral
0,8 – 1 ppm Exposições repetidas percepção olfativa
até 2 ppm Única ou repetida exposição irritante aos olhos, nariz e garganta
3 – 5 ppm 30 minutos lacrimação e intolerância por algumas pessoas
10 – 20 ppm Tempo não especificado dificuldade na respiração e forte lacrimação
25 – 50 ppm Tempo não especificado edema pulmonar, pneumonia, perigo de vida
50 – 100 ppm Tempo não especificado pode causar a morte

Fonte: Adaptado World Health Organization (1989); IARC (1995); WHO Regional Office for Europe (1987).

 

Sintomas frequentes em caso de intoxicação:

Inalação: fortes dores de cabeça, tosse, falta de ar, vertigem, dificuldade para respirar e edema pulmonar.  Pode causar ainda irritação nos olhos, nariz, mucosas e trato respiratório superior. Em altas concentrações pode causar bronquite, pneumonia ou laringite.
Ingestão: causa imediata e intensa dor na boca e faringe; dores abdominais com náuseas, vômito e possível perda de consciência.  Também podem ser observados sintomas como proteinúria, acidose, hematemesis, hematúria, anúria, vertigem, coma e morte por falência respiratória.

Ocasionalmente pode ocorrer diarréia (com possibilidade de sangue nas fezes), pele pálida, fria e úmida além de sinais de choque como dificuldade de micção, convulsões, e estupor. A ingestão também pode ocasionar inflamação e ulceração /coagulação com necrose na mucosa gastrintestinal, colapso circulatório e nos rins. Podem ocorrer danos degenerativos no fígado, rins, coração e cérebro.

Pele: O contato com o vapor ou com a solução pode deixar a pele esbranquiçada, áspera e causar forte sensação de anestesia e necrose na pele superficial. Longos períodos de exposição podem causar dermatite e hipersensibilidade, rachaduras na pele (ressecamento), ulcerações, principalmente entre os dedos.

Olhos: Pode causar conjuntivite.

Revisão da Literatura sobre carcinogênese do formol:

Algumas avaliações feitas pela IARC – International Agency for Research on Cancer da Organização Mundial da Saúde sobre o formaldeído foram concluídas em 1987 (Suplemento 7) que classificou o formaldeído no grupo 2A – provável cancerígeno em humanos – e manteve essa classificação também em 1995 (Volume 62). Em 2003, foi montado um grupo de trabalho com cientistas da mesma Agência, que reavaliaram os resultados de estudos existentes e optaram pela reclassificação do formaldeído quanto ao seu potencial cancerígeno. Desta forma a partir de julho de 2004, a IARC classificou este composto como carcinogênico (Grupo 1), tumorogênico e teratogênico por produzir efeitos na reprodução para humanos e em estudos experimentais demonstraram ser também, para algumas espécies de animais.
O formaldeído é um agente reconhecidamente cancerígeno em humanos
Em relação ao câncer – não há níveis seguros de exposição

Tipos de câncer associados a exposição do formaldeído

 

De nasofaringe
A mortalidade por câncer de nasofaringe apresentou um aumento estatisticamente significativo em um estudo de coorte dos Estados Unidos (EUA) em trabalhadores de industrias expostos ao formaldeído, e em dois outros estudos de coorte dos EUA e Dinamarca. Cinco de sete estudos caso-controle estudados, também acharam o risco elevado para exposição de formaldeído. O Grupo de trabalho considerou que era “inverossímil que todos os casos positivos poderiam ser explicado por viés ou por fatores de confundimento desconhecidos” e concluiu que existe evidência suficiente em humanos que o formaldeído causa câncer de nasofaringe.

A neoplasia maligna de nasofaringe é um evento raro, porém apresenta um dos piores prognósticos dentre os tumores malignos de cabeça e pescoço, pela proximidade da base de crânio e de outras estruturas vitais, pela natureza invasiva do tumor e por causar sintomas tardios e a dificuldade no exame da nasofaringe.

Além do formol, os fatores ambientais/ocupacionais associados ao câncer de nasofaringe são as nitrosaminas (presentes no peixe salgado seco), os hidrocarbonetos policíclicos, o níquel, a madeira, os produtos têxteis, os produtos derivados do refinamento do petróleo, os pigmentos de cromo, a exposição à fumaça industrial, o gás mostarda, o gás hidrocarbônico e a fuligem de madeira. Pode-se ainda associar fatores como o uso crônico de álcool e tabaco, condições precárias de vida, infecções nasossinusais de repetição, e a associação com a infecção pelo vírus Epstein-Barr, principalmente em pacientes do sudeste asiático, onde a população afetada geralmente é mais jovem quando comparada à população caucasiana (Mukerji et al. 2003).

Leucemia
Existe “forte, mas não suficiente evidência para uma associação causal entre leucemia e exposição profissionais a formaldeído”.
Adenocarcinoma nasal
Existe evidência limitada em humanos de câncer nasal causado por formaldeído.
Genotoxicidade e citotoxicidade do formol
O formaldeído é genotóxico em modelos in-vitro, animais e humanos. A genotoxicidade e citotoxicidade têm papéis importantes na carcinogênese do formaldeído em tecidos nasais

Considerações:

– Existe uma legislação no país que estabelece limites de exposição ao formaldeído em ambientes de trabalho. O patamar de exposição ocupacional permitido no Brasil é de 1,6 ppm (2mg/m3) até 48h/semana e o dos Estados Unidos, por exemplo, que é de 0,75 ppm em 8h (± 1mg/m3) em 1 dia de trabalho. Embora os níveis permitidos aqui são inferiores a norma americana (OSHA, 2002), há de se questionar o cumprimento da mesma pelos órgãos de fiscalização, a informação e compreensão por parte dos trabalhadores de que se trata de agente cancerígeno. O estabelecimento e cumprimento dos limites de exposição são importantes para evitar/reduzir o quadro de intoxicação aguda por formol.

Em relação ao câncer, ressalta-se que não há limites seguros de exposição a agentes cancerígenos.

– Apesar das leis que proíbem o uso de formol como alisante de cabelos, essa prática continua sendo utilizada amplamente por salões de beleza no Brasil, mesmo porque a procura pelos efeitos do uso de formol nos cabelos continua crescente.
–  Os cabeleireiros fazem parte de uma força de trabalho que por si só, constituem uma circunstância de risco para o desenvolvimento de câncer, por trabalharem com inúmeras tintas, misturas e produtos já classificados como cancerígenos. Adicionando-se a manipulação do formol, que para essa finalidade, parece ser uma particularidade do nosso país, o risco tende a crescer.
– A Agência Nacional de Vigilância Sanitária vem aos poucos, elaborando leis cada vez mais restritivas ao uso do formol e propondo substituição desse agente em vários produtos. No entanto, empenhos devem ser feitos em relação a fiscalização dos ambientes de trabalho.
– Embora no Rio de Janeiro, haja uma lei específica, sobre a obrigatoriedade de informar ao cliente que frequenta salões de beleza de que o uso do formol está proibido por lei, essa prática não tem sido observada na prática.
– Embora no Brasil, o uso do formol tem ganhado mais atenção pela mídia, dado o uso como alisante de cabelos, não deve ser esquecido o seu uso em outras categorias profissionais como em técnicos de laboratório e patologistas, que geralmente trabalham em locais fechados.

Links:
Agency for Toxic Substances and Disease Registry
Divison of Toxicology / e-mail: atsdric@cdc.gov

 

Fontes:

Clique para acessar o radis_142_fil.pdf

Clique para acessar o perguntas_formol_03_08_11.pdf

http://www.cancer.org.br/noticia/133/mulheres-devem-ficar-alertas-com-uso-de-formol-para-alisar-cabelos

http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=795

 

Agrotóxicos no Brasil

Alimentos impregnados de agrotóxicosAnualmente são usados no mundo aproximadamente 2,5 milhões de toneladas de agrotóxicos. O consumo anual de agrotóxicos no Brasil tem sido superior a 300 mil toneladas de produtos comerciais.

Expresso em quantidade de ingrediente-ativo (i.a.), são consumidas anualmente cerca de 130 mil toneladas no país; representando um aumento no consumo de agrotóxicos de 700% nos últimos 40 anos, enquanto a área agrícola aumentou 78% nesse período.

O consumo desses produtos difere nas diversas regiões do país, nas quais se misturam atividades agrícolas intensivas e tradicionais, e nestas últimas não incorporaram o uso intensivo de produtos químicos.

Os agrotóxicos têm sido mais usados nas regiões Sudeste (cerca de 38%), Sul (31%) e Centro-Oeste (23%). Os estados que mais se destacam quanto à utilização de agrotóxicos são São Paulo (25%), Paraná (16%), Minas Gerais (12%), Rio Grande do Sul (12%), Mato Grosso (9%), Goiás (8%) e Mato Grosso do Sul (5%).

Com relação à quantidade total de ingredientes ativos, as culturas agrícolas brasileiras nas quais mais se aplicam agrotóxicos são: soja, milho, citros, cana-de-açúcar, conforme pode ser observado na Tabela 1. Com o atual crescimento das áreas com cultura de cana-de-açúcar, o consumo de agrotóxicos no Brasil vem se modificando rapidamente.

Pela quantidade total elevada de agrotóxicos usados, algumas culturas agrícolas merecem atenção, não por esses produtos serem aplicados intensivamente por unidade de área cultivada, e sim por essas culturas ocuparem extensas áreas no Brasil, como é o caso da soja, do milho e da cana-de-açúcar. Essas culturas apresentam-se como fontes potenciais de contaminação pelo uso de agrotóxicos em grandes áreas. Outras culturas agrícolas, apesar de ocuparem áreas pouco extensas, destacam-se pelo uso intensivo de agrotóxicos por unidade de área cultivada, como as culturas de tomate e batata – Tabela 2.

Autores: Cláudio Aparecido Spadotto ; Marco Antonio Ferreira Gomes. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/agricultura_e_meio_ambiente/arvore/CONTAG01_40_210200792814.html

Fontes dos dados básicos para os cálculos: SINDAG e IBGE.

 

Mudanças no Calendário de Vacinação

Foram alteradas doses de reforço para vacinas contra meningite e pneumonia, além do esquema vacinal da poliomielite. A vacina da Hepatite B será ampliada para todas as idades. Não será mais aplicada a terceira dose da vacina do HPV.

Os postos de saúde de todo o país já estão com novo calendário de vacinação. As mudanças foram realizadas pelo Ministério da Saúde, a partir do dia 4/1/16.

“Essas mudanças são rotineiras. O Calendário Nacional de Vacinação tem mudanças periódicas em função de diferentes contextos. Sempre que temos uma mudança na situação epidemiológica, mudanças nas indicações das vacinas ou incorporação de novas vacinas fazemos modificações no calendário”, explicou o secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Nardi.

Um das principias mudanças é na vacina papiloma vírus humano (HPV). O esquema vacinal passa para duas doses, sendo que a menina deve receber a segunda dose seis meses após a primeira, deixando de ser necessária a administração da terceira (dose). Os estudos recentes mostram que o esquema com duas doses apresenta uma resposta de anticorpos em meninas saudáveis de 9 a 14 anos não inferior quando comparada com a resposta imune de mulheres de 15 a 25 anos que receberam três doses. As mulheres vivendo com HIV entre de 9 a 26 anos devem continuar recebendo o esquema de três doses.

PNEUMOCÓCICA

Para os bebês, a principal diferença será a redução de uma dose na vacina pneumocócica 10 valente (para pneumonia e outras doenças causadas pelo Streptococcus pneumoniae), que a partir de agora será aplicada em duas doses, aos 2 e 4 meses, seguida de reforço preferencialmente aos 12 meses, mas poderá ser tomado até os 4 anos. Essa recomendação também foi tomada em virtude dos estudos mostrarem que o esquema de duas doses mais um reforço tem a mesma efetividade do esquema três doses mais um reforço.

PÓLIO

Já a terceira dose da vacina contra poliomielite, administrada aos seis meses, deixa de ser oral e passa a ser injetável. A mudança é uma nova etapa para o uso exclusivo da vacina inativada (injetável) na prevenção contra a paralisia infantil, tendo em vista a proximidade da erradicação mundial da doença. No Brasil, o último caso foi em 1989.

A partir de agora, a criança recebe as três primeiras doses do esquema – aos dois, quatro e seis meses de vida – com a vacina inativada poliomielite (VIP), de forma injetável. Já a vacina oral poliomielite (VOP) continua sendo administrada como reforço aos 15 meses, quatro anos e anualmente durante a campanha nacional, para crianças de um a quatro anos.

MENINGOCÓCICA

Também houve mudança da vacina meningocócica C (conjugada), que protege as crianças contra a meningite causada pelo meningococo C. O reforço, que anteriormente era aplicado aos 15 meses, passa a ser aplicado aos 12 meses, preferencialmente, podendo ser feito até os 4 anos. As primeiras doses da meningocócica continuam sendo realizadas aos 3 e 5 meses.

 

DENGUE

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou que a vacina contra dengue criada pela empresa francesa Sanofi Pasteur, que teve registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 28/12/15, é “muito cara” e que o país ainda estuda se vai adquirir o produto. O Ministério da Saúde espera os resultados dos testes da vacina que está sendo criada pelo Instituto Butantã:

“- A vacina da Sanofi são três doses. Então a gente encontra uma dificuldade para dar uma vacina, chamar a pessoa para vacinar de novo depois de seis meses. E tem uma oscilação em relação aos sorotipos de cobertura”, declarou o senhor ministro.

 

IMPORTANTE SABER:

No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas não distribui para a população todas as vacinas recomendadas pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e Sociedade Brasileira de Pediatria.

 

VACINAS EM SITUAÇÕES ESPECIAIS

O Ministério da Saúde disponibiliza, nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais – CRIEs, produtos imunobiológicos de moderna tecnologia e alto custo, com intuito de beneficiar uma parcela especial da população brasileira que, por motivos biológicos, são impedidos de usufruir dos benefícios dos produtos que se encontram na rotina disponibilizados na rede pública. O Manual dos Cries está disponível.

Clique para acessar o manual-cries-9dez14-web.pdf

A imunização de pessoas com doenças crônicas é assunto de grande complexidade, com diferentes recomendações entre os diversos protocolos, o que requer atualização e incorporação constante de novos conhecimentos.

Nota Informativa Número 149

Referências:

http://www.sbim.org.br/midia/clippings/jornal-nacional-postos-de-saude-recebem-novo-calendario-de-vacinacao-para-2016-06012016/

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/cidadao/principal/agencia-saude/21518-ministerio-da-saude-realiza-mudancas-no-calendario-de-vacinacao

http://www.sbim.org.br/vacinacao/