Conheça 12 tipos de açúcar e as suas indicações
Pensamos que é quase impossível viver sem doces. Há vários tipos de açúcar no mercado, com uma grande diferença entre o processo de fabricação de cada um deles, o que altera a sua composição e uso.
Lembre-se: é importante ficar de olhos abertos na quantidade de açúcar que se vai consumir. Sua saúde agradece!
Açúcar invertido (trimoline)
A aparência do açúcar invertido é igual a de um xarope, que é exatamente o que ele é. Em uma reação da sacarose, o açúcar tradicional, com água e calor, a molécula se quebra e se divide em glicose e frutose – onde adicionam sucrose a essa mistura.
É usado comumente para fazer balas e biscoitos, pois ele impede a cristalização e funciona como um “conservante”.
Açúcar cristal
Tem como característica os cristais grandes, transparentes ou levemente amarelados. Possui praticamente as mesmas propriedades do açúcar refinado. Existe também o açúcar cristal colorido, que contém corantes alimentícios. Utilizado para preparar receitas e adoçar líquidos e decorar pães, doces e biscoitos.
Açúcar refinado
Este é o açúcar mais utilizado na culinária – e o mais comum de ser encontrado nos supermercados.
Sua fórmula é composta por grãos finos e irregulares que são fáceis de serem dissolvidos e misturados. No processo de fabricação, são adicionados produtos químicos para que ele fique branco. Porém, ocorre a perda de vitaminas e sais minerais.
Açúcar vanille ou baunilhado
É um açúcar que contém vaniline, um produto químico com aroma e sabor de baunilha, para preparar biscoitos caseiros e bolos simples sem recheio.
É mais difícil de ser encontrado no mercado. Obtêm-se um resultado parecido adicionando uma colher (das de café) de essência de baunilha para cada colher (sopa) de açúcar refinado na receita.
Açúcar de confeiteiro
Também conhecido como o glaçúcar, o açúcar de confeiteiro é usado para o preparo de chantilly, coberturas e glacês mais homogêneos, pois possui grãos finos que permitem uma mistura mais eficaz, mesmo a frio.
No processo de fabricação, o refinamento é sofisticado e inclui a adição de amido para evitar que os microcristais se juntem novamente. Por ser um açúcar muito fino (parece um talco), é indicado para decorar tortas, bolos e biscoitos.
Açúcar impalpável
Apesar de ser parecido com o açúcar de confeiteiro, o impalpável é ainda mais fino e também conta com a adição de amido de milho em sua composição. Isso porque o amido ajuda a não deixar que o açúcar empelote, pois tira a umidade.
Em geral, é utilizado nas confeitarias, principalmente para fazer macarons (doces franceses).
Uma receita caseira: adicionar 2 colheres (sopa) de amido de milho para cada xícara (chá) de açúcar de confeiteiro e bater a mistura no liquidificador.
Açúcar líquido
Esse tipo de açúcar é bastante usado em indústrias alimentícias para o preparo de bebidas gasosas, doces, balas e é difícil ser encontrado em supermercados.
Para preparar em casa, dissolve-se o açúcar refinado em água. É bom para preparar caldas e coberturas de sobremesas.
Açúcar orgânico
Nesse tipo de açúcar não são utilizados ingredientes artificiais ou agrotóxicos no ciclo de produção. O açúcar orgânico é considerado natural desde o plantio, sem adubos e fertilizantes químicos, até a embalagem biodegradável.
Ele também tem o mesmo poder de adoçante do açúcar refinado – porém, é mais caro, mais grosso, mais escuro e preserva parte de seus nutrientes.
Esse é o tipo mais “saudável”, mas isso não quer dizer que você deve consumi-lo em maior quantidade. Pode-se substituir o refinado pelo orgânico no preparo de sobremesas.
Açúcar demerara
É um açúcar com sabor mais intenso e que tem o processo de fabricação bem parecido com o açúcar cristal – mas não recebe aditivos químicos.
Os grãos têm aparência marrom-claro ou caramelo e são levemente mais úmidos, devido ao alto teor de melaço de cana que envolve o açúcar. É difícil de ser dissolvido e é empregado para preparar pães e biscoitos.
Açúcar mascavo
Principais características: açúcar escuro, úmido e de sabor forte, pois é extraído depois do cozimento do caldo da cana. Ele conserva o ferro, cálcio e outros sais minerais.
Por ter um gosto bem parecido com o do caldo da cana, não agrada a todos os paladares. É um dos açúcares recomendados por alguns nutricionistas por possuir mais nutrientes do que os outros e ter um preço acessível.
Açúcar gelado
Se você é fã de donuts, aquelas rosquinhas recheadas, provavelmente também gosta do açúcar gelado.
Ele é polvilhado em cima do doce e, por conta de sua composição, não derrete e também pode ser congelado. Mais complicado de se preparar em casa, pode ser encontrado em lojas especializadas.
Açúcar light
É mais doce do que o açúcar refinado, porém o índice calórico é mais baixo. Um cafezinho, por exemplo, precisa de seis gramas de açúcar refinado e dois gramas do light para ficar com o mesmo sabor.
Por conter sacarose (açúcar comum), não é indicado para diabéticos. Bom para preparar receitas de musse, gelatinas e até saladas.
Glicose ou glucose
O principal uso da glicose na culinária, e na confeitaria ainda mais, é impedir que o açúcar forme aquela crosta cristalizada em volta do doce.
Isso porque ela tem um ponto de congelamento baixo, o que ajuda a não deixar brigadeiros duros, por exemplo. Fácil de achar, também aparece como xarope de milho.
http://claudia.abril.com.br/gastronomia/conheca-12-tipos-de-acucar-e-quais-seus-usos-na-cozinha/
Toxicidade
Alguns estudos demostraram que açúcar em excesso é prejudicial à saúde. Mas uma pesquisa fornece evidências que ele pode ser tóxico também em quantidades consideradas normais por organizações de saúde.
Pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, analisaram os efeitos do consumo de açúcar equivalente a três latinhas de refrigerante por dia, acompanhadas de uma dieta saudável e balanceada, em um grupo de camundongos.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Human-relevant levels of added sugar consumption increase female mortality and lower male fitness in mice
Onde foi divulgada: periódico Nature Communications
Quem fez: James S. Ruff, Amanda K. Suchy, Sara A. Hugentobler, Mirtha M. Sosa, Bradley L. Schwartz, Linda C. Morrison, Sin H. Gieng, Mark K. Shigenaga e Wayne K. Potts
Instituição: Universidade de Utah (EUA) e outras.
Dados de amostragem: 158 camundongos descendentes de animais que viviam na natureza.
Resultado: Dentre os camundongos alimentados com uma dose de açúcar correspondente a 25% das calorias consumidas, as fêmeas apresentaram uma taxa de mortalidade duas vezes maior do que o grupo de controle e os machos conseguiram 26% menos territórios e se reproduziram 25% menos do que os demais.
Apesar de não poderem ser diretamente transpostos para os seres humanos, os resultados são preocupantes: as fêmeas que receberam a dieta açucarada apresentaram uma taxa de mortalidade duas vezes maior do que o normal. Entre os machos, não houve mudança na expectativa de vida, mas sua capacidade de manter territórios e se reproduzir foi afetada.
Os resultados foram descritos em um estudo publicado nessa terça-feira no periódico Nature Communications.
Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores dividiram 158 camundongos em dois grupos. Os dois foram alimentados de forma balanceada e saudável, mas um dos grupos recebeu 25% das calorias em forma de açúcar – metade glicose e metade frutose.
Um quarto das calorias
Wayne Potts, professor de biologia da Universidade de Utah e um dos autores do estudo, explica que o Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos recomenda que não mais do que um quarto das calorias consumidas deve vir de açúcar adicionado – aquele que é acrescentado aos alimentos durante o processo de fabricação.
Não entram nessa conta os açúcares naturais, presentes em frutas e outros alimentos não processados. De acordo com o pesquisador, de 13% a 25% dos americanos consomem a dose de açúcar utilizada no estudo, que equivale, por dia, ao açúcar presente em três latas de refrigerante.
Instinto natural
Um detalhe importante desse estudo: ele não foi feito com animais de laboratório. Como muitos ratos vivem dentro de casas, eles acabam compartilhando de certa forma os hábitos alimentares dos humanos, o que os torna um bom modelo para estudos relacionados à alimentação. “Eles têm vivido com o mesmo tipo de alimentação que nós desde a revolução agrícola, 10.000 anos atrás”, diz Potts.
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