Adap. do Prof. José Cesar Junqueira MD Ph.D. |
Apresentar refluxo (golfadas e eventuais vômitos) pode ser normal em bebês, sem necessidade de remédio. |
A maioria melhora consideravelmente após os 3 meses e quase todos aos 6 meses de vida. |
Aqueles que não melhorarem entre 6 meses e 1 ano ou aqueles (em qualquer idade) que apresentarem sintomas respiratórios, como crises repetidas de bronquite ou sinusite, pausa respiratória, inflamação nos ouvidos ou choro constante com desconforto às mamadas, devem ser vistos por um especialista (gastropediatra).Mesmo assim, é importante lembrar que golfar ou eventualmente vomitar até uma vez por semana pode ser normal em crianças até os 2 anos de idade.
Lidar com os vômitos do bebê é basicamente parte da rotina para a maioria dos papais e mamães. Diante disso, é natural que os pais se perguntem se os vômitos são naturais ou podem estar relacionado com alguma doença. IMPORTANTE: entender o conceito de “refluxo gastroesofágico”, que é o retorno do conteúdo do estômago (no caso dos bebês, do leite) para o esôfago e, por vezes, podendo chegar até a boca, causando a conhecida regurgitação. Isso é um evento normal, que pode ocorrer várias vezes ao dia em recém-nascidos, crianças e até mesmo adultos. É aquele clássico momento em que o bebê tem leite escorrendo no canto da boca, mas está sorridente; parece que nem foi com ele! Em geral, os eventos duram menos de três minutos, ocorrem no período após as mamadas ou refeições e não são acompanhados de complicações. Algumas vezes, a regurgitação pode sair com mais força, devido à estimulação de uma estrutura que fica na parte posterior da boca, que nos dá sensação de náusea, causando, então, o vômito – o que não é nada preocupante. Nesses casos, não é necessário nenhum tipo de tratamento medicamentoso, porém as chamadas “medidas não farmacológicas” ajudam a diminuir a ocorrência dos episódios de regurgitação:
Para os bebês menores de seis meses e amamentados exclusivamente com fórmula, o uso de Fórmula Infantil Anti Regurgitação pode ajudar a diminuir os episódios de refluxo. Se o bebê é amamentado exclusivamente ao seio, o aleitamento deve ser mantido, não sendo indicada a substituição do leite materno por fórmula. Quando as regurgitações estão causando algum desconforto, como choro excessivo, ou prejuízo, como perda de peso, podemos estar diante da “doença do refluxo gastroesofágico”. Frente a isso, a consulta com o pediatra é fundamental para fazer o correto diagnóstico, que muitas vezes não é fácil. Nos bebês, não existem sintomas que sejam específicos da doença do refluxo, tão pouco sintomas que garantam ao médico que o bebê responderá ao tratamento. Ainda, vale lembrar que diversas situações podem causar os mesmos sintomas da doença do refluxo, como alergia à proteína do leite de vaca, infecções, má formações do aparelho gástrico, exposição ao cigarro e outras. Durante a investigação, pode ser que o pediatra julgue necessário solicitar algum tipo de exame específico. O tratamento, no caso de doença, vai utilizar, além das medidas não farmacológicas vistas antes, medicamentos. Nos menores de seis meses, a medicação mais comumente utilizada é a ranitidina. À medida em que o bebê cresce, o esfíncter, que funciona como um “anel” que fecha o estômago, começa a funcionar melhor, dificultando o retorno do leite. Com o desenvolvimento, o bebê aprende a ficar mais tempo sentado e em pé, posições estas que ajudam o leite e os alimentos a ficarem no estômago. Por isso, os pais devem ficar tranquilos, pois o refluxo gastroesofágico, apesar de, por vezes, desconfortável, tende a ter seus dias contados. Fontes: Gastroesophageal Reflux: Management Guidance for the Pediatrician. 2013. |
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