Proteínas no primeiro ano X Síndrome metabólica

A oferta proteica no primeiro ano de vida pode interferir no risco de obesidade e síndrome metabólica?

Proteínas demais

As fórmulas lácteas utilizadas no primeiro ano de vida oferecem, na sua grande maioria, maior aporte proteico em comparação ao leite materno.

Causas de obesidade

Vários fatores são conhecidos como predisponentes de obesidade tardia na criança e/ou adolescente: obesidade ou subnutrição maternas durante a gestação, diabetes gestacional, rápido/excessivo ganho de peso no primeiro ano de vida e alto aporte proteico precoce.

Nutrição adequada

As necessidades proteicas do lactente diminuem significativamente durante o primeiro ano de vida.

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Durante os primeiros meses de aleitamento materno e após os 6 meses da adição de alimentação complementar adequada, normalmente se oferece o aporte proteico necessário para o bom crescimento e o ganho de peso.

Menos proteína, menos obesidade 

Um estudo recente revela que a oferta de fórmula com menor teor proteico (1,65 g/100 kcal) reduziu o risco de obesidade em crianças de até 24 meses em comparação com a fórmula de maior teor proteico (2,7 g/100 kcal) em filhos de mães obesas.

Intervenções educacionais: família + escola

Devido à gravidade do problema da obesidade e da potencial Síndrome Metabólica, há a necessidade de ênfase nas atitudes que promovam a diminuição da prevalência destas condições clínicas.

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As intervenções educacionais apresentam resultado efetivo, mas limitado.

Incentivar o aleitamento materno

A promoção do aleitamento materno é, sem dúvida, uma das principais medidas para reduzir o problema a médio prazo.

A redução da oferta proteica após os 3 meses em crianças que recebem fórmulas pode ser mais uma medida efetiva para reduzir a obesidade na infância e adolescência.

IMC

Ainda são raros os estudos que avaliam fatores relacionados à alimentação que têm impacto na evolução do índice de massa corpórea e no risco de obesidade a mais longo prazo, como na idade escolar.

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Childhood Obesity Project

Estudo recente de Weber M et al. avaliou se a diminuição da oferta proteica reduziria o índice de massa corpórea e a prevalência de obesidade aos 6 anos de idade.

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O The Childhood Obesity Project foi conduzido por um grupo multicêntrico europeu em estudo (randomizado e duplo-cego) que envolveu recém-nascidos saudáveis.

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Os lactentes alimentados com fórmula láctea (n=1.090) foram randomizados para receber oferta com maior teor proteico (HP) ou menor teor proteico (LP) (dentro das recomendações internacionais) no primeiro ano de vida.

A oferta proteica foi aproximadamente 1 g/kg de peso corpóreo mais elevada no grupo HP aos 3 e 6 meses de idade e 0,5 g/kg de peso corpóreo mais elevada aos 12 meses de idade (todos com P<0,001).

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Um total de 588 lactentes foi amamentado ao seio materno, estabelecendo-se como grupo de referência e de controle.

Foram avaliados como desfechos finais peso e estatura de 448 (41%) crianças alimentadas com fórmula aos 6 anos de idade.

Resultados 

As crianças do grupo HP tiveram significativamente maior índice de massa corpórea (IMC) (de 0,51; IC de 95%: 0,13-0,90; P=0,009). As crianças do grupo HP tiveram IMC significativamente mais elevado aos 6 anos de idade.

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O risco das crianças do grupo HP de se tornarem obesas foi 2,43 (IC de 95%: 1,12-5,27; P=0,024) vezes maior do que nas do grupo LP.

As medidas antropométricas foram semelhantes no grupo LP e nas crianças amamentadas ao seio materno.

Conclusões

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Assim sendo, um menor suprimento de oferta proteica, de forma mais semelhante ao leite materno, pode atenuar o ganho de peso precoce e a obesidade tardia.

Um dos melhores preditores do risco de obesidade tardia parece ser o ganho de peso durante o primeiro ano de vida.

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Veja mais detalhes em:

http://ajcn.nutrition.org/content/99/5/1041.full.pdf+html
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4086775/

Artigo de referência: Weber M, Grote V, Closa-Monasterolo R, Escribano J, Langhendries JP, Dain E, Giovannini M, Verduci E, Gruszfeld D, Socha P, Koletzko B; European Childhood Obesity Trial Study Group. Lower protein content in infant formula reduces BMI and obesity risk at school age: follow-up of a randomized trial. Am J Clin Nutr. 2014 May; 99(5): 1041-51.

Dr. Artur Figueiredo Delgado -http://www.nestlenutrition.com.br/comentarios-dos-especialistas/detalhe/dr-artur-figueiredo/2016/08/15/a-oferta-proteica-no-primeiro-ano-de-vida

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