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Alerta sobre repelentes, segundo as Sociedades Brasileiras de Dermatologia (SBD) e de Pediatria (SBP)

Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Pediatria alertam sobre o uso de repelentes em crianças

Web

A fim de proteger seus filhos, muitos pais estão fazendo uso indiscriminado de repelentes. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alerta que é preciso tomar alguns cuidados e ter conhecimento sobre os produtos disponíveis, sua eficácia e segurança de acordo com a idade da criança.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) recomenda a utilização de repelentes em crianças de acordo com a fórmula do produto, que podem ser sintético ou natural.11

Os princípios ativos dos repelentes recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) são:

  • Icaridina (KB3023): uso permitido no Brasil em crianças a partir de 2 anos de idade em concentração de 25% cujo período de proteção chegaria a 8 a 10 horas.
  • DEET: Em concentração de até 10% pode ser utilizado em maiores de 2 anos, sendo que não deve ser aplicado mais que 3 vezes ao dia em crianças de 2 a 12 anos.

IR 3535 30%: permitido pela Anvisa para crianças acima de 6 meses. Seu período de proteção conferido é de 4h.logo_repelente_coisa_seria_dengue_top

Existem ainda os repelentes naturais. No entanto, como são altamente voláteis e seu efeito costuma ser de curta duração não garantem proteção adequada ao Aedes aegypti, devendo ser evitados.

Bebês com até 6 meses só devem usar mosquiteiros e roupas protetoras.noticia-repelentes-naturais-zika-virus-farmacotecnica-farmacia-de-manipulacao-v2

Não é recomendada nenhuma substância química na pele ou repelentes elétricos que contenham produtos químicos no ambiente onde se encontram.

É recomendado instalar telas nas janelas e portas e deixar o ambiente refrigerado já que os mosquitos gostam de calor e umidade.

Em geral, o uso de repelentes deve ser evitado nas crianças menores de 2 anos. Dos 6 meses aos 2 anos devem ser utilizados apenas em situações especiais, com orientação e acompanhamento médico.

Veja algumas dicas ao aplicar os repelentes:

  1. Procure vestir roupas brancas nas crianças. Roupas escuras e coloridas atraem os insetos, assim como perfumes.
  2. Os dispositivos ultrassônicos e os elétricos luminosos com luz azul são ineficazes.
  3. Não se deve utilizar produtos combinados com filtros solares, pois eles costumam ser reaplicados com uma frequência maior e os repelentes não devem ser aplicados mais do que três vezes ao dia em crianças.
  4.  O suor atrai os insetos.
  5. Não durma com repelente no corpo, lave-se antes.
  6. Leia todo o rótulo antes de aplicar o produto e conserve-o para consulta.
  7. Mantenha os repelentes fora do alcance de crianças e não permita a sua autoaplicação.
  8. Evite o uso próximo a mucosas (boca, nariz, olhos, genitais) ou em pele irritada ou ferida. Para uso na face, primeiro aplique o produto nas mãos e então espalhe no rosto com cuidado.
  9. Evite a aplicação nas mãos das crianças e por baixo das roupas. Sempre lave as mãos após aplicar o produto.
  10. Use quantidade suficiente para recobrir a pele exposta e evite reaplicações frequentes.
  11. Se suspeitar de qualquer reação adversa ou intoxicação, lave a área exposta e entre em contato com o serviço de intoxicação. Se necessário, procure serviço médico e leve consigo a embalagem do repelente.images

Procurar produtos aprovados pelo Ministério da Saúde e/ou pela Anvisa, pois garantem eficácia e segurança.

O mais importante no combate ao mosquito da dengue é evitar que ele prolifere, não deixando acumular água, principalmente em pneus, no lixo, nos copos plásticos, tampas de garrafas, latinhas, como também deixando que o agente de saúde aplique o pó nos ralos e locais onde se acumula água.

É importante manter o quintal da casa e as calhas limpas, sem água empoçada. Recolher o lixo e fechá-lo no saco plástico e não jogar lixo no chão.

http://www.sbd.org.br/sociedade-brasileira-de-dermatologia-alerta-sobre-o-uso-de-repelentes-em-criancas/

Saiba mais:repelente de mosquitos (1)

Uma em cada cinco pessoas contaminadas por zika pode sentir:

  • Febre
  • Mal estar
  • Manchas vermelhas na pele com coceira
  • Conjuntivite
  • Dores articulares

Esses sintomas duram de cinco a sete dias, depois desaparecem. A maioria das pessoas contaminadas não tem sintomas.

Hábitos do mosquito Aedes

  1.  Aparece mais no período da manhã e do meio para o fim da tarde.
  2. Prefere ambientes quentes
  3. Tem hábitos rasteiros, não costuma ultrapassar 1,5 m de altura.
  4. Gosta de ficar escondido em cortinas, embaixo do sofá, armários e camas.
  5. Quando pica a nossa pele normalmente não dói como a picada do pernilongo Culex, por exemplo. Isso porque o Aedes tem uma espécie de anestésico na saliva, que faz a gente não sentir a picada. Sentimos mais o mosquito pousar do que a picada.
  6. Aquele mosquito que voa alto, que pica a gente à noite, que fica zunindo no ouvido geralmente não é o Aedes.

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Uso de repelentes em crianças
Autora: Dra. Aluce Loureiro Ouricuri

http://www.soperj.org.br/revista/detalhes.asp?id=827

Repelente contra mosquito é uma substância que deve ser aplicada sobre a pele, roupas ou outras superfícies, para impedir que os mosquitos pousem ou rastejem naquela superfície.
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É importante observar qual o ingrediente ativo no rótulo do produto. Os repelentes que contêm DEET (N.N.dietil-meta-toluamida) ou permetrina oferecem proteção contra mosquitos.

O DEET (dietil-n-toluamida) é o repelente mais usado e é mais eficaz contra a maioria das picadas de insetos. Tem sido usado por mais de quarenta anos e tem sido utilizado por mais de 200 milhões de pessoas, inclusive crianças, sem grandes efeitos colaterais. Sua ação protetora depende da concentração. As concentrações superiores a 30% não conferem proteção muito maior, mas têm ação mais prolongada.

Os produtos contendo DEET não devem não devem ser utilizados por bebês com menos de dois meses de idade.
Concentrações baixas (de 5 a 10%) têm ação de curta duração e necessitam de aplicações mais frequentes, com risco de toxicidade. Para crianças que moram no Brasil a concentração ideal é de 20 a 30%, que confere uma proteção de 80% e dura cerca de 3 horas.inseticidas

Os repelentes mais conhecidos que contêm DEET, como Autan, OFF e Repelex, têm uma concentração do princípio ativo de 10%. Além disso, contêm fragrâncias nas suas fórmulas e, como mostram os testes publicados, as fragrâncias atraem insetos. O Exposis, na apresentação de spray e gel, contêm 50% de DEET e só é recomendado para adultos e crianças maiores de dez anos de idade. O Exposis infantil em gel ou cortinado contém concentração mais baixa e é indicado para crianças acima de dois anos de idade.
Permetrina (concentração de 0,5 a 1%) é um repelente e inseticida, que confere proteção maior de 90% quando aplicado em vestimentas, telas e mosquiteiros. Apresenta absorção cutânea baixa e é rapidamente metabolizado. Não deve ser aplicada na pele por causar reações como queimação, prurido e rash.

O DEET é levemente tóxico para olhos e boca, podendo causar prurido, urticária e dermatite de contato. Em contato com a boca pode causar sensação de queimação nos lábios e língua. Recomenda-se não aplicar nas mãos das crianças para evitar contato com essas áreas. Evitar o uso em aerossol ou spray. Não aplicar em pele inflamada ou irritada (Dermatite Atópica). Recomenda-se ler o rótulo do produto para verificar a percentagem do DEET incluído.

Repelentes Botânicos
Citronela, cânfora, alho, eucalipto e óleo de andiroba.

Citronela
Um bom repelente tem que ser irritante para os insetos e ter evaporação rápida. Em concentração de 100% é evaporada dentro de 10 minutos. Produz reações alérgicas em 2% dos seus usuários. Estudos no Canadá mostraram proteção contra Aedes de 97% por 3 a 5 horas. Outras referências na literatura afirmam que a citronela e andiroba são ineficazes.conheca-3-repelentes-naturais-para-afastar-os-mosquitos-640-427

Óleo de andiroba
Pesquisa da Fiocruz com vela de andiroba mostrou 90% de proteção contra Aedes aegypti. Está em estudo o óleo de andiroba com 100% de proteção.

Vitamina B1

Tem eficácia modesta; não protege indivíduos predispostos. Tem sua ação em altas doses.

USE SEMPRE OS REPELENTES DE FORMA SEGURA.
Obedeça as instruções fornecidas no rótulo do produto. Se, após ter lido o rótulo, ainda tiver dúvidas como o número de horas de atuação do produto, se deve ser reaplicado e com qual frequência, entre em contato com o fabricante.Receita-de-repelente-caseiro

  1. Não use repelente sob as roupas.
  2. Não aplique repelente na pele irritada ou com cortes.
  3. Não aplique repelentes próximo à boca ou aos olhos e use com moderação ao redor das orelhas.
  4. Ao usar produtos em spray, aplique primeiramente em suas mãos e então na face.
  5. Use uma quantidade do produto necessária apenas para cobrir levemente a pele exposta e/ou o vestuário.
  6. A aplicação de quantidades grandes não faz com que o produto funcione melhor.
  7. Não permita que crianças mexam no produto. Ao aplicar repelentes em crianças, coloque um pouco em suas mãos e só então espalhe-os na pele das crianças.
  8. Não aplique repelentes nas mãos das crianças.
  9. Ao voltar para ambientes fechados, lave a pele e as roupas que receberam repelentes.
  10. Se você desenvolver uma erupção cutânea (irritação da pele) ou outro sintoma que acredita ter sido provocado pelo uso de repelente, pare de usar o produto, lave a parte afetada com água e sabonete e entre em contato com seu médico ou com o centro de toxicologia local.
  11. Se você tiver uma consulta médica, leve o produto consigo para mostrá-lo ao médico.

REFERÊNCIAS

1. Stuart R Rosa 2001 – International Travel Healthy Guide
2. Congresso de dermatologia tropical e meio ambiente SP 2004
3. www.mochileiros.com
4. N England J Med 2002; 347/13
5. Massachussetts Department of Public Health (MDPH), 305 South Streer, Jamaica Plain, MAO 2130.

Atraentes e repelentes biológicos

Teste verifica tempo de proteção de repelentes à venda no mercado

 http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/12/teste-verifica-tempo-de-protecao-de-repelentes-venda-no-mercado.html

Transporte seguro de crianças em automóveis: evite mortes e multas

Transporte seguro de crianças como passageiras de automóveis

Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria

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Os assentos de segurança específicos para o transporte de crianças em automóveis existem e têm características adequadas às diversas fases do crescimento, desde o nascimento até o momento em que o adolescente atinge 1,45m de altura, quando pode utilizar o cinto de segurança.

Desde a alta da maternidade, o bebê recém-nascido deve ser transportado em assento de segurança apropriado, no banco traseiro do veículo, virado de costas para a direção do deslocamento do veículo, como consta da nossa legislação.

Cadeirinha

Vigora no Brasil a Resolução Nº 277 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), segundo a qual, para transitar em veículos automotores, menores de dez anos devem ser transportados nos bancos traseiros, usando individualmente um dispositivo de retenção apropriado para as sua idade.

A desobediência a essa resolução configura infração gravíssima, com multa e retenção do veículo até que a irregularidade seja sanada.Contran-prorroga-fiscalização-da-cadeirinha-no-transporte-de-crianças-em-veículos-escolares-para-2017

Os modelos de assentos devem ser certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), seguindo a Norma Técnica NBR 14.400, que obriga os fabricantes a cumprirem as especificações de segurança. Até a presente data (outubro de 2011) foram certificados 289 modelos de assentos pelo Inmetro. Para mais informações, acesse o site do Inmetro: http://www.inmetro.gov.br/prodcert/produtos/busca.asp, no item: classe de produto, selecione “dispositivo de retenção para crianças” e a seguir em “buscar” e abre-se o menu completo dos modelos certificados até o momento, entre nacionais e importados. Capturar6

Entretanto, embora a legislação brasileira tenha significado um grande avanço, infelizmente está desatualizada em relação às melhores evidências científicas, que contraindicam a migração do bebê-conforto para a cadeirinha antes de cerca de dois anos de idade; desta para o assento de elevação antes dos 18 kg de peso, o que pode ser até os sete anos de idade; assim como o cinto de segurança antes da criança ter 1,45m de estatura, o que ocorre entre nove e treze anos. Assim, cabe aos pais certificarem-se de que seus filhos utilizem os equipamentos mais seguros e adequados, independentemente da lei.índice

Como não existem marcas de assento de segurança que sejam por consenso as mais seguras ou o melhores, o ideal é aquele que melhor se adapta no banco traseiro do carro e que seja utilizado corretamente a cada transporte. Preço, modelo e marca não deve influenciar na escolha do assento, que deve, antes de tudo, ser testado no carro, sua instalação feita de acordo com as especificações dos fabricantes do veículo e do próprio assento.

Os modelos de assentos infantis estarão indicados conforme a fase do crescimento (peso e/ou altura) da criança:

1º modelo: Assento infantil tipo bebê-conforto1 Modelo 120515122324auto1

Deve ser usado desde o nascimento até que a criança tenha dois anos de idade ou que tenha ultrapassado o limite máximo de peso ou altura permitido pelo fabricante do assento. Deve ser instalado de costas para o painel do veículo, preferentemente no meio do banco de trás, preso pelo cinto de segurança de três pontos.

As faixas do cinto de segurança desse modelo de assento (de cinco pontos) devem passar pelos ombros e entre as pernas da criança e ficar presas na estrutura do assento. Estes modelos podem ter um acessório que firma o pescoço do bebê.

2º modelo: Assento tipo cadeirinha voltada para frente2 Modelo 120515122347auto2

Toda criança com mais de dois anos de idade ou que tenha ultrapassado o limite máximo de peso ou altura permitido para o seu assento tipo bebê-conforto deve usar a cadeirinha dotada de cinto de segurança próprio, pelo maior tempo possível, até atingir o limite máximo de peso ou altura permitido pelo fabricante. Vários modelos de cadeirinha de segurança acomodam crianças pesando até 30 a 36 kg, isto é, ao longo de toda a idade escolar. O menor limite máximo de peso nas cadeirinhas de segurança disponíveis é 18 kg, que as crianças podem atingir entre três e sete anos de idade.

3º modelo: Assento de elevação ou “booster”3 Modelo 120515122359auto3

Toda criança cujo peso ou estatura tenha ultrapassado o limite máximo permitido para a cadeirinha de segurança deve usar um assento de elevação, até atingir a estatura de 1,45m (o que pode ocorrer entre nove e treze anos de idade) e que o cinto de segurança do veículo adapte-se com perfeição, a porção subabdominal passando pela pelve, a porção do ombro passando pelo meio do ombro e do tórax e os pés encostando no assoalho. O assento elevador deve ser colocado no banco de trás, posicionado nas laterais, local este que promove segurança à parte superior do tronco e à cabeça. No assento elevador, a criança ficará sempre contida pelo cinto de três pontos do carro, a faixa transversal passando pelo meio do ombro e a subabdominal pelas saliências ósseas do quadril. Se o carro somente tiver cintos subabdominais no banco traseiro, não deve ser usado um assento de elevação.

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Recomendações:

Todas as crianças devem viajar sempre no banco traseiro até os treze anos de idade, para sua maior segurança, ainda que a legislação brasileira o permita a partir dos dez anos. Maiores de treze anos e com mais de 1,45m poderão sentar no banco da frente, como passageiros, no momento que conseguirem encostar os dois pés totalmente no chão do veículo, utilizando o cinto de três pontos de maneira correta.

Consultar sempre o manual que vem com a cadeirinha, para aprender como instalar cada modelo de forma correta.

A cadeirinha deverá estar presa ao banco pelo cinto de segurança do veículo. Para testar sua efetiva fixação, dobre uma perna e apoie o joelho em seu assento e puxe com força. Revise periodicamente para observar afrouxamento ou desconexão do equipamento.

O modelo escolhido deve ter norma técnica do país de origem e ser certificado pelo Inmetro, deve se adaptar de forma correta no banco do carro e ser confeccionado de material resistente e durável.

O tecido que reveste o assento deve ser resistente e macio, além de não esquentar com facilidade.

A partir do momento que a cadeirinha ficar pequena para a criança, ou sua cabeça ultrapassar o limite superior da cadeira, um novo modelo deve ser adquirido.

A criança nunca deve utilizar a faixa transversal atrás dos braços ou colocá-la nas costas, já que o uso exclusivo da faixa abdominal não garante a proteção do tronco.

Pais que dão o exemplo, ao obedecer às regras de trânsito, ao utilizar SEMPRE o cinto de segurança e ao adotar uma atitude firme para com seus dependentes, com a utilização correta dos assentos desde seu nascimento, terão a garantia de um transporte seguro e eficiente, além do respeito de seus filhos.

http://www.conversandocomopediatra.com.br/website/paginas/materias_gerais/materias_gerais.php?id=100&content=detalhe

Saiba mais: American Academy of Pediatrics. Car Safety Seats: A Guide for Families 2011.
http://www.healthychildren.org/English/safety-prevention/on-the-go/pages/Car-Safety-Seats-Information-for-Families-09.aspx

Impressionante: os pais são bons, bem informados e não se perdoam pelo “segundo” em que a criança ficou sozinha.

Por favor, não podemos facilitar NEM “UM SEGUNDO”.

Manter o filho seguro dentro de um veículo é uma das principais tarefas que os pais têm no dia a dia.

Todo ano, milhares de crianças morrem ou sofrem lesões graves em acidentes automobilísticos.

O uso adequado dos dispositivos de segurança para crianças pode ajudar a mantê-las seguras.

Existe, entretanto, uma grande variedade de dispositivos e é comum os pais terem muitas dúvidas sobre como utilizá-los.

A escolha do tipo de assento para o seu filho depende de uma série de fatores que incluem a idade, o tamanho e o tipo de veículo.

Para facilitar a compreensão, a tabela abaixo apresenta, em linhas gerais, como escolher o assento adequado, os vários tipos e a faixa etária para cada um deles.

Idade Tipos de Assento Orientações Gerais
Lactentes até 1 ano Bebê conforto ou assento infantil conversível para carros que permite uma fixação de modo que a criança fique olhando para a traseira do veículo Todos os lactentes menores de 1 ano ou que tenham menos de 10kg devem ser posicionados olhando para a traseira do carro.
Lactentes entre 1 e 2 anos e pré-escolares até 7 anos Assento infantil conversível para carros que permite posicionar a criança olhando para a traseira ou a frente do veículo Crianças acima de 1 ano ou acima de 10kg podem ser posicionadas olhando para a frente do carro. É recomendável, entretanto, que a criança seja mantida olhando para a traseira o máximo de tempo possível.
Escolares Assento de apoio Assentos de apoio são utilizados para escolares que já não cabem nos assentos infantis. As crianças devem utilizar o assento de apoio até que o cinto de segurança do carro se adapte corretamente ao seu corpo. Isso habitualmente acontece quando a criança atinge a estatura de 1,2m ou está entre 8 e 12 anos.
Crianças Maiores Cinto de segurança Crianças que ultrapassaram a necessidade do assento de apoio devem sempre usar o cinto de segurança. As crianças devem ser mantidas no banco de trás do veículo até os 13 anos.

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Bebê Conforto

  • São pequenos, geralmente tem uma alça para transporte e podem fazer parte do carrinho do bebê
  • São usados por crianças até 10 a 15 kg dependendo do modelo
  • Existem modelos que possuem uma base que pode permanecer no veículo. O bebê conforto é encaixado ou retirado da base.

Assentos infantis conversíveis

  • Podem ser usados para posicionar a criança olhando para a traseira ou a frente do veículo. Isto significa que este assento tem uma vida útil maior. São mais estruturados que o bebê conforto, mas não dispõem de alças de transporte ou base separada.
  • Tem maiores limites de peso e estatura para que as crianças sejam posicionadas voltadas para a traseira do veículo sendo, portanto úteis para bebês maiores.
  • Existem vários tipos e modelos de assentos com diferentes tiras de fixação do bebê.

Assento de apoio

  • Utilizados para adaptar a criança na altura correta do cinto de segurança do carro.

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http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI8031-15566,00.html

É normal o bebê golfar? Quando se deve tratar o refluxo?

Adap. do Prof. José Cesar Junqueira MD Ph.D.
Apresentar refluxo (golfadas e eventuais vômitos) pode ser normal em bebês, sem necessidade de remédio.
A maioria melhora consideravelmente após os 3 meses e quase todos aos 6 meses de vida.
Aqueles que não melhorarem entre 6 meses e 1 ano ou aqueles (em qualquer idade) que apresentarem sintomas respiratórios, como crises repetidas de bronquite ou sinusite, pausa respiratória, inflamação nos ouvidos ou choro constante com desconforto às mamadas, devem ser vistos por um especialista (gastropediatra).Mesmo assim, é importante lembrar que golfar ou eventualmente vomitar até uma vez por semana pode ser normal em crianças até os 2 anos de idade.

Lidar com os vômitos do bebê é basicamente parte da rotina para a maioria dos papais e mamães. Diante disso, é natural que os pais se perguntem se os vômitos são naturais ou podem estar relacionado com alguma doença.

IMPORTANTE: entender o conceito de “refluxo gastroesofágico”, que é o retorno do conteúdo do estômago (no caso dos bebês, do leite) para o esôfago e, por vezes, podendo chegar até a boca, causando a conhecida regurgitação.thumbnail_450_x_312_video_aula_refluxo

Isso é um evento normal, que pode ocorrer várias vezes ao dia em recém-nascidos, crianças e até mesmo adultos. É aquele clássico momento em que o bebê tem leite escorrendo no canto da boca, mas está sorridente; parece que nem foi com ele!

Em geral, os eventos duram menos de três minutos, ocorrem no período após as mamadas ou refeições e não são acompanhados de complicações. 017Ntvm

Algumas vezes, a regurgitação pode sair com mais força, devido à estimulação de uma estrutura que fica na parte posterior da boca, que nos dá sensação de náusea, causando, então, o vômito – o que não é nada preocupante.

Nesses casos, não é necessário nenhum tipo de tratamento medicamentoso, porém as chamadas “medidas não farmacológicas” ajudam a diminuir a ocorrência dos episódios de regurgitação:

  1.  colocar o bebê para arrotar e segurá-lo no colo “em pé” após as mamadas por 30-60 minutos;
  2. tomar o cuidado de não “sacudir”o bebê para que ele arrote;
  3. evitar o uso de calças na altura do umbigo e acima dele, pois, apesar de não parecer apertado, o elástico das roupas pode ser o suficiente para pressionar o estômago e facilitar, também, a volta do leite.montagem_macacao

Para os bebês menores de seis meses e amamentados exclusivamente com fórmula, o uso de Fórmula Infantil Anti Regurgitação pode ajudar a diminuir os episódios de refluxo.

Se o bebê é amamentado exclusivamente ao seio, o aleitamento deve ser mantido, não sendo indicada a substituição do leite materno por fórmula.

Quando as regurgitações estão causando algum desconforto, como choro excessivo, ou prejuízo, como perda de peso, podemos estar diante da “doença do refluxo gastroesofágico”.

Frente a isso, a consulta com o pediatra é fundamental para fazer o correto diagnóstico, que muitas vezes não é fácil.

Nos bebês, não existem sintomas que sejam específicos da doença do refluxo, tão pouco sintomas que garantam ao médico que o bebê responderá ao tratamento.refluxo2

Ainda, vale lembrar que diversas situações podem causar os mesmos sintomas da doença do refluxo, como alergia à proteína do leite de vaca, infecções, má formações do aparelho gástrico, exposição ao cigarro e outras.

Durante a investigação, pode ser que o pediatra julgue necessário solicitar algum tipo de exame específico.

O tratamento, no caso de doença, vai utilizar, além das medidas não farmacológicas vistas antes, medicamentos. Nos menores de seis meses, a medicação mais comumente utilizada é a ranitidina.

À medida em que o bebê cresce, o esfíncter, que funciona como um “anel” que fecha o estômago, começa a funcionar melhor, dificultando o retorno do leite.images

Com o desenvolvimento, o bebê aprende a ficar mais tempo sentado e em pé, posições estas que ajudam o leite e os alimentos a ficarem no estômago. Por isso, os pais devem ficar tranquilos, pois o refluxo gastroesofágico, apesar de, por vezes, desconfortável, tende a ter seus dias contados.

Fontes: Gastroesophageal Reflux: Management Guidance for the Pediatrician. 2013.

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http://www.soperj.org.br/revista/detalhes.asp?id=665

6 urgências em cirurgia pediátrica

Seis temas comuns na prática diária. Todos merecem discussão e ação imediata. A conduta tem de ser acertada para evitar um final trágico.

Adap. do autor Prof. Paulo Barroso Tavares – Coordenador da Disciplina de Cirurgia Pediátrica / HUPE

  • A melhor forma de tratar uma apendicite aguda.
  • Como diagnosticar e tratar o pneumotórax.
  • A melhor abordagem do empiema pleural.
  • Como conduzir um trauma abdominal fechado.
  • Como diagnosticar e conduzir uma invaginação intestinal.
  • Diagnóstico rápido, preciso, com tratamento imediato da torção testicular.

APENDICITE AGUDA

É a causa mais frequente de abdome agudo inflamatório em crianças.

A faixa etária mais comum é entre 4 e 14 anos.

O principal agente desencadeante da apendicite aguda é a obstrução da sua luz.

A causa pode ser um fecalito ou parasitas, sendo comum obstrução da luz por hiperplasia linfoide, nos casos de viroses.1214404982444apendicite_final

Classificação

  • Apendicite simples: edema apendicular, úlceras em mucosa e secreção purulenta na luz.
  • Apendicite supurativa: serosa com fibrina, congestão vascular, petéquias com líquido peritoneal claro ou turvo.
  • Apendicite gangrenosa: necrose apendicular, microperfuração, evoluindo para ruptura e peritonite franca ou abscesso apendicular.

Diagnóstico

História e exame físico são fundamentais. Não se pode pensar em diagnóstico de apendicite aguda sem palpar o abdome.

O quadro clínico clássico é de dor abdominal, de início no epigástrio, ou periumbilical, que depois passa para a fossa ilíaca direita, associada a náuseas, vômitos e febre. Fácies de dor. Diarreia ocorre geralmente quando o paciente já está com peritonite.

Recomenda-se solicitar que a criança coloque o dedo indicador no local onde sente a dor, no ponto de McBurney, localizado na fossa ilíaca direita, o que invariavelmente oferece o diagnóstico inicial de apendicite aguda.

A descompressão rápida e dolorosa e a percussão, na fossa ilíaca direita, confirmam o diagnóstico clínico. Sinal de Rovsing, comprimindo o flanco esquerdo com dor reflexa, por distensão de gases na fossa ilíaca direita.

Dificuldade de deambular, perna direita fletida, com queixa de dor ao esticá-la, em posição antálgica, criança quieta, não querendo ser incomodada, sugere mais ainda o diagnóstico.

Há situações, como nos casos de apendicite retrocecal, ou de crianças menores do que 2 a 3 anos, em que o diagnóstico se torna mais complicado. É preciso lançar mão de exames radiológicos para diagnóstico:

  • Radiografia simples de abdome, em pé e deitado: apagamento do músculo psoas, presença de alça sentinela, edema de alças, distensão de alças intestinais e fecalito em fossa ilíaca direita.
  • Ultrassonografia: diâmetro do apêndice maior do que 6 mm, presença de pus ou líquido periapendicular, abscesso na fossa ilíaca direita, presença de apendicolito.
  • Tomografia computadorizada: espessamento do apêndice, maior do que 6 mm, presença de líquido livre em goteira parietocólica ou pelve, infiltração da gordura adjacente, linfonodos e apendicolito.

Exames laboratoriais como hemograma, creatinina, PCR, exames de urina, como cultura e exame simples, ajudam como diagnósticos diferenciais, não como diagnósticos de apendicite aguda.

Diagnósticos diferenciais

São diagnósticos diferenciais: gastrenterite, adenite mesentérica, diverticulite de Meckel, púrpura, epilepsia abdominal, cisto de ovário torcido, colecistite, inflamação pélvica, crise de falcização, constipação intestinal, teflite leucêmica, contratura muscular.

Tratamento

  • Suspensão da dieta oral.
  • Hidratação venosa, com reposição de líquidos (nos casos de vômito ou diarreia).
  • Analgesia.
  • Antibiótico endovenoso.

Os esquemas antibióticos: dependem da fase da apendicite aguda. É fundamental iniciar o tratamento com antibiótico antes do início da cirurgia, com objetivo de reduzir a incidência de infecção de ferida operatória e de abscesso intra-abdominal.

Esquema da antibioticoterapia

  • Fase edematosa: amoxicilina e clavulanato de potássio ou cefoxitina.
  • Fase fibrinopurulenta ou gangrenosa: ampicilina, gentamicina e metronidazol; piperacilina e tazobactan; ceftriaxone e metronidazol; ou ciprofloxacino e metronidazol. 

Apendicectomia

Laparotomia x laparoscopia.São vantagens da laparoscopia:

  • A localização mais rápida e fácil do apêndice.
  • Aspiração e lavagem dos recessos cavitários, sem necessidade de grande incisão, fato comum em crianças grandes ou obesas, quando submetidas à laparotomia.
  • Permite inspeção geral da cavidade.
  • Fornece diagnóstico preciso.
  • Menor contaminação da ferida operatória.

Desvantagens da laparoscopia:

  • Custo mais elevado (controverso).
  • Investimento financeiro na aparelhagem.

Nas fases precoces, principalmente em crianças magras, a incisão pequena e única na fossa ilíaca direita é a mais aceita pela grande maioria dos cirurgiões pediátricos e pelas famílias.

PNEUMOTÓRAX

Situações que ocasionem um processo de aumento brusco da pressão alveolar ou prolongamento do tempo de gradiente pressórico máximo podem causar ruptura de alvéolos.

A obstrução parcial de bronquíolos ou de pequenos brônquios pode criar mecanismo valvular, com distensão de alvéolos e também causar pneumotórax quando houver concomitante ruptura da pleura visceral.

Ar no espaço subpleural causa enfisema subpleural. Ar causando dissecção das bainhas dos vasos sanguíneos provoca pneumomediastino ou enfisema intersticial. Em direção do pericárdio ocasiona pneumopericárdio. Nos tecidos moles, causa enfisema subcutâneo.

O pneumotórax sintomático tem de ser drenado. Causas comuns de pneumotórax são manobras de ressuscitação, aspiração de mecônio, atelectasias, membrana hialina, pneumonia necrotizante, complicações de punção venosa (veia jugular e subclávia), ruptura de pneumatocele, corpo estranho, asma e pneumotórax espontâneo.

Ocorre mais comumente em crianças submetidas à intubação endotraqueal, com pressão positiva alveolar contínua (CPAP), associada à pressão expiratória positiva final (PEEP). Acontece também em casos de perfuração de brônquio por cateter de aspiração.

O diagnóstico se dá em crianças apresentando palidez, cianose, abaulamento e timpanismo torácico, desvio do ictus, murmúrio vesicular muito diminuído ou ausente, queda dos níveis de saturação e até parada cardíaca.

A confirmação se dá pela radiografia simples de tórax, com aparecimento da linha da pleura visceral, em maior ou menor intensidade de pneumotórax. Pode ou não causar desvio do mediastino e rechaço do diafragma ipsilateral.

EMPIEMA PLEURAL

É o acúmulo de secreção purulenta no espaço pleural. Pode ser septado por fibrina ou ocupar todo o espaço pleural. Desenvolve-se por pneumonia bacteriana, após trauma, perfuração de esôfago, após toracotomia ou, mais raramente, por infecção bacteriana primária.

O empiema ocorre por diversos fatores. Infecção do parênquima pulmonar, baixa resistência natural, agressividade do micro-organismo. Há acúmulo de líquido no espaço pleural por aumento da pressão coloidosmótica dos transudatos inflamatórios e alteração da permeabilidade capilar dos processos inflamatórios. Os micro-organismos atingem o espaço pleural, transformando o derrame pleural de seroso para fibrinoso, ou seja, empiema pleural.

Nas crianças com pneumonia, ocorre empiema pleural em 0,6 a 2% dos casos. Naquelas que necessitam de internação, pode ocorrer em cerca de 40% dos casos. Em 70% dos casos, não se identifica a bactéria causadora da pneumonia.

Os agentes mais comuns são Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae. Nos casos de tuberculose pulmonar o líquido pleural em geral é seroso, citrino.

Na fase inicial, o derrame pleural é seroso, citrino, passando para a fase fibrinopurulenta, com fibrina, ocupando todo o espaço pleural. Em geral, após o tratamento, evolui sem sequelas. Mais raramente evolui para encarceramento pulmonar, formando paquipleuris, exigindo decorticação pulmonar.

Quando ocorre pneumonite necrosante com pneumotórax e empiema pleural, há necessidade de drenagem cirúrgica.

O diagnóstico é inicialmente clínico, com ausência do frêmito toracovocal, murmúrio vesicular ausente e macicez à percussão. A seguir a radiografia de tórax revela desaparecimento do seio costofrênico e velamento da base pulmonar ou de todo o hemitórax.

A ultrassonografia torácica e a tomografia computadorizada do tórax são importantes para auxílio nos casos de diagnóstico mais complexo. Por meio desses exames localizam-se lojas, septações, e afere-se o volume, ajudando, portanto, na decisão do tratamento.

A toracocentese dá a certeza do diagnóstico e pode ser o tratamento cirúrgico definitivo, nos casos de secreção serosa, fluida, transparente e de pequeno volume. Envia-se o material para cultura e antibiograma. É realizada no 5º ou 6º espaços intercostais, rente ao bordo superior da costela.

Nos casos de secreção purulenta, recomenda-se a toracostomia (drenagem pleural). A videotoracoscopia, por sua vez, tende a ser usada nos pacientes com empiema pleural.

Realiza-se a limpeza do conteúdo purulento, coloca-se o dreno sobre visão direta, resultando na redução do tempo de internação. As desvantagens seriam haver duas incisões na pele, maior custo (o que é discutível), e a alta frequência de bons resultados nas drenagens convencionais.

Na ausência de saída de secreção, ou clareamento, sem obstrução, retira-se o dreno pleural. O tempo de drenagem é variável de caso a caso.

Nos casos de empiemas complicados, com septações, áreas necróticas ou lojas empiemáticas não drenadas, há necessidade de nova intervenção cirúrgica. O melhor acesso é por videotoracoscopia.

A drenagem aberta é realizada nos casos de fístula bronca pleural, com total expansão pulmonar, após 10 dias de drenagem fechada com pulmão aderido ao gradil costal.

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TRAUMA ABDOMINAL FECHADO

Os traumas abdominais mais comuns em crianças são os decorrentes de atropelamentos, acidentes automobilísticos e ciclísticos. O trauma abdominal isolado é raro, em geral há outras lesões, como os traumatismos cranianos.

O impacto direto acomete mais as vísceras maciças. Baço e fígado são os locais mais comumente atingidos. Após abordagem inicial do trauma, com monitorização adequada, avaliamos contusões abdominais, fratura de costelas ou de ossos da pelve, as quais causam dor abdominal, sem a ocorrência de abdome agudo. Irritação peritoneal e hematúria são sinais indicativos de lesão de órgãos abdominais.

A laparotomia deve ser realizada em crianças com expansão do volume abdominal, sem estabilização hemodinâmica, necessitando de reposição sanguínea superior a 40 ml/kg, com sinais claros de peritonite.

Nas crianças com estabilidade hemodinâmica e suspeita de lesão de órgãos abdominais, realizam-se exames de imagem. A maior parte das crianças se beneficia com o tratamento conservador do hemoperitôneo. A tomografia computadorizada do abdome com contraste venoso é o melhor método diagnóstico.

A unidade hospitalar necessita de monitorização adequada, hematócrito seriado, equipe cirúrgica 24 h, banco de sangue e radiologia 24 h.

Após o trauma abdominal fechado, quando houver instabilidade clínica, estará indicada de imediato a laparotomia. No caso de estabilidade hemodinâmica, realiza-se a tomografia computadorizada, com contraste. Se houver lesões como pneumoperitônio, perfuração de vias urinárias e transecção do pâncreas, a laparotomia também estará indicada de imediato. Nos casos de lesões de baço e fígado, deve-se atentar principalmente às condições clínicas, a despeito das lesões diagnosticadas na tomografia. Dessa forma, evita-se a laparotomia indicada apenas pelo achado radiológico. O mais importante, portanto, é a avaliação clínica.

Quando o tratamento clínico não alcança o resultado esperado, e há deterioração clínica, indica-se a laparotomia.

INVAGINAÇÃO INTESTINAL

Invaginação

Doença característica do lactente saudável, que começa a apresentar irritabilidade e dor do tipo cólica.

Ocorre mais comumente do 3º ao 9º mês de vida. A forma mais comum é a invaginação íleo-ceco-cólica.

O segmento de alça intestinal penetra no segmento distal, causando isquemia, distensão abdominal e massa palpável.

A invaginação primária ocorre em 90% dos casos.

A causa é desconhecida.

Os casos de invaginação secundária são mais comuns após os 2 anos de idade.

A “cabeça de invaginação” é secundária a uma doença. São comuns o divertículo de Meckel, os cistos enterógenos, o linfoma, os pólipos e os tumores do intestino delgado.

O quadro clínico caracteriza-se por dor abdominal do tipo cólica, palidez cutânea, vômitos e irritabilidade.

Após o fim dos sintomas, ocorre novamente dor abdominal. Em seguida, há eliminação de muco com sangue (aspecto de geleia de morango) e massa tumoral (aspecto de chouriço).

No toque retal, evidencia-se sangue nas fezes ou muco com sangue. Se não houver tratamento nessa fase da doença, ocorrem obstrução intestinal e choque séptico.

A radiografia de abdome ajuda nos casos de obstrução intestinal. Para diagnóstico, contudo, a ultrassonografia de abdome é o exame de escolha. Observa-se imagem em “alvo” ou “pseudorrim”. A imagem é fruto do intestino invaginado por dentro do outro.

O enema oferece o diagnóstico e pode tratar a criança sem cirurgia. Até 24 h de doença, há possibilidade de redução da invaginação pelo clister. O mesmo processo pode ser realizado por meio de clister opaco, com intensificador de imagem, ou por soro morno, acompanhado de ultrassonografia abdominal.

Há contraindicações na realização de redução hidrostática. Não realizar em casos de sinais de perfuração, peritonite e obstrução intestinal, assim como em crianças com casos graves, com tempo de evolução maior do que 48 h, nas invaginações crônicas e naquelas com mais de dois anos de idade.

O tratamento cirúrgico se impõe quando há falha no tratamento clínico. Também é recomendado nos casos de invaginação crônica, em pós-operatório de cirurgia abdominal, em crianças com mais de 2 anos e recém-nascidos.

TORÇÃO TESTICULARTorção-testículo

Torção testicular é uma verdadeira emergência cirúrgica. Toda criança com dor testicular de início súbito e com edema em bolsa escrotal tem de ser examinada imediatamente.

A idade da criança é fator a ser considerado. A torção pode ocorrer em qualquer época, mais é comum nos recém-nascidos e nos estágios iniciais da puberdade. A torção dos apêndices testiculares é mais comum nos pré-púberes, enquanto a epididimite ocorre mais em adolescentes.

Dor intensa e de início súbito é mais comum na torção testicular. Dor leve ou moderada, com aumento gradual, ocorre mais nas torções de apêndices testiculares e na epididimite.

Na torção testicular, são comuns náusea e vômitos. Já na epididimite, são mais frequentemente observados febre e sintomas urinários, assim como história de bexiga neurogênica, anomalias geniturinárias congênitas e exploração uretral.

Exame físico na torção testicular revela eritema e edema de bolsa escrotal unilateral, testículo elevado ou em situação transversal, aumento do volume testicular, dor intensa à palpação, reflexo cremastérico ausente no lado afetado e espessamento da pele escrotal, com edema importante.

Na torção testicular, todo o testículo fica dolorido. Na torção do apêndice testicular, pode ser observada uma coloração azulada no ápice testicular, também conhecido como sinal do ponto azul. Nesse ponto, pode ser examinado um nódulo doloroso, que é o apêndice torcido.

Diagnósticos diferenciais são: a púrpura de Henoch-Schönlein, traumatismo do escroto, hérnia inguinal, hidrocele e varicocele.

Nem sempre é fácil chegar ao diagnóstico pela história e pelo exame físico. Recorre-se aos exames de imagem, sendo estes os mais comuns: cintilografia e ultrassonografia com Doppler.

A cintilografia com tecnécio é precisa quanto à má perfusão testicular em até 90% dos casos. Não é um exame de fácil realização, porque em geral não está disponível nos serviços de emergência. Como o diagnóstico precisa ser concluído com máxima brevidade, ele não deve ser usado como rotina.

Ultrassonografia com Doppler é o exame de escolha para diagnóstico da torção testicular. Esse exame informa o fluxo sanguíneo do testículo normal, assim como o fluxo sanguíneo da parede escrotal e o intratesticular do testículo torcido. Caso esteja normal ou aumentado, exclui-se a possibilidade torção. Caso esteja com fluxo diminuído ou ausente, há torção testicular.

Nos casos em que não houver possibilidade de realização de exames, ou quando houver dúvida diagnóstica, sempre estará indicada a exploração cirúrgica. A cirurgia deverá ser realizada de imediato nos casos de torção testicular.

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http://revistadepediatriasoperj.org.br/detalhe_artigo.asp?id=617

http://www.cipe.org.br/

Dislexia: resumo

priscila psicologa DISLEXIA 2O que Albert Einstein, John Lennon, Leonardo da Vinci, Steven Spielberg, Graham Bell, George Washington, Henry Ford, John F. Kennedy, Thomas Edison, Tom Cruise, Agatha Christie, Walt Disney e Winston Churchill têm em comum?

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Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas inteligentes experimentarem dificuldades paralelas em seu aprendizado é desafio que a Ciência vem desvendando em mais de 130 anos de pesquisas.

O apoio da ressonância magnética funcional e as conquistas dos últimos dez anos têm trazido respostas significativas.imagem.php_

A sua complexidade está diretamente vinculada ao entendimento do ser humano: de quem somos; do que é “memória e pensamento”, “pensamento e linguagem”; de como aprendemos e do porquê podemos encontrar facilidades (até) geniais, mescladas de dificuldades (até básicas) em nosso processo individual de aprendizado.

Um grande problema está no conceito arcaico de que: “quem é bom, é bom em tudo”. Isto é, a pessoa, porque inteligente, tem que saber tudo e ser habilidosa em tudo o que faz.

Posição equivocada que Howard Gardner aprofundou em seus estudos registrados, especialmente, em sua obra “Inteligências Múltiplas”, que ele transformou em pesquisa cientificamente comprovada e que o alçou à posição de um dos maiores educadores de todos os tempos.

Durante esse longo período de pesquisas que transcende gerações, o desencontro de opiniões sobre o que é dislexia redundou em mais de cem nomes para designar essas dificuldades específicas de aprendizado, e em cerca de 40 definições, sem que nenhuma delas tenha sido universalmente aceita.

Recentemente, porém, no entrelaçamento de descobertas realizadas por diferentes áreas relacionadas aos campos da Educação e da Saúde, foram surgindo respostas importantes e conclusivas, como:

  • dislexia tem base neurológica e que existe uma incidência expressiva de fator genético em suas causas, transmitido por um gene de uma pequena ramificação do cromossomo # 6 que, por ser dominante, torna-a hereditária, justificando que se repita nas mesmas famílias;
  • dislexia_redque o disléxico tem mais desenvolvida área específica de seu hemisfério cerebral lateral-direito do que leitores normais. Condição que, segundo estudiosos, justificaria seus “dons” como expressão significativa desse potencial, que está relacionado à sensibilidade, artes, atletismo, mecânica, visualização em 3 dimensões, criatividade na solução de problemas e habilidades intuitivas;imagem_dislexia_cruzeiro
  • que, embora existindo disléxicos ganhadores de medalha olímpica em esportes, a maioria deles apresenta imaturidade psicomotora ou conflito em sua dominância e colaboração hemisférica cerebral direita-esquerda. Uma de nossas mentes mais brilhantes e criativas declarou: “Não sei por que, mas quem me conhece sabe que não tenho domínio motor que me dê a capacidade de, por exemplo, apertar um simples parafuso”;

dislexia

  • que, com a conquista científica de uma avaliação mais clara da dinâmica de comando cerebral em dislexia, pesquisadores da equipe da Dra. Sally Shaywitz, da Yale University, anunciaram, recentemente, uma significativa descoberta neurofisiológica, que justifica ser a falta de consciência fonológica do disléxico, a determinante mais forte da probabilidade de sua falência no aprendizado da leitura;
  • que o Dr. Breitmeyer descobriu que há dois mecanismos inter-relacionados no ato de ler: o mecanismo de fixação visual e o mecanismo de transição ocular que, mais tarde, foram estudados pelo Dr. William Lovegrove e seus colaboradores, e demonstraram que crianças disléxicas e não-disléxicas não apresentaram diferença na fixação visual ao ler.
  • Mas que os disléxicos, porém, encontraram dificuldades significativas em seu mecanismo de transição no correr dos olhos, em seu ato de mudança de foco de uma sílaba à seguinte, fazendo com que a palavra passasse a ser percebida, visualmente, como se estivesse borrada, com traçado carregado e sobreposto. Sensação que dificultava a discriminação visual das letras que formavam a palavra escrita. Como bem figura uma educadora e especialista alemã, “… É como se as palavras dançassem e pulassem diante dos olhos do disléxico”.
  • dislexia

A dificuldade de conhecimento e de definição do que é dislexia faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações. A mídia, nas poucas vezes em que aborda esse problema, somente o faz de maneira parcial, quando não de forma inadequada e fora do contexto global das descobertas atuais da Ciência.

Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado “analfabetismo funcional” que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.

Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito desse assunto, registram 20% da população americana como disléxica, com a observação adicional: “existem muitos disléxicos não diagnosticados em nosso país”. Para sublinhar, de cada 10 alunos em sala de aula, 2 são disléxicos, com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves, embora importantes, não costumam sequer ser considerados.lembretes_dislexia

Também para realçar a grande importância da posição do disléxico em sala de aula cabe, além de considerar o seríssimo problema da violência infanto-juvenil, citar o lamentável fenômeno do suicídio de crianças que, nos USA, traz o grave registro de que 40 (quarenta) crianças se suicidam todos os dias, naquele país. E que dificuldades na escola e decepção que eles não gostariam de dar a seus pais estão citadas entre as causas determinantes dessa tragédia.

Ainda é de extrema relevância considerar estudos americanos, que provam ser de 70% a 80% o número de jovens delinquentes nos USA, que apresentam algum tipo de dificuldade de aprendizado. Também é comum que crimes violentos sejam praticados por pessoas que têm dificuldades para ler. Quando, na prisão, eles aprendem a ler, seu nível de agressividade diminui consideravelmente.

O Dr. Norman Geschwind, M.D., professor de Neurologia da Harvard Medical School,  professor de Psicologia do MIT (Massachussets Institute of Tecnology), diretor da Unidade de Neurologia do Beth Israel Hospital, em Boston, MA, pesquisador perseverante que assumiu a direção da pesquisa neurológica em dislexia afirma que a falta de consenso no entendimento do que é dislexia, começou a partir da decodificação do termo criado para nomear essas específicas dificuldades de aprendizado; que foi elegido o significado latino dys, como dificuldade; e lexia, como palavra.

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Mas que é na decodificação do sentido da derivação grega de Dislexia que está a significação intrínseca do termo: dys, significando imperfeito como disfunção, isto é, uma função anormal ou prejudicada; e lexia que, do grego, dá significação mais ampla ao termo palavra, isto é, como Linguagem em seu sentido abrangente.

É preciso um olhar humano, lógico e lúcido para o entendimento maior do que é dislexia.

Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da linguagem: em leitura, soletração, escrita, em linguagem expressiva ou receptiva, em razão e cálculos matemáticos, como na linguagem corporal e social. Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária. Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.

Outros casos conhecidos de dislexia:

Agatha Christie

Albert Einstein

Alexander Graham Bell

Alyssa Milano

Anderson Cooper

Anthony Hopkins

Billy Blanks

Bruce Jenner

Cher

Christopher Knight

Craig McCaw

Danny Glover

Dave Foley

David Koresh

Eddie Izzard

Erin Brockovich

George Burns

George H.W. Bush

George W. Bush

George Washington

Greg Louganis

Guy Ritchie

Harrison Ford

Harry Anderson

Henry Ford

Henry Winkler

James Van Der Beek

Jamie Oliver

Jay Leno

Jewel

John F. Kennedy

John Lennon

John T. Chambers

Keanu Reeves

Keira Knightley

Laura Flynn Boyle

Leonardo da Vinci

Liv Tyler

Magic Johnson

Muhammad Ali

Neil Bush

Noel Gallagher

Orlando Bloom

Ozzy Osbourne

Pablo Picasso

Patrick Dempsey

Richard Branson

Robbie Williams

Robin Williams

Salma Hayek

Scott Adams

Steven Spielberg

Suzanne Somers

Tawny Kitaen

Ted Turner

Thomas Edison

Thomas Jefferson

Tim Armstrong

Tom Cruise

Tommy Hilfiger

Tracey Gold

Vince McMahon

Vince Neil

Walt Disney

Whoopi Goldberg

William Hewlett

Winston Churchill

Woodrow Wilson

Woody Harrelson

Dislexia, antes de qualquer definição, é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes genial, mas que aprende de maneira diferente.

Outras “definições controversas”:

Disgrafia é uma inabilidade ou atraso no desenvolvimento da Linguagem Escrita, especialmente da escrita cursiva. Escrever com máquina datilográfica ou com o computador pode ser muito mais fácil para o disléxico. Na escrita manual, as letras podem ser mal grafadas, borradas ou incompletas, com tendência à escrita em letra de forma. Os erros ortográficos, inversões de letras, sílabas e números e a falta ou troca de letras e números ficam caracterizados com muita frequência.

Discalculia – as dificuldades com a Linguagem Matemática são muito variadas em seus diferentes níveis e complexas em sua origem. Podem evidenciar-se já no aprendizado aritmético básico como, mais tarde, na elaboração do pensamento matemático mais avançado. Embora essas dificuldades possam manifestar-se sem nenhuma inabilidade em leitura, há outras que são decorrentes do processamento lógico-matemático da linguagem lida ou ouvida. Também existem dificuldades advindas da imprecisa percepção de tempo e espaço, como na apreensão e no processamento de fatos matemáticos, em sua devida ordem.

Deficiência de atenção – é a dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenção em objetivo central, para discriminar, compreender e assimilar o foco central de um estímulo. Esse estado de concentração é fundamental para que, através do discernimento e da elaboração do ensino, possa completar-se a fixação do aprendizado. A Deficiência de Atenção pode manifestar-se isoladamente ou associada a uma Linguagem Corporal que caracteriza a Hiperatividade ou, opostamente, a Hipoatividade.

Hiperatividade – refere-se à atividade psicomotora excessiva, com padrões diferenciais de sintomas: o jovem ou a criança hiperativa com comportamento impulsivo é aquela que fala sem parar e nunca espera por nada; não consegue esperar por sua vez, interrompendo e atropelando tudo e todos. Porque age sem pensar e sem medir consequências, está sempre envolvida em pequenos acidentes, com escoriações, hematomas, cortes. Um segundo tipo de hiperatividade tem como características mais pronunciadas sintomas de dificuldades de foco de atenção. É uma superestimulação nervosa que leva a pessoa a passar de um estímulo a outro, não conseguindo focar a atenção em um único tópico. Assim, dá a falsa impressão de que é desligada. Mas, ao contrário, é por estar ligada em tudo, ao mesmo tempo, que não consegue concentrar-se em um único estímulo, ignorando outros.

Hipoatividade – caracteriza-se por um nível baixo de atividade psicomotora, com reação lenta a qualquer estímulo. Trata-se daquela criança chamada “boazinha”, que parece estar sempre no “mundo da lua”, “sonhando acordada”. Comumente, o hipoativo tem memória pobre e comportamento vago, pouca interação social e quase não se envolve com seus colegas.

https://youtu.be/XLgYAHHkPFs

Referências

http://www.dislexia.com.br/

http://www.portaleducacao.com.br/Artigo/Imprimir/26858

Read more:  http://curiosando.com.br/70-dislexicos-famosos/#ixzz3rnd0Zvws

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Prisão de ventre na infância: 7 dicas de tratamento (para casos mais simples)

ORIENTAÇÕES DIETÉTICAS PARA O TRATAMENTO DA CONSTIPAÇÃO INTESTINAL EM PEDIATRIA

O objetivo do tratamento dietético é modificar a consistência do bolo fecal e estimular o peristaltismo intestinal.

Cerca de 95% das constipações em pediatria são funcionais (relacionadas aos erros alimentares, medo etc.)

Se for de causa orgânica e/ou emocional, a nutrição adequada será um recurso terapêutico importante. O tratamento é longo e podem haver ”recaídas”.

Por sua capacidade de reter água, cada grama de fibra ingerida aumenta 15 gramas o “bolo fecal”. Algumas medidas são sugeridas no tratamento da constipação:

  1.  Hidratação: o aumento da ingestão de água é uma medida útil no manejo da “prisão de ventre”. Ingerir bastante líquido (água, sucos naturais etc.).Meu-Dia-D-Mãe-Constipação-2
  1.  Horário: o reflexo gastrocólico ocorre em média de 15 minutos a uma hora após a alimentação e é exacerbado por alimentos (quentes ou frios) de fácil esvaziamento gástrico. Neste intervalo, após as refeições principais (café da manhã, almoço e jantar), pode-se tentar a evacuação. Se possível, levar à criança ao banheiro no mesmo horário. Ela não precisa evacuar naquele momento. Entretanto, essa atitude estimula a criança a estar no ambiente.
  1.  Postura: quando colocada em vaso sanitário comum, a criança pode sentir medo, além de manter os pés suspensos no ar. Devemos usar um redutor de vaso e permitir que ela fique em posição confortável. Deixá-la com os pés firmemente apoiados no chão ou em uma banqueta, facilitando assim a utilização da prensa abdominal (musculatura).
  1.  Ginástica: a prática de exercícios para fortalecer a musculatura da parece abdominal é uma medida que pode facilitar o ato da evacuação.
  1.  Apoio emocional: sempre necessário. Mesmo quando não é primariamente causada por distúrbio emocional, a constipação intestinal pode levar a mudanças comportamentais no paciente, com ansiedade que pode atingir seus familiares.
  1.  Atendimento ao reflexo retal: atender ao reflexo que precede a evacuação (ex. após as principais refeições). A família deve comunicar inclusive aos professores para que seja permitido à criança ir ao banheiro quando solicitar. Explicar que o quadro não é voluntário, principalmente nos casos de incontinência fecal.
  1.  Mudança de hábitos: quando possível, as frutas devem ser consumidas com casca e bagaço; o farelo e os cereais integrais podem ser utilizados no preparo de massas, tortas, pães, bolos e farofas (na proporção de 30%), legumes coloridos, diariamente, preferindo os que se comem com casca e semente. Verduras diariamente. Não fazer restrições alimentares. A dieta da criança deve ser liberada, apenas deve-se ter equilíbrio.

De acordo com a sua ação estimuladora sobre o peristaltismo intestinal, os alimentos podem ser assim classificados:

INTENSA (LAXANTES) – abóbora (moranga), acelga, aipo, alcachofra (folha), almeirão, alface, aipo, agrião, alcaparra, aspargo (inteiro), caruru, chicória, cebola, couve, erva-doce, espinafre, ervilha, feijões, jiló, lentilha, pimentão, pepino, quiabo, rúcula, repolho, rabanete, salsinha, tomate, vagem; abacaxi, ameixa, abacate, azeitona, coco, cidra, figo, jaca, jabuticaba, laranja, mamão, melancia, melão, manga, romã, sapoti, tâmara, uva; aveia, centeio, cevada, farelo de aveia, germe de trigo, linhaça (sementes), milho (espiga, farelo, grão), pães e biscoitos integrais; creme de leite, iogurte, leite, manteiga; carnes vermelhas; chocolate (puro ou adicionado em alimentos), condimentos, doces concentrados e sorvetes.Captura-de-ecrã-2015-10-24-às-16.24.02

MODERADA – alcachofra (polpa), alho, beterraba, berinjela, brócolis, cenoura crua, couve-flor, grão-de-bico (sem casca), nabo, tomate (sem pele e semente), verduras de folha (caldo: alto teor de sais); amora, abio, abricó, caqui, cereja, carambola, damasco, fruta-de-conde, framboesa, frutas em geral (suco coado), goiaba, graviola, jabuticaba (sem casca, sem semente), maracujá (polpa), lima, morango, tangerina, uva (polpa); açúcar, café, mel, milho (fubá); queijo branco, margarina, requeijão, ricota; carnes brancas, ovo, vísceras.

QUASE NULA – aspargo (ponta), abóbora (peneirada), abobrinha (sem casca), batata, cará, cenoura cozida, chuchu, inhame, mandioquinha; banana, caju, goiaba (sem semente e sem casca), limão (suco diluído), maçã (sem casca), pera (sem casca), maracujá (suco); arroz, baunilha, canela, chá, fécula de batata, fermento em pó, gelatina natural, milho (maisena) e tapioca.

OBS.: Se possível, comer alimentos de cada grupo, diariamente:

Grupos              Alimentos ricos em fibras
I Abacaxi, ameixa madura, ameixa preta, caqui, figo, kiwi, laranja (“bagaço”/gomos, suco sem coar), mamão, manga, pera (com casca), melancia, melão, nêspera, pêssego, tangerina, uva (com casca), uva passa.
II Abóbora madura, abobrinha verde (com casca), berinjela, cenoura, chuchu, palmito, quiabo, vagem.
III Acelga, agrião, alface, bertalha, brócolis, couve, couve-flor, ervilha em grão, ervilha verde, espinafre, repolho.
IV Aveia (em flocos ou farinha), arroz integral, farelo de trigo, feijão (com casca), gergelim, germe de trigo, grão de bico, lentilha, milho (cozido, ralado, pipoca), trigo (para quibe).

CONSTIPAÇÃO CRÔNICA EM PEDIATRIA: EXAMES SÃO NECESSÁRIOS?

Dra. Soraia Tahan (Gastroenterologia)

A constipação é uma queixa pediátrica frequente, sendo responsável por 3% das consultas pediátricas e 25% das consultas com pediatra gastroenterologista.

A constipação crônica na infância pode decorrer de várias causas (etiologias), sendo de origem funcional na grande maioria dos pacientes.

A história clínica e o exame físico completo são suficientes para o diagnóstico de constipação funcional na maior parte dos casos.

Existem definições para o diagnóstico de constipação crônica funcional na infância, sendo que os critérios de Roma III são atualmente mundialmente utilizados.

Os critérios de Roma III que definem constipação funcional dividiram o grupo pediátrico em 2 grupos: menores de 4 anos e maiores de 4 anos.

Os critérios considerados são:

  1. duas ou menos evacuações por semana;
  2. pelo menos 1 episódio de incontinência fecal (escape fecal) por semana (após aquisição do controle esfincteriano para menores de 4 anos);
  3. comportamento de retenção;
  4. evacuações com dor ou dificuldade;
  5. presença de grande quantidade de fezes no reto;
  6. eliminação de fezes de grande diâmetro que podem entupir o vaso.

Para preencher o diagnóstico de constipação funcional, os menores de 4 anos devem ter, no mínimo, 2 dos critérios acima descritos no último mês e os maiores de 4 anos devem ter, no mínimo, 2 desses critérios nos últimos 2 meses e não podem preencher o diagnóstico de síndrome do intestino irritável.

Nos casos que preenchem critérios clínicos de diagnóstico de constipação funcional, a realização de exames subsidiários não é necessária.

A realização de exames para investigação de constipação crônica fica reservada a casos que apresentam sinais de alarme que sugerem origem orgânica, especialmente na doença de Hirschsprung, principal diagnóstico diferencial: constipação com início antes de 1 mês de vida, eliminação de mecônio por mais de 48 horas, história familiar de doença de Hirschsprung, fezes em fita, déficit de crescimento, distensão abdominal importante, canal anal hipertônico com ampola retal vazia ao toque, em vigência de massa abdominal palpável, ou fezes explosivas após o toque retal.

Além da doença de Hirschsprung, malformações anorretais e medulares, hipotireoidismo, doença celíaca e alergia à proteína do leite de vaca podem cursar com constipação.

Recentemente, a Sociedade Norte-Americana de Gastroenterologia Pediátrica, Hepatologia e Nutrição (NASPGHAN), juntamente com a Sociedade Europeia de Gastroenterologia Pediátrica, Hepatologia e Nutrição (ESPGHAN), desenvolveu um documento que dispõe sobre recomendações baseadas em evidências científicas para o diagnóstico e o tratamento da constipação crônica funcional em lactentes e crianças. As recomendações são:

  • A radiografia simples de abdome não é útil para o diagnóstico de constipação funcional, exceto nas crianças com suspeita de impactação fecal e cujo exame físico não fornece essa informação ou não pode ser realizado.
  • Testes laboratoriais para hipotireoidismo, doença celíaca e hipercalcemia não são recomendados na ausência de sinais de alarme.
  • O enema baritado não é recomendado como exame inicial para avaliação de crianças com constipação, pois não representa uma alternativa válida à biópsia retal ou à manometria anorretal para excluir doença de Hirschsprung, porém pode ser usado para avaliar a extensão do segmento agangliônico antes da cirurgia.
  • A manometria anorretal não é recomendada como única ferramenta diagnóstica de doença de Hirschsprung em neonatos e lactentes, sendo útil em crianças mais velhas com sintomas que sugerem essa doença, inclusive a ausência de resposta clínica à terapia padrão.
  • A biópsia retal é o padrão-ouro de diagnóstico de doença de Hirschsprung.
  • A ultrassonografia retal não é recomendada para o diagnóstico de constipação funcional.
  • Estudos de trânsito colônico não são recomendados para o diagnóstico de constipação funcional, porém, com base na opinião de especialistas, podem ser úteis para discriminar de constipação funcional com incontinência fecal não retentiva quando o diagnóstico não é claro.

Testes alérgicos não são recomendados para o diagnóstico de alergia ao leite de vaca em crianças com constipação funcional. Porém, com base na opinião de especialistas, a retirada da proteína do leite de vaca pode ser indicada em crianças com constipação intratável. A constipação intratável é definida como a constipação que não responde ao tratamento convencional adequado por, no mínimo, 3 meses.

Para os casos de constipação “intratável”, a manometria anorretal é útil para pesquisar a presença do reflexo inibitório retoanal (RIRA), que quando presente exclui a doença de Hirschsprung.

A manometria colônica é somente indicada para pacientes com constipação refratária antes da intervenção cirúrgica (por exemplo: enemas anterógrados).

A cintilografia colônica e as biópsias colônicas profundas (para diagnóstico de doenças neuromusculares colônicas) não são recomendadas. Só se recomenda a ressonância magnética de coluna se houver evidência de outras anormalidades neurológicas.

Leia mais: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24345831

Comentários pessoais da especialista

As recomendações baseadas em evidências científicas da NASPGHAN e da ESPGHAN para o diagnóstico e o tratamento da constipação crônica em lactentes e crianças visam a auxiliar os profissionais médicos no manejo clínico eficiente de crianças com constipação crônica.

Entretanto, concordo com a menção dos autores no texto de que a diretriz não deve ser considerada como um substituto do julgamento clínico ou como protocolo aplicável a todos os pacientes.

Ressalto ainda que a experiência que temos no Serviço de Manometria Anorretal da UNIFESP difere de uma das recomendações da diretriz. Temos utilizado a manometria anorretal em lactentes como única ferramenta diagnóstica para excluir a doença de Hirschsprung nos pacientes que apresentam reflexo inibitório retoanal no exame.

Referência

Tabbers MM, Di Lorenzo C, Berger MY, Faure C, Langendam MW, Nurko S, Staiano A, Vandenplas Y, Benninga MA. Evaluation and treatment of functional constipation in infants and children: evidence-based recommendations from ESPGHAN and NASPGHAN. J Pediatr Gastroenterol Nutr 2014;58:258-274.

http://www.nestlenutrition.com.br/comentarios-dos-especialistas/detalhe/dra-soraia-tahan/2014/08/15/constipacao-cronica-em-pediatria-exames-sao-necessarios?utm_source=restrospectiva2014&utm_medium=Pediatras&utm_content=gastro&utm_campaign=Email_Mkt&

Banho do bebê: momento especial (atualização)

O banho é um momento especial para pais e filhos. O bebê, quando está na água morninha, relembra as sensações de conforto e proteção vividas no útero.

Para os pais também é uma ótima oportunidade para fortalecer o vínculo com o bebê, acariciando a pele dele, e transformando a higiene diária num gesto de carinho e cuidados realmente efetivos.

O sabonete deve ter ou ser:

  1. testado e aprovado por dermatologistas
  2. pH neutro ou próximo ao fisiológico da pele, entre 5 e 6, para não agredi-la;
  3. possuir umectantes ou emolientes na formulação para, além de limpar, iniciar a hidratação;
  4. ser aprovado em testes clínicos contra irritação ocular;
  5. manter-se estável química e fisicamente.

NO BANHO, SÓ ÁGUA BASTA PARA LIMPAR O BEBÊ

Errado

Essa questão já foi polêmica. Hoje existe um consenso científico sobre o tema. “Está provado que a água elimina apenas 65% da sujidade do corpo”, afirma Mario Cezar Pires, dermatologista e Chefe do Setor de Diagnóstico e Terapêutica do Serviço de Dermatologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo.

A água é capaz de remover somente as impurezas hidrossolúveis. Quanto às lipossolúveis, precisam do sabonete para serem eliminadas. Além disso, não há garantia de que sem um sabonete restos fecais e restos de alimentos, por exemplo, sejam extraídos da pele.

SABONETE INFANTIL NÃO AGRIDE A PELE DO BEBÊ

Correto

Assim como a medicina, as indústrias da higiene também evoluíram, encontrando formulações mais suaves, seguras e eficazes para a pele do bebê.

Pesquisas e investimentos tecnológicos nos permitiram desenvolver itens com grau máximo de segurança. Isso significa que quando alcançamos margem confiável de toxidade para um produto, aumentamos esse nível em 100 vezes se ele for destinado ao bebê.

BEBÊS PODEM USAR XAMPU E CONDICIONADOR

Correto

O couro cabeludo e o cabelo do bebê retêm suor, células mortas, sebinhos, poluição, ácaros etc. Se o bebê for carequinha, o sabonete infantil pode higienizar essa área. Já se o pequeno tiver cabelo, xampu e condicionador são os mais adequados para uma limpeza completa, que irá facilitar o ato de pentear, evitando inclusive que os fios embaracem. Além disso, xampu e condicionador deixam um cheirinho agradável de banho na criança.

PLANTÃO DE DÚVIDAS

  • Meu bebê parece sempre tão limpinho. O sabonete é realmente necessário?
  • Se pudéssemos colocar uma lente de aumento na pele do bebê encontraríamos células mortas, suor, poluição, bactérias, ácaros entre outros microorganismos. Por ter um metabolismo acelerado, o bebê pode até descamar e transpirar mais do que o adulto. Portanto, o banho é necessário assim como o uso do sabonete, que elimina resíduos que não se desfazem em água.
  • Por que o bebê não pode usar os mesmos produtos que os pais no banho?
  • Quando um item de higiene para adultos é usado no bebê é muito possível que a pele dele seja desestabilizada, havendo alteração do pH e consequentemente, menor defesa com relação aos fatores externos. Isso deixa o pequeno mais suscetível às doenças de pele. O mérito dos produtos elaborados para bebê é justamente limpar sem retirar a defesa natural do tecido infantil que é naturalmente mais desprotegido.

Fonte: Publicações do I Painel Latino-Americano de Cuidados com a Pele Infantil, fascículos de 1 a 6, realizado em São Paulo, em novembro de 2010, em parceria de Johnson & Johnson com a Sociedade Brasileira de Pediatria, e entrevistas exclusivas com Dr. Mario Cezar Pires, dermatologista que participou do Painel, mestre e doutor em Clínica Médica e Chefe do Setor de Diagnóstico e Terapêutica do Serviço de Dermatologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e diretor da gerência de formação e aprimoramento do Hospital Padre Bento, e com Nilo Cobeiros, diretor científico de Pesquisas e Desenvolvimento da Johnson & Johnson do Brasil. Disponível em: http://www.johnsonsbaby.com.br/pele-do-bebe/um-banho-de-atualiza%C3%A7%C3%A3o

Brinquedos podem causar doenças?

Brinquedos em brinquedotecas como uma fonte de microrganismos patogênicos para as infecções hospitalares

Sonia Regina Testa da Silva Ramos*

Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil

Revista Paulista de Pediatria

“… a brincadeira que é universal e que é própria da saúde: o brincar facilita o crescimento e, portanto, a saúde…” (Winnicott)

As brincadeiras fazem parte da vida da criança, e é por meio delas que, muitas vezes, a criança expressa os sentimentos de forma não verbal. Essa forma de expressão é de muita importância quando submetida a agravos, como a internação hospitalar. Privar a criança de sua linguagem é piorar ainda mais a agressão.

Assim, um espaço adequado para que as brincadeiras aconteçam dentro do ambiente hospitalar é altamente recomendado. No Brasil, desde 2005, os hospitais que prestam atendimento pediátrico estão obrigados por lei a contar com brinquedotecas.1

Se, por um lado, a brinquedoteca proporciona um local para a criança manifestar seus sentimentos durante a internação e minimizar o sofrimento, sendo um dos locais do hospital lembrados com alegria, por outro, o convívio próximo e o contato com brinquedos manipulados por outras crianças podem facilitar a aquisição de infecções. Infelizmente, pode ocorrer a contaminação dos brinquedos, e surtos de infecções hospitalares já foram atribuídos a eles.24

As crianças apresentam algumas peculiaridades que as predispõem aos processos infecciosos, como a imaturidade imunológica, a falta de contato anterior com patógenos, a falta de controle esfincteriano nas crianças de baixa idade e a fase oral do desenvolvimento. Soma-se a isso a interação muito próxima com os membros da equipe de saúde e familiares e, portanto, maior contato com mãos e utensílios potencialmente contaminados. Também as causas infecciosas grande parte das vezes predominam nas internações pediátricas.5

Embora a maior vulnerabilidade da criança e a exposição a patógenos sejam bem conhecidas, o papel das superfícies e, particularmente, dos brinquedos tem tido pouca atenção por parte das equipes de controle de infecção hospitalar e de pesquisa, e é tida como prioritária.6,7

Boretti et al,8, em artigo publicado nesta edição da revista, mostram que microrganismos do gênero Staphylococcus, tanto coagulase negativos como positivos, com resistência elevada aos antimicrobianos habitualmente utilizados no tratamento de pacientes internados, estavam presentes em 87% dos brinquedos que analisaram logo após a manipulação pela criança. Tem o mérito de mostrar que a contaminação é elevada por microrganismos resistentes e que em alguns materiais, como plásticos e borracha, a contaminação é mais intensa.

Algumas limitações podem ser apontadas e podem servir para a continuação dessa linha de pesquisa. O desenho do estudo não permite saber quando ocorreu a contaminação, se os brinquedos já estavam contaminados antes da manipulação pela criança. Sabe-se que os estafilococos permanecem muitos dias viáveis em fomites e superfícies.9,10

A origem dos microrganismos também não pode ser analisada, e um fato curioso é o encontro de estafilococos coagulase positivos, como o S. Intermedius, o S. schleiferi e o S. hyicus.5,11 Essas espécies habitualmente são encontradas em animais domésticos, como cães e gatos;5,11 será que a procedência nos brinquedos foi das crianças expostas a animais antes da internação? Ou nesse hospital ocorre a visita terapêutica de animais? A presença dos microrganismos não prova que eles podem infectar os pacientes, mas estudos utilizando tecnologia de biologia molecular poderiam atestar a origem das cepas que infectam os pacientes.5

De qualquer forma, medidas preventivas para evitar a disseminação dos microrganismos devem ser tomadas.

Além das medidas clássicas de limpeza e desinfecção dos brinquedos e, portanto, a escolha de brinquedos laváveis e da higiene das mãos, não se deve esquecer da higiene das mãos das crianças12 e da limpeza e desinfecção dos mobiliários e das superfícies do ambiente.10

Tecnologias inovadoras, como superfícies autodesinfetantes, métodos de cuidados com pouca manipulação, desenho das áreas destinadas à recreação, devem ser pesquisadas em hospitais pediátricos.6,7,10

REFERÊNCIAS

  1. Brasil – Presidência da República. Lei nº 11.104, de 21 de março de 2005. Dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação. Brasília: Casa Civil; 2005. Available from: HYPERLINK “http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11104.htm”www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11104.htmwww.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11104.htm [ Links ]
  2. Avila-Aguero ML, German G, Paris MM, Herrera JF; Safe Toys Study Group. Toys in a pediatric hospital: are they a bacterial source? Am J Infect Control 2004;32:287-90. [ Links]
  3. Freitas AP, Silva MC, Carvalho TC, Pedigone MA, Martins CH. Brinquedos em uma brinquedoteca: um perigo real? Rev Bras Anal Clin 2007;39:291-4. [ Links]
  4. Merriman E, Corwin P, Ikram R. Toys are a potential source of cross-infection in general practitioners’ waiting rooms. Br J Gen Pract 2002;52:138-40. [ Links]
  5. Safdar N, Anderson DJ, Braun BI, Carling P, Cohen S, Donskey C et al. The evolving landscape of healthcare-associated infections: recent advances in prevention and a road map for research 2014;35:480-93. [ Links]
  6. Cardoso MF. Humanização. In: Ramalho MO, Costa SF, editor. Como instruir um programa de controle de infecção hospitalar. São Paulo: APECIH; 2007. p. 193-206. [ Links]
  7. Boretti VS, Corrêa RN, Santos SS, Leão MV, Silva CR. Sensitivity profile of Staphylococcus spp. and Streptococcus spp. Isolated from toys used in a teaching hospital playroom. Rev Paul Pediatr 2014;32:151-6. [ Links]
  8. Desai R, Pannaraj PS, Agopian J, Sugar CA, Liu GY, Miller LG. Survival and transmission of community-associated methicillinresistant Staphylococcus aureus from fomites. Am J Infect Control 2011;39:219-25. [ Links]
  9. Weber DJ, Rutala WA. Understanding and preventing transmission of healthcare-associated pathogens due to the contaminated hospital environment. Infect Control Hosp Epidemiol 2011;32:687-99. [ Links]
  10. Kelesidis T, Tsiodras S. Staphylococcus intermedius is not only a zoonotic pathogen, but may also cause skin abscesses in humans after exposure to saliva. Int J Infect Dis 2010;e838-41. [ Links]
  11. Loeffler A, Lloyd DH. Companion animals: a reservoir for methicillin-resistant Staphylococcus aureus in the community? Epidemiol Infect 2010;138:595-605. [ Links]
  12. Randle J, Metcalfe J, Webb H, Luckett JC, Nerlich B, Vaughan N et al. Impact of an educational intervention upon the hand hygiene compliance of children. J Hosp Infect 2013;85:220-5. [ Links]

*Autor para correspondência. E-mailsonia.ramos@hc.fm.usp.br (S.R.T.S. Ramos).

Revista Paulista de Pediatria

versão impressa ISSN 0103-0582

Rev. paul. pediatr. vol.32 no.3 São Paulo set. 2014

http://dx.doi.org/10.1590/0103-0582201432321

BORETTI, Vanessa Stolf et al. Perfil de sensibilidade de Staphylococcus spp. e Streptococcus spp. isolados de brinquedos de brinquedoteca de um hospital de ensino. Rev. paul. pediatr. [online]. 2014, vol.32, n.3, pp. 151-156. ISSN 0103-0582.

Melhores atividades físicas na infância

  1. Qual a idade mínima para a prática de exercícios? Quais as atividades físicas mais indicadas na infância? Como elas devem ser feitas?A atividade física é desejável para o ser humano em todas as idades. Portanto, deve ser estimulada. O lactente deve ter liberdade para se mover de acordo com o seu nível de desenvolvimento.25--2--PiramideAtividadeFisicaA partir dos 6 meses já existem exercícios que estimulam o desenvolvimento; um cercado permite à criança observar o ambiente, brincar e se apoiar para ficar de pé.

A partir dos 10 meses a criança deve ter espaço para engatinhar e depois começar a andar com apoio; na criança de 1-3 anos, a atividade física deve ser estimulada.

No pré-escolar de 4 a 7 anos são atividades indicadas: andar, correr, pular, subir, nadar. Isso pode ser feito através de jogos que visam aperfeiçoar a coordenação motora.06_ginastica_kids_estudio_1286207116

Direcionar já para um esporte pode privar o desenvolvimento de certos grupos musculares. A atividade física desenvolve a força muscular, flexibilidade e resistência, aperfeiçoa a coordenação motora, estimula o metabolismo ósseo, aumenta a capacidade respiratória e cardíaca, melhora o humor e o apetite, mas previne a obesidade e, a longo prazo, diminui os riscos de hipertensão, diabetes e cardiopatias isquêmicas.

2. Em quais casos a atividade física não é recomendada para crianças? Existe contraindicação?

A princípio, não há contraindicação para a atividade física. É importante adaptar à etapa do desenvolvimento e às condições de cada criança, evitando os exercícios de força e aqueles que levam à hipertrofia da massa muscular, pois os músculos enrijecidos “opõem-se ao crescimento ósseo”.

A natação (excelente atividade física) pode não ser indicada, temporariamente, para crianças com rinite-sinusite crônica, por exemplo.images9

3. Qual é a diferença entre atividade física e esporte? 

Entende-se por esporte a atividade física que está associada à competição e visa resultados.

O esporte é importante na formação do caráter porque desenvolve a sociabilidade (função do conjunto), respeito às regras (limites), empenho (essencial para o sucesso) e o modo de lidar com a vitória e a derrota.

Por outro lado, acarreta riscos de lesões físicas (luxação, fratura, rompimento de ligamentos, entorses), desidratação (pelo calor) e sobrecarga psicológica (conflito emocional).

Entre 8 e 11 anos já se pode indicar um esporte favorito sem dar ênfase no aspecto competitivo. Trata-se de uma associação de ginástica e jogos.

A partir dos 12 anos já se pode iniciar treinamento visando resultados.

É importante respeitar a maturidade biológica da criança e evitar sobrecarga nos exercícios. Cumpre advertir que nesta faixa etária existem grandes diferenças de maturação entre crianças da mesma idade. Por isso é preciso identificar o ritmo de crescimento e de maturidade pubertária não levando em conta apenas a idade cronológica (a idade óssea pode ser um dado de orientação).

4. Qual deve ser a participação dos pais em relação à prática da atividade física? 

Cabe aos pais estimular essa prática. Estimular não significa fazer cobranças excessivas as quais podem associar a ideia de derrota com fracasso, provocar aversão ao esporte quando adulto e até causar transtornos de caráter.

5. Quais os cuidados que os profissionais devem ter nas aulas?

Se aos pais cabe encorajar e estimular, ao técnico e professor cabe controlar a intensidade do treinamento levando em conta a idade adequada (individualizar e não se basear apenas na idade cronológica), o sexo, introdução gradativa, aumento gradual sem forçar, acompanhar o desenvolvimento, evitar cobrança excessiva de resultados.

A criança deve ter o direito de não ser um campeão.

Atividade física programada deve ser idealmente realizada 5 vezes por semana, no mínimo 3 dias. Cerca de 150 minutos por semana, com orientação profissional.

Em alguns adolescentes maiores, a musculação poderia ser iniciada desde que com cargas baixas com muitas repetições para um bom condicionamento.

Cabe aos técnicos estimular uma alimentação adequada (orientada pelo médico) e advertir que os suplementos alimentares hoje tão em voga não tem eficácia comprovada e que os anabolizantes são prejudiciais à saúde.

O treinador deve aproveitar sua respeitada posição para doutrinar as crianças contra o fumo, bebida e drogas.

6. Qual é objetivo final da atividade física/esporte na criança?

O esporte pode e deve ser um aliado da saúde da criança.

Para isso é necessário que pais e técnicos se conscientizem que a criança não é um adulto em miniatura e que a meta é a manutenção da atividade física para toda a vida e não um “transitório pequeno grande atleta”.

O incentivo dos pais é imprescindível, o que não é absolutamente sinônimo de cobranças irrealistas. Pais, treinador e médico devem formar uma equipe para atingir o objetivo final: atitude correta em relação à atividade física para toda a vida no contexto de uma vida saudável.

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Idade Esporte na Criança X Idade
1-2-3 anos A atividade física deve ser iniciada o quanto antes
4-5-6-7 anos Correr, pular, gritar, andar, subir, cair são algumas das atividades indicadas Direcionar para um esporte pode privar o desenvolvimento de certos grupos musculares
8-9-10-11 anos Indicar um esporte favorito
Evitar competições para impedir o “conflito emocional”
12-13-14 anos Início de treinamento visando resultados
Respeitar a maturidade biológica da criança e evitar sobrecarga nos exercícios

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Mickey Exercícios: Episodio 1

Segurança em casa: dicas de especialistas para evitar os acidentes domésticos mais comuns

Princípios gerais para todos os ambientes:

  • Proteger janelas com grade de proteção.
  • Trocar urgentemente vidros quebrados ou rachados.
  • Cuidado com piso molhado, escorregadio, quebrados ou soltos.
  • Tapetes antiderrapantes ou fixados no chão, sem bordas reviradas.
  • As tomadas elétricas devem ter proteção.
  • Não pode haver fios elétricos com revestimento descascado ou rachado.
  • Os fios dos aparelhos eletroeletrônicos devem possuir dimensões apenas suficientes para alcançar as tomadas e ser de difícil acesso.
  • Nunca ligar dois ou mais aparelhos numa mesma tomada.
  • Os acessos à escada e à cozinha devem, preferencialmente, ser protegidos com portões.
  • A chave elétrica geral deve estar em local de difícil acesso, mas deve ser facilmente manejada.
  • Os sacos plásticos não podem ser acessíveis às crianças.
  • Nunca manter móvel (mesa, cadeira, sofá, banco) embaixo da janela.
  • Todos os produtos tóxicos (medicamentos, produtos de limpeza, tintas, detergentes) devem ser guardados nos recipientes originais, em armários trancados.
  • Evitar objetos com partes pequenas (menores de 2 cm de diâmetro), brinquedos, balões, sacos plásticos, que podem constituir risco de sufocação.
  • Se possível, não manter armas de fogo em casa. Caso seja extremamente necessário, guardar em local de difícil acesso e trancado a chave.
  • Prepare-se para agir rapidamente e saber o que fazer em caso de acidente.
  • Caso seja possível, ter um extintor de incêndio sempre pronto para uso e em local acessível.
  • Aconselha-se que as escadas possuam corrimão, piso antiderrapante e sejam bem iluminadas. Se possível, destacar com fitas ou cor diferente as bordas dos degraus. Além disso, deve ser bem nivelada e não pode possuir vãos.
  • Evitar sempre o uso de extensões e benjamins.
  • Tenha os números dos telefones do SAMU (192) e do CIT (0800-721-3000) anotados em lugares de fácil acesso.

 Cozinha

  • Ter, se possível, gavetas com travas para guardar facas, produtos de limpeza e outros materiais.
  • Guardar facas com corte virado para baixo.
  • Panelas no fogão, nas bocas de trás e cabo virado para dentro do fogão.
  • Fogão firmemente preso e em posição estável.
  • Prateleiras altas com produtos de limpeza, inseticidas.
  • Separação de produtos gerais e alimentos, verificando sempre a data de vencimento antes do uso.
  • Mesa com toalha sem sobras nas pontas.
  • Botijão de gás fora da cozinha.
  • Não deixar fósforos, isqueiros e acendedores.

 Quarto das crianças

 Guardar brinquedos em caixas ou local que possa ser fechado

  • Não deixar objetos espalhados no chão
  • Não manter móveis perto da janela
  • Preferir camas a beliches. Caso seja necessária a utilização da última, deve ter grade de proteção.
  • Evitar brinquedos e enfeites que possam desprender pequenas peças ou que sejam frágeis
  • Verificar estabilidade da cama e dos móveis, periodicamente.

Quarto de bebê

  • Berços com espaço pequeno entre as grades, de forma a não possibilitar a passagem da cabeça, braços ou pés do bebê.
  • Não deixar almofadas, brinquedos ou outros objetos dentro do berço.images6
  • Verificar estabilidade do berço e dos móveis, regularmente.
  • Tomar cuidado com os objetos ao redor do berço e verificar se não há possibilidade de o bebê alcançá-lo.

Prevenção