O que Albert Einstein, John Lennon, Leonardo da Vinci, Steven Spielberg, Graham Bell, George Washington, Henry Ford, John F. Kennedy, Thomas Edison, Tom Cruise, Agatha Christie, Walt Disney e Winston Churchill têm em comum?
Entender como aprendemos e o porquê de muitas pessoas inteligentes experimentarem dificuldades paralelas em seu aprendizado é desafio que a Ciência vem desvendando em mais de 130 anos de pesquisas.
O apoio da ressonância magnética funcional e as conquistas dos últimos dez anos têm trazido respostas significativas.
A sua complexidade está diretamente vinculada ao entendimento do ser humano: de quem somos; do que é “memória e pensamento”, “pensamento e linguagem”; de como aprendemos e do porquê podemos encontrar facilidades (até) geniais, mescladas de dificuldades (até básicas) em nosso processo individual de aprendizado.
Um grande problema está no conceito arcaico de que: “quem é bom, é bom em tudo”. Isto é, a pessoa, porque inteligente, tem que saber tudo e ser habilidosa em tudo o que faz.
Posição equivocada que Howard Gardner aprofundou em seus estudos registrados, especialmente, em sua obra “Inteligências Múltiplas”, que ele transformou em pesquisa cientificamente comprovada e que o alçou à posição de um dos maiores educadores de todos os tempos.
Durante esse longo período de pesquisas que transcende gerações, o desencontro de opiniões sobre o que é dislexia redundou em mais de cem nomes para designar essas dificuldades específicas de aprendizado, e em cerca de 40 definições, sem que nenhuma delas tenha sido universalmente aceita.
Recentemente, porém, no entrelaçamento de descobertas realizadas por diferentes áreas relacionadas aos campos da Educação e da Saúde, foram surgindo respostas importantes e conclusivas, como:
- dislexia tem base neurológica e que existe uma incidência expressiva de fator genético em suas causas, transmitido por um gene de uma pequena ramificação do cromossomo # 6 que, por ser dominante, torna-a hereditária, justificando que se repita nas mesmas famílias;
- que o disléxico tem mais desenvolvida área específica de seu hemisfério cerebral lateral-direito do que leitores normais. Condição que, segundo estudiosos, justificaria seus “dons” como expressão significativa desse potencial, que está relacionado à sensibilidade, artes, atletismo, mecânica, visualização em 3 dimensões, criatividade na solução de problemas e habilidades intuitivas;
- que, embora existindo disléxicos ganhadores de medalha olímpica em esportes, a maioria deles apresenta imaturidade psicomotora ou conflito em sua dominância e colaboração hemisférica cerebral direita-esquerda. Uma de nossas mentes mais brilhantes e criativas declarou: “Não sei por que, mas quem me conhece sabe que não tenho domínio motor que me dê a capacidade de, por exemplo, apertar um simples parafuso”;
- que, com a conquista científica de uma avaliação mais clara da dinâmica de comando cerebral em dislexia, pesquisadores da equipe da Dra. Sally Shaywitz, da Yale University, anunciaram, recentemente, uma significativa descoberta neurofisiológica, que justifica ser a falta de consciência fonológica do disléxico, a determinante mais forte da probabilidade de sua falência no aprendizado da leitura;
- que o Dr. Breitmeyer descobriu que há dois mecanismos inter-relacionados no ato de ler: o mecanismo de fixação visual e o mecanismo de transição ocular que, mais tarde, foram estudados pelo Dr. William Lovegrove e seus colaboradores, e demonstraram que crianças disléxicas e não-disléxicas não apresentaram diferença na fixação visual ao ler.
- Mas que os disléxicos, porém, encontraram dificuldades significativas em seu mecanismo de transição no correr dos olhos, em seu ato de mudança de foco de uma sílaba à seguinte, fazendo com que a palavra passasse a ser percebida, visualmente, como se estivesse borrada, com traçado carregado e sobreposto. Sensação que dificultava a discriminação visual das letras que formavam a palavra escrita. Como bem figura uma educadora e especialista alemã, “… É como se as palavras dançassem e pulassem diante dos olhos do disléxico”.
A dificuldade de conhecimento e de definição do que é dislexia faz com que se tenha criado um mundo tão diversificado de informações. A mídia, nas poucas vezes em que aborda esse problema, somente o faz de maneira parcial, quando não de forma inadequada e fora do contexto global das descobertas atuais da Ciência.
Dislexia é causa ainda ignorada de evasão escolar em nosso país, e uma das causas do chamado “analfabetismo funcional” que, por permanecer envolta no desconhecimento, na desinformação ou na informação imprecisa, não é considerada como desencadeante de insucessos no aprendizado.
Hoje, os mais abrangentes e sérios estudos a respeito desse assunto, registram 20% da população americana como disléxica, com a observação adicional: “existem muitos disléxicos não diagnosticados em nosso país”. Para sublinhar, de cada 10 alunos em sala de aula, 2 são disléxicos, com algum grau significativo de dificuldades. Graus leves, embora importantes, não costumam sequer ser considerados.
Também para realçar a grande importância da posição do disléxico em sala de aula cabe, além de considerar o seríssimo problema da violência infanto-juvenil, citar o lamentável fenômeno do suicídio de crianças que, nos USA, traz o grave registro de que 40 (quarenta) crianças se suicidam todos os dias, naquele país. E que dificuldades na escola e decepção que eles não gostariam de dar a seus pais estão citadas entre as causas determinantes dessa tragédia.
Ainda é de extrema relevância considerar estudos americanos, que provam ser de 70% a 80% o número de jovens delinquentes nos USA, que apresentam algum tipo de dificuldade de aprendizado. Também é comum que crimes violentos sejam praticados por pessoas que têm dificuldades para ler. Quando, na prisão, eles aprendem a ler, seu nível de agressividade diminui consideravelmente.
O Dr. Norman Geschwind, M.D., professor de Neurologia da Harvard Medical School, professor de Psicologia do MIT (Massachussets Institute of Tecnology), diretor da Unidade de Neurologia do Beth Israel Hospital, em Boston, MA, pesquisador perseverante que assumiu a direção da pesquisa neurológica em dislexia afirma que a falta de consenso no entendimento do que é dislexia, começou a partir da decodificação do termo criado para nomear essas específicas dificuldades de aprendizado; que foi elegido o significado latino dys, como dificuldade; e lexia, como palavra.
Mas que é na decodificação do sentido da derivação grega de Dislexia que está a significação intrínseca do termo: dys, significando imperfeito como disfunção, isto é, uma função anormal ou prejudicada; e lexia que, do grego, dá significação mais ampla ao termo palavra, isto é, como Linguagem em seu sentido abrangente.
É preciso um olhar humano, lógico e lúcido para o entendimento maior do que é dislexia.
Dislexia é uma específica dificuldade de aprendizado da linguagem: em leitura, soletração, escrita, em linguagem expressiva ou receptiva, em razão e cálculos matemáticos, como na linguagem corporal e social. Não tem como causa falta de interesse, de motivação, de esforço ou de vontade, como nada tem a ver com acuidade visual ou auditiva como causa primária. Dificuldades no aprendizado da leitura, em diferentes graus, é característica evidenciada em cerca de 80% dos disléxicos.
Outros casos conhecidos de dislexia:
Agatha Christie
Albert Einstein
Alexander Graham Bell
Alyssa Milano
Anderson Cooper
Anthony Hopkins
Billy Blanks
Bruce Jenner
Cher
Christopher Knight
Craig McCaw
Danny Glover
Dave Foley
David Koresh
Eddie Izzard
Erin Brockovich
George Burns
George H.W. Bush
George W. Bush
George Washington
Greg Louganis
Guy Ritchie
Harrison Ford
Harry Anderson
Henry Ford
Henry Winkler
James Van Der Beek
Jamie Oliver
Jay Leno
Jewel
John F. Kennedy
John Lennon
John T. Chambers
Keanu Reeves
Keira Knightley
Laura Flynn Boyle
Leonardo da Vinci
Liv Tyler
Magic Johnson
Muhammad Ali
Neil Bush
Noel Gallagher
Orlando Bloom
Ozzy Osbourne
Pablo Picasso
Patrick Dempsey
Richard Branson
Robbie Williams
Robin Williams
Salma Hayek
Scott Adams
Steven Spielberg
Suzanne Somers
Tawny Kitaen
Ted Turner
Thomas Edison
Thomas Jefferson
Tim Armstrong
Tom Cruise
Tommy Hilfiger
Tracey Gold
Vince McMahon
Vince Neil
Walt Disney
Whoopi Goldberg
William Hewlett
Winston Churchill
Woodrow Wilson
Woody Harrelson
Dislexia, antes de qualquer definição, é um jeito de ser e de aprender; reflete a expressão individual de uma mente, muitas vezes genial, mas que aprende de maneira diferente.
Outras “definições controversas”:
Disgrafia é uma inabilidade ou atraso no desenvolvimento da Linguagem Escrita, especialmente da escrita cursiva. Escrever com máquina datilográfica ou com o computador pode ser muito mais fácil para o disléxico. Na escrita manual, as letras podem ser mal grafadas, borradas ou incompletas, com tendência à escrita em letra de forma. Os erros ortográficos, inversões de letras, sílabas e números e a falta ou troca de letras e números ficam caracterizados com muita frequência.
Discalculia – as dificuldades com a Linguagem Matemática são muito variadas em seus diferentes níveis e complexas em sua origem. Podem evidenciar-se já no aprendizado aritmético básico como, mais tarde, na elaboração do pensamento matemático mais avançado. Embora essas dificuldades possam manifestar-se sem nenhuma inabilidade em leitura, há outras que são decorrentes do processamento lógico-matemático da linguagem lida ou ouvida. Também existem dificuldades advindas da imprecisa percepção de tempo e espaço, como na apreensão e no processamento de fatos matemáticos, em sua devida ordem.
Deficiência de atenção – é a dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenção em objetivo central, para discriminar, compreender e assimilar o foco central de um estímulo. Esse estado de concentração é fundamental para que, através do discernimento e da elaboração do ensino, possa completar-se a fixação do aprendizado. A Deficiência de Atenção pode manifestar-se isoladamente ou associada a uma Linguagem Corporal que caracteriza a Hiperatividade ou, opostamente, a Hipoatividade.
Hiperatividade – refere-se à atividade psicomotora excessiva, com padrões diferenciais de sintomas: o jovem ou a criança hiperativa com comportamento impulsivo é aquela que fala sem parar e nunca espera por nada; não consegue esperar por sua vez, interrompendo e atropelando tudo e todos. Porque age sem pensar e sem medir consequências, está sempre envolvida em pequenos acidentes, com escoriações, hematomas, cortes. Um segundo tipo de hiperatividade tem como características mais pronunciadas sintomas de dificuldades de foco de atenção. É uma superestimulação nervosa que leva a pessoa a passar de um estímulo a outro, não conseguindo focar a atenção em um único tópico. Assim, dá a falsa impressão de que é desligada. Mas, ao contrário, é por estar ligada em tudo, ao mesmo tempo, que não consegue concentrar-se em um único estímulo, ignorando outros.
Hipoatividade – caracteriza-se por um nível baixo de atividade psicomotora, com reação lenta a qualquer estímulo. Trata-se daquela criança chamada “boazinha”, que parece estar sempre no “mundo da lua”, “sonhando acordada”. Comumente, o hipoativo tem memória pobre e comportamento vago, pouca interação social e quase não se envolve com seus colegas.
Referências
http://www.dislexia.com.br/
http://www.portaleducacao.com.br/Artigo/Imprimir/26858
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