Arquivo da categoria: Comportamento

Comportamento

Mortes de crianças por acidentes com eletricidade aumentam mais de 50% no Brasil

32 crianças de até 5 anos morreram por causa de choques elétricos no país em 2015

I6pmcUk

A curiosidade indiscriminada das crianças pode levá-las a algumas situações perigosas principalmente perto de objetos relacionados à eletricidade como fios, cabos e tomadas.

Óbitos

Em 2015, 32 crianças brasileiras de 0 a 5 anos foram vítimas fatais de acidentes envolvendo eletricidade, de acordo com um levantamento da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel).segurana-no-lar-5-728

O número representa um aumento de mais de 50% em relação a 2014, quando 20 mortes por choque elétrico nessa faixa etária foram registradas.

No geral, porém, os acidentes fatais ligados a eletricidade diminuíram. Em 2014, foram 627 e em 2015, 590, o que ressalta a necessidade de voltar a atenção para a prevenção com as crianças.

aula-primeiros-socorros-eletricistas-8-728

Perigo dentro de casa

Dos 32 acidentes fatais com crianças de até 5 anos, 28 aconteceram no ambiente doméstico e apenas 4 na rua, com a criança entrando em contato com fio partido ou poste energizado.

Dentro de casa, os maiores perigos são tomadas sem proteção, fios desencapados e benjamins (Ts).

Para o engenheiro eletricista Hilton Moreno, consultor do Programa Casa Segura e do Procobre, uma das melhores maneiras de proteger os pequenos contra choques elétricos é explicar a eles sobre os riscos da eletricidade e garantir que a casa seja um ambiente seguro.

ref_eletricidade_perigo1

“Os pais devem estar atentos para não colocar coisas atraentes para crianças, como cestas de brinquedos, perto de tomadas”, afirma. “Além disso, vale comprar aqueles protetores de plástico e instalar um DR, Dispositivo Diferencial Residual, no quadro de eletricidade”.

O DR é um dispositivo de instalação obrigatório, segundo normas da ABNT, que desliga a energia em 20 milissegundos quando é detectada uma corrente de fuga à terra, uma espécie de “vazamento” da corrente elétrica.

Dessa maneira, é possível evitar que a tomada dê choques elétricos capazes de provocar paralisia ou queimaduras.df1764c19c284b3b47de3e3f5adb16dc

Cuidado com os fios

Os pais também devem ficar atentos aos fios, pois, além de apresentarem perigo de enforcamento, podem dar choques. “Quando o fio fica exposto, como no caso de uma extensão, ou gambiarra, ele vai se desgastando com o tempo”, explica Hilton.

“É como um cano de água que vai ficando cheio de furinhos, só que, em vez de escapar água, escapa eletricidade. Por isso, é sempre importante manter os fios fora do alcance de crianças, que podem até mordê-los”.

Outra recomendação de Hilton é tirar da tomada todos os aparelhos eletrônicos em caso de tempestade, já que eles podem sofrer sobrecarga.

Riscos de explosão e incêndio

Dependendo da descarga elétrica, os objetos podem até explodir e provocar incêndios, que também são causa de fatalidades. Em 2015, 174 incêndios domésticos relacionados a eletricidade (curto circuito, aquecimento dos fios, etc) foram registrados e fizeram 31 vítimas fatais, de acordo com dados da Abracopel.

images2

Benjamim

Nos incêndios domésticos, o benjamim é um dos principais vilões. Ele permite que vários aparelhos funcionem na mesma tomada, mas pode aquecer a ponto de iniciar um incêndio quando utilizado de forma incorreta.

De acordo com o engenheiro eletricista, os benjamins foram feitos para serem usados em eletrônicos, nunca em eletrodomésticos como o chuveiro, a geladeira e o fogão, que têm uma grande demanda de energia.

“Uma boa maneira de perceber se o benjamim não está sobrecarregado é colocar a mão sobre ele quando os aparelhos estiverem em funcionamento”, afirma Hilton. “Se você conseguir ficar com a mão ali por um período indeterminado, tudo bem. Agora, se estiver tão quente a ponto de você só conseguir mantê-la por alguns instantes, é sinal de sobrecarga, e os aparelhos devem ser desligados imediatamente”.

Primeiros socorros

choque-vassoura

Se mesmo depois de tomar todas as precauções, algum membro da família tomar um choque, a primeira providência é correr até o quadro geral e desligar a energia da casa.

Se não for possível, interrompa o contato da vítima com a corrente elétrica usando algum material isolante como um pedaço de pau ou um chinelo de borracha.
choque-eltrico-5-638
O pediatra Renato Mikio Moriya, membro do Departamento Científico de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria, ressalta que a primeira atitude deve ser ligar para um serviço de emergência, mas, enquanto ele não chega, existem alguns primeiros socorros que podem ser executados.

5506111

“Se você perceber que alguma parte do corpo da vítima tem queimaduras resfrie somente com água fria abundante e panos molhados”, afirma.

Caso a pessoa esteja inconsciente, aproxime o ouvido da sua boca e observe o movimento do tórax. Verifique também se ela teve parada cardíaca, sentindo a pulsação nos punhos, pescoço ou virilha.

Ressuscitação cardiopulmonar

Nos casos, em que não há pulso, se possível, faça manobras de ressuscitação cardiopulmonar, compostas por ciclos de 30 compressões cardíacas e duas respirações, até a chegada do socorro.

http://revistacrescer.globo.com/Criancas/Seguranca/noticia/2016/03/mortes-de-criancas-por-acidentes-com-eletricidade-aumentam-mais-de-50-no-brasil.html

Dores abdominais (de repetição) em escolares

Consenso_DOR_Ab_Recorrente-1A

A dor abdominal é um problema comum em escolares.

O que é D.A.R.?

Presença de, pelo menos, três episódios de dor suficientemente fortes para interferir nas atividades habituais da criança por um período mínimo de três meses.

Aproximadamente 10% dos escolares apresentam episódios de dores abdominais recorrentes (DAR).

Principais causas

Várias causas orgânicas estão relacionadas à dor abdominal, sendo que, em muitos casos, a fisiopatologia é relacionada a processos infecciosos (por exemplo, infecção do trato urinário), inflamatórios (doença de Crohn) ou distensão/obstrução de vísceras ocas. Doenças parasitárias e constipação também devem ser consideradas.tabela-268-1

Por que “funcional”?

Muitas doenças podem causar DAR. Na prática clínica, a maioria das crianças e adolescentes não tem evidência de doença e apresenta o que se chama “dor abdominal funcional”.

A dor abdominal funcional é a maior causa de dor abdominal crônica na infância e adolescência.

75f1

De acordo com os critérios de Roma III para dor abdominal, os distúrbios gastrintestinais funcionais requerem sintomas por (pelo menos) dois meses, sem a presença de sinais de alarme, assim como exame físico normal e pesquisa de sangue oculto negativa.

“Mecanismos” (Fisiopatologia)

A fisiopatologia envolve uma interação entre os fatores regulatórios dos sistemas entérico e nervoso central e pode estar associada à hiperalgesia visceral, redução do limiar da dor, dor referida após a distensão retal, ou a um relaxamento inadequado gástrico pós-prandial.

a09fig1

DGIF

Pacientes com distúrbios gastrintestinais funcionais (DGIF) podem apresentar sintomas semelhantes, porém com diferentes causas. Desta forma, o manejo deverá ser individualizado de acordo com o comportamento da criança e da família, assim como dos gatilhos e sintomas envolvidos.

A dor é real!

O esclarecimento à família de que a dor é real e que tem afetado as atividades da criança é fundamental, além de enfatizar que esta pode ser desencadeada por fatores ambientais e psicossociais.

Faz-se necessário investir em modificações comportamentais, com a finalidade de aumentar a tolerância da dor, reduzir a ansiedade e adquirir habilidade em enfrentar a dor através de técnicas de relaxamento e distração.

s1a08t01

Melhores resultados com a terapia cognitiva comportamental

Alguns estudos randomizados comprovam que a terapia cognitiva comportamental foi mais efetiva do que a terapia médica convencional em reduzir a frequência e a intensidade da dor.

A identificação do gatilho da dor poderá auxiliar o manejo terapêutico.

Dieta adianta?

Rotineiramente, não há evidências que suportem a efetividade da dieta restritiva em pacientes portadores de DGIF, exceto quando ocorre uma correlação de sintomas com a ingesta de alimentos específicos.467--fodmap

Neste caso, a eliminação deste alimento por um tempo delimitado deverá ser efetuada.

exemplos-FODMAP
Tabela_Fodmaps

A dieta de restrição pode resultar em deficiências nutricionais importantes, com impacto no crescimento e desenvolvimento destes pacientes.

Principais gatilhos alimentares que detonam o quadro

Os principais gatilhos dietéticos incluem: lactose, frutas cítricas, glúten, alimentos gordurosos, bebidas gaseificadas ou cafeinadas, sorbitol e alimentos produtores de gás.List-of-High-FODMAP-Foods-Coconuts-Kettlebells

Este último grupo envolve os FODMAPs, ou seja, carboidratos de cadeia curta (oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e poliois), que são pouco absorvíveis pelo trato gastrintestinal e rapidamente fermentados pelas bactérias do cólon, com consequente produção de gás, aumento da osmolaridade, distensão e dor abdominal.

Há alguma evidência de que uma dieta pobre em FODMAPs pode ser útil em adultos portadores de síndrome do intestino irritável.

low-fodmap-foods-to-enjoy-130425

Entretanto, apesar de promissores, os estudos em crianças e adolescentes não são suficientes para que esta dieta seja recomendada.

paleolowfodmaplist1

Probióticos

Os probióticos podem ser úteis no manejo combinado da dor abdominal funcional, mas seu mecanismo de ação não é claro. Acredita-se que podem diminuir os sintomas gastrintestinais através da restauração do equilíbrio da microbiota intestinal, do reforço da barreira mucosa intestinal ou pela alteração da resposta inflamatória local.

Ação semelhante também é encontrada com a suplementação de fibras solúveis em água.

Revisões da literatura atual evidenciam que os probióticos reduzem a dor e o score de severidade de sintomas comparados com placebo em crianças e adultos portadores de síndrome do intestino irritável.

Objetivo do tratamento

O objetivo do tratamento da dor abdominal funcional da criança e do adolescente é permitir o retorno de suas atividades normais mais que a completa eliminação da dor.

O modelo de cuidado no contexto biopsicossocial é o mais efetivo.

As crianças que desenvolverem qualquer sinal de alarme devem ser submetidas à investigação de doenças orgânicas.dor+abdominal1

dor+abdominal2

Atenção especial deve ser dada às adolescentes com dores abdominais agudas, mesmo não sendo o objetivo desta comunicação:

Mundo-sem-Dor-dor-referida2

6822880093_c570174e59

Passos importantes

Finalmente, alguns passos são úteis para o adequado manuseio das dores recorrentes abdominais:

  1. Explicação para a família, de forma cuidadosa, sobre os conceitos e as razões por trás das investigações. Após a exclusão das causas orgânicas, reassegure ao paciente e à família que não há uma doença séria presente.
  2. Identificação dos sinais de alerta.
  3. Postura de evitar “rótulos psicológicos”, a não ser que as evidências mostrem a presença de psicopatologia.
  4. Permissão (e encorajamento) para a realização das atividades normais.
  5. Atenção para a retirada das atividades. Caso ocorra a interrupção das atividades normais por iniciativa da própria criança, deve-se considerar o encaminhamento psicológico.
  6. Estabelecimento de um acompanhamento regular com retornos periódicos para controle dos sintomas.
  7. Disponibilidade para examinar a criança caso ocorram mudanças no padrão da dor ou no caso de pais muito ansiosos.
  8. Cuidado com a resposta ao placebo.
  9. Evite o diagnóstico imediato baseado em resposta terapêutica.
  10. Abertura para pedidos de segunda opinião.

OBS.: massas intra e retroperitoniais precisam ser investigadas.

tumores_f1

Critérios diagnósticos para dispepsia funcional

Devem ser incluídas as seguintes características:dispep_q1

  1. Dor recorrente ou desconforto no abdome superior (acima do umbigo).
  2. Dor não aliviada pela defecação ou dor associada com uma mudança na frequência de evacuações ou forma das fezes.
  3. Ausência de evidência de um processo inflamatório, anatômico, metabólico ou neoplásico que explique a dor.tumores_t2

Critérios diagnósticos para a síndrome do intestino irritável*

Devem ser incluídas as seguintes características:SII_roma3

  1. Desconforto abdominal (uma sensação desconfortável não descrita como a dor) ou dor associada com dois ou mais dos seguintes casos em pelo menos 25% do tempo:
  2. a) Melhora com a defecação;
  3. b) Início associado com uma mudança na frequência das fezes, e
  4. c) Início associado com alteração na aparência das fezes
  5. Ausência de evidência de um processo inflamatório, anatômico, metabólico ou neoplásico.

* Critérios presentes uma vez por semana por, no mínimo, dois meses antes do diagnóstico,

Critérios diagnósticos para a enxaqueca abdominal †

Devem ser incluídas as seguintes características:

  1. Episódios paroxísticos de dor aguda intensa periumbilical com duração de uma hora ou mais.
  1. Dor intercalada por períodos de saúde com duração usual de semanas a meses.
  2. Dor que interfere nas atividades normais.
  3. Dor associada a 2 ou mais dos seguintes sintomas: anorexia, náuseas, vômitos, dor de cabeça, fotofobia ou palidez.
  1. Ausência de evidência de um processo inflamatório, anatômico, metabólico ou neoplásico.

 Critérios diagnósticos para dor abdominal funcional na infância

Devem ser incluídas as seguintes características:

  1. Dor episódica ou dor abdominal contínua.
  2. Ausência de critérios para outros distúrbios gastrintestinais funcionais.
  3. Ausência de evidências de processo inflamatório, anatômico, metabólico ou neoplásico.

 Deve ser incluída a dor abdominal funcional na infância em pelo menos 25% do tempo e um ou mais dos seguintes:

  1. Perda de funcionamento diário.
  2. Sintomas somáticos adicionais como dor de cabeça, dores nos membros ou dificuldade em dormir.

 Critérios diagnósticos para aerofagia

Devem ser incluídos pelo menos dois dos seguintes:

  1. Ato de engolir ar.
  2. Distensão abdominal devido ao ar intraluminal.
  3. Arrotos repetitivos e/ou aumento de flatos.

Saiba mais:

http://pediatrics.aappublications.org/content/115/3/812.full.pdf+htmlhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4356930/pdf/WJG-21-3072.pdf

Referências Bibliográficas:

1- American Academy of Pediatrics Subcommittee on Chronic Abdominal Pain. Chronic abdominal pain in children. Pediatrics 2005;115:312.
2- Banez GA. Chronic abdominal pain in children: what to do following the medical evaluation. Curr Opin Pediatr 2008; 20:571.
3- Wright NJ, Hammond PJ, Curry JI. Chronic abdominal pain in children: help in spotting the organic diagnosis. Arch Dis Child Educ Pract Ed 2013; 98:321.
4- Biesiekierski JR et al. Gluten Causes Gastrointestinal Symptoms in Subjects Without Celiac Disease: A Double-Blind Randomized Placebo-Controlled Trial. Am J Gastroenterol 2011; 508-14.
5- Biesiekierski JR et al. No effects of gluten in patients with self-reported non-celiac gluten sensitivity after dietary reduction of fermentable, poorly absorbed, short-chain carbohydrates. Am J Gastroenterol 2013;145(2):320-8.
6- Shepherd SJ et al. Short-Chain Carbohydrates and Functional Gastrointestinal Disorders. Am J Gastroenterol 2013; 108:707–17.
7- Chumpitazi BP et al. Gut microbiota influences low fermentable substrate diet efficacy in children with irritable bowel syndrome. Gut Microbes. 2014 Mar 1; 5(2): 165–75 .
8- Korterink JJ et al. Probiotics for childhood functional gastrointestinal disorders: a systematic review and meta-analysis. Acta Paediatr 2014 April;365-72.
9- Chau K et al. Probiotics for infantile colic: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial. J Pediatrics 2015;166:74-8.
10- Sung V et al. Probiotics to Prevent or Treat Excessive Infant Crying Systematic Review and Meta-analysis. JAMA Pediatr. 2013;167(12):1150-7.
11- Didari T et al. Effectiveness of probiotics in irritable bowel syndrome: Updated systematic review with meta-analysis. World J Gastroenterol. 2015 Mar 14; 21(10): 3072–84.
12- Rutten JMTM et al. Pharmacologic Treatment in Pediatric Functional Abdominal Pain Disorders: A Systematic Review. J Pediatrics 2015;424-31.
13- Rutten JMT et al. Gut-directed hypnotherapy for functional abdominal pain or irritable bowel syndrome in children: a systematic review. Arch Dis Child 2013;98:252-7.
14- Rutten JMTM et al.Nonpharmacologic Treatment of Functional Abdominal Pain Disorders: A Systematic Review. Pediatrics 2015, vol135;522-53.

Dra. Adriana Domingues Graziano – Gastroenterologia

https://www.nestlenutrition.com.br/comentarios-dos-especialistas/detalhe/dra-adriana-domingues-graziano/2015/08/06/disturbios-gastrointestinais-funcionais

Sonolência em adolescentes

Fatores que influenciam na sonolência excessiva diurna em adolescentes

 Artigo original publicado no Jornal de Pediatria. Autores: Thiago de Souza Vilela, Lia Rita Azeredo Bittencourt, Sergio Tufik e Gustavo Antonio Moreira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Resumo

 Objetivo

A privação de sono na adolescência é um importante problema de saúde na atualidade e só tende a se agravar com o aumento do estresse, da rotina extenuante e do advento de novos aparelhos tecnológicos que parecem refletir negativamente no início do sono em adolescentes.

O estudo objetiva avaliar a frequência da sonolência excessiva e quais fatores podem estar associados a ela nessa população.national_sleep_foundation

Métodos

O estudo transversal avaliou 531 adolescentes de 10 a 18 anos em duas escolas de ensino tabela_idade_sonoprivado e uma de ensino público e aplicou para cada adolescente cinco questionários: Cleveland Adolescent Sleepiness Questionnaire; Sleep Disturbance Scale for Children; Critério de Classificação Econômica Brasil; Questionário Geral de Saúde e Maturação Sexual; Questionário de Atividade Física.

Fizeram‐se comparações entre as escolas e entre grupos com e sem sonolência por meio de correlação linear e regressão logística.

sono-e-aprendizagem-33-638

Resultados

Observou‐se privação de sono em 39% dos adolescentes, débito de sono maior para escolares do ensino privado (p<0,001) e correlação positiva entre idade e débito do sono (p<0,001; r=0,337).

Na regressão logística, apontaram‐se como fatores para pior grau de sonolência maior faixa etária dos escolares (p=0,002; RP: 1,21 [IC: 1,07‐1,36]) e maior escore na variável hiperidrose do sono do questionário de distúrbios do sono (p=0,02; RP: 1,16 [IC: 1,02‐1,32]).

Conclusões

O déficit de sono é uma realidade na população estudada e apresenta‐se pior em escolares do ensino privado.

A privação de sono está relacionada com a maior faixa etária dos adolescentes e a possível presença de distúrbios do sono, como a hiperidrose do sono.

Hora de dormir e alguns mistérios

  1. Estabeleça uma rotina e a repita sempre. Isso cria um ritual que prepara a criança para o sono.fases-do-sonoNo sono da tarde, deixe entrar luz pela janela. Ele precisa perceber os horários do dia. Aos poucos vai entender que quando escurece é hora de dormir.
  2. Banho costuma acalmar a criança e embalar o sono. Faça um teste com seu filho. Se funcionar, mude a rotina da casa.
  3. Mesmo que seu filho seja pequeno, coloque um pijama nele. A roupa ajuda a marcar a hora de ir para a cama.
  4. Quanto mais perto do horário do sono, mais tranquila deve ser a brincadeira da criança e a movimentação da casa.
  5. Alguns autores recomendam colocar uma tomada de luz azul no quarto. “A cor acalma a criança”. Música suave também ajuda.
  6. Leia um livro para ele. Mesmo que seja bem pequeno e ainda não entenda a história. O que vale é o som e a melodia de sua voz.
  7. Deixe-o dormir sozinho. Coloque-o no berço e fique por perto. Se a criança chorar, acalme-a com a sua voz. Com o tempo, diminua o tempo de permanência no quarto.
  8. Não levante da cama a cada “resmungo” que ouvir na babá eletrônica. Deixe-o voltar a dormir sozinho, ou ele vai aprender que, sempre que chorar, terá a sua atenção e a sua presença física (pegando-o no colo).
  9. Se ele aparecer no seu quarto durante a noite, eventualmente, abra um espacinho. Todo dia não pode. Mas, de vez em quando, os especialistas não contraindicam.

Regra de ouro

 

1- Qual é a regra de ouro para acabar com as brigas na hora de dormir?

Rotina. Parece fácil, mas muitos pais têm dificuldade em manter diariamente os mesmos hábitos.

Criança precisa ter horários e rituais, que devem ser repetidos. Se seu filho chora ou não consegue dormir, não tem que colocá-lo no carro e dar voltas no quarteirão até ele pegar no sono, por exemplo. Ele deve ser independente e adormecer sozinho.

2- Como ensiná-lo a fazer isso?

Estabeleça um ritual e o respeite. Pode ser dar o jantar, um banho relaxante e ler um livro juntos.

A ideia não é fazer a criança dormir, mas criar oportunidade para isso acontecer.

Dê boa-noite, apague a luz e saia, deixando-a um pouco acordada na cama. E é preciso manter esse ritual.

Se chegar tarde do trabalho e for hora da criança descansar, honre o horário e procure outra oportunidade para ficar com ela, por mais que seja doloroso.

3- E se a criança acordar de madrugada?

Se for frequente, pode indicar um problema para manter o sono. Durante a noite, é normal a criança acordar, mas deve voltar a dormir sozinha. Quando bebê, espere alguns minutos antes de atender o choro e não o tire do berço, apenas fique por perto.

Dessa forma, ele entende que você está junto, mas que não é hora de comer nem de brincar.

Se seu filho for maior, vai precisar de limite. Resista à vontade de deixá-lo na sua cama e leve-o de volta ao quarto dele.

É importante que ele durma no mesmo local que acorde, para não se assustar ao abrir os olhos.

4- Pode dormir com os pais?

Sem dúvidas, é mais cômodo para os adultos e mais confortável para a criança ficar na cama dos pais.

Porém, o melhor é que cada um durma no próprio espaço. O quarto dos pais é para a intimidade do casal.

Se se surpreender com um par a mais de pernas na sua cama, vença a preguiça e o leve para o quarto dele, pois pode virar um hábito.

5- O que fazer se o bebê trocar o dia pela noite?

Bebês dormem muito, praticamente o dia e a noite toda.

Se perceber que o sono noturno está diminuindo, procure encurtar as sonecas diurnas, oferecendo outras atividades, como brincadeiras e passeios.

Mas sem exageros, pois se a criança ficar muito cansada, também terá dificuldades para dormir.

DICA: Dizem que a criança pode se acalmar quando ouve o barulho de água escorrendo. Se, no meio da madrugada, seu bebê começar a chorar, em vez de levá-lo ao banheiro mais próximo e abrir a torneira (o que contribuiria para o desperdício de água), grave o som e deixe-o tocando no quarto.

10-dicas-para-dormir-bem

Dicas para dormir melhor (adolescentes e adultos)

Você está com um problema para resolver. E ele está, literalmente, tirando o seu sono.

Mas isso é péssimo não apenas por causa das olheiras – a falta de sono afeta seu organismo e seu humor, podendo causar ainda mais problemas.

infogrc3a1fico-sono E você não quer que sua vida vire uma bola de neve de coisas ruins, não é?

Confira essas dicas que vão te ajudar a dormir mais rápido e melhor, mesmo que você esteja estressado.

  1. Ajuste a temperatura

A ciência diz que seu corpo adormece mais rápido quando está mais frio – por isso é tão bom tirar cochilos no inverno. Invista em um ar condicionado ou ventilador se você mora em uma região mais quente. Também vale prestar atenção ao excesso de cobertores.

  1. Dê adeus aos eletrônicos

Se é hora de dormir, é hora de dormir. Nada de ficar com tablet, smartphone ou TV ligados. Além de colocarem novas ideias na sua cabeça (que podem provocar insônia), a luz azul desses aparelhos interfere com a capacidade de adormecer: “nosso organismo entende que é dia”.

  1. Travesseiros são aliados

Em vez de dormir com vários travesseiros debaixo da cabeça (e colaborar com a dor nas costas), espalhe-os! Vale “abraçar” um travesseiro, colocar uma almofada entre os joelhos e até sobre a barriga – deixe o seu corpo mais confortável. 

  1. Faça exercícios durante o dia

Exercícios têm vários benefícios – dois deles são dormir mais rápido e por mais tempo! Mas a dica é fazê-los durante o dia e não em um horário próximo à hora da cama.

  1. Ajuste a sua posição

O seu corpo reage diferente à posição na qual você vai dormir.

http://revistagalileu.globo.com/Life-Hacks/noticia/2015/06/5-dicas-para-dormir-mais-rapido-mesmo-que-voce-esteja-estressado.html

Mitos e verdades sobre o sono

A privação do sono não interfere na saúde do indivíduo:

MITO

A privação do sono, mesmo que de apenas uma hora por semana, pode causar alterações psíquicas e neurocognitivas significativas que nem sempre são percebidas.

A dor interfere no sono:

VERDADE

Pacientes com dor crônica podem apresentar redução da eficiência do sono, dificuldade para dormir e para despertar.

Estudos clínicos e experimentais tanto em humanos como em animais confirmam a associação entre o sono não reparador e manifestações dolorosas.

Além disso, existem evidências de que o sono profundo pode representar um mecanismo compensatório para os processos dolorosos crônicos, de modo que pacientes com maior quantidade de sono profundo provavelmente experimentem os sintomas dolorosos com menor intensidade.

O estresse pode influenciar o sono :

VERDADE

A correria da vida moderna e o estresse têm feito com que as pessoas durmam cada vez menos. Essa redução do tempo de sono oferece males ao organismo, incluindo prejuízos cognitivos, aumento de irritabilidade e da liberação de cortisol e ACTH (hormônios relacionados ao estresse).

Por isso, buscar uma alternativa para aliviar a tensão e o estresse do dia a dia é importante e válido para quem busca um sono mais reparador.

Todas as pessoas precisam dormir oito horas por dia:

MITO

A duração da noite é variável de pessoa para pessoa. O que vale para um, pode não ser bom para outros. Algumas pessoas se sentem bem dormindo somente cinco, seis horas, enquanto outras necessitam de oito horas ou mais de sono para se sentirem dispostas no dia seguinte.

dormirO sono pode ser recuperado no final de semana:

MITO

Se a pessoa não dormiu durante a noite, o ideal é recuperar o sono em no máximo 24 horas e, mesmo assim, não será 100% reparador. O sono não é acumulativo, portanto dormir muito nos finais de semana não minimiza os prejuízos causados pelas noites mal dormidas durante os dias de semana.

Cochilar de dia prejudica o sono da noite:

MITO

Cochilos de menos de trinta minutos depois do almoço são suficientes para descansar sem atrapalhar o sono noturno. Para pessoas insones, os cochilos podem piorar o sono da noite.dicas de bom sono bella forma

O consumo moderado de bebida alcoólica relaxa e melhora o sono:

MITO

O álcool desorganiza a arquitetura interna do sono, tornando-o não reparador. Além desse efeito, ele também piora os episódios de ronco e apneia.

O uso de álcool como sedativo deve ser evitado e, se consumido, fazê-lo pelo menos seis horas antes do horário de dormir.

O abuso do álcool pode levar a diferentes alterações agudas e crônicas do sono e pode desencadear ou piorar roncos, além de acentuar significativamente o número e a duração das pausas respiratórias.

Quem dorme pouco, engorda:

VERDADE

insulina-e-leptinaDurante o sono são produzidos dois hormônios: leptina e grelina.

grelina leptina vai vem balança

A privação de sono reduz a liberação de leptina, hormônio da saciedade, e libera mais grelina, hormônio da fome.

Ronco não faz mal para a saúde:

MITO

Além de atrapalhar o sono do parceiro, o ronco pode ser muito perigoso para a saúde do coração, pois ele geralmente está associado à apneia obstrutiva do sono, prejudicando a oxigenação e levando a pessoa a acordar.

O que acontece é que o roncador volta a pegar no sono e não se lembra que acordou. Isso pode gerar estresse e alterações circulatórias, entre outras. O ideal é procurar um especialista e se cuidar!

Fonte: Associação Brasileira do Sono

http://www.absono.com.br/leigos/mitos-e-verdades-sobre-o-sono/

AUTISMO: dia mundial, sinais dos 2 aos 24 meses e vídeo interessante

{A91F1488-33D1-477D-8B0D-BBFD64A9F9DD}_Painel Autismo

Autismo-DAY-EMKT

Apple divulga vídeo emocionante no Dia Mundial da Conscientização do Autismo

Criado em 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Mundial de Conscientização do Autismo é comemorado no dia 2 de Abril.

autismoNeste ano, a Apple resolveu aproveitar a data para publicar em seu canal dois vídeos que mostram como a tecnologia pode transformar a vida de pessoas com necessidades especiais. Para abordar o tema, a empresa escolheu Dillan Barmache como personagem central.

Dillan é um jovem autista não verbal de 16 anos, mas sua história pode ser contada por meio de suas próprias palavras graças ao auxílio de um iPad e um aplicativo de comunicação alternativa aumentada (CAA). O adolescente usa o tablet para se comunicar há cerca de três anos, e o produto já se tornou parte integrante da sua rotina. O iPad permite que Dillan converse com seus pais, amigos, família e professores. “Ouvir a voz de Dillan é incrível”, diz a mãe do jovem. “Ele é perspicaz, inteligente e criativo”.

MUITO INTERESSANTE

Nos vídeos divulgados pela Apple podemos ver como Dillan usa o gadget em sua casa, na escola e em vários contextos sociais para expressar seus pensamentos. A ação é muito interessante, uma vez que nos faz lembrar como é importante garantir que todos sejam ouvidos, independente de suas limitações.

Matéria completa:

http://canaltech.com.br/noticia/apple/apple-divulga-video-emocionante-no-dia-mundial-da-conscientizacao-do-autismo-61293/

4_zpsc783c7ee

Autismo: os sinais dos 2 aos 24 meses que os pais precisam observar

A americana Temple Grandin, atualmente com 67 anos, é professora de ciências animais da Universidade do Estado do Colorado, nos Estados Unidos, e autora de vários livros sobre autismo.

O indiano Tito Mukhopadhyay, hoje com 26 anos, é autor de três livros de poesia, um deles escrito quando ele ainda era criança. Temple e Tito são dois ótimos retratos do que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA), distúrbio do neurodesenvolvimento que compromete a capacidade de a pessoa se relacionar com o mundo que a cerca.Infantil

Temple é uma autista altamente funcional, de uma inteligência bem acima da média, e nunca teve grandes dificuldades de se expressar. Os sintomas de Tito, por outro lado, são muito mais graves. Ele praticamente não fala, chegou a ser chamado de “retardado” e precisa de cuidados permanentes. Eles são totalmente diferentes. Assim é o TEA. Não há duas pessoas com o transtorno que sejam iguais.

DENOMINADOR COMUM

Os TEAs caracterizam-se por uma constelação de sintomas, mas há um denominador comum a eles: a dificuldade de interação social e de comunicação e a presença de comportamentos repetitivos e a necessidade de manter uma rotina.ciclo6_zpsda53416c

Desde as primeiras semanas de vida, os bebês, instintivamente, procuram por quem fala com eles e dão enorme atenção aos olhos da mãe e do pai.

INTERAÇÃO

Afinal, é por meio dessa interação social básica e primitiva que eles vão estabelecer laços com quem vai cuidar deles e garantir a sua sobrevivência. Crianças com autismo não conseguem se sociabilizar e, sem essa capacidade, acabam se isolando para viver não mais em um mundo em que as pessoas dão a tônica, mas em um mundo em que as coisas, os objetos, são os protagonistas.autismo (4)

“O TEA afeta o que chamamos de cérebro social, ou seja, por alguma razão as estruturas cerebrais envolvidas no processamento das informações relacionadas à comunicação e à interação social não funcionam bem”, explica Helena Brentani, professora-assistente do Departamento de Psiquiatria da USP. Ou seja, a criança tem dificuldade de compreender o mundo tal como ele é, pois este é dominado, justamente, pelas relações entre pessoas.

Para Jair Mari, coordenador do programa de pós-graduação do Departamento de Psiquiatria da Unifesp e diretor da ONG Autismo e Realidade, essa falta de atenção aos estímulos sociais pode explicar alguns dos comportamentos que ocorrem nos TEAs, como o interesse centrado em um determinado objeto ou tema.

AUTODESCOBERTA9-autismo-frases-2-638

Esse talvez seja um dos grandes “nós” quando se fala do distúrbio. Como o diagnóstico é feito com base em uma lista de sintomas e sinais e no quanto eles comprometem a vida do portador (leia quadro “Atenção a Esses Sinais”), e sendo eles muitas vezes sutis, um grande número de crianças passa a vida lutando com as dificuldades que apresentam e nunca se descobrirão portadoras do transtorno.

20150831-ANDESFUSC-AUTISMO-DANI-POSTFUNDAMENTAIS AO DIAGNÓSTICO: PAIS E FAMILIARES

Por ser totalmente baseado na observação e no relato dos pais, o diagnóstico nem sempre é acertado na primeira tentativa, pois bater o martelo com base apenas na análise clínica exige profissionais especializados e bem treinados, algo em falta no Brasil.

Com isso, muitos pais são obrigados a fazer um périplo até chegar ao veredito. “A Nina nunca se desenvolveu como as outras crianças.

autismoazulDesde muito pequenininha ela não olhava no olho, não atendia pelo nome, não seguia movimentos, até que um dia fui chamada na escola com a notícia de que ela não fazia nenhuma atividade.

Eu não fazia ideia do que era autismo. Fui a diferentes médicos, de quem ouvi até que ela precisaria operar o cérebro. Foram dois meses de peregrinação até chegar ao diagnóstico”, conta Andrea Ribeiro, mãe de Nina, 6 anos.Transtorno do Espectro Autista TEA

INTERVENÇÃO PRECOCE: MAIS MENINOS DO QUE MENINAS

Embora muito se tenha avançado, as causas do TEA ainda são um grande mistério para a medicina. Não se sabe, por exemplo, porque o autismo é de três a quatro vezes mais frequente em meninos do que em meninas e porque uma em cada 88 crianças, aproximadamente, vai desenvolver a condição.

O que se sabe é que o autismo é um transtorno complexo – alguns portadores também têm epilepsia, outros, QI alto, enquanto outros tantos podem apresentar QI baixo -, com diferentes genes envolvidos em cada caso.AutismoHISTÓRIA FAMILIAR

“Até recentemente, imaginava-se que fatores genéticos seriam responsáveis por 90% das causas da doença. Estudos recentes mostraram que eles só conseguem explicar 50% da probabilidade de uma criança desenvolver o transtorno. De qualquer forma, o histórico familiar é muito importante”, diz Guilherme Polanczyk, professor de psiquiatria da infância e adolescência da USP.Info-autismo-03

Quer dizer, gêmeos idênticos possuem maiores possibilidades de desenvolver o distúrbio, enquanto o risco de pais cujo filho tem TEA terem outra criança com o mesmo problema são dez vezes maiores que de pais sem filhos com TEA.autismo-2

OUTROS FATORES

Fatores ambientais também cumprem o seu papel. “É provável que mais de um fator esteja envolvido no aumento do risco para o TEA, entre eles, baixo peso ao nascer, prematuridade e idade avançada do pai – por mutações que podem ocorrer nos espermatozóides”, explica o doutor Jair Mari.Espectro do Autismo

A boa notícia é que diversos estudos atestaram que, quanto mais cedo for feito o diagnóstico e mais precocemente o tratamento começar, maior chance a criança tem de conseguir se comunicar e se relacionar com o mundo que a cerca. “Existe o que se chama janela de oportunidade para a intervenção, um momento em que agir aumenta grandemente as chances de sucesso, devido ao próprio estágio do desenvolvimento do cérebro”, afirma a professora Helena.OLYMPUS DIGITAL CAMERA

ATENÇÃO E DIAGNÓSTICO PRECOCE

Segundo Jair Mari, o objetivo dos estudos atuais é tentar avaliar, o mais cedo possível, quanto essas crianças se distanciam do desenvolvimento normal, para mapear como isso vai afetar sua adaptação social e, assim, buscar maneiras de reconstruí-las. Um dos modos mais promissores para o diagnóstico já nos primeiros meses de vida é um aparelho chamado eye-tracking.

“Como crianças com TEA não conseguem manter o contato visual, o eye-tracking, que rastreia o movimento dos olhos quando ela, por exemplo, vê um desenho ou um filme, poderá ser, no futuro, uma poderosa ferramenta para o diagnóstico precoce”, declara o professor Guilherme Polanczyk.autismo (3)

A MUDANÇA COMEÇA EM CASA

Atualmente, há quatro ou cinco tipos de intervenção que vêm mostrando bons resultados. “São modelos cujas evidências ajudam a dar suporte, entre eles a análise comportamental aplicada (ABA, da sigla em inglês), os modelos desenvolvimentistas, a intervenção híbrida, que mescla características dos dois primeiros e o TEACCH, aplicado pela Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos”, conta Fred Wolkmar, do Centro de Estudos da Criança da Universidade Yale e editor-chefe do Journal of Autism and Developmental Disorders.Autismo_2abril1

A forma de tratamento mais usada no Brasil é a ABA. “A ideia por trás da ABA é transformar comportamentos que no autista são estereotipados em comportamentos que sejam funcionais, quer dizer, que permitam à criança ‘funcionar’ no mundo que a cerca”, explica Antonio Celso Goyos, do Laboratório de Aprendizagem Humana Multimídia Interativa e Ensino Informatizado (LAHMIEI), do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São Carlos. De acordo com Goyos, é essencial que a criança faça, durante dois a três anos pós-diagnóstico, de 30 a 40 horas semanais para que os resultados sejam evidentes.

BARREIRAS DOS ADULTOSautismo-06

Trazer a criança a um mundo baseado na linguagem verbal e nas relações sociais não é tarefa fácil e depende, e muito, dos pais. “Muitas vezes são os próprios adultos que, por medo, colocam barreiras ao desenvolvimento da criança”, analisa a pedagoga Andréia de Fátima Silva, colaboradora do Programa de Transtornos do Espectro Autista do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP (PROTEA).

Assim, parte do tratamento começa em casa. Com a devida orientação e treinamento, os pais podem (e devem) trabalhar para estabelecer uma correspondência com a criança, ainda que ela não esteja interagindo com eles plenamente.

DESENVOLVER TALENTOSmusica

O fato de uma criança ser portadora de TEA não significa, necessariamente, que ela não possa desenvolver talentos. “Não dá para saber como será o futuro dos nossos filhos. Todos nós temos fortalezas e fraquezas.

A criança com TEA só precisa trabalhar mais as suas fraquezas”, declara Helena Brentani. Como disse uma vez Temple Gradin, portadores de TEA têm uma perspectiva diferente do mundo. Pensam e encaram o mundo diferente, enfim. Mas o mundo precisa de todos os tipos de mente.

DESAFIO: INCLUSÃO NA ESCOLAcoral

A inclusão de uma criança autista na rede de ensino regular é fundamental para que ela desenvolva as suas capacidades e habilidades criativas e está na lei – mas a integração delas na escola ainda não é uma realidade.

Aos poucos, porém, esse cenário vem mudando. “O nosso grande desafio é fazer com que a escola se transforme em um espaço em que as diferenças sejam respeitadas. E isso se aplica a crianças com qualquer condição ou doença”, declara Andréia Silva.

FALTA CONHECIMENTO E SABEDORIA130402_autismo

Segundo a pedagoga, embora as escolas ainda sejam resistentes, os educadores hoje estão bem mais instrumentalizados para lidar com a questão. “O problema, mais do que qualquer coisa, é a falta de conhecimento sobre o assunto.

Um exemplo é achar que o cuidador de uma criança com TEA – muitas delas só conseguem frequentar a escola acompanhadas deles – é alguém que vai atrapalhar a aula, quando ele pode ser um facilitador de seu aprendizado.” Andrea Ribeiro, mãe de Nina, 6 anos, conta que sempre teve uma participação ativa na escola e que isso foi determinante para que professores, pais e alunos aceitassem a filha e suas limitações.sinais-autismo“Foi um aprendizado para mim e para a escola, que nunca havia recebido nenhuma criança autista antes. Tive de começar do zero. Como a Nina frequentava essa escola desde muito pequena, as outras crianças sempre foram muito solícitas, pois a conheciam desde pequenininha.

Aos poucos, nas reuniões de pais, fui ganhando o apoio de outros pais, que foram percebendo que a acompanhante da Nina não era um elemento perturbador da dinâmica da classe.

Minha filha hoje consegue acompanhar os coleguinhas até nas viagens – claro, é feita toda uma preparação para que ela não estranhe algo que não seja parte da rotina dela”, relata. De acordo com a pedagoga, há um movimento crescente entre os especialistas em TEA para gerar conhecimento nas escolas e capacitar os educadores a trabalhar com crianças com o distúrbio. “O que a gente deseja é que a escola, assim como a sociedade, tenha um olhar mais justo para as diferenças.”

ATENÇÃO AOS SINAISautismo (1)

Geralmente, uma criança com TEA recebe o diagnóstico quando tem entre 3 e 5 anos, período em que o comprometimento social acaba ficando mais evidente. Mas os pais podem ficar atentos a alguns sinais muito antes disso.

“Tudo indica que as anormalidades começam entre 6 e 12 meses. No início da vida das crianças com TEA, a interação social pode não estar totalmente reduzida, mas começa a cair após os 6 meses”, afirma o doutor Jair.

Se, por acaso, você observar um ou mais sinais, procure um psiquiatra ou um especialista em desenvolvimento infantil. Atenção para não entrar em pânico se constatar que seu filho apresenta alguma dessas manifestações, pois outros distúrbios do desenvolvimento e linguagem também compartilham alguns desses sintomas. A melhor orientação é, percebido um ou mais sinais, levar o seu filho a um especialista.

Entre 2 e 3 meses: não faz contato com os olhos.

6 meses: não sorri.

Cerca de 8 meses: não acompanha você com o olhar quando se afasta dele.

Cerca de 9 meses: não balbucia palavras. Não estende os braços quando a mãe entra no quarto.

Cerca de 1 ano: não procura por você quando o chama pelo nome, nem dá “tchauzinho”.

20130329194428

Cerca de 1 ano e meio: ainda não pronunciou nenhuma palavra inteligível.

Cerca de 2 anos: ainda não elaborou nenhuma frase com começo meio e fim.

http://autismoerealidade.org/noticias/autismo-os-sinais-dos-2-aos-24-meses-que-os-pais-precisam-observar/

dia-do-autismo_005

Em anexo, a dissertação de Mestrado da Professora Dra. Adriana Rocha Brito, neuropediatra, uma das maiores autoridades em autismo, apresentada à Faculdade de Medicina da UFF.

adriana brito

5 causas de choro em recém-nascidos

Uma das missões dos pais de bebês é decifrar o significado do choro. É fome? É frio? É manha?

O bebê recém-nascido aprende a se comunicar, entender o que quer e a demonstrar isso.

Para ajudar os pais que ainda têm dificuldade na hora de distinguir a razão do choro, a pediatra Ana Escobar explica que, quando as lágrimas são de dor, ele é mais contínuo, de maior intensidade. Já o de fome, apesar de estridente, vem acompanhado de alguns sinais do bebê, como colocar a mão na boca. Já o de manha é um choro irritado e entrecortado.

OUTROS TIPOS E  CAUSAS

Existem ainda outros tipos de choro, como o provocado por desconforto (molhado, sujo, com calor, frio), medo ou necessidade de contato.

Basta ter um pouquinho de tranquilidade para prestar atenção aos sinais que a criança dá. Mesmo pais de primeira viagem já costumam saber o que o bebê quer após a primeira semana do filho.

RECOMENDAÇÕES DA ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PEDIATRIA

Os bebês mal nascem e já precisam passar por uma série de situações desconfortáveis e, muitas vezes, até doloridas. Exames, vacinas, aspirações etc.

Quando há agravantes, como a prematuridade, por exemplo, alguns precisam ser entubados e submetidos a vários procedimentos que podem até parecer simples, mas, para quem acaba de chegar ao mundo, é assustador.

Para evitar ou minimizar a dor nos recém-nascidos, a Academia Americana de Pediatria (AAP) publicou, na última edição da publicação oficial Pediatrics, uma atualização das recomendações sobre a conduta médica com os bebês.

ATENÇÃO REDOBRADA

Como os bebês não falam e, é claro, não conseguem dizer o que estão sentindo, onde está doendo, nem pedir para o pediatra ir mais devagar, é necessário redobrar a atenção aos sinais de sofrimento e aumentar o uso de métodos que podem prevenir ou atenuar a dor.

“A prevenção da dor nos recém-nascidos deve ser uma meta de todos os pediatras e profissionais de saúde que trabalham com cuidados neonatais, não só porque é ético, mas também porque exposições repetidas à dor têm um potencial para consequências danosas”, diz o texto.

DOR PODE DEIXAR SEQUELAS

A dor pode ter consequências graves ao desenvolvimento

Essa preocupação com a dor já existia. Afinal, o papel do médico é cuidar do paciente e fazer com que ele se sinta bem, ainda que ele não saiba bem ao certo como se expressar. Inclusive, já havia uma série de recomendações da própria academia sobre isso.

No entanto, os especialistas acharam necessário reforçar e ampliar a lista de orientações. “As sequelas [por conta da dor nas primeiras horas e nos primeiros dias de vida do bebê] incluem instabilidade fisiológica, alteração no desenvolvimento cerebral e anormalidades no desenvolvimento neurológico, sensorial e nos sistemas de resposta ao estresse, que podem persistir por toda a infância”, explica o documento da AAP.

AS PRINCIPAIS RECOMENDAÇÕES

Há diferentes maneiras de amenizar a dor nos procedimentos pelos quais o bebê precisa passar no início da vida. De acordo com a publicação divulgada pela Pediatrics, muitas delas são pouco utilizadas.

Os métodos não-farmacológicos, ou seja, que não envolvem o uso de medicação ou de analgesia, são vários. Muitos deles são simples e estão ao alcance na maior parte das situações.

Nos casos em que isso é possível, amamentar o bebê enquanto o teste do pezinho é realizado ou quando é preciso retirar sangue para um exame, por exemplo, pode diminuir o estresse, o tempo que o bebê chora e evitar que a frequência cardíaca aumente tanto, por causa da tensão.

Outras atitudes, como segurar o bebê no colo, cantar, conversar com ele e olhar nos olhos, ainda que seja em ambientes e momentos que não permitam a presença dos pais, também são atitudes que ajudam muito. Eles também orientam uma avaliação rigorosa para saber quando vale a pena administrar remédios para aliviar a dor, considerando a eficácia do medicamento e a segurança da criança.

MAIS ESTUDOS

De acordo com a Academia Americana de Pediatria, faltam estudos sobre a prevenção e a diminuição da dor em bebês e essa é justamente outra recomendação dessa revisão.

Um dos itens pede que os especialistas conduzam mais pesquisas sobre os cuidados e também sobre as ferramentas e os métodos para medir a intensidade da dor nesses procedimentos.

Outro ponto importante que aparece no documento é que todas as instituições que tratem de recém-nascidos devem ter diretrizes básicas para prevenir e gerenciar o sofrimento dos pequenos pacientes nesses procedimentos de rotina. Na atualização, os especialistas afirmam ainda que é essencial que os pais também recebam orientações sobre como lidar com a dor da criança para dar continuidade aos cuidados em casa.

http://revistacrescer.globo.com/Bebes/Cuidados-com-o-recem-nascido/noticia/2016/02/recem-nascidos-o-que-fazer-para-evitar-dor-dos-bebes.html

http://revistacrescer.globo.com/Encontros-CRESCER-com-Dra-Ana/2014/noticia/2014/06/choro-primeira-forma-de-comunicacao-da-crianca.html

Como identificar os 5 choros mais comuns do seu filho

Fome: O bebê manda sinais chupando o dedo e abrindo e fechando as mãos. O choro é prolongado e vem acompanhado de mão na boca.

O que fazer: Alimente-o. Só assim ele deve parar de chorar.

Sono: O choro é alto e nervoso.

O que fazer: É preciso acalmá-lo. Abaixe as luzes, fique em um ambiente tranquilo e cante para seu filho enquanto o embala. Tenha paciência, porque pode demorar um pouco para ele parar de chorar.

Cólica: O bebê enruga a testa, seu abdome fica distendido e o choro é agudo e prolongado.

O que fazer: Faça massagens, esticando e encolhendo as pernas dele. Outra dica é mantê-lo o mais ereto possível enquanto mama, para não engolir ar. Ou, ainda, segurá-lo apoiado no seu braço dobrado, com a barriga virada para baixo, para que ele solte gases.

 Fralda suja: O bebê se retorce porque a pele fica irritada.

O que fazer: Troque a fralda e use uma pomada contra assaduras. Às vezes, vale deixá-lo por alguns minutos sem fralda para a pele “respirar”.

 Manha: Choro irritado.

O que fazer: A partir dos 9 meses, o bebê percebe que, ao chorar, consegue uma troca de fraldas, leite etc. Então, passa a usar o choro para conseguir outras coisas que deseja, manipulando os pais. Se você acha que aquilo que a criança pede é desnecessário, não dê só porque ela chorou. Se ele chorar e você ceder, vai confirmar que consegue o que quer pela birra.recem-nascido-chorando

http://revistacrescer.globo.com/Bebes/Rotina/noticia/2014/07/como-identificar-os-5-choros-mais-comuns-do-seu-filho.html

1 ano de brincadeiras

A criança inicia o desenvolvimento do seu psiquismo já na fase intrauterina, sendo capaz de sentir o que a mãe sente e continuar incorporando o clima afetivo do ambiente após o nascimento.

Portanto, um ambiente calmo tranquilo e seguro fará com que o bebê seja mais feliz.

A estimulação precoce é o conjunto de atividades que é aplicada de forma sistemática e sequencialmente desde o nascimento. Seu objetivo é desenvolver o cognitivo, físico e emocional do bebê, buscando evitar (na medida do possível) estados indesejados no seu desenvolvimento.

É necessário reconhecer e incentivar o potencial de cada criança e os desafios presentes e adequadas à idade para que as atividades reforcem a sua autoestima e a sua aprendizagem.

A estimulação precoce ajuda a melhorar o desenvolvimento motor, desenvolvimento cognitivo e emocional do bebê, mas também deve respeitar o desenvolvimento individual e a vontade de ser tratado. As atividades devem ser concebidas para fortalecer o vínculo emocional através de massagens e estímulos sensoriais, respeitando o desenvolvimento natural da criança e do instinto dos pais.

Mais tarde, devido ao início das atividades motoras, de concentração e de linguagem, mas também cuidando da iniciativa, independência e autoestima da criança durante todo o processo de aprendizagem.

Acariciar e conversar com o bebê na barriga, cantar para ele e “encher a casa de boa música” são estímulos muito importantes para a formação da criança.

Aos três meses de idade costumam aparecer a sua capacidade de brincar, entre outras condutas inteligentes do bebê. Seu primeiro brinquedo são as suas próprias mãozinhas. O bebê olha para as suas mãos, coloca-as na boca, descobre os dedinhos e fixa o seu olhar neles, observando os seus movimentos. Esse é o jogo mais remoto da criança.

Em seguida, ela consegue produzir alguns sons, o que lhe traz imenso prazer e alegria. Aparece também o que também chamamos de as primeiras tentativas do jogo de esconder – quando ela tenta cobrir o rostinho.

Entre os três e os oito meses, a criança desenvolve brincadeiras com o seu próprio corpo: vira-se, rola (atenção aos riscos de queda), mantém a cabeça em pé, estende a mão para pegar um objeto. Senta-se.

As pernas e os pés passam as fazer parte dos seus jogos corporais.

Nessa fase, os brinquedos prediletos são todos aqueles que estimulam os sentidos da criança: objetos coloridos, com textura e formas diferentes, móbiles, chocalhos, brinquedos flexíveis, coisas que se encaixam. Os chocalhos são importantes. A criança pode explorar seu barulho de todas as maneiras e tentar reproduzir os sons que ela escuta no ambiente.

CINCO MESES

Aos cinco meses de idade, a criança já aprendeu a brincar de esconde-esconde com um paninho e essa brincadeira é interessante, pois fará com que a criança perceba que a mãe some quando ela cobre o rosto e volta a aparecer quando ela o descobre. Sabe por que essa brincadeira é importante? Porque ajuda a criança a se separar da mãe.

Como assim?

Com oito meses, aparece a primeira angústia da criança: a angústia da separação. Ela chora quando está diante de estranhos e teme que a mãe desapareça. Brincando de esconde-esconde, ela aprende que a mãe some diante dos seus olhos, mas que volta. Assim, ela se acalma.

Por volta dos nove meses, ela já começa a brincar de teimar diante do “NÃO”. Olha para a mamãe e ri quando vai mexer em algo que sabe que a mamãe não gosta.

Com dez meses ela brinca com os seus genitais. Atenção com as tomadas e objetos potencialmente perigosos.

Até um ano, os melhores brinquedos são aqueles que estimulam os cinco sentidos: tato, paladar, olfato, visão e audição.

Os brinquedos que auxiliam do domínio dos movimentos também são ótimos: tambores, maracas, chocalhos, colheres, panelas com tampas, bichinhos de borracha e de pelúcia, móbiles, músicas, objetos sonoros e flexíveis, caixas, cubos de encaixe, bolas etc.

0 a 3 meses:

  • Agitar o chocalho movendo de lado a lado;
  • Jogue com seu bebê em seu colo saltando com ele;
  • Recostado em almofadas, coloque os brinquedos adequados para a sua idade e deixe-o se divertir.

4-8 meses:

  • Execute demonstrações de mãos, tocando e acariciando seus dedos.
  • Exercícios de incorporações: Deitado de costas, segure os seus pés com uma mão e com a outra agarre as mãos e comece a levantar.
  • Elevar o seu bebê segurando no espaço que fica entre as axilas e na cintura, para trabalhar os músculos do pescoço e lombares. Tentar manter a postura horizontal ajudará a se preparar para o momento de engatinhar.

9 -12 meses:

  • Ajude-o a dar passos para frente.
  • Estimule jogando. Você pode ajudar com música ao dar os passos.
  • É necessário exercitar as mãos. Dê seus objetos para estimular toque.

http://www.saudedicas.com.br/dicas/exercicios-de-estimulacao-infantil-2610791

Desfraldar

Já é o momento? Como fazer? Pinico ou adaptador de vaso sanitário?

Essas e outras perguntas surgem na cabeça das mamães. Mas, é possível passar por esse momento com tranquilidade e segurança.

Retirar a fralda da criança é um processo que exige muita paciência dos pais.  Alguns pequenos levam poucas semanas, outros, demoram meses para conseguir. Muitos pais nem imaginam que o simples uso do vaso sanitário pode ser um avanço significativo para a criança.

Um dos primeiros sinais de que seu filho está crescendo e criando autonomia é a “hora de largar a fralda”. Trata-se de um marco em seu desenvolvimento.

Algumas das principais perguntas que surgem nessa fase:

1 –  Quando devemos começar?

A partir dos 18 meses, a criança começa a ter o controle sobre o sistema de músculos chamado “esfíncter” que fará o controle sobre as eliminações fisiológicas (xixi e cocô). Esse é o momento de começar a pensar no desfralde. Geralmente, o desfralde acontece entre os 18 e 24 meses segundo o desenvolvimento neuropsicomotor de cada criança.

2 –  Meu bebê está preparado?

Você vai perceber que a criança está preparada quando ela mostrar alguns sinais, como gesticular ou falar que está incomodada com alguma coisa e às vezes até falar que fez xixi ou cocô. Mostrar interesse ou curiosidade quando os pais estiverem no banheiro também pode significar certo preparo. Além disso, acordar frequentemente com a fralda seca é considerado outro sinal de que ela está se desenvolvendo bem.

fralda 43 –  Como fazer de maneira correta?

É muito importante respeitar o tempo da criança e ter paciência. Se possível desfraldar a criança sem interrupções, respeitando a sua evolução. Tirar a fralda durante o dia só em casa, mas quando for passear colocar a fralda novamente pode confundir a criança e demorar mais que o esperado.

Uma boa dica é anotar os horários em que a criança faz xixi e cocô para levá-la ao banheiro um pouco antes. Iniciar o desfralde durante o verão pode ser melhor. Se acontecer um “escape”, no calor as calças molhadas tornam-se menos incômodas. Em geral, recomenda-se retirar primeiro as fraldas durante o dia, para depois, por volta dos 3 anos, dar início ao processo do desfralde noturno.

4 –  Como agir quando a criança “faz nas calças”?

Não fique nervosa, nem dê bronca! A criança ainda está aprendendo e escapar de vez em quando pode acontecer. Nesse momento chame a criança em particular e peça que ela ajude a limpar a calcinha ou a cueca jogando o cocô na privada. Se for xixi, peça que ela tire a calcinha e lave ou se seque com papel higiênico. Aos poucos, o número de vezes de escape tende a diminuir até chegar ao resultado esperado.

5 –  A escola pode ajudar no processo do desfralde?

Geralmente, há muita exigência por parte dos pais em casa, o que acaba não acontecendo na escola. A escola pode ser um aliado da família e pode ajudar bastante no processo de desfralde. Lá muitas crianças estão passando pela mesma fase. Ir ao banheiro torna-se mais divertido e é visto com mais naturalidade, longe da ansiedade da mãe.

6 –  Como detectar se a criança tem algum problema no controle do xixi e cocô?

Quando a criança já estiver com 3 ou 4 anos, desenvolvendo-se bem em diversas outras áreas, adquirindo habilidades, mas ainda não controla seus esfíncteres nem responde aos estímulos do processo de desfralde é importante procurar ajuda médica. Alguns problemas podem começar devido à ansiedade dos próprios pais. Perguntas como “Vamos fazer cocô?”, “Você quer fazer cocô?”, “Acho que a gente tem que ir fazer cocô” em excesso podem acabar despertando na criança algum tipo de ansiedade, angústia ou bloqueio.

Falar mal do “mau cheiro” das fezes da criança mesmo que ironicamente pode levar aos mesmos resultados. As crianças ainda não entendem essas “brincadeiras”. Com base nisso, ela pode querer fazer cocô escondido, na fralda e fica segurando até não aguentar mais, o que pode ressecar as fezes e causar a constipação, entre outros problemas.

Finalmente, é sempre bom lembrar que também no processo do desfralde cada criança reage de um jeito, cada um tem seu tempo e a ansiedade por parte dos pais pode atrapalhar nessa fase.


Como tornar o desfralde um sucesso?

A primeira coisa é não pular etapas. É preciso saber se a criança está pronta e não fazer o desfralde só porque os amiguinhos dela já o fizeram.

6 atitudes que indicam se a criança está preparada para o desfralde: Infográfico-desfraldamento-1-755x1024

1. Conta que fez ou que está com vontade de fazer xixi ou cocô;
2. Tem equilíbrio para caminhar;
3. Sobe e desce escadas alternando os pés;
4. Na hora de trocar a fralda, você nota que ela está cada dia mais sequinha;
5. Mostra desejo de usar o vaso sanitário;
6. Incomoda-se com a fralda cheia.

2 anos: príncipes ou tiranos?

Aos dois anos, a criança já anda e fala muita coisa, o que facilita o desprendimento da mãe e também a sua relação com o pai e os outros. Surge o “terrible two”.

Até os cinco anos, a maioria das crianças pensa que é o centro do universo e que as pessoas existem para satisfazer os seus desejos.frase-as-criancas-tem-de-ter-muita-paciencia-com-os-adultos-antoine-de-saint-exupery-153312

Tudo é dela. Torna-se “egocêntrica”. Não gosta de dividir brinquedos e se opõe às ordens e limites.

Gosta de esparramar os brinquedos, construir e destruir coisas, explorar todo o ambiente e como os adultos precisam de rótulos, a criança passa a ser chamada de teimosa, egoísta, birrenta e hiperativa.

A criatura também gosta de se exibir diante dos outros, mexer com terra, água, fazer sujeira.

Explorando, sujando, teimando e mexendo em tudo, ela desenvolve a psicomotricidade, a inteligência e a capacidade cognitiva.

Seus impulsos motores estão muito desenvolvidos. Corre em todas as direções, deixando os outros exaustos.

Sobe em tudo, liga e desliga tudo o que estiver ao seu alcance, rasga revistas e assim fortalece o seu tônus muscular.

Na relação com as outras crianças, empurra-as e trata-as como objetos manipuláveis, sendo incapaz de compartilhar os brinquedos e as brincadeiras. Podem estar juntas, mas cada uma brinca separadamente.

Ainda nessa fase, acontece um fenômeno muito importante. É quando a criança se liga a um brinquedinho, paninho qualquer e dele não se desgruda nunca.

Trata-se do objeto transicional, que a tranquiliza por “representar a mãe ou o seio materno” (sic). Ele não deve ser retirado da criança, pois isso poderia atrapalhar a sua relevante função, acarretando possíveis danos psíquicos.

Essa criança não entende o significado moral da palavra NÃO. Colocá-la de castigo, para PENSAR sobre o que fez pode não resolver nessa idade. Isso costuma mostrar à criança que PENSAR é castigo.

Nessa fase, desenvolve medos inexplicáveis e, por vezes, comportamentos estranhos. Ela acha que os objetos têm vida própria e algumas vezes os teme.

A sua necessidade e autonomia e de conhecer o mundo é interminável, sendo importante que a deixemos explorar o ambiente (basta tirar o que for de valor ou perigoso do seu alcance). A aprendizagem se dá pelo toque e pela experiência.PACIENCIA-708x350

Aliás, toda a aprendizagem não se transmite pelo processo “eu falo e você escuta “. Trata-se de um processo ativo e construtivo.

Pense bem antes de dar limites para essa criança. Como ela não entende o NÃO e como se acha a dona do mundo, vai insistir naquilo que você a proíbe.

A melhor maneira de dar limites nessa fase, é mudando o foco da atenção da criança. Não adianta dizer:

– Desça daí, AGORAAAA!!!!

Ela vai teimar, então é melhor você se levantar, tirá-la de onde está e chamar a atenção dela para algo interessante.

“Ensina à criança o caminho que ela deve seguir; mesmo quando envelhecer, dele não se há de afastar”  (Provérbios 22,6)Paciência-sempre

Tenha paciência, muita paciência e sabedoria, sempre!