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Nutrição

Refeições em família: crianças e pais à mesa

A hora da refeição é uma correria para muitas famílias: agendas que não batem, cansaço depois de um dia intenso e pouco tempo para preparar refeições nutritivas.

O resultado é que, às vezes, cada pessoa se alimenta do seu jeito, no seu canto, num horário diferente, diante de uma tela (TV, celular etc.).

A Universidade Harvard analisou 15 anos de pesquisas acadêmicas sobre refeições familiares e descobriu resultados significativos.

Resultados 

Crianças que jantam regularmente em família costumam consumir mais nutrientes (frutas e vegetais), têm menor propensão a obesidade e distúrbios alimentares importantes quando adultos.

Foram identificados, também, outros benefícios importantes: menos uso de drogas, menos depressão, mais resiliência, vocabulário mais amplo, maior capacidade de leitura e, no geral, notas melhores na escola.

“Muitos fatores estão por trás disso, mas em grande parte esses benefícios se devem aos laços criados durante as refeições. É um momento de criar tradições familiares, de aproveitar a companhia um do outro e de simplesmente estar juntos”, diz à BBC News Brasil Lynn Barendsen, diretora-executiva do Family Dinner Project (Projeto Jantar em Família), da Escola de Educação de Harvard.

Adolescentes e propensão à dependência química

Um dos estudos levantados pelo projeto foi feito pela Universidade de Columbia, e comparou adolescentes que faziam refeições familiares frequentes (cinco a sete vezes por semana) aos que faziam menos de três refeições semanais. Estes últimos apresentaram o dobro de propensão de experimentar drogas. Um motivo por trás disso seria que as refeições davam aos jovens a chance de conversar com seus parentes sobre seu cotidiano.

Mais de 12 mil famílias

O Projeto Jantar em Família passou a elaborar e divulgar estratégias, receitas e até dicas de tópicos de conversa para incentivar refeições familiares que fossem menos estressantes e mais benéficas para todos. O projeto atende a 12 mil famílias diretamente e a outras centenas de milhares online.

A BBC News Brasil levantou algumas dessas dicas e estratégias para famílias que queiram melhorar – e multiplicar – as refeições conjuntas.

Barendsen ressalta que não há uma cartilha ou regra única para ser adotada por todos: cada família pode avaliar o que serve ou não para suas necessidades e o que ajuda ou não a deixar suas refeições mais prazerosas.

Criar hábitos aos poucos, sem se preocupar com a perfeição

“Em geral, as famílias que acompanhamos têm diferentes obstáculos: falta de tempo para cozinhar, o que gera estresse; reunir todos os membros da família ao mesmo tempo; não saber cozinhar; ter membros da família que sejam chatos para comer; ou estar em momentos de dificuldade financeira, tendo que trabalhar em excesso”, diz Barendsen.

“A questão é identificar qual obstáculo dificulta as suas refeições e pensar em metas realistas, pequenas. Para uma família que só tem conseguido comer fast food todos os dias, não adianta esperar que todas as refeições passem a ser orgânicas. É um bom começo se eles passarem a comer melhor e juntos um dia por semana, ou a experimentar um alimento novo por semana, e aos poucos elas podem evoluir a partir daí.”

Entre as 21 oportunidades de refeição de cada semana, se a família conseguir aproveitar uma ou outra para se reunir e conversar já estará dando passos importantes.

Se o pai só chega em casa depois de os filhos terem jantado, a reunião familiar pode se dar durante a sobremesa.

Sugestões I:
  1. Tirar um tempinho do fim de semana para planejar as refeições da semana seguinte facilita a organização da família.
  2. Cozinhar em maior quantidade e com antecedência, congelando porções em seguida.
  3. “Trocar” refeições com outras famílias em situação parecida: você prepara uma quantidade dobrada da mesma comida e troca com a outra família o prato que ela fez em dobro; assim, ambas vão ter uma variedade maior de pratos.
  4. Dividir as tarefas relacionadas às refeições é importante para evitar que um único membro da família (geralmente, a mãe) fique sobrecarregado com compras, preparo e limpeza. “Dá para criar tradições familiares e dividir as tarefas de compras e limpeza, por exemplo, incluindo as crianças – cada dia da semana uma lava a louça”, sugere Barendsen.

A conversa importa tanto quanto a comida

A pesquisadora sugere deixar assuntos espinhosos (notas na escola, por exemplo) para outros momentos da vida familiar. E preservar as refeições para conversas descontraídas, jogos e brincadeiras.

“A conversa e a diversão das refeições importam exatamente o mesmo que a (qualidade da) comida”, afirma Barendsen.

“Se as refeições forem só de perguntas sobre o dia na escola, os jovens não vão querer participar, por exemplo. Se a conversa for algo leve, vai estimulá-los a expressar seus pontos de vista, aprender a respeitar opiniões alheias e a desenvolver mais vocabulário até mesmo do que se os pais estivessem lendo com eles.”

Sugestões II
  1. Conversar sobre filmes e séries de TV em vez de escola ou trabalho, caso esses assuntos gerem discussões muito acaloradas e improdutivas.
  2. Deixar cada membro da família ter um dia para escolher a música que será ouvida durante a refeição.
  3. Ter em mãos temas reflexivos para estimular as conversas com as crianças: “se você ganhasse na loteria, o que faria com o dinheiro?”; “se você pudesse voltar ao passado, que coisas traria para o presente?”; “conte duas coisas boas do seu dia.”
  4. Em vez de fazer perguntas, pode-se propor reflexões sobre partes do dia da criança ou adolescente. “Pensei em você na hora do almoço porque sabia que você estaria fazendo aquela prova difícil e fiquei torcendo para ir tudo bem”. Não espere uma resposta, apenas veja se ela vai usar a deixa para conversar.
  5. Se ajudar a prevenir o estresse, talvez valha evitar a “fiscalização” constante do prato das crianças, dando a elas alguma autonomia. Ter mais de um vegetal disponível na refeição permite, por exemplo, que a criança escolha um caso não queira comer o outro.

Caso os pais achem válido brincar com a comida no prato, Barendsen sugere que fazer um rosto com cabelo de alface e olhos de azeitona, por exemplo, pode ajudar a tornar a refeição mais divertida.

A comida importa muito: mas pode ser simples e rápida

Poucas famílias têm tempo para elaborar múltiplos pratos complexos para todas as refeições – e isso nem é necessário.

“Dá para pensar em pratos rápidos e nutritivos e envolver a família no preparo”, diz Barendsen. “Lembrando que não há um número mágico em que as refeições em família começam a surtir efeito, e a única coisa que não pode faltar é desfrutar a companhia um do outro.”

Sugestões III:
  1. As crianças estão com fome e a comida não está pronta? Uma ideia é usar frutas e vegetais como lanchinho – pedaços de cenoura, manga, brócolis, pepino ou azeitona, por exemplo. Daí você não precisa se preocupar quanto a se elas vão comer frutas e vegetais durante a refeição.
  2. Bolar refeições de “uma panela só”: um macarrão enriquecido com vegetais, um risoto com múltiplos ingredientes ou um wrap/sanduíche/panqueca/pizza caseira em que cada membro da família possa montar com os ingredientes (desde que saudáveis) de sua escolha.
  3. Para manter as crianças sentadas à mesa e conversando por mais tempo, uma possibilidade é ter como atrativo sobremesas simples e saudáveis – raspadinha de frutas, sorvete de banana congelada, bolos de frutas.
  4. Envolva as crianças no preparo: por exemplo, oferecendo duas opções de menu e deixando elas escolherem uma; levando-as à feira para que conheçam os alimentos in natura e pedindo para que elas escolham um que nunca viram – depois, vocês podem bolar juntos uma receita para esse alimento novo.
  5. As crianças também podem se divertir ajudando a pôr a mesa, medindo ingredientes, ligando o liquidificador e (com muito cuidado e supervisão), dependendo da idade, cortando vegetais e mexendo na panela.
  6. Elabore uma lista de receitas simples às quais você possa recorrer quando estiver com pressa e sem ideias, e mantenha ingredientes-chave na geladeira. Vegetais congelados, queijo e pedaços de pão podem virar uma refeição improvisada em questão de minutos.
  7. Com bebês e crianças pequenas, é necessário oferecer o mesmo alimento diversas vezes – e de diversos jeitos – para eles se acostumarem ao sabor. E pode ser que haja bagunça e sujeira. Se o resultado forem refeições mais divertidas, talvez valha relevar a confusão. Vai depender da dinâmica de cada casa.
  8. Pensar fora da caixa: se não deu para se reunir no jantar de ontem, quem sabe dá para organizar um café da manhã juntos ou um lanchinho antes de dormir? Se a mesa de jantar está cheia de papéis, dá para estender a toalha no chão e fazer um piquenique improvisado.

Permitir ou não eletrônicos?

Para Barendsen, cada família deve avaliar o que funciona ou não para si – e fazer acordos a partir disso. É o que vale, por exemplo, para o dilema de permitir ou não o uso de eletrônicos durante as refeições.

“A ideia é, novamente, que não adianta esperar perfeição, e tem gente que não consegue ficar longe do celular, embora eu coloque os eletrônicos na lista de coisas que podem perturbar as refeições”, diz ela.

“Há famílias que vetam o uso de eletrônicos, há as que permitem o uso se for alguma mensagem urgente e há as que usam os eletrônicos em favor das conversas e da integração familiar – para ver um vídeo que pode servir de assunto ou para conversar via Skype com o pai que não chegou a tempo para o jantar.”

Se a ideia for vetar os eletrônicos, ela sugere fazê-lo em pequenos passos e sempre em comum acordo com a família.

Começar tradições familiares

Um dos princípios do Projeto Jantar em Família é que “as refeições familiares têm o poder de estimular o pensamento ético”.

E Barendsen conta ter visto isso na prática. “Uma das famílias que acompanhamos é de uma mãe que certa noite estava jantando com seus dois filhos, quando perguntou: ‘se vocês ganhassem na loteria, o que fariam com o dinheiro?’. Ela esperava uma resposta brincalhona, mas ouviu de um deles, ‘eu daria o dinheiro para caridade’. Foi uma conversa de dez minutos no jantar que deu início a uma tradição familiar: eles reservaram um pote no qual juntam dinheiro para doar.”

Sugestões IV:
  •  Aproveitar as refeições para conversar sobre projetos em família: uma viagem que queiram fazer juntos, uma decisão que queiram tomar ou um esforço coletivo (por exemplo, mudar os hábitos alimentares de todos).
  •  Celebrar pequenas conquistas cotidianas: transformar as refeições em ocasiões especiais para comemorar não apenas aniversários, mas também quando um dos membros da família concluir um projeto difícil (desde aprender a andar de bicicleta a entregar um trabalho escolar) ou fizer algo especial.

Fonte: IDOETA, Paula Adamo. Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/geral-45424589

Desafios da amamentação

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade do bebê e de forma complementar até 2 anos ou mais.

As vantagens da amamentação vão muito além da nutrição e da saúde física do bebê. Amamentar ajuda na criação do vínculo mãe-filho e colabora na recuperação pós-parto, entre outras vantagens.

No entanto, amamentar nem sempre é uma tarefa simples. Muitas mulheres sofrem com problemas como mamilos doloridos, seios rachados e leite empedrado.

Risco: desmame precoce

Quando não são identificados logo e tratados desde o início, podem resultar na interrupção da amamentação.

Apesar das recomendações e medidas adotadas, o desmame precoce ainda é uma realidade frequente, independentemente do motivo.

É fundamental consultar seu (sua) ginecologista para aprender a prevenir e, quando necessário, tratar.

Importância da técnica

Acredita-se que uma má técnica de amamentação dificulta a sucção e o esvaziamento da mama, podendo afetar a dinâmica da produção do leite.

Como consequência, a mãe tende a oferecer precocemente alimentação complementar (fórmula infantil ou outros alimentos).

Fatores de risco

Alguns quadros observados durante a amamentação ainda na maternidade são considerados fatores de risco para o desmame.

Presença de dor mamilar, ingurgitamento mamário, lesão mamilar, fadiga e sensação de cansaço são exemplos de condições indicativas de dificuldades com a técnica da amamentação, comumente citadas nas primeiras 24 horas pós-parto.

Outras circunstâncias também interferem negativamente na duração do aleitamento materno, como dificuldades na pega e na sucção, a agitação do bebê e a percepção de oferta insuficiente de leite pela mãe.

Principais desafios da amamentação

Mamilos doloridos ou rachados

Mamilos doloridos são mais comuns entre o terceiro e o sétimo dia após o início da amamentação.

Geralmente, isso acontece porque o bebê não está bem posicionado no peito (veja a imagem).

Mas há outros motivos, como disfunções orais na criança, uso impróprio de bombas de extração de leite e a interrupção inadequada da sucção do bebê ao tirá-lo do peito.

Alguns autores descrevem que a dor (tolerável) pode ser considerada normal e não deve persistir além da primeira semana pós-parto. No entanto, ter os mamilos mais doloridos e machucados do que o usual requer intervenção.

Caso o desconforto não diminua ou se acentue, é preciso consultar um especialista para identificar a causa.

Em alguns casos, o trauma mamilar pode causar fissuras, hematomas, marcas e até bolhas.

Veja medidas para ajudar na prevenção:

Amamentação com técnica adequada (posicionamento e pega). Como saber se a pega está correta? Dicas: os lábios do bebê devem estar virados para fora, boca bem aberta, queixo tocando o peito materno, aréola mais visível na parte superior do que na inferior, bochecha redonda (“cheia”), barriguinha voltada para você e encostando no seu corpo.

  • Cuidar para que os mamilos se mantenham secos, expondo-os ao ar livre ou à luz solar.
  • Sempre que houver vazamento de leite, trocar o sutiã.
  • Não usar produtos que retirem a proteção natural do mamilo, como sabonetes com perfume ou álcool.
  • Colocar o bebê no peito assim que der os primeiros sinais de que quer mamar. Isso evita que inicie a mamada com muita fome e sugue com força excessiva.
  • Nas mamadas, a bebê deve esvaziar completamente uma mama antes de ser oferecida a outra. Caso ele não esvazie toda a mama, ofereça o mesmo seio na próxima mamada.
  • Comece por aquele que o neném sugou por último. Lembre-se de que o melhor intervalo entre as mamadas é aquele estabelecido pelo próprio recém-nascido.
  • “Estalos e outros sons” durante a mamada podem ser sinais de que o bebê está ingerindo ar e aumentando os riscos de flatulência (excesso de gases abdominais).
  • Evitar o ingurgitamento mamário (mamas muito cheias de leite, que pode empedrar).
  • Fazer a retirada manual do leite antes da mamada se a mama estiver muito cheia. Isso aumenta sua flexibilidade e permite a pega adequada.
  • Procure orientação profissional no caso de alterações nas mamas: vermelhidão, endurecimento, dor, calor, fissura, sangramento etc.

Falta de leite?

A grande maioria das mulheres tem condições de produzir leite suficiente.

A secreção de leite aumenta de menos de 100 ml/dia no início para aproximadamente 600 ml no quarto dia.

O volume de leite produzido na lactação já estabelecida varia de acordo com a demanda da criança. Em média, é de 800 ml por dia na amamentação exclusiva.

A síntese de leite após cada mamada varia, sendo maior quando a mama é esvaziada com frequência. Em geral, a capacidade de produção de leite da mãe é maior que o apetite de seu filho.

A capacidade de armazenamento da mama varia entre as mulheres e pode variar entre as mamas de uma mesma mulher.

Ela tende a aumentar com o tamanho da mama, mas não tem relação com a produção de leite. No entanto, pode ser importante na determinação na frequência das mamadas.

Assim, crianças de mães com menor capacidade de armazenamento satisfazem a sua demanda mamando com mais frequência.

Muitas vezes, a percepção de que há pouco leite é reflexo da insegurança materna. Essa insegurança (que pode ser reforçada por pessoas próximas) faz com que o choro do bebê e as mamadas frequentes sejam interpretadas como sinais de fome, ainda que isso faça parte do comportamento do recém-nascido.

A ansiedade que essa situação gera na mãe e na família pode ser transmitida à criança, que responde com mais choro.

Produção do leite materno

A “descida do leite” costuma ocorrer entre o terceiro e quinto dia após o parto. A produção se dá pela ação de hormônios e ocorre mesmo que a criança não esteja sugando.

A produção de leite materno aumenta consideravelmente com o consequente aumento do volume e tensão das mamas, podendo causar algum desconforto e dor.

O colostro torna-se mais rico em proteínas, lactose e gorduras que saciam as necessidades crescentes do recém-nascido.

A partir de então, a produção depende apenas do esvaziamento da mama, ou seja, depende do número de vezes que a criança mama durante o dia e sua capacidade de esvaziamento mamário.

Oferecer ao bebê ambos os seios (a cada amamentação) estimula o suprimento de leite.

Quando há insuficiência de leite o bebê dá sinais. Não fica saciado após as primeiras mamadas, chora muito, quer mamar com frequência e ficar muito tempo no peito durante as mamadas.

Observar as funções de eliminação

O número de vezes que a criança urina ao dia (menos de seis) e poucas evacuações, com fezes em pequena quantidade, secas e duras, também são considerados indicativos de que a criança pode não estar recebendo o volume adequado.

No entanto, a melhor forma de constatar é acompanhar seu crescimento e ganho de peso nas visitas ao pediatra.

Excesso de leite

Ocasionalmente, mulheres produzem muito leite e isso pode provocar problemas como leite empedrado.

Quando houver excesso de leite, o médico deve ser consultado para entender por que isso está acontecendo. O especialista pode indicar posições adequadas para ajudar a criança a lidar com grandes quantidades durante a mamada e indicar a retirada de parte do leite com bombinhas.

Ingurgitamento mamário (“leite empedrado”)

O ingurgitamento mamário acontece quando as mamas estão muito cheias de leite.

A mãe pode senti-las rígidas, duras e doloridas. Isso pode ocorrer nos primeiros dias, quando o bebê ainda está se acostumando a mamar. Também pode ocorrer quando o bebê está maior e já não mama com tanta frequência. Por exemplo, quando está comendo outros alimentos.

Pode haver o aumento da vascularização da mama, a retenção do leite nos alvéolos e edema.

Os ductos de leite ficam comprimidos, o que dificulta ou impede a saída. A produção pode ser interrompida e o leite represado pode ser reabsorvido. O líquido acumulado na mama torna-se mais viscoso, o que dá origem ao termo “leite empedrado”.

Quando a situação é mais grave, a mãe pode sentir febre e mal-estar.

Há algumas medidas preventivas:

  • Se a mama estiver tensa antes da amamentação, pode-se retirar um pouco do leite manualmente.
  • Permitir mamadas frequentes, sem horários pré-estabelecidos.
  • Massagens delicadas nas mamas com movimentos circulares, particularmente nas regiões mais afetadas. Elas ajudam o leite acumulado a fluir melhor.
  • Usar sutiãs com alças largas e firmes para dar suporte às mamas e aliviar a dor.
  • Fazer compressas (frias ou com água na temperatura ambiente) em intervalos regulares, após as mamadas. Quando necessário, o intervalo pode ser de duas horas.

Bloqueio de ductos lactíferos

O bloqueio acontece quando o leite produzido em uma determinada área da mama não é drenado adequadamente.

Isso acontece com frequência quando a mama não está sendo esvaziada pelo bebê por algum motivo. Mas também pode ocorrer por outros motivos, como sutiã muito apertado ou uso de cremes no mamilo, obstruindo os poros de saída do leite.

A mulher com bloqueio dos ductos lactíferos pode apresentar “nódulos” localizados, sensíveis e dolorosos, além de vermelhidão e calor na área. Essa condição não costuma causar febre ou sintomas mais graves. Mas podem aparecer pontos brancos na ponta do mamilo, o que causa muita dor durante as mamadas.

Para prevenir essa condição, deve-se evitar o uso de cremes e sutiãs apertados e permitir que o bebê mame com frequência. Caso não esteja mamando suficiente, deve-se consultar o médico.

Outras dicas

  • A amamentação deve prosseguir mesmo que doa. Dê de mamar o maior número de vezes que conseguir e evite longos intervalos entre as mamadas.
  • Esvaziar as mamas costuma amenizar os sintomas.
  • Se conseguir, inicie a mamada com o peito afetado. Com isso o bebê suga com mais força e há maior chance de o ducto desentupir.
  • Experimente diferentes posições para amamentar com o objetivo de encontrar uma posição que leve a um melhor encaixe da boca do bebê.
  • O analgésico recomendado pelo seu pode ajudar a aliviar a dor. Mas é preciso verificar com o médico o que você pode tomar.
  • Usar uma bombinha para ordenhar depois de cada mamada auxilia na retirada total do leite.
  • Compressas geralmente frias nos seios e uma massagem delicada (antes e depois de amamentar) aliviam a dor. Se tiver dificuldade de fazer a massagem sozinha, peça ajuda: da mãe, de seu parceiro, da enfermeira. Não hesite em pedir auxílio.
  • Bancos de leite públicos oferecem atendimento gratuito e orientação à amamentação. Descubra qual é o banco de leite público mais próximo de você.

Fonte: https://brasil.babycenter.com/a1600039/ductos-lact%C3%ADferos-entupidos#ixzz5SdbbmjB9

Outros aspectos importantes

Determinação, paciência, persistência, desejo de amamentar e principalmente apoio permitem que qualquer mulher possa ter o privilégio deste contato, desta relação com seu filho, até mesmo as mães adotivas.

Ainda bem que durante a gestação, você não “exercitou” os mamilos, porque esses exercícios, além de não adiantarem muito a protrusão dos bicos, pelo fator hormonal, poderiam causar contrações uterinas. O momento de fazer os bicos ficarem um pouco maiores para a amamentação, é exatamente antes das mamadas; de que forma?

Algumas ideias:

  • utilizar um sutiã “velhinho”, onde você possa fazer furos bem no local dos bicos;
  • antes das mamadas, rodar suavemente os bicos para a esquerda/direita (como se eles fossem botão de rádio);
  • usar seringa de injeção ou bomba tira leite antes das mamadas (para ajudar os bicos a ficarem protraídos) se usar a seringa ,corte o local da agulha , retire o êmbolo e coloque-o no local cortado, aí é só puxar levemente para fazer com que o bico fique mais eriçado.

Essas ideias ajudam o bico a ficar mais “eriçado”, facilitando a pega do bebê ao peito. Vale lembrar que, quando o bebê suga o peito o bico se estica até quase a “campainha” do bebê e lá ele é massageado contra o céu da boca, para que o leite saia.

Observe a pega do bebê no peito, pois a maioria das fissuras surge porque o bebê está pegando o peito de forma errada. Então, observe se seu filho está abocanhando uma boa parte da aréola, queixo coladinho no peito, boquinha bem aberta, barriga do bebê de frente para o seu corpo.

Leite materno: cicatrizante

Para cicatrizar as fissuras, você tem um poderoso cicatrizante que é o leite materno – após as mamadas, espalhe por toda a aréola e bicos, deixe secar e de preferência deixe-os arejados (pois umidade das pomadas, aréola umedecida e fechada, dificultam a cicatrização), banhos de sol também ajudam bastante! E o que previne mesmo, é a pega correta do bebê no peito!

Para diminuir a dor das fissuras, mude as posições das mamadas (tente dar deitada de lado, com o bebê sentado numa das suas coxas, ou na posição invertida – que é o bebê debaixo do seu braço – meio viradinho de lado).

Evitar:

  • deixar o peito muito cheio (pois dificulta a pega dos bebês pequeninos) ;
  • usar chupetas, mamadeiras e até mesmo o protetor de silicone, pois influem negativamente no sucesso da amamentação, porque são fatores de confusão de bicos, além de não permitirem uma boa pega, fazendo com que o leite não seja retirado adequadamente;
  • mamadas prolongadas também devem ser evitadas, porque podem ser fator de manutenção da fissura.

Mesmo com o bico fissurado, se a pega estiver correta não haverá tanta dor durante a mamada. Tente oferecer um peito por mamada e de acordo com o desejo do seu bebê, porém, observe esse tempo de mamada (4 horas no peito é muito tempo!).

Se o seu bebê estiver bem posicionado, ele deverá conseguir mamar de forma eficaz e por menos tempo.

Visite o site http://www.amigasdopeito.org.br ou ligue 2285 7779.

5 atitudes para estimular a produção de leite materno
  1. Amamente

Não há nada melhor para manter a fabricação do leite materno ativa do que a própria sucção que o bebê faz enquanto amamenta. É esse movimento que garante a continuidade de todo o processo demonstrado passo a passo no infográfico acima. Mas é necessário ter alguns cuidados: além de evitar uma pega inadequada do bebê, é importante não deixar acumular leite nos seios. Isso pode causar problemas sérios, como a mastite (inflamação das mamas). A orientação é começar a amamentação com uma mama e, quando esvaziá-la, passar para a outra. A próxima mamada deve ser iniciada pelo seio que terminou a anterior.

  1. Relaxe

O nervosismo é um grande inimigo da amamentação, assim como o cansaço e a ansiedade. Por isso, procure descansar e se manter calma durante o período da lactação. O estresse atua nos hormônios que produzem o leite materno, podendo causar um desequilíbrio entre eles.

  1. Mantenha-se hidratada

A água é a principal matéria-prima para a produção do leite materno. “A recomendação é beber de 2 a 3 litros por dia”. Sucos de frutas naturais (e sem açúcar) também podem ajudar nesse processo. Só não abuse de líquidos cheios de cafeína, como refrigerantes, café, alguns chás e mate.

  1. Durma bem

Ter um sono adequado e de boa qualidade também é fundamental para garantir que o leite materno continue a ser produzido.

  1. Use roupas leves

Vestir blusas ou sutiãs muito apertados não é recomendado. A compressão muito grande das mamas pode fazer com que diminua a produção do leite. Por isso, dê preferência para roupas apropriadas, mais confortáveis e lingeries próprias para mulheres que estão amamentando.

Fontes:

http://www.danonebaby.com.br/nutricao/problemas-da-amamentacao/

https://amigasdopeito.wordpress.com/tag/peitos-doloridos-ou-machucados/

BARBOSA, Gessandro Elpídio Fernandes et al. DIFICULDADES INICIAIS COM A TÉCNICA DA AMAMENTAÇÃO E FATORES ASSOCIADOS A PROBLEMAS COM A MAMA EM PUÉRPERAS. Rev. paul. pediatr. [online]. 2017, vol.35, n.3 [cited 2018-09-29], pp.265-272. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-05822017000300265&lng=en&nrm=iso>.  Epub July 13, 2017. ISSN 0103-0582. http://dx.doi.org/10.1590/1984-0462/;2017;35;3;00004.

GIUGLIANI, Elsa R. J..Problemas comuns na lactação e seu manejo. J. Pediatr. (Rio J.)[online]. 2004, vol.80, n.5, suppl. [cited 2018-09-29], pp.s147-s154. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572004000700006&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0021-7557. http://dx.doi.org/10.1590/S0021-75572004000700006.

https://revistacrescer.globo.com/Por-Uma-Infancia-Mais-Saudavel/noticia/2015/04/tudo-sobre-producao-do-leite-materno.html

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-e-produzido-o-leite-materno/

Condimentos e temperos em vez de sal

Plantas condimentares são amplamente utilizadas na culinária como alimentos funcionais.

As espécies aromáticas da culinária tradicional são utilizadas para conferir palatabilidade e realçar características sensoriais de alimentos. Alguns condimentos são empregados com a finalidade de conservação, devido às propriedades antimicrobianas e antioxidantes.

Desde 1985, a Organização Mundial de Saúde recomendou reduzir a ingestão média diária de sal para 5g ou menos, considerando o sódio oculto nos alimentos.

Nas crianças a ingestão de sal deve ser a menor possível.

Estudo brasileiro

Pesquisadoras da Universidade Federal de Ouro Preto (MG) estudaram o teor de antioxidantes, flavonoides e compostos fenólicos de condimentos, visando alternativas para substituir o sal e melhorar a palatabilidade das preparações alimentares de pacientes hipertensos. Quando estes retiram o sal de cozinha (NaCl) relatam que os alimentos “perdem” o sabor.

O objetivo do estudo foi desenvolver temperos à base de plantas medicinais e analisar os teores.

Plantas (coentro, salsa, orégano, alecrim, manjericão, alho, cebola) cultivadas organicamente foram processadas e os temperos foram desenvolvidos a partir de combinação dessas espécies, de acordo com teste de aceitabilidade sensorial.

Foram definidos três temperos, dos quais foram feitos extratos metanólicos por remaceração.

Resultados (resumo)

Na aceitação subjetiva dos temperos a nota média foi 7,07±1,09. O teor mais elevado de compostos fenólicos foi no tempero 2 (alho, salsa e manjericão) e a maior ação antioxidante foi no tempero 1 (alho, cebola, coentro e orégano). Todos os temperos tiveram boa aceitação por pacientes hipertensos e mostraram-se promissores na substituição dos condimentos convencionais.

Espécies como orégano (Origanum vulgaris L.), alecrim (Rosmarinus officinalis L.) e manjericão (Ocimum basilicum L.) (Lamiaceae) destacaram-se principalmente pela capacidade antioxidante.

Alguns autores relatam o uso de várias espécies tais como alecrim (Rosmarinus officinalis L.), Plectranthus barbatus And., Allium sativum L., Cynara scolymus L.; Leonurus sibiricus L. como hipotensoras discutindo os mecanismos de ação farmacológica e possíveis interações medicamentosas.

Conclusões

  1.  Buscando melhorar a palatabilidade de pacientes hipertensos, novas opções de condimentos devem ser introduzidas nas preparações diárias para realçar o sabor e estimular hábitos alimentares saudáveis.
  2.  Outro aspecto relevante na redução do consumo de sal é a inserção de temperos à base de plantas condimentares que possuem compostos farmacologicamente ativos, tais como terpenos ou óleos essenciais, compostos fenólicos e flavonoides caracterizando-as como alimentos funcionais.
  3.  A boa aceitação dos produtos motiva novos testes, comprova a facilidade de uso, e permite a incorporação dos temperos/ ervas medicinais nos hábitos alimentares dos hipertensos, facilitando a aceitação/ consumo e palatabilidade dos alimentos conforme mostrado nos resultados.
  4.  A partir dos resultados obtidos conclui-se que preparações com alto teor de compostos fenólicos e antioxidantes são provavelmente mais eficazes na atuação em distúrbios cardiovasculares e na prevenção do envelhecimento celular.

Alho & Cebola

Nas Aliaceae, alho (Allium sativum L.) e cebola (Allium cepa L.) demonstram efeitos benéficos em doenças cardiovasculares por terem capacidade hipocolesterolêmica – pela redução dos níveis de colesterol total e LDL, aumento do colesterol HDL e diminuição da peroxidação lipídica, hipolipidêmica, anti-hipertensiva, antidiabética, pró-circulatória e antitrombótica.

Salsa & Coentro

Na família Apiaceae destacam-se o coentro (Coriandrum sativum L.) e a salsa (Petroselinum crispum (Mill.).

Os compostos fenólicos extraídos de ambos são responsáveis, em parte, por atividades antioxidantes. O extrato de salsa se mostrou responsável pelo aumentou significativo do volume urinário, confirmando o efeito diurético da planta.

A suplementação de dietas com folhas frescas de salsa pode aumentar a capacidade antioxidante no plasma de ratos e levar a diminuição do estresse oxidativo em humanos.

A salsa também é amplamente utilizada na medicina popular brasileira como diurético. Apesar de tanto ela quanto o coentro possuírem atividades antioxidantes, no estudo brasileiro os resultados do coentro se sobressaíram.

Manjericão (Ocimum sp) possui elevado poder antioxidante, sendo muito utilizado como condimento. Verificou-se que é rico em compostos fenólicos, principais compostos que possuem grupamentos OH, que funcionam como sequestradores de radicais agindo tanto na etapa de iniciação como na propagação do processo oxidativo.

MENDES, G.M.; RODRIGUES-DAS-DORES, R.G. and CAMPIDELI, L.C.. Avaliação do teor de antioxidantes, flavonoides e compostos fenólicos em preparações condimentares. Rev. bras. plantas med. [online]. 2015, vol.17, n.2 [cited 2018-06-15], pp.297-304. Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-05722015000200297&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1516-0572. http://dx.doi.org/10.1590/1983-084X/13_069.

Salsa seca (microondas)

A salsa é comumente empregada como tempero no preparo de diversos pratos e é comercializada principalmente em maços de ramos frescos. Como o produto é bastante perecível, muitas vezes ele não resiste ao armazenamento e se deteriora antes de ser consumido. Avaliou-se o uso de microondas doméstico para a secagem de salsa. Após a secagem verificou-se redução do teor de umidade, da atividade de água e da carga microbiana total, em relação à hortaliça fresca. Salsa fresca apresentou contagem de coliformes fecais superior ao permitido pela legislação vigente no Brasil, enquanto que a seca se mostrou adequada para o consumo humano. A redução da atividade de água associada à destruição parcial da carga microbiana presente no produto, contribuiu para que se tenha um alimento que possivelmente pode ser conservado por mais tempo.

Fonte: Uso de microondas doméstico na conservação de salsa: uma abordagem microbiológica / Cavalcante, Indira Gaide de Aguiar; Bruno, Laura, Maria. Hig. aliment; 20(146): 40-42, nov. 2006.

Conservantes naturais

O consumo de produtos naturais que substituam aditivos químicos tem sido uma opção para aqueles que procuram hábitos saudáveis e segurança alimentar. Os condimentos possuem comprovada atividade biológica sobre fungos e bactérias. Por isso, sempre foram utilizados como conservantes de alimentos.

Um trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar o efeito “in vitro” do óleo essencial de erva-doce (Pimpinella anisum), sobre as bactérias Staphylococcus aureus e Escherichia coli e sobre os fungos Aspergillus flavus e Aspergillus parasiticus.

O óleo essencial foi extraído pela técnica hidrodestilação utilizando aparelho de Clevenger modificado e testado nas concentrações de 50; 40; 30; 20; 10; 5; 1; 0,5 e 0.1% para as bactérias e nas concentrações de 2; 1; 0,5; 0;25 e 0,1 µL/mL para fungos. O óleo apresentou elevada atividade bacteriana com uma concentração mínima inibitória (CMI) de 1% para a E.coli, porém não apresentou atividade frente a S. aureus. Os valores de CMI encontrados para o A. flavus e A. parasiticus foram de 0,5 e 2 µL/mL, respectivamente. Verificou-se que o óleo essencial apresentou efeito inibitório sobre os micro-organismos estudados, sendo, portanto, uma alternativa no controle microbiológico de alimentos.

Fonte: Controle microbiológico de alimentos utilizando óleo essencial de Pimpinella anisum (erva-doce). Freire, Juliana Mesquita; Cardoso, Maria das Graças; Batista, Luís Roberto; Andrade, Milene Aparecida; Lima, Rafaela Karin. Hig. aliment; 25(196/197): 154-158, maio-jun. 2011.

Pequeno dicionário de condimentos, temperos etc.

Absinto ou losna: erva usada como aromatizante, na preparação de certos licores (vermutes). Não é recomendada sua utilização, principalmente contínua ou em excesso. Potencialmente tóxico.

Absinto russo: o mesmo que estragão.

Açafrão: de origem mediterrânea, é utilizado para dar cor amarelo-ouro a determinados pratos, como paellas, molhos, farofas, dobradinhas, carne de carneiro, sopas e risotos.

Açafrão-da-terra ou cúrcuma: é uma raiz aromática de sabor ligeiramente amargo, ideal para dar uma tonalidade amarela em diversos pratos. Muito utilizada em pratos da cozinha baiana, indiana e asiática.

Aceto: o mesmo que vinagre (termo italiano).

Aceto balsamico: vinagre preparado com uvas maduras e envelhecido em barris de carvalho. Usado para temperar carnes, aves, peixes e em molhos (termo italiano).

Aipo ou salsão: hortaliça de sabor marcante cujas folhas são utilizadas para temperar caldos ou sopas e seu talo pode ser consumido cru em saladas ou cozido em ensopados. Na Grécia antiga, era considerado sagrado e foi utilizado em emblemas de nobres.

Aipo marrom: aromatiza o sal. Principalmente usado em pratos com ovos, aves, sucos de tomate, saladas de batata, atum e cozidos com carnes e vegetais.

Aji-no-moto: glutamato monossódico (tempero japonês). Evitar.

Albahaca: o mesmo que manjericão (termo espanhol).

Alcaparra: é o botão da flor de um arbusto nativo do Oriente, da região mediterrânea, hoje cultivado em muitas regiões quentes. De sabor acentuado, são utilizados em molhos, carnes, saladas, conserva de vinagre ou na salmoura e guarnições.

Alcarávia: o mesmo que cominho-armênio, kümmel ou cominho de pão.

Alecrim (ou rosmarinho): com aroma forte e gosto adocicado e acentuado, o alecrim enriquece o sabor de sopas, carnes, aves, peixes, patês de fígado, saladas, molhos, ovos, mexidos, omeletes, ensopados e grelhados. Pode ser encontrado seco ou fresco. Nas carnes deve ser esfregado na superfície e, em aves, também por dentro.

Alfavaca ou basilicão: erva cujas folhas são usadas como tempero em diversos pratos da cozinha italiana, saladas, tomates, ovos, queijos, peixes, milho, massas, molhos e como aromatizador de vinagres. A alfavaca tem um sabor adocicado e é muito parecida com o manjericão, embora suas folhas sejam mais graúdas. Origem brasileira.

Alho: empregado como condimento para todos os tipos de pratos. Membro aromático e forte da família da cebola. A quantidade utilizada depende do gosto individual. Excelente em molho de tomate, carne, peixe, aves, pão de alho. É comum ser utilizado em combinação com a cebola. EQUIVALÊNCIA: 1/8 de colher de chá de alho em pó ou granulado corresponde a aproximadamente 1 dente de alho.

Alho-poró: é uma hortaliça com sabor muito semelhante ao da cebola. Utiliza-se tanto o bulbo (parte mais branca) quanto as folhas. De sabor suave e levemente adocicado, é empregado em sopas, saladas, ensopados e quiches.

Allspice: o mesmo que “pimenta da Jamaica” (termo inglês).

Aneto, dill ou endro: erva utilizada como aromatizador de licores, xaropes e vinagres. Como condimento em picles, molhos para pratos de peixe ou camarão, sopas e cremes, vinagre aromatizado, salada de batatas, molhos a base de maionese e iogurte, pães de ervas. É um tempero de cor verde brilhante, com aroma refrescante e sabor delicado. Pode ser encontrado fresco ou seco. Originário da Índia.

Azedinha: utilizada na cozinha egípcia e muito consumida pelos faraós. Existem dois tipos de azedinhas comestíveis: a francesa e a jardim. Podem ser consumidas cruas, em saladas, ou cozidas, em refogados, sopas e peixes.

Azeite-de-dendê: é o óleo extraído dos frutos da palmeira. É ingrediente indispensável na culinária baiana. O mais correto seria chamá-lo de óleo.

B

Basilico: o mesmo que manjericão (termo italiano).

Baunilha: descoberta no México, em 1571, a baunilha é um fruto tropical, amplamente utilizada em cremes de Pâtisserie, pudins, molhos doces, bolos e sorvetes.

Beldroega: erva usada em saladas e sopas.

Benishooga: gengibre em conserva avermelhado.

Bouquet-garni: palavra de origem francesa que significa um ramalhete de cheiros verdes (ervas frescas). Geralmente é feito com até cinco ervas como o tomilho, salsa, louro, manjericão, entre outros, amarradas em maço, ou envolvidas em gaze ou pano. Usado em sopas e ensopados. Podem ser colocados dentro de um saco de pano fino ou gaze. É retirado no final do cozimento.

C

Cajun: originário da Argentina, o cajun é composto por páprica, sal, estragão, alho, cebola, pimenta do reino, salsa, canela, tomilho e pimenta calabresa. É típico da cozinha Creola.

Canela: originária do Ceilão, também cultivada na América do Sul e na Índia, pode ser utilizada em pó ou em pau, em molhos, bolos, doces, caldas, compotas, biscoitos, panquecas, canjicas, pães, bebidas quentes ou frias e até e algumas receitas de carne.

Cardamomo: semente de aroma intenso, da família do gengibre, que deve ser usado com moderação, é um dos componentes do curry e da masala, o cardamomo é um condimento aromático com sabor forte e adocicado, utilizado em sopas, carnes de porco, saladas, bolos, tortas, biscoitos, pudins, etc. Originário da Índia, onde seus grãos são mastigados após as refeições para ajudar na digestão e refrescar o hálito.

Cari: o mesmo que curry (termo espanhol).

Caril: mistura de vários condimentos, usado na culinária indiana. Também é o nome do preparo de pratos que levam molho de masala. O tailandês é mais picante, pois leva pimenta, gengibre, alho e pimenta-do-reino.

Cebola: muito versátil, a cebola é, além de tempero indispensável, utilizada como prato principal e até como decoração de pratos. EQUIVALÊNCIA: 1 colher das de sopa de cebola em pó corresponde aproximadamente a 1 cebola média. 1 colher das de sopa de cebola granulada ou em tiras corresponde a ¼ de xícara de cebola “in natura” picada.

Cebolinha ou cebolinha verde: é originária da Sibéria, foi introduzida no Brasil, pelos portugueses. É perfeita para pratos salgados como carnes, peixes, refogados e sopas. Pode ser utilizado tanto o bulbo quanto as folhas, fresca ou refogada. Em pratos quentes, adicionar ao final do cozimento. Junto com a salsa compõe o popular cheiro-verde. Rica em vitaminas A e C, é membro da família das cebolas, mas seu sabor é mais delicado.

Cerefólio: parecido com a salsinha, mas com sabor semelhante ao anis, é originário do Oriente e pode ser liso ou crespo. Muito utilizado como condimento em sopas, consomés, omelete, saladas, molhos e peixes. É um dos itens da mistura de Ervas Finas.

Cheiro-verde: é a salsa com a cebolinha, com uma pitada de louro, utilizadas para realçar sabores de patês, molhos e cozidos.

Chili: planta da família do pimentão, seu sabor é picante e o fruto costuma ser usado inteiro, moído ou seco. Tradicional da culinária mexicana, é muito usada com carne.

Chili powder: mistura saborosa e equilibrada, usada em pratos picantes da cozinha mexicana. Utilize em hambúrgueres, pratos com milho, molhos para churrasco, pratos com aves e carne.

Chipotle: o mesmo que jalapeño seco.

Ciboulette: cebolinha verde francesa, mais fina do que a cebolinha comum.

Coentro: é uma erva conhecida desde a Grécia antiga e muito utilizada para temperar conservas, sopas e principalmente peixes, além de aves, peixes ensopados ou assados, carne de carneiro, recheios de tortas e massas, pães de gengibre e biscoitos. Seco, é usado no preparo de pães, de picles e assados de porco e peixe. Muito consumida na região Nordeste e Sudeste do Brasil, é um ingrediente indispensável da tradicional na Moqueca Capixaba. É muito parecido com salsa e tem aroma e sabor muito fortes. Adicione sempre no final do cozimento.

Colorau ou colorífico: é um tempero de origem brasileira extraído do urucum moído misturado a fubá e óleo de soja. É usado para dar cor aos alimentos industrializados, molhos e preparações caseiras sem interferir no sabor. Sua cor laranja-avermelhada serve para despertar o apetite.

Cominho: originário do Egito, erva cujo fruto aromático é usado como tempero em carnes assadas em geral, frango, molhos, linguiças, queijos, pastéis, pães, pratos orientais e mexicanos, e cozimento de hortaliças. Suas folhas novas são muito usadas em sopas. Esta especiaria faz parte da composição do curry. Tem sabor muito forte e deve ser usado com cuidado.

Cravo-da-Índia: muito utilizado em doces, chás, assados, bebidas, molhos, biscoitos, compotas e picles, o cravo é conhecido na Índia, Egito e China desde o ano 600 A.C..

Cúrcuma: o mesmo que açafrão-da-terra ou tumerique, essa raiz entra na maioria dos pratos indianos. Os monges usam seu pigmento amarelo para tingir roupas.

Curry ou caril ou Garam Masala: originário da Índia, o curry é uma mistura de várias ervas e especiarias, que podem variar de acordo com a região e o costume, podendo conter até 38 tipos de tempero, dentre elas o coentro, cominho, pimenta, coentro, cebola, mostarda, cardamomo e gengibre. De sabor acentuado e cor amarelo-forte, é muito usado em pratos orientais e em frango, carnes, peixes, camarões, arroz e molhos.

D

Daikon (nabo comprido): é uma raiz carnosa e suculenta. As folhas contêm muita vitamina c, por isso devem ser aproveitadas. É usado principalmente cozido, mas também em picles, ralado cru, marinado em molho de vinagre, ou como tempero para o sashimi.

Dashi (molho de peixe): é o líquido retirado das anchovas salgadas e fermentadas. Um tempero/ingrediente essencial nas cozinhas tailandesa, japonesa e vietnamita.

Dill: o mesmo que Aneto e Endro.

Doenjang: nome coreano da pasta de soja usada para dar sabor a carnes e legumes.

E

Endro: o mesmo que Aneto e Dill.

Erva-doce: muito usada em bolos, doces em calda, pães, licores e chás.

Erva-doce de cabeça: o mesmo que Funcho.

Ervas de Provance ou Herbes de Provence: mistura de cinco ervas especialmente combinadas para dar aroma à pizzas, molhos, vegetais cozidos, carnes bovinas e suínas. São elas: tomilho, basilicão, erva-doce, segurelha e flores de lavanda. De origem francesa

Ervas Finas ou Fines Herbes: mistura de salsa, cerefólio, estragão e cebolinha verde. Usada em molhos de saladas, peixes, ovos, molhos de tomate, “Ragout”, aves, carnes, cordeiro e vegetais cozidos. Adicione no final do cozimento.

Essência: substância aromática obtida com diversos sistemas, como a destilação, ou a permanência do alimento em óleo ou álcool por algum tempo. É usada para aromatizar.

Essência de amêndoa: é um óleo fino e aromático extraído da amêndoa ou produzido sinteticamente. Tradicionalmente utilizado na confeitaria para aromatizar preparações doces.

Essência de baunilha: é um óleo fino e aromático extraído da fava de baunilha (fruto da baunilha) ou produzido sinteticamente. Tradicionalmente utilizada em confeitaria para aromatizar preparações doces.

Essência de menta: é um óleo fino e aromático extraído da menta (espécie de hortelã) ou produzido sinteticamente. Utilizado para dar sabor e aroma às bebidas e preparações culinárias.

Estragão ou absinto russo: é uma erva de sabor forte e picante e muito aromática. Folhas frescas e secas são utilizadas para condimentar molhos para peixes, aves, especialmente frango, em omeletes, saladas de queijos brancos, na manteiga, cordeiro, molho de mostarda e maioneses. Aromatizador de vinagres para picles e mostardas. Também usado para temperar suco de tomate e vinha-d’alhos.

F

Feno grego: semente de aroma intenso, é um dos itens que usualmente faz parte do condimento Curry. Use com moderação. Tempera carnes e picles.

Fines herbes: o mesmo que ervas finas (termo em francês).

Funcho ou erva-doce de cabeça: planta cujas folhas e sementes são usadas em chás, por suas qualidades digestivas. Como condimento, especialmente em peixes, frango, ovos e pães. Suas sementes são utilizadas na composição de certos licores e seu bulbo é usado cru como salada.

Funghi secchi: cogumelos do tipo Bolletus, desidratados. Conferem sabor característico a molhos de massas e pratos com carne. Antes de utilizar, lave-os bem e deixe de molho em água fria por 30 minutos.

G

Gengibre: raiz utilizada para enriquecer o sabor de bebidas quentes, pães, biscoitos, carnes, aves, batata doce, cenoura e outros vegetais, bolos e pratos orientais. É originário da África e Jamaica. É um condimento picante extraído da raiz da planta de mesmo nome. O gengibre é amarelo-claro e pode ser encontrado fresco nas feiras ou supermercados ou em pó. Fica excelente quando combinado com outras especiarias (alho, cravo, canela).

Gergelim: tem um suave sabor de nozes. Usado em pratos árabes, pães, biscoitos, massas.

Gochu jan: nome coreano da pasta de pimenta vermelha usada como tempero ou acompanhamento.

H

Herbes de Provence: o mesmo que ervas de provance.

Hissopo: erva usada como condimento em saladas e omeletes e na fabricação de licores.

Hondashi: tempero à base de peixe.

Hortelã: originária da Inglaterra, a hortelã é utilizada em pratos árabes, licores, doces, chás, saladas, sopas, molhos e também em drinques, inclusive para efeito decorativo.

J

Jalapeño: pimenta verde que recebeu esse nome graças à cidade de Jalapa, capital de Veracruz, no México. É uma das mais suaves e pode ser encontrada fresca ou em conserva. Seca, é conhecida como chipotle.

K

Kichk: tempero típico árabe que mistura coalhada e trigo para quibe.

Korma: mistura árabe de amêndoas e especiarias utilizada para temperar as receitas.

Kümmel ou cominho de pão ou cominho-armênio ou alcarávia: as sementes desta planta são usadas na pastelaria, também em pães, bolos e biscoitos. Como condimento, em queijos fortes, salames, patê, carnes, sopas e saladas de batata ou de repolho, chucrute. Especialmente usado na fabricação do licor Kümmel. Suas folhas novas são usadas em sopas e as raízes são consideradas uma “delicatesse” na mesa.

L

Lavanda ou Alfazema: de todas as lavandas, é a mais perfumada. Das flores, se usa o óleo (extraído por destilação), que serve para preparar essências e perfumes. As folhas, às vezes, são usadas como condimento de cozinha.

Lemon pepper: o sabor e o aroma característicos da pimenta do reino com um leve sabor de limão. Excelente para frangos, peixes, molho para churrascos e saladas.

Losna: o mesmo que absinto.

Louro: largamente utilizado em molhos, marinados, ensopados, conservas, carnes, feijão (inclusive na Feijoada), sopas, chás, vinha-d’alhos. É originário do Mediterrâneo. Faz parte do “Bouquet Garni”, juntamente com a salsa e o tomilho. Dá sabor especial ao molho de tomate.

M

Macis: é a casca da noz-moscada, de cor vermelho-vivo que fica castanho quando seca. Tem apenas o ligeiro sabor da noz-moscada. Inteiras são usadas para realçar o sabor de sopas e cozidos. Moído pode ser usado em bolos, biscoitos, molhos cremosos e diversos tipos de carne, inclusive peixes e de caça.

Manjericão: fortemente aromático, com sabor característico, é muito utilizado em molhos, carnes, sopas, peixes, pizzas, na maioria das receitas com tomates, recheios de massas, macarrão, risotos e saladas. É muito usado no molho pesto. Há duas variedades: verde e roxo. Pode ser encontrado fresco ou seco.

Manjerona: originária do Oriente, a manjerona pode substituir o orégano por ter aroma semelhante, embora mais requintado. É utilizada em carnes, como as de porco e carneiro, queijos, ovos, aves, peixes ensopados, molho de tomates, pizzas, vegetais, ovos e pães. Combina especialmente bem com a páprica.

Marasquino: é um licor obtido da destilação da cereja marasquino (espécie de cereja amarga). Muito utilizado para aromatizar preparações doces.

Masala (Garam Masala): mistura de condimentos e ervas que varia conforme a região da Índia. É considerada a alma da cozinha indiana. Também conhecida como curry ou caril.

Ma’zahr: essência aromática de flor de laranjeira que serve para perfumar doces e salgados na culinária árabe.

Ma’ward: água-de-rosas, de origem árabe, que, na medida certa, é capaz de deixar doces e salgados com perfume irresistível.

Mirim: vinho de arroz com sabor adocicado, usado apenas no preparo de grelhados, cozidos, caldos e molhos.

Misk: é um tipo de resina vegetal extraída da árvore Pistachia lentiscus, típica do Oriente Médio. É usada para aromatizar especialmente doces e sorvetes.

Missô: massa/pasta de soja fermentada que dá sabor a sopas, conservas, molhos, grelhados, frituras e pratos preparados à mesa (culinária japonesa).

Mistura de cinco especiarias: pó perfumado, picante, temperado e levemente adocicado. É uma mistura de anis, pimenta em grão, erva-doce, cravo-da-índia e canela, que pode ser comprada pronta ou preparada em casa (culinária chinesa).

Molho de ostra: feito de um concentrado de ostras cozidas em molho de soja e água salgada, o molho de ostra tem uma coloração marrom-escura e um sabor acentuado. É usado tanto na cozinha quanto à mesa, como tempero.

Mostarda: planta cujas folhas secas e moídas serve como condimento. Pasta de preparação caseira ou industrial, feita com mostarda, mosto, vinagre, sal e substâncias aromatizadas, e que se usa como condimento ou sobre determinados pratos. Pode ser encontrada em grãos (de cor branca, preta ou castanha – estas últimas, de óleo mais picante são geralmente usadas em pratos da culinária indiana), creme ou pó. É muito utilizada na preparação de picles, comida alemã (salsichas e chucrute), sanduíches e chucrute. São famosas as de produção inglesa, francesa (Dijon), alemã e americana.

M.S.G.: (monossódico glutamato): um produto químico usado para realçar o sabor de alimentos, derivado de beterraba, milho e trigo. Deve-se tomar cuidado com a quantidade usada na preparação de alimentos.

N

Nan pla: molho de peixe tailandês. Poção mágica criada pelos tailandeses para temperar todo tipo de quitute, de carne a fruta.

Nan prik: molho de camarão, outro clássico da culinária tailandesa usada em todo tipo de receita.

Negui, wakegui e asatsuki (cebolinhas verdes): estas variedades de cebolinha são muito utilizadas na cozinha japonesa. A negui divide-se em duas subvariedades: ha-negui é verde em sua maior parte, e apreciada justamente por isso; o nebuka-negui tem a parte branca mais desenvolvida que a verde. O wakegui, que mede de 20 a 30 cm, é mais fino e macio que o negui, e tem um sabor menos ardido. É delicioso quando rapidamente cozido (apenas 1 ou 2 segundos) em água fervente. Tanto o negui quanto o wakegui são ingredientes do sukiyaiki e de outros pratos preparados à mesa (nabemono). São indispensáveis para tirar o gosto forte do peixe. O asatsuki é a cebolinha verde mais delicada, de sabor leve e aroma muito suave. Mede de 10 a 15 cm e é usada, de preferência, cortada bem fina, para dar colorido a sopas ou para temperar pratos.

Nirá: folha de alho.

Noz-moscada: utilizada tanto para salgados quanto para doces, pode ser encontrada em pó ou inteira, para ser ralada. Deixa um sabor diferente em recheio de massas, em carnes e até em coquetéis. Também empregada em marinados, assados, legumes, molho branco, doces de sabor delicado e em pães de massa fina. Originária do Oriente. Fica ótima no purê de batata, sendo usada, também, em bebidas à base de chocolate.

O

Óleo de semente de gergelim: é um óleo fortemente condimentado, feito de sementes de gergelim tostadas e usado como tempero. Geralmente é adicionado no final da elaboração dos pratos. Pode ser encomendado em lojas de comida oriental e se conserva indefinidamente.

Orégano: erva usada como tempero, especialmente em pratos típicos da cozinha italiana, como molhos de tomate, berinjela à parmegiana, massas e pizzas. Também pode ser usado em caldos de verdura, em carnes, peixes e aves. Originário do Mediterrâneo.

P

Papoula: as sementes dessa planta têm sabor e textura especiais, além de contribuir com o aspecto visual de vários pratos. São utilizadas, com moderação, em saladas, biscoitos, strudel, ovos mexidos, patês, salgadinhos e pães, além de doces, bolos e compotas, proporcionando um sabor amendoado.

Páprica: com frutos semelhantes a um pequeno pimentão (Capsicum annuum) existe em dois tipos, a apimentada e a doce, mais suave, utilizada em ensopados, patês, saladas, carnes e aves. Sua origem é duvidosa, pois afirmam ser europeia ou da América Central. Muito utilizado na culinária húngara. É um pó avermelhado e seus frutos são secos e moídos, obtendo-se a páprica em pó. Também utilizada no Goulasch, em arroz, pratos com ovos e em algumas saladas.

Pimenta branca: extraída da pimenta-do-reino tem sabor mais suave que a preta e é utilizada em pratos mais claros como molho branco, carnes brancas, peixes, sopas claras e maioneses. Usada também no tempero de saladas.

Pimenta caiena: especiaria extremamente picante, parte da família da pimenta malagueta. Natural da América Central pode ser encontrada ao natural ou secas e são largamente utilizadas em queijos e pratos de peixe, apesar de acompanhar bem qualquer tipo de carne.

Pimenta da Jamaica: muito usada na cozinha Síria. Utilize em sopas, molhos, marinados, bebidas e picles. Combina também com patês, vinha d’alhos, carnes, berinjela e cenoura. Moída pode ser utilizada em bolos, biscoitos, sorvetes, pudins, molho para churrasco e picles de ovos. Assemelha-se a grandes grãos de pimenta, mas seu gosto lembra o sabor de uma mistura de noz-moscada, macis, canela e cravo-da-Índia. Nos Estados Unidos é conhecida como Allspice.

Pimenta-do-reino: em sua forma preta em em pó é utilizada em praticamente todos os tipos de pratos, como vinha-d’alhos, saladas, peixes, carnes vermelhas e marinados. Em grãos, também conhecida como pimenta-negra, entra no preparo de conservas. É originária da Índia.

Pimenta síria ou Bhar: é uma mistura de especiarias como, pimenta-da-jamaica, canela, pimenta-do-reino preta e branca, noz-moscada e cravo em pó. Amplamente usada na cozinha de várias regiões árabes.

Pimenta vermelha ou calabresa: é muito picante e deve ser usada com moderação. Muito utilizada em pratos mexicanos e italianos. Molhos de tomate e saladas, aves, peixes, frutos do mar, patês e pizzas.

Pimentón: o mesmo que colorau (termo espanhol).

Pimienta: o mesmo que pimenta (termo espanhol).

Pimiento: o mesmo que pimentão (termo espanhol).

Piripiri: membro da família das pimentas, largamente utilizado na culinária portuguesa, principalmente nos pratos de caril. Suas sementes são a parte mais picante. Nos Estados Unidos é mais conhecido como chillies ou hot red pepper.

Q

Quatre épices: mistura de especiarias em pó, de sabor picante. Geralmente é preparada com pimenta-do-reino branca, noz-moscada, cravo-da-índia e canela (termo francês).

R

Raiz forte: o mesmo que Wasabi.

Rosmarino: o mesmo que alecrim (termo italiano).

Ruibarbo: planta cujos talos são usados em compotas, geleias, tortas, pastéis e sobremesas diversas. ATENÇÃO: NÃO USAR AS FOLHAS, POIS SÃO VENENOSAS!

S

Salsa: erva de sabor suave muito usada, fresca ou desidratada, como tempero ou finalizando pratos, em marinados, molhos, saladas, pratos com carnes, aves, peixes e sopas. Faz parte do cheiro-verde, junto com a cebolinha. A palavra também quer dizer molho, em espanhol.

Salsão: o mesmo que aipo.

Sálvia: originária do sul da Europa, erva usada na culinária como condimento para carne de carneiro, porco, queijos, tomates, recheios, saladas, molhos diversos, vinha d’alhos e pratos da cozinha italiana. Contrabalança com a gordura da carne de pato, ganso e suína. É essencial em muitos tipos de lingüiça e dá realce a vários pratos com tomate e queijo. Use com moderação. Seu óleo é usado na fabricação de sabonetes perfumados. Pode ser usada para substituir o louro em cozidos.

Segurelha ou Alfavaca-do-campo: as folhas desta planta, frescas ou secas, são muito utilizadas como tempero para recheios de carnes, peixes e aves, pratos com ovos, hambúrgueres, molhos, sopas, ervilhas, couves de Bruxelas e suco de tomate.

Shoga (gengibre): com um sabor característico e forte e um aroma delicioso, é muito usado como tempero. Os brotos de gengibre em conserva (ha-shoga) são utilizados como acompanhamento de peixe grelhado e outros pratos. A raiz já bem desenvolvida (ne-shoga) é utilizada cortada em tiras bem finas ou ralada, para quebrar o cheiro da carne ou do peixe em pratos cozidos com temperos (nomono). Acompanha obrigatoriamente o sushi.

Shoyu: é um ingrediente essencial na cozinha chinesa, mas de origem japonesa. O molho de soja é feito pela fermentação da soja com farinha de trigo e água, que depois é envelhecida e destilada para fazer o molho. Há dois tipos de molho de soja: o leve e o escuro. O molho de soja escuro é mais envelhecido que o leve, mais grosso e tem um sabor mais forte. Os chineses preferem usar este molho para os ensopados ou para mergulhar nele os alimentos. É importante escolher sempre um molho de soja de excelente qualidade. Ele é um ingrediente fundamental na cozinha oriental. Um molho de soja excessivamente salgado pode comprometer o sabor de um prato.

Summac: pó avermelhado, de gosto bastante ácido, obtido da fruta de mesmo nome e usado como tempero de receitas como acelga recheada e tabule. De origem árabe.

T

Tahine: da culinária árabe, é uma massa feita com sementes de gergelim torradas, para molhos e pastas. É encontrado pronto em lojas de produtos árabes.

Tamarindo: vagens que produzem uma substância castanha, ligeiramente pegajosa, usada em pratos da culinária portuguesa (caril), indiana e do Extremo Oriente, sendo vital em chutneys. Geralmente é encontrado seco ou ao natural. Tem um gosto amargo, que proporciona sabor mais complexo que o limão aos pratos, principalmente aos condimentados e às sopas.

Tomilho: geralmente é usado seco. Tempero para molhos, recheios, sopas, carnes, aves e frutos do mar. Também é usado em patês, legumes, vinagretes de alho e como aromatizador de vinagres. A infusão de folhas e ramos misturados com mel formam um ótimo remédio contra a ressaca. Faz parte da tradicional mistura “Bouquet Garni”.

U

Urucum: fruto do anato, uma pequena árvore de cuja polpa é retirado um corante usado em vários pratos à base de arroz, farofa, frango, peixes, mariscos, crustáceos e carnes em geral. As sementes são moídas e misturadas com especiarias, como o cominho e o orégano, e aproveitadas em tempero para legumes, peixes, carne de porco e de boi, mariscos e camarões, entre outros. O urucum moído, quando misturado a fubá e óleo de soja forma o colorau ou colorífico, com sua cor laranja-avermelhado que serve para despertar o apetite e é muito usado em moquecas, carnes, frangos e peixes.

V

Vinagrete (molho a): mistura de vinagre, água e óleo em partes iguais, à qual se junta salsinha, cebola, tomate e, às vezes, pimentão. Usado para temperar carnes, aves, peixes e vegetais, ou como acompanhamento. Também conhecido como Molho à Campanha.

Vinha-d’alhos: mistura de vinagre, suco de limão ou vinho e mais uma série de temperos, usada para temperar e amaciar as carnes, peixes e aves. O mesmo que marinada.

W

Wasabi: o mesmo que raiz-forte. É uma raiz apimentada e de aroma muito forte que imita o sabor da verdadeira Wasabi (planta rara que deu origem ao condimento). É vendida crua (apenas no Oriente), em pó ou em pasta pronta para ser usada. Crua, deve ser ralada. Em pó, é dissolvida na água para formar uma pasta. É usada no sashimi, no sushi (niguiri-zushi), em molhos (aemono, etc), molho para churrasco, molhos para carnes cozidas e assadas, etc. Leva o nome da planta rara que deu origem ao condimento. Muito comum, também, nos pratos da cozinha alemã.

Z

Záhtar: mistura árabe de summac, sementes de gergelim e tomilho seco usada como tempero de salgados.

Zeste: francês para “casca”, a película exterior, lustrosa e colorida da casca de fruta cítrica. Geralmente casca de limão ou laranja cortada muito fino (para aromatizar cremes) ou ralada (para bolos e recheios).

Zimbro: também conhecido como o sabor do gim, são pequenas bagas de cor negra-arroxeada, com cheiro que lembra pinheiro. Usado em marinadas, cozidos, pratos de caça, porco, patês, picles e chutney

Fonte: https://personalchefduarte.wordpress.com/tag/temperos-d

Intolerância à lactose

O Departamento Científico de Nutrologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Pediatria elaborou um pequeno questionário para ajudar a entender questões ligadas à intolerância à lactose. Ou seja, a incapacidade do organismo de absorver adequadamente o açúcar (carboidrato) presente no leite.

A seguir, 10 perguntas e respostas frequentes sobre o tema:  Continue lendo Intolerância à lactose

Açafrão: mais do que um tempero

A Curcuma longa, conhecida popularmente por açafrão, açafrão da terra ou cúrcuma tem seus benefícios atribuídos ao seu principal componente que é a curcumina.

É um tempero muito utilizado na culinária indiana, rico em vitamina C, ferro, vitaminas do complexo B, potássio e fósforo.

O açafrão tem sabor bastante característico, mas sutil se usado em pequena quantidade. Tem cor amarela bem forte e característica desta especiaria, que chega até a tingir mãos e utensílios quando usamos na forma fresca “in natura”.

Muitos estudos têm sido publicados sobre  seu “poder”:  Continue lendo Açafrão: mais do que um tempero

Vitamina K: por que aplicar em recém-nascidos?

DHRN

A deficiência da vitamina K no recém-nascido (RN) pode provocar a doença hemorrágica do recém-nascido (DHRN), tanto na sua forma clássica, que aparece na primeira semana de vida, quanto na forma tardia, que ocorre entre o final da primeira semana e os seis meses de vida.

É importante que o bebê receba suplementação de vitamina K, um nutriente vital e sua falta pode fazer com que a coagulação não ocorra corretamente.

O recém-nascido

A vitamina K é obtida por meio da alimentação e também pode ser produzida pelas bactérias presentes no intestino. Contudo, os bebês nascem com uma quantidade baixa de vitamina K em seu organismo.

O intestino do recém-nascido possui poucas bactérias e por isso elas não produzem quantidades suficientes de vitamina K. Sem quantidades suficientes de vitamina K, a coagulação pode não ocorrer adequadamente e o bebê pode ter hemorragias em qualquer parte do corpo.

A melhor maneira de oferecer a vitamina K ao bebê é por meio de uma injeção intramuscular. Esta injeção deve ser aplicada logo após o parto.

Vitaminas

As vitaminas são substâncias orgânicas presentes em pequena quantidade nos alimentos, tendo por finalidade a participação em variadas reações metabólicas controladas por enzimas e coenzimas.

São indispensáveis ao funcionamento do organismo na forma de cofatores.

Em algumas enzimas o cofator é um participante direto do processo catalítico, em outras serve como um transportador transitório de algum grupo funcional específico derivado do substrato. Esses cofatores enzimáticos são essenciais para a ação de muitas enzimas, desempenhando um papel vital no metabolismo celular.

O organismo humano promove a síntese de algumas vitaminas, necessitando, no entanto, do suprimento. As vitaminas ocorrem na natureza como tal ou sob a forma de precursores, que são ingeridos através dos alimentos.

As microquantidades necessárias variam em função da idade, sexo, estado fisiológico e atividade física do indivíduo. A necessidade é aumentada nos processos de crescimento, gestação, lactação, condições de esforços intensos e na ocorrência de determinadas doenças.

Classificação

Podem ser classificadas em hidrossolúveis e lipossolúveis, segundo as características físico-químicas e propriedades fisiológicas.

Dentre as vitaminas lipossolúveis encontra-se a vitamina K, que foi descoberta em 1929 por Henrik Dam. Este observou casos de hemorragia como sinal característico de uma dieta livre de gorduras.

Posteriormente, em 1935, foi relatado por Dam que o sintoma era aliviado pela ingestão de uma substância solúvel em gordura, a qual denominou vitamina K ou vitamina da coagulação. A designação vitamina K deriva da primeira letra da palavra dinamarquesa koagulation.

Em 1939, Dam e Doisy isolaram-na da alfafa, determinando sua estrutura: 2 metil-3phytyl-1,4naftoquinona. A vitamina K encontra-se em alimentos animais e vegetais, com a maior concentração em folhas verde escuras.

As formas da vitamina K são:

– Filoquinona (vitamina K1 ) que é a forma predominante, presente nos vegetais, sendo os óleos vegetais e as hortaliças suas fontes mais significativas.

– Dihidrofiloquinona (dK), formada durante a hidrogenação comercial de óleos vegetais.

– Menaquinona (vitamina K2 ), sintetizada por bactérias, podendo variar de MK4 a MK13 (série de vitaminas designadas MK-n, sendo n o número de resíduos isoprenóides). Presente em produtos animais e alimentos fermentados.

– Menadiona (vitamina K3 ) que é um composto sintético a ser convertido em K2 no intestino(4, 6, 18, 19). Esse trabalho teve como objetivo revisar a literatura sobre a vitamina K, metabolismo, biodisponibilidade, recomendações, teores presentes nos alimentos e a interferência em tratamento com o anticoagulante oral varfarina sódica.

Metabolismo

A vitamina K é absorvida no intestino delgado e transportada pelas vias linfáticas. Necessita de um fluxo normal de bile e suco pancreático, além de um teor adequado de gordura na dieta.

Alguns fatores podem interferir na absorção como a fisiologia do indivíduo, doenças específicas, má absorção gastrintestinal, secreção biliar, estado nutricional, ingestão insuficiente das fontes dessa vitamina, uso de anticoagulantes cumarínicos, nutrição parenteral total (NPT) e ingestão de megadoses de vitaminas A e E (antagonistas da vitamina K).

As maiores lipoproteínas carreadoras da vitamina K são os triglicérides, explicando a relação entre filoquinona e triglicérides plasmáticos.

Independentemente da dose consumida, 20% é excretada pela urina em três dias, enquanto que entre 40 e 50% pelas fezes. Esse catabolismo mostra a rápida depleção das reservas hepáticas em pessoas com dieta pobre em vitamina K.

A menor concentração plasmática encontra-se na terceira década de vida para ambos os sexos, sendo aumentada após esse período.

Os indivíduos acima de 60 anos (principalmente as mulheres) apresentam concentrações maiores que os abaixo de 40 anos. Isso pode se dever ao fato de que as pessoas da terceira idade consomem mais filoquinona que os de 20 a 50 anos.

Foi relatado que os ossos podem agir como repositores de filoquinona e menaquinona em pessoas idosas. A deficiência da vitamina K é detectada através de sintomas como hemorragias, equimoses, melena, hematúria, hematêmese e osteoporose.

Funções da vitamina K

A vitamina K atua como cofator para a carboxilação de resíduos específicos de ácido glutâmico para formar o ácido gama carboxiglutâmico (Gla), aminoácido presente nos fatores de coagulação (fatores II, VII, IX e X) e que se apresenta ligado ao cálcio, podendo, ainda, regular a disposição do elemento cálcio na matriz óssea como parte da osteocalcina.

A osteocalcina (proteína do osso) é uma das mais frequentes proteínas não-colagenosas na matriz extracelular do osso. Sua dosagem no sangue constitui importante marcador biológico da atividade osteoblástica.

Há evidências de que a vitamina K seja importante no desenvolvimento precoce do esqueleto e na manutenção do osso maduro sadio.

Quanto à coagulação sanguínea, ocorre a transformação do fibrinogênio em fibrina insolúvel com a interferência de uma enzima proteolítica (trombina), que se origina da protrombina (fator II), através de fatores dependentes da vitamina K: a pró-convertina (fator VII), o fator anti-hemofílico B (fator IX) e o fator Stuart (fator X).

A vitamina K influi, ainda, na síntese de proteínas presentes no plasma, rins e talvez outros tecidos.

A carboxilação da vitamina K está envolvida, portanto, na homeostase, metabolismo ósseo e crescimento celular.

Estudos prévios mostraram efeitos inibitórios do crescimento de várias células neoplásicas (mieloma – human myeloma cell lines e non-myelomatous cell lines), provocados pela vitamina K2 e redução do risco de eventos mutagênicos na fase de proliferação celular rápida em fetos e recém-nascidos pré-termos.

Alguns estudos apontam a hipovitaminose K como responsável pela hemorragia retroplacentária de abortamentos habituais.

Níveis séricos da vitamina K

Nas pessoas saudáveis em jejum, a concentração de vitamina K plasmática (filoquinona) é menor que 1 ng/ml (1 ng/ml = 2,2 nmol/l), não existindo proteína carregadora específica.

Medidas como a dosagem da vitamina K plasmática podem ser utilizadas, porém, os métodos disponíveis não são práticos para uma avaliação rotineira.

A concentração da filoquinona plasmática não se correlaciona adequadamente com o estado nutricional da vitamina K, pois é dependente da ingestão recente da vitamina em 24 horas.

A excreção urinária de Gla, proteína induzida pela deficiência ou antagonismo de vitamina K, e a osteocalcina pouco carboxilada – under carboxylated osteocalcin (ucOc) – são os indicadores do estado nutricional. A ucOc é o marcador, mais sensível, no antagonismo à vitamina K resultante da inibição da enzima epóxi-redutase (pelo tratamento com a varfarina), que produz efeito diverso na produção de proteínas por diferentes tecidos, juntamente com o déficit na ingestão de vitamina K, em que a osteocalcina circulante parece ser a primeira proteína Gla a aparecer no plasma, na forma descarboxilada.

Biodisponibilidade da vitamina K

A biodisponibilidade é definida como a proporção da vitamina ingerida que sofre a absorção intestinal e consequente aproveitamento pelo corpo.

A absorção da filoquinona presente nos vegetais é um processo lento, sendo influenciado por fatores digestivos. Já a presença de gorduras na dieta possibilita um aumento na absorção (podendo conter de 30-60 µg de dK em 100 g do alimento), possivelmente pelo estímulo da secreção biliar e formação de micelas.

O fato de a filoquinona estar associada a tecidos que realizam a fotossíntese faz com que os vegetais contenham os maiores teores dessa substância. Trinta por cento do total do teor da vitamina K nos alimentos se apresentam sob a forma de dK, mas é menos ativa biologicamente que a filoquinona.

A casca das frutas e dos vegetais parece conter maiores concentrações da vitamina que a polpa. As preparações vegetais secas e congeladas não diferem do conteúdo da vitamina em comparação aos vegetais frescos.

A vitamina K presente nos óleos vegetais é estável ao calor, mas é destruída pela luz, tanto natural quanto fluorescente. A exemplo disso, foi verificado que o óleo de canola perde 87% da vitamina K após ser exposto por dois dias à luz solar.

A quantidade de vitamina K1 presente nos alimentos é influenciada por fatores como a fertilização e condições do solo, clima, área geográfica, estado de maturação e variação sazonal, sendo verificado que os meses de verão aumentam mais a quantidade da filoquinona que os meses de inverno. Alguns estudos, entretanto, contestam essa versão.

Fontes alimentares

Um dos métodos utilizados para a determinação da vitamina K nos alimentos é a cromatografia líquida de alta eficiência. Pode ser executado à temperatura ambiente e sem derivação das substâncias, utilizando a detecção por propriedades de fluorescência dos compostos que realizam a função das vitaminas.

A vitamina K, nos alimentos, pode variar de 1µg por 100 ml de leite a 400 µg por 100 g em hortaliças.

As sopas e carnes são fontes pobres de filoquinona. Mas, dependendo dos ingredientes da preparação, as sopas, os queijos, carnes processadas e pratos mistos podem ter seus teores elevados.

Os leites não são considerados fonte, assim como os queijos que contêm de 5-20 µg/100 g de menaquinona MK8 e 9.

Os peixes, cereais e grãos contêm pequenas quantidades, porém têm seu teor elevado em preparações com adição de óleos.

A farinha de aveia crua tem concentração mais alta de K1 que a cozida, devido ao efeito de diluição criado na adição de água durante a preparação. Os pães e o arroz são fontes pobres.

Os tubérculos e bulbos como a batata, rabanete e cebola contêm traço de filoquinona, sendo que entre as raízes, somente a cenoura contém teor maior ou igual a 8,3 µg/100 g. As frutas cítricas contêm baixos teores, tendo como exceção o kiwi, abacate, ameixa seca, figo, amora silvestre, blueberries e as uvas, que contêm de 15,6 a 59,5 µgK1 /100 g. Os sucos de frutas são as menores fontes de vitamina K.

Os lanches e sobremesas contêm valores intermediários de filoquinona, variando de 2,9-20 µg e 0-14 µg/100 g de alimento, respectivamente.

Alimentos cozidos e processados contêm de moderada a alta quantidade, levando-se em consideração que, geralmente, o consumo diário desses alimentos pode ultrapassar 100 g, tornando-os fontes significativas.

Os produtos derivados do tomate que contêm salsa, óleo ou ingredientes como ervas em sua composição, possuem teores maiores da vitamina que os demais. Certas oleaginosas como nozes e caju têm teores significantes de vitamina K.

As folhas de chá e os grãos do café também possuem quantidades significativas de filoquinona. Foi constatado que há diferentes concentrações de vitamina K1 entre duas marcas de chá preto e de chá de ervas verdes, indicando que fatores como estocagem, processamento, colheita e origem geográfica podem interferir no conteúdo de vitamina K1 nos chás.

Em relação ao café, o conteúdo pode variar de 0,5-25 µg/100 g. A vitamina K1 presente nos grãos de café depois do preparo foi significativamente menor que a concentração anterior ao preparo. Mesmo que as folhas de chá e os grãos de café contenham alta concentração de vitamina K, a bebida pronta para consumo não é considerada como fonte dessa vitamina.

O café instantâneo não é fonte nem antes, nem após o preparo. Quanto aos alimentos ricos em vitamina K, o grupo dos vegetais folhosos verde escuros contém a maior concentração, como, por exemplo, espinafre, brócolis e alguns tipos de alface, variando de 0,03-440 µgK1 /100 g de alimento.

A preparação de creme de espinafre foi considerada uma das maiores fontes, contendo 292 µgK1 /100 g de alimento. As segundas maiores fontes de filoquinona são os óleos e gorduras (0,3-193 µgK1 /100 g de alimento). Por isso, ao serem acrescentados aos alimentos ou preparações, ocorre aumento da vitamina K.

A manteiga pode conter até 10 µg em 100 g, enquanto que os óleos vegetais de canola e soja de 127-193 µg por 100 g. Os óleos de soja, canola, algodão e oliva têm maiores teores de vitamina K1 que os de amendoim e de milho.

As gorduras derivadas de óleos vegetais como a margarina, maionese e temperos para salada contêm mais filoquinona comparada à gordura de origem animal, como a manteiga, por exemplo. Os produtos fermentados à base de soja contêm quantidades importantes.

Resumo

As manifestações clínicas predominantes da carência da vitamina K são as hemorragias, decorrentes da não ativação das proteínas dependentes da vitamina. Apesar de ocorrer em qualquer faixa etária, o recém-nascido é mais susceptível à doença, por apresentar níveis mais baixos de fatores da coagulação, menores reservas de vitamina K e por ter baixo aporte da vitamina quando alimentado com o leite humano.

A doença hemorrágica do recém-nascido, causada pela deficiência de vitamina K, na sua forma clássica, é bastante conhecida dos pediatras. A sua importância clínica deixou de ser uma preocupação em virtude do uso de vitamina K após o nascimento como uma forma efetiva de prevenir a doença.

A forma tardia da doença, descrita em trabalhos publicados, continua sendo pouco divulgada em nosso meio. Nos países de primeiro mundo, a profilaxia da forma tardia constitui, ainda, uma preocupação.

Atualmente são descritas três formas clínicas da carência vitamínica no lactente.

1 – Doença hemorrágica do recém-nascido, forma precoce. Esta forma, em geral, surge no primeiro dia de vida e está associada ao uso materno de medicamentos anticonvulsivantes ou anticoagulantes.

2 – Doença hemorrágica do recém-nascido, forma clássica. Esta forma ocorre tipicamente entre o segundo e o quinto dia de vida, sendo mais frequente em crianças que não receberam vitamina K profilática ao nascimento. A doença manifesta-se através de hemorragias cutâneas, do aparelho digestivo e da cicatriz umbilical. A hemorragia intracraniana é pouco comum.

3 – Doença hemorrágica do recém-nascido, forma tardia, que ocorre entre a 2ª e a 12ª semana de vida, envolvendo crianças alimentadas exclusivamente ao seio e que não receberam vitamina K ao nascimento. Esta forma caracteriza-se pela complicação mais frequente e grave da doença, manifestada pela hemorragia intracraniana, a qual é responsável pela alta mortalidade e as graves sequelas neurológicas.

Embora não se conheça com exatidão a necessidade diária da vitamina K, estima-se que esteja em torno de 0,5 a 1,0 micrograma por quilograma por dia. A vitamina é depositada no fígado e é eliminada em sua maior parte pela bile.

O recém-nascido tem poucas reservas, que constam principalmente de vitamina K1. A habilidade da flora bacteriana em produzir a vitamina varia de acordo com o tipo de colonização do colo. Assim, as cepas de Bacteroides fragilis, de Escherichia coli e de Streptococcus faecalis produzem adequadamente a vitamina K2, enquanto os lactobacilos e as pseudomonas são incapazes de sintetizá-la.

O leite humano contém baixas concentrações de vitamina K, principalmente se comparado ao leite de vaca e fórmulas artificiais.

Algumas drogas (anticonvulsivantes, anticoagulantes, cefalosporinas de terceira geração, tuberculostáticos) podem interferir no metabolismo hepático da vitamina K, favorecendo ou precipitando um estado de carência vitamínica.

O tratamento da deficiência clínica, em qualquer das suas formas, é feito com vitamina K1 na dose de 5 mg via intramuscular ou, nos casos mais graves, via intravenosa devido ao risco de formação de hematomas no local da injeção intramuscular.

Como são necessárias algumas horas para correção do distúrbio quando se usa vitamina K, recomenda-se, nos casos graves, o emprego concomitante de plasma fresco e vitamina K1.

Como profilaxia para a doença hemorrágica do recém-nascido, a Academia Americana de Pediatria (AAP), desde 1961, tem preconizado a dose de 1 mg de vitamina K intramuscular ao nascimento. Como alternativa, alguns países têm recomendado a administração da vitamina por via oral, na dose de 2 mg ao nascimento e doses subsequentes após o nascimento.

Portanto, deve ser mantida a profilaxia da doença hemorrágica do recém-nascido pela administração da vitamina K intramuscular ou oral. No entanto, o esquema de dose oral única parece ser incapaz de evitar a forma tardia primária da doença hemorrágica do recém-nascido, principalmente quando há baixa ingestão da vitamina. Por isso, em alguns países europeus, emprega-se o esquema de três doses orais (ao nascimento, 1ª e 4ª semanas), cujos resultados aguardam avaliação mais completa.

A recomendação da Academia Americana de Pediatria é a de manter a profilaxia intramuscular e continuar com o aleitamento natural, até que se encontrem preparações orais e esquemas preventivos comprovadamente eficazes. Em recém-nascido deve ser usada somente a vitamina K1, pelo risco de hemólise, icterícia e kernicterus, quando são usadas outras formas da vitamina.

Fontes:

Osteoporose em homens

O tema escolhido para a campanha de conscientização do Dia Mundial da Osteoporose (20 de outubro) pela Fundação Internacional da Osteoporose (IOF), há 2 anos, foi osteoporose em homens.

O texto completo do relatório da IOF está disponível em http://share.iofbonehealth.org/WOD/2014/thematic-report/WOD14-Report.pdf).

Este alerta em escala global corroborou o momentum de atenção para a osteoporose nos homens, confirmado pela publicação de um guideline da Endocrine Society em junho de 2012 Watts et al. J Clin Endocrinol Metab 2012; 97(6):1802-22).

A dimensão do problema

A osteoporose em homens é uma doença comumente negligenciada. Enquanto que nas mulheres a osteoporose é ativamente investigada e tratada, nos homens muitas vezes ela não é reconhecida, mesmo frente à ocorrência de fraturas de fragilidade (aquelas fraturas decorrentes de baixo impacto ou de queda da própria altura).

A estrutura óssea masculina

De fato, o osso dos homens tem peculiaridades que os protegem de fraturas, como uma geometria mais favorável dada pelo maior diâmetro dos ossos longos, e menor perda de massa óssea com o envelhecimento em comparação com as mulheres.

Mesmo assim, dados alarmantes apresentados no relatório da IOF mostram que quase 40% de todas as fraturas de fragilidade acontecem em homens, que a mortalidade após fratura de fêmur é maior nos homens, e que o risco de fratura de fragilidade em homens com mais de 50 anos de idade é 27% maior do que o risco de desenvolver câncer de próstata, um problema que ganha muito mais atenção na saúde masculina.

O papel da testosterona

Durante muito tempo se atribuiu importante papel à testosterona na regulação do metabolismo ósseo, permitindo extrapolar que este hormônio traria especial proteção contra o desenvolvimento de osteoporose nos homens.

O grupo de pesquisa liderado por Sundeep Khosla na Mayo Clinic foi instrumental em destrinchar a real contribuição da testosterona na remodelação óssea: de fato, a contribuição direta da testosterona é pequena, mas já o estradiol gerado a partir da aromatização periférica da testosterona tem, sim, papel principal regulando reabsorção e formação óssea nos homens (estes achados estão resumidos em Endocrinol Metab Clin North Am 2012; 41(3):629-41).

Está claro que a testosterona influencia a saúde óssea através do estímulo para a expansão óssea e formação de osso subperiosteal (resultando em geometria protetiva) e do estímulo para o trofismo muscular, essencial à formação óssea.

Entretanto, o reconhecimento do papel do estradiol no osso do homem embasa a perda de massa óssea com o envelhecimento e “andropausa”, à semelhança da menopausa nas mulheres, e tem implicações na definição de estratégias terapêuticas nos homens com osteoporose.

O guideline da Endocrine Society (2012)

A diretriz preparada pelo grupo de especialistas nomeados pela Endocrine Society traz recomendações práticas para o diagnóstico e tratamento da osteoporose masculina.

Alguns pontos:

  • Na avaliação inicial do homem com osteoporose, é importante se investigar e descartar causas de osteoporose secundária, que podem acometer até 40% destes indivíduos. Destacam-se como causas de osteoporose secundária nesta população o hipogonadismo, o excesso de glicocorticoide, alcoolismo e tabagismo, a hipercalciúria, os estados de disabsorção intestinal e a doença pulmonar obstrutiva crônica, dentre muitas outras.
  • A avaliação por densitometria óssea (DXA) está indicada em todos os homens com mais de 70 anos, e naqueles com mais de 50 anos que apresentem um ou mais fatores de risco para fraturas, como histórico pessoal ou familiar de fraturas de fragilidade, baixo índice de massa corpórea, quedas frequentes, antecedente de AVC ou demência, ou qualquer causa de osteoporose secundária. O documento da Endocrine Society traz uma lista completa destes fatores de risco.
  • Frente a um homem com osteoporose e alto risco de fraturas que apresente hipogonadismo laboratorial (testosterona sérica inferior a 200 ng/dl), não basta tratar o hipogonadismo com reposição de testosterona – há que se adicionar de princípio droga anti-fratura para proteção específica do osso.

Atenção aos homens em terapia de privação androgênica no tratamento do câncer de próstata.

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Terapia de privação androgênica (ADT)

Dentre as subpopulações de homens com osteoporose, tanto o guideline quanto a literatura médica mais recente chamam a atenção para o alto risco de fraturas dos homens em terapia de supressão do androgênio ou terapia privação androgênica (ADT, do inglês androgen deprivation therapy) para o tratamento do câncer de próstata.

Diversos estudos detalharam os efeitos da ADT no esqueleto, que podem ser resumidos em:

1) aumento rápido e mantido da remodelação óssea;

2) perda rápida de massa óssea mensurada por DXA, principalmente nos primeiros 6 meses de ADT e

3) perda progressiva de massa muscular.

Provavelmente, os efeitos 1 e 2 são mediados pela diminuição do estradiol e o efeito 3 diretamente pela diminuição da testosterona.

O resultado combinado destes três efeitos é o aumento cumulativo do risco de fraturas em homens em ADT, bem documentado por diversos estudos em diferentes populações.

Ainda há controvérsia entre os especialistas se todos os homens em ADT para tratamento de câncer de próstata necessitam tratamento de princípio com droga anti-fratura. Faltam estudos clínicos randomizados justificando essa abordagem, e a maioria dos consensos sugere que o estado de hipogonadismo induzido pela ADT seja interpretado como um fator de risco a mais na avaliação da decisão terapêutica.

Em outras palavras, um homem iniciando ADT que tenha massa óssea normal e baixo risco de fratura provavelmente não necessita de droga anti-fratura específica. É importante, entretanto, que a decisão seja individualizada, que todos os fatores de risco de fratura sejam considerados e que estes homens sejam avaliados clinicamente e com DXA.

Em todos os indivíduos em risco de osteoporose, práticas para boa saúde óssea devem certamente ser promovidas, como adequação nutricional em cálcio e vitamina D, atividade física, cessação do tabagismo e redução da ingesta alcoólica.

Perspectivas futuras

O maior entendimento dos mecanismos que propiciam a osteoporose nos homens vem trazendo algumas perspectivas futuras para o tratamento desta condição.

Busca-se desenvolver moduladores seletivos do receptor androgênico que tragam benefício para a saúde óssea, com a ressalva de que a ausência de ação específica em vias estrogênicas provavelmente não trará benefício direto na remodelação, mas com potencial melhora da geometria óssea e da trofia muscular.

Paralelamente, também se buscam alternativas terapêuticas capazes de promover a hipertrofia muscular e que indiretamente estimulariam a formação óssea, como através da inibição da miostatina e de outras vias de controle do músculo, a nova fronteira da pesquisa no sistema musculoesquelético.

Embora ainda não haja nenhum agente desta natureza aprovado para uso clínico, o futuro parece promissor para o tratamento da osteoporose nos homens.

É essencial, portanto, que estejamos alerta para esta condição e reconheçamos, sempre, os homens em risco.

Fonte: http://www.blog.endocrinologia.org.br/?p=293

Bruno Ferraz de Souza, Membro Especialista da SBEM, Comissão de Novas Lideranças

Açúcar (II)

Memória

Consumir muito açúcar (mesmo frutose, em excesso) diariamente pode prejudicar o aprendizado e a memória.

É o que indica uma pesquisa publicada recentemente no periódico Journal of Physiology.

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No estudo, conduzido por uma equipe da Universidade da Califórnia, ratos que ingeriram xarope de milho rico em frutose (encontrada em produtos industrializados, como refrigerantes, condimentos e comidas de bebê) tiveram prejuízo na memória e queda no número de sinapses cerebrais.

Essa queda nas sinapses acabou por deixar o cérebro mais lento.

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A boa notícia é que a ingestão de alimentos com ácidos graxos ômega-3 protege contra os danos causados pelo açúcar.

Hiperglicemia e insulinemia

Quando ingerimos muito açúcar, os níveis de glicose no sangue disparam. Para conter esse aumento desmedido, o corpo lança insulina no sangue.

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Assim, uma hiperglicemia acaba gerando uma hiperinsulimia. Segundo Michel Raymond, pesquisador do Instituto de Ciências Evolutivas da Universidade de Montpellier, na França, e autor do livro Troglodita é você! (Ed. Paz e Terra, 256 páginas), repetidas hiperinsulinemias têm respostas fisiológicas prejudiciais ao organismo. E uma delas afeta diretamente a maneira como você enxerga.

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Dados médicos relacionam essas elevações drásticas e constantes da insulina à desregulação do crescimento dos eixos óticos oculares (local do olho por onde entra a luz que chega à retina), uma das causa da miopia.

O açúcar também, em quantidade elevada no sangue, deixa os líquidos dos olhos mais densos, o que desidrata o cristalino e também pode levar a alterações na visão.

 Síndrome metabólica

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A síndrome se caracteriza por níveis de triglicerídeos elevados (um tipo de gordura que em alta concentração é prejudicial), baixo nível de colesterol HDL (considerado o colesterol “bom”), hipertensão arterial, resistência aos efeitos da insulina e, glicemia.

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Todas essas condições são problemas que contribuem para doenças cardiovasculares.

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De acordo com artigo de agosto de 2011, publicado no periódico médico Archives of Medical Science por uma equipe internacional de pesquisadores, a síndrome metabólica pode ser o resultado da ingestão de uma alimentação com alto índice glicêmico, particularmente de frutose.

Segundo o artigo, estudos anteriores em animais já haviam demonstrado que a exposição do fígado a quantias elevadas de frutose leva a um acúmulo de triglicerídeos.

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Artigo publicado no periódico The Journal of the American Medical Association (JAMA), em 2009, aponta ainda que o consumo excessivo de açúcar está relacionado com a presença de altos índices de triglicerídeos e baixos níveis de HDL.

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No estudo, os voluntários que ingeriram as maiores quantidades de açúcar apresentaram os níveis mais elevados de colesterol.

Segundo a Associação Americana do Coração, o consumo excessivo de açúcar é um fator de risco, sendo apontado, inclusive, como uma das possíveis causas para a epidemia de obesidade.

Hipertensão

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Ingerir bebidas açucaradas em excesso pode elevar os riscos de pressão alta.

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De acordo com uma pesquisa da Escola de Saúde Pública do Imperial College London, da Inglaterra, consumir mais de 355 ml de suco de fruta com açúcar ou de refrigerantes pode aumentar a pressão sanguínea em até 1,6 milímetro de mercúrio (mmHg, unidade padrão de medida da pressão arterial).

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Publicada no periódico americano Hypertension, a pesquisa não conseguiu descobrir qual o mecanismo exato de ação do açúcar na pressão.

Uma das hipóteses levantada pelos cientistas, no entanto, é de que, quando presente em grandes quantidades no sangue, o açúcar desequilibra o tônus do vaso sanguíneo, além de desregular os níveis de sal – aumentando, assim, a pressão.

Gota

Bebidas ricas em frutose, como refrigerantes e suco de laranja, podem aumentar os riscos de gota em mulheres na menopausa, em função do aumento nos níveis de ácido úrico.

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A gota é uma condição causada pelos depósitos de cristais de urato de sódio, que se acumulam nas articulações. Isso acontece quando há níveis altos de ácido úrico no sangue.

Segundo pesquisa da Universidade de Boston publicada no periódico The Journal of the American Medical Association(JAMA), em 2010, o consumo de uma dose de refrigerante por dia aumentou em 74% os riscos da doença em mulheres predispostas.

Derrame (AVC)

Pesquisadores do Instituto de Bem-Estar da Clínica Cleveland e da Universidade de Harvard descobriram que o consumo elevado de refrigerantes açucarados está associado com riscos mais elevados de derrame.

O açúcar presente nas bebidas pode levar ao aumento dos índices de glicose e insulina no sangue, o que, com o tempo, pode levar à intolerância à glicose, resistência à insulina e inflamações.

Essas mudanças fisiológicas influenciam na arteriosclerose, na estabilidade das plaquetas no sangue e na trombose – três importantes fatores de risco para o derrame isquêmico (derrame causado pela interrupção do fornecimento de sangue ao cérebro). O estudo foi publicado no periódico American Journal of Clinical Nutrition.

 Câncer

Segundo estudo feito pela Faculdade de Medicina Albert Einstein, da Universidade Yeshiva, nos Estados Unidos, índices elevados de açúcar no sangue estão associados ao aumento nos riscos de câncer colorretal em mulheres.

Na pesquisa, publicada no British Journal of Cancer, aquelas mulheres que tinham os níveis mais elevados de açúcar no sangue apresentaram duas vezes mais riscos de desenvolver o câncer.

Acne

Além do stress e dos hormônios, o açúcar também pode ser considerado um dos vilões para o aparecimento de acnes.

Segundo pesquisas, ao elevar o índice glicêmico do corpo, a ingestão em excesso de açúcar afeta a produção da insulina e do fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1).

O desequilíbrio acaba promovendo uma produção em demasia de androgênios, e, por consequência, o aparecimento da acne.

Estudo publicado no periódico Nutrients, por pesquisadores da Universidade de Sidney, na Austrália, aponta que uma dieta com baixo índice glicêmico (pouco açúcar) ajuda a melhorar o aspecto da acne por mais tempo.

http://veja.abril.com.br/ciencia/estudo-mostra-que-acucar-mesmo-em-doses-consideradas-normais-pode-fazer-mal-a-saude/

Artigos especiais

Prevenção e manejo não farmacológico da dor no recém-nascido

O manejo da dor no período neonatal deve ser baseado na identificação acurada da presença de dor, sendo o primeiro passo para seu manejo ideal. O objetivo principal do manejo da dor no recém-nascido (RN) é a utilização de intervenções que minimizem a sua intensidade e duração, ajudando o neonato a recuperar-se e reorganizar-se dessa experiência estressante.

O tratamento da dor deve ocupar lugar de destaque nas atividades dentro da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal. Assim, a prevenção e o controle da dor devem ser prioritários durante todo o período de internação do RN.

No entanto, existem lacunas no conhecimento a respeito da forma mais efetiva de realizar o manejo adequado da dor. Embora seja difícil eliminá-la completamente nos neonatos, muito pode ser feito para reduzir sua quantidade e intensidade.

Para isso, podem ser utilizadas medidas de manejo não farmacológicas, como medidas ambientais e comportamentais, e farmacológicas. O conhecimento dessas estratégias é fundamental, uma vez que a utilização de diferentes métodos associados pode potencializar o efeito analgésico.

A forma mais efetiva de reduzir a dor no recém-nascido é diminuindo o número de procedimentos realizados, o que pode iniciar com a redução do número de interrupções do repouso do neonato. Outras estratégias importantes são a eliminação de procedimentos desnecessários e evitar a repetição de procedimentos após tentativas sem sucesso.

A literatura é controversa em relação ao agrupamento de procedimentos como forma de diminuição do estresse. Enquanto uma vertente o mostra como estratégia útil para a redução da dor, principalmente se seguido de um evento confortante, como alimentação, outra recomenda evitar o agrupamento de procedimentos, pois pode desencadear um período mais prolongado de dor, desconforto e estresse no RN, fazendo com que ele demore mais para retornar ao estado fisiológico e comportamental pré-procedimento.

Para o manejo da dor no recém-nascido, podem ser utilizadas intervenções não farmacológicas ou farmacológicas, de acordo com a necessidade. É importante que, uma vez realizada a intervenção, a dor seja reavaliada de 30 minutos a 1 hora após, certificando-se da efetividade do tratamento. Neste contexto, este estudo objetiva apresentar os principais métodos não farmacológicos de alívio da dor no recém-nascido disponíveis para utilização na UTI Neonatal.

MANEJO NÃO FARMACOLÓGICO DA DOR NO RECÉM-NASCIDO

Uma variedade de intervenções não farmacológicas se mostra efetiva para prevenir e aliviar a dor aguda no RN submetido a pequenos procedimentos. Possuem eficácia comprovada e apresentam baixo risco para os neonatos, assim como baixo custo operacional.

Glicose/sacarose via oral

A administração de soluções adocicadas diretamente sobre a língua do RN, cerca de 2 minutos antes da realização de procedimentos dolorosos, causa liberação de opioides endógenos, os quais possuem propriedades analgésicas intrínsecas, bloqueando os caminhos da dor.

As soluções adocicadas diminuem a duração do choro, atenuam a mímica facial de dor, minimizam a elevação da frequência cardíaca e os escores na aplicação de escalas de avaliação da dor.

O mecanismo de ação da solução oral de sacarose/glicose no controle da dor ainda não está completamente definido, sendo dois mecanismos aparentemente envolvidos: o primeiro é o fato de a sensação adocicada estimular o paladar e ativar áreas corticais relacionadas ao prazer capazes de promover efeitos fisiológicos e sensoriais, ocorrendo a liberação de opioides endógenos que ocupam receptores próprios (principalmente os receptores µ), modulando a experiência dolorosa.

Esses benefícios aumentam quando associados à sucção não nutritiva de uma chupeta ou dedo enluvado; e o segundo está relacionado à ação de opioides endógenos ocupando os nociceptores e modulando a transmissão neuronal do estímulo álgico.

Dentre as soluções mais estudadas e que apresentam melhor efeito analgésico estão a sacarose e a glicose. Porém, oferecer sacarose 24% parece ser mais efetivo do que outras soluções glicosadas, devendo ser administrada juntamente com a sucção não nutritiva para ser mais efetiva.

A sacarose é indicada em procedimentos como coleta de sangue capilar, aspiração naso/orofaríngea e endotraqueal, punção lombar, punção venosa ou arterial, injeções intramusculares, cateterização urinária, passagem de sonda gástrica/enteral e exame ocular (para retinopatia da prematuridade), além de ser uma terapia acessória ao manejo farmacológico em procedimentos como inserção de cateter central de inserção periférica (PICC), cateter central cirúrgico, cateter arterial percutâneo e dreno de tórax.

Revisão da base de dados Cochrane que utilizou estudos randomizados e controlados com amostras de recém-nascidos a termo e prematuros mostra que a sacarose é segura e efetiva para a redução da dor relacionada a procedimentos. A dose ótima não pode ser identificada devido a inconsistências nas dosagens de sacarose utilizadas entre os estudos.

A revisão sugere maior investigação sobre administração de doses repetidas e o uso de sacarose em combinação com outras intervenções farmacológicas e não farmacológicas, além de maiores estudos sobre o uso em recém-nascidos de extremo baixo peso ao nascer e instáveis ou sob ventilação mecânica.

Uma grande variedade de doses de sacarose é utilizada para o alívio da dor, porém uma dose ótima ainda não foi estabelecida. A Academia Americana de Pediatria orienta doses entre 0,012 e 0,12 gramas (0,05 a 0,5 ml de solução a 24%) e sugere que múltiplas doses para procedimentos dolorosos (2 minutos antes e 1 a 2 minutos depois) são mais efetivas do que doses únicas.

Estudo que contou com a colaboração de 12 centros do Vermont Oxford Network com o objetivo de elaborar diretrizes de melhores práticas no uso de sacarose para o alívio da dor em neonatos relata não haver evidências sobre limite de doses, porém recomenda o uso da menor quantidade possível que forneça alívio na dor.

Os autores trazem doses-limite conforme a idade gestacional, sendo de 0,5 ml para RNs entre 27 e 31 semanas, 1 ml para RNs entre 32 e 36 semanas e 2 ml para RNs com 37 semanas de idade gestacional ou mais.

Estudo de revisão sobre o conhecimento acerca dos mecanismos de ação da analgesia induzida pela sacarose mostra que a duração do efeito em neonatos saudáveis varia de 1 até 45 minutos e recomenda que a administração de sacarose em pequenas quantidades ao longo do procedimento doloroso pode garantir um efeito analgésico mais duradouro.

O estudo também demonstra que a sacarose é menos efetiva quando usada por períodos prolongados ou para alívio de dores mais intensas, porém não especifica o tempo de uso considerado prolongado.

Estudo randomizado, controlado e duplo-cego realizado em uma UTI neonatal do interior de São Paulo e que teve por objetivo avaliar a eficácia da administração via oral de sacarose 25% no alívio da dor em prematuros em esquema de doses repetidas de 0,5 ml/kg ao longo de vários dias demonstrou que esse modelo é eficaz para o alívio da dor em prematuros e não trouxe efeitos colaterais imediatos para o seu estado de saúde.

A sacarose é efetiva quando usada em neonatos tão prematuros quanto 25 semanas de idade gestacional, porém há preocupação em relação a resultados no desenvolvimento de prematuros menores de 32 semanas de idade corrigida devido a possíveis efeitos deletérios a em longo prazo, sugerindo-se o uso criterioso em RNs nessa faixa etária.

Efeitos adversos relatados envolvem pequenas quedas de saturação durante a administração da sacarose via oral, engasgos, tosse ou vômito. Outros possíveis efeitos incluem alterações metabólicas, como hiperglicemia e enterocolite necrosante (ECN). Porém, nem a hiperglicemia nem a ECN foram comprovadas em estudos, sendo efeitos adversos ainda hipotéticos.

Sucção não nutritiva

A sucção é um reflexo natural do recém-nascido, sendo uma das medidas comportamentais mais utilizadas na UTI Neonatal não somente para analgesia, mas também para promover conforto e calma.

A sucção não nutritiva com chupeta ou dedo enluvado pode diminuir a hiperatividade e modular o desconforto do RN, além de diminuir a intensidade e a duração da dor aguda em neonatos pré-termo e a termo submetidos a procedimentos dolorosos.

Seus efeitos estão associados ao aumento na oxigenação, melhora nas funções respiratória e gastrointestinal (durante a oferta de dieta por sonda gástrica), diminuição da frequência cardíaca e do gasto energético, sendo que os benefícios ocorrem durante sucção ritmada, havendo possibilidade de ocorrência de efeito rebote com sua interrupção.

Estudo que comparou a efetividade da administração oral de sacarose e sucção não nutritiva em recém-nascidos a termo submetidos à vacinação contra a hepatite B mostrou que a sacarose administrada 2 minutos antes do procedimento foi mais efetiva no alívio da dor que a sucção não nutritiva, embora ambos tenham sido mais efetivos que somente cuidados de rotina.

Outro estudo prospectivo, randomizado e controlado que comparou a efetividade de duas estratégias de alívio da dor não farmacológicas – sucção não nutritiva e contenção facilitada – com cuidados de rotina em RNs pré-termo demonstrou que sucção não nutritiva e contenção facilitada reduziram escores de dor na escala PIPP (Premature Infant Pain Profile) mais efetivamente que os cuidados de rotina durante punção no calcâneo, sendo que a sucção não nutritiva representou uma redução ainda maior da dor.

Amamentação

Os efeitos positivos da sucção ao seio materno em relação à redução das respostas à dor em RNs saudáveis submetidos a procedimentos dolorosos, em especial punção de calcâneo e venosa, têm sido demonstrados. De modo geral, percebe-se a eficácia da amamentação no alívio da dor aguda em RNs tanto como intervenção, quanto em relação aos aspectos que a congregam (contato pele a pele, sucção, odor e sabor do leite materno).

O alívio da dor é potencializado quando há combinação de tratamentos: contato pele a pele e leite ou glicose, sucção não nutritiva e glicose, estímulos multissensoriais e glicose, podendo-se considerar que a amamentação, que congrega todos esses elementos, seria uma intervenção aconselhável em procedimentos de dor aguda em RNs.

Estudo realizado no Brasil, que comparou um grupo de RNs amamentados ao seio e outro que somente recebeu colo materno durante coleta de sangue concluiu que a amamentação foi efetiva em reduzir a dor em recém-nascidos a termo.

Em recém-nascidos pré-termo, a mesma eficácia não é encontrada. Neonatos entre 30 e 36 semanas de idade gestacional foram randomizados no grupo amamentado ou no grupo que recebeu uma chupeta durante a coleta de sangue em estudo que objetivou avaliar a eficácia da amamentação em reduzir a dor e determinar se as habilidades de amamentação foram alteradas depois deste tratamento.

A amamentação não reduziu índices fisiológicos ou comportamentais de resposta à dor durante o procedimento. Contudo, nenhum efeito adverso imediato na habilidade de amamentação dos neonatos foi encontrado quando combinada a amamentação com um procedimento doloroso.

A eficácia da administração de leite materno ordenhado versus glicose 25% na resposta à dor em pré-termos tardios durante a punção de calcâneo foi avaliada com o uso da escala PIPP. Os resultados indicam que o leite materno ordenhado tem menos efeito que a glicose 25%.

Contenção facilitada e enrolamento

CONCLUSÕES

Apesar da crescente sensibilização por parte dos profissionais da saúde de que recém-nascidos internados na UTI neonatal sentem dor, muitas vezes métodos para seu alívio durante procedimentos de rotina não são utilizados. A literatura mostra diversos métodos não farmacológicos de alívio da dor no recém-nascido, sendo importante que a equipe de saúde os conheça para melhor utilizá-los no dia a dia da UTI neonatal.

É importante que cada serviço de saúde desenvolva estratégias para minimizar o número de procedimentos dolorosos ou estressantes e prover alívio não farmacológico ou farmacológico efetivo em todos os procedimentos realizados, além de constantemente mobilizar a equipe para prevenir a dor e utilizar métodos para seu alívio. A utilização de métodos não farmacológicos de alívio da dor é essencial para garantir um cuidado qualificado e humanizado ao recém-nascido, além de evitar possíveis danos devido à exposição prolongada à dor.

MOTTA, Giordana de Cássia Pinheiro da; CUNHA, Maria Luzia Chollopetz da. Prevenção e manejo não farmacológico da dor no recém-nascido. Rev. Bras. Enferm.,  Brasília ,  v. 68, n. 1, p. 131-135,  Feb.  2015 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672015000100131&lng=en&nrm=iso>. access on  10  Nov.  2016.  http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167.2015680118p.

Alimentação, estado nutricional e condição bucal da criança

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RESUMO

A relação entre alimentação, estado nutricional e a condição bucal ainda não está bem esclarecida, apresentando, muitas vezes, versões controversas e conhecimento limitado.

Existe certa concordância de que a alimentação e, consequentemente, o estado nutricional, possam exercer certa influência sobre a condição bucal imediata e futura da criança.

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O objetivo desta comunicação é apresentar possíveis relações entre alimentação, estado nutricional e a condição bucal da criança. O estado nutricional pode afetar os dentes durante o seu período de formação e após a erupção na cavidade bucal.

Os efeitos sistêmicos provenientes da nutrição podem alterar o desenvolvimento dos dentes, a quantidade e a qualidade da saliva, assim como os efeitos externos também podem determinar uma maior prevalência de cárie dentária, uma vez que tanto a quantidade de sacarose ingerida, quanto à frequência de ingestão são importantes fatores envolvidos em sua etiologia.

As reflexões deste trabalho sugerem a necessidade de ações interdisciplinares para obtenção de resultados na prevenção e no tratamento das doenças bucais.

CONCLUSÃO

A alimentação de acordo com padrões adequados exerce um importante papel na determinação da saúde bucal, e pode, assim, auxiliar na preservação da saúde do indivíduo ao longo da vida. Tornam-se cada vez mais necessários programas de intervenção educacional à população e aos indivíduos em particular, para incentivo à adoção de hábitos e práticas alimentares adequadas e, consequentemente, normalidade no estado nutricional.

A ação tópica de açúcares, em especial a sacarose, pode causar cárie dentária, sendo que o consumo de açúcar em geral é iniciado precocemente para as crianças, estando presente com grande frequência durante toda a fase de infância.

As deficiências nutricionais no período de formação dos dentes são causas de defeitos na sua estrutura, podendo alterar a sua forma e atuar na quantidade e qualidade da saliva, influenciando no processo de formação da cárie dentária.

As reflexões desta comunicação sugerem que programas odontológicos individuais ou em grupos, viabilizem abordagens interdisciplinares que enfatizem aos indivíduos a compreensão dos mecanismos biopsicossociais aos quais estão submetidos.

A estratégia interdisciplinar vem se mostrando útil na tentativa de bloqueio do círculo vicioso das doenças bucais, portanto, uma aliada no tratamento da doença cárie e das alterações dentárias.

BATISTA, Luciana Rodrigues Vieira; MOREIRA, Emília Addison Machado; CORSO, Arlete Catarina Tittoni. Alimentação, estado nutricional e condição bucal da criança.Rev. Nutr.,  Campinas ,  v. 20, n. 2, p. 191-196,  Apr.  2007 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732007000200008&lng=en&nrm=iso>. access on  10  Nov.  2016.  http://dx.doi.org/10.1590/S1415-52732007000200008.

Açúcar (I)

Conheça 12 tipos de açúcar e as suas indicações

Pensamos que é quase impossível viver sem doces. Há vários tipos de açúcar no mercado, com uma grande diferença entre o processo de fabricação de cada um deles, o que altera a sua composição e uso.

Lembre-se: é importante ficar de olhos abertos na quantidade de açúcar que se vai consumir. Sua saúde agradece!

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Açúcar invertido (trimoline)

A aparência do açúcar invertido é igual a de um xarope, que é exatamente o que ele é. Em uma reação da sacarose, o açúcar tradicional, com água e calor, a molécula se quebra e se divide em glicose e frutose – onde adicionam sucrose a essa mistura.

É usado comumente para fazer balas e biscoitos, pois ele impede a cristalização e funciona como um “conservante”.

Açúcar cristal

Tem como característica os cristais grandes, transparentes ou levemente amarelados. Possui praticamente as mesmas propriedades do açúcar refinado. Existe também o açúcar cristal colorido, que contém corantes alimentícios. Utilizado para preparar receitas e adoçar líquidos e decorar pães, doces e biscoitos.

Açúcar refinado

Este é o açúcar mais utilizado na culinária – e o mais comum de ser encontrado nos supermercados.

imagesSua fórmula é composta por grãos finos e irregulares que são fáceis de serem dissolvidos e misturados. No processo de fabricação, são adicionados produtos químicos para que ele fique branco. Porém, ocorre a perda de vitaminas e sais minerais.

Açúcar vanille ou baunilhado

É um açúcar que contém vaniline, um produto químico com aroma e sabor de baunilha, para preparar biscoitos caseiros e bolos simples sem recheio.

É mais difícil de ser encontrado no mercado. Obtêm-se um resultado parecido adicionando uma colher (das de café) de essência de baunilha para cada colher (sopa) de açúcar refinado na receita.

Açúcar de confeiteiro

Também conhecido como o glaçúcar, o açúcar de confeiteiro é usado para o preparo de chantilly, coberturas e glacês mais homogêneos, pois possui grãos finos que permitem uma mistura mais eficaz, mesmo a frio.

No processo de fabricação, o refinamento é sofisticado e inclui a adição de amido para evitar que os microcristais se juntem novamente. Por ser um açúcar muito fino (parece um talco), é indicado para decorar tortas, bolos e biscoitos.

Açúcar impalpável

Apesar de ser parecido com o açúcar de confeiteiro, o impalpável é ainda mais fino e também conta com a adição de amido de milho em sua composição. Isso porque o amido ajuda a não deixar que o açúcar empelote, pois tira a umidade.

Em geral, é utilizado nas confeitarias, principalmente para fazer macarons (doces franceses).

Uma receita caseira: adicionar 2 colheres (sopa) de amido de milho para cada xícara (chá) de açúcar de confeiteiro e bater a mistura no liquidificador.

Açúcar líquido

Esse tipo de açúcar é bastante usado em indústrias alimentícias para o preparo de bebidas gasosas, doces, balas e é difícil ser encontrado em supermercados.

Para preparar em casa, dissolve-se o açúcar refinado em água. É bom para preparar caldas e coberturas de sobremesas.

Açúcar orgânico

Nesse tipo de açúcar não são utilizados ingredientes artificiais ou agrotóxicos no ciclo de produção. O açúcar orgânico é considerado natural desde o plantio, sem adubos e fertilizantes químicos, até a embalagem biodegradável.

Ele também tem o mesmo poder de adoçante do açúcar refinado – porém, é mais caro, mais grosso, mais escuro e preserva parte de seus nutrientes.

Esse é o tipo mais “saudável”, mas isso não quer dizer que você deve consumi-lo em maior quantidade. Pode-se substituir o refinado pelo orgânico no preparo de sobremesas.

Açúcar demerara

É um açúcar com sabor mais intenso e que tem o processo de fabricação bem parecido com o açúcar cristal – mas não recebe aditivos químicos.

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Os grãos têm aparência marrom-claro ou caramelo e são levemente mais úmidos, devido ao alto teor de melaço de cana que envolve o açúcar. É difícil de ser dissolvido e é empregado para preparar pães e biscoitos.

Açúcar mascavo

Principais características: açúcar escuro, úmido e de sabor forte, pois é extraído depois do cozimento do caldo da cana. Ele conserva o ferro, cálcio e outros sais minerais.

Por ter um gosto bem parecido com o do caldo da cana, não agrada a todos os paladares. É um dos açúcares recomendados por alguns nutricionistas por possuir mais nutrientes do que os outros e ter um preço acessível.

Açúcar gelado

Se você é fã de donuts, aquelas rosquinhas recheadas, provavelmente também gosta do açúcar gelado.

Ele é polvilhado em cima do doce e, por conta de sua composição, não derrete e também pode ser congelado. Mais complicado de se preparar em casa, pode ser encontrado em lojas especializadas.

Açúcar light

É mais doce do que o açúcar refinado, porém o índice calórico é mais baixo. Um cafezinho, por exemplo, precisa de seis gramas de açúcar refinado e dois gramas do light para ficar com o mesmo sabor.

Por conter sacarose (açúcar comum), não é indicado para diabéticos. Bom para preparar receitas de musse, gelatinas e até saladas.

Glicose ou glucose

O principal uso da glicose na culinária, e na confeitaria ainda mais, é impedir que o açúcar forme aquela crosta cristalizada em volta do doce.

Isso porque ela tem um ponto de congelamento baixo, o que ajuda a não deixar brigadeiros duros, por exemplo. Fácil de achar, também aparece como xarope de milho.

http://claudia.abril.com.br/gastronomia/conheca-12-tipos-de-acucar-e-quais-seus-usos-na-cozinha/

Toxicidade

Alguns estudos demostraram que açúcar em excesso é prejudicial à saúde. Mas uma pesquisa fornece evidências que ele pode ser tóxico também em quantidades consideradas normais por organizações de saúde.

Pesquisadores da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, analisaram os efeitos do consumo de açúcar equivalente a três latinhas de refrigerante por dia, acompanhadas de uma dieta saudável e balanceada, em um grupo de camundongos.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Human-relevant levels of added sugar consumption increase female mortality and lower male fitness in mice

Onde foi divulgada: periódico Nature Communications

Quem fez: James S. Ruff, Amanda K. Suchy, Sara A. Hugentobler, Mirtha M. Sosa, Bradley L. Schwartz, Linda C. Morrison, Sin H. Gieng, Mark K. Shigenaga e Wayne K. Potts

Instituição: Universidade de Utah (EUA) e outras.

Dados de amostragem: 158 camundongos descendentes de animais que viviam na natureza.

Resultado: Dentre os camundongos alimentados com uma dose de açúcar correspondente a 25% das calorias consumidas, as fêmeas apresentaram uma taxa de mortalidade duas vezes maior do que o grupo de controle e os machos conseguiram 26% menos territórios e se reproduziram 25% menos do que os demais.

Apesar de não poderem ser diretamente transpostos para os seres humanos, os resultados são preocupantes: as fêmeas que receberam a dieta açucarada apresentaram uma taxa de mortalidade duas vezes maior do que o normal. Entre os machos, não houve mudança na expectativa de vida, mas sua capacidade de manter territórios e se reproduzir foi afetada.

Os resultados foram descritos em um estudo publicado nessa terça-feira no periódico Nature Communications.

Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores dividiram 158 camundongos em dois grupos. Os dois foram alimentados de forma balanceada e saudável, mas um dos grupos recebeu 25% das calorias em forma de açúcar – metade glicose e metade frutose.

Um quarto das calorias

Wayne Potts, professor de biologia da Universidade de Utah e um dos autores do estudo, explica que o Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos recomenda que não mais do que um quarto das calorias consumidas deve vir de açúcar adicionado – aquele que é acrescentado aos alimentos durante o processo de fabricação.

Não entram nessa conta os açúcares naturais, presentes em frutas e outros alimentos não processados. De acordo com o pesquisador, de 13% a 25% dos americanos consomem a dose de açúcar utilizada no estudo, que equivale, por dia, ao açúcar presente em três latas de refrigerante.

Instinto natural

Um detalhe importante desse estudo: ele não foi feito com animais de laboratório. Como muitos ratos vivem dentro de casas, eles acabam compartilhando de certa forma os hábitos alimentares dos humanos, o que os torna um bom modelo para estudos relacionados à alimentação. “Eles têm vivido com o mesmo tipo de alimentação que nós desde a revolução agrícola, 10.000 anos atrás”, diz Potts.

Leia também:

Açúcar: um grande vilão da saúde

Consumo de açúcar deve ser controlado assim como álcool e tabaco

Meu filho não come… nada!

Inapetência

Uma das coisas que mais preocupam os pais é a inapetência de seus filhos.

Depois de preparar a comida com cuidado e amor, é difícil entender por que eles se recusam a comer. Mas, antes de sentir angústia ou culpa, saiba que na maioria dos casos a falta de apetite é temporária e pode ser contornada.

Afastar doenças

Recomenda-se consultar o médico assistente para descartar eventuais doenças que podem tirar seu apetite. Por exemplo, anemia, parasitose intestinal (verminose), entre outras.

Se nada for constatado e a criança estiver saudável, é preciso adotar certas medidas.

Rotina

A primeira é manter um intervalo em torno de duas ou três horas entre as refeições, para que seu filho esteja com fome na hora de comer.

Se ele for almoçar às 11 horas, não deve ingerir nada (nem sucos), a partir das 9h da manhã.

Fatores que podem influenciar o apetite da criança na fase pré-escolar 

Resfriado, dor de garganta ou de ouvido levam o apetite embora mesmo.

Algumas doenças levam até uma semana para restabelecer a rotina de alimentação, mas isso não deve ser motivo de preocupação excessiva, pois o organismo dos pequenos costuma possuir reservas para enfrentar essas situações. Nesses momentos, é preciso ter muita paciência e tentar estimulá-lao a se alimentar.

Prisão de ventre

A criança que não possui o hábito intestinal regular pode sofrer de constipação intestinal, apresentar dores abdominais, ser mais irritada e ter menos apetite.

Deve-se dar atenção especial à qualidade da alimentação. O pré-escolar deve comer quantidade adequada de frutas, verduras e legumes ricos em fibras para a formação do bolo fecal.

De preferência, os alimentos prediletos

Ofereça os alimentos de que a criança mais gosta e sob a forma que aceita melhor. Dê preferência aos de consistência adequada, mais fáceis de engolir.

Hidratar na hora certa

As crianças têm preferência por líquidos, principalmente na fase aguda febril.

O apetite deverá voltar ao normal, ao poucos, quando houver recuperação da saúde.

Para evitar que ela fique desidratada, ofereça ao longo do dia muito líquido. Pode ser água, suco ou leite.

Menor quantidade, menor intervalo 

Dê quantidades pequenas de comida por refeição e com maior frequência.

Caso a criança queira apenas um tipo de alimento, mantenha esse cardápio até que ela se recupere.

Seja mais flexível quanto a horários e locais das refeições.

Não obrigue a criança a comer. Isso a deixará nervosa e reduzirá ainda mais o seu apetite.

Uma boa opção para esse período de inapetência é uma sopinha de galinha.

Alguém compra e dá a “besteira”?

Petiscos: alguns pais referem que seus filhos “beliscam besteiras” entre as refeições. Quem são os responsáveis?

Se estes têm consciência de que se trata de “besteira”, podem se queixar de que as crianças não se alimentam direito e solicitar medicamentos estimulantes de apetite?

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Nunca engane seu filho 

Especialistas aconselham não disfarçar alimentos para enganar a criança se, por exemplo, ela está numa fase de só querer determinada comida.

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Também não convém oferecer a refeição em lugares pouco convencionais, como no quarto, na varanda ou na sala de TV. Tais atitudes só pioram o quadro.

As refeições devem ser no mesmo local e horário.

Bebidas

Para driblar a inapetência da criança, evite dar bebidas durante as refeições, pois reduzem o apetite, e não encha demais o prato dela.

A capacidade gástrica da criança é menor do que a de um adulto. Portanto, se houver ingestão de grande volume de líquidos não haverá espaço para a refeição.

Deve-se limitar o consumo de líquidos durante as refeições.

O ideal é servir porções menores e esperar que ela queira repetir.

http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI1014-15064,00.html