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Nutrição

Alimentos para o bom humor

Essa ligação começa quando o bebê nasce: ao ser amamentado, ele não apenas é nutrido, mas sente prazer.

Neurotransmissores

A explicação para esse envolvimento de nossas emoções é científica: a química dos alimentos é capaz de alterar a produção de neurotransmissores – substâncias que transmitem impulsos nervosos no cérebro e são responsáveis pelas sensações.

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Há uma série de alimentos que podem contribuir para melhorar o ânimo porque estimulam a produção dos neurotransmissores responsáveis pelo prazer, bem-estar e euforia – entre os quais serotonina, dopamina, noradrenalina e acetilcolina.

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Serotonina

O mais estudado neurotransmissor é a serotonina. “Sua produção pode ser aumentada com o consumo de alimentos ricos em triptofano, um aminoácido, e carboidratos”, explica Rosana Raele, nutricionista do Centro de Medicina Preventiva Einstein.

É por isso que quando alguém está chateado e como um doce tem a sensação de que melhorou.

Na Inglaterra, o estudo Food and Mood Project (Projeto Comida e Humor) revelou que mudanças no que comemos podem ser positivas para a saúde mental.

Cerca de 200 pessoas fizeram uma dieta recomendada e avaliaram o impacto da mudança nutricional no seu humor.

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A experiência mostrou que 26% tiveram uma melhora na instabilidade emocional, 24% na depressão e 26% em ataques de pânico e ansiedade.

Os indivíduos estudados diminuíram o consumo de açúcar, cafeína, álcool e chocolate e aumentaram o de frutas, peixes e líquidos.

Seis refeições diárias

Uma observação importante: ficar muito tempo sem comer reduz os níveis de glicose, o que pode afetar negativamente o humor.

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Assim, o ideal é alimentar-se seis vezes ao dia: café-da-manhã, colação (lanche matinal), almoço, lanche, jantar e ceia.

Fontes de bom humor

Conheça alguns dos principais alimentos que podem ajudar a melhorar e manter o astral.

Chocolate

Além do açúcar, contém tirosina – substância que estimula a produção de serotonina – e minerais importantes como cobre, manganês e magnésio (nutriente que fica em falta no período pré-menstrual).

Dispara a produção de endorfina e dopamina, neurotransmissores responsáveis pelo relaxamento. Os mais recomendados são os com 70% de teor de cacau pelo alto poder antioxidante.

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Aveia

Cereal que contém altas doses de triptofano.

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Além do aminoácido que auxilia o organismo a liberar a serotonina, também tem bons níveis de selênio, que colabora para a produção de energia.

Banana madura

Contém duas substâncias que auxiliam o humor: os carboidratos, que estimulam a produção de serotonina e a vitamina B6, que garante mais energia. É ótima como opção de lanche rápido.

Brócolis

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Rico em ácido fólico, que é importante para a liberação da serotonina. Além de garantir o bom humor, renova as células e previne defeitos no sistema nervoso dos fetos, portanto é essencial para as gestantes.

Espinafre e folhas verde-escuras

Têm efeito antidepressivo por serem ricos em magnésio – que atua na produção de energia, potássio e vitaminas A, C e do complexo B, que ajuda a manter o sistema nervoso tranquilo.

Oleaginosas

São as nozes, castanhas, amêndoas e a mais poderosa de todas, a castanha-do-brasil. Auxiliam na diminuição do estresse por conterem um importante antioxidante, o selênio.

Laranja, maracujá e jabuticaba

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Por terem altas doses de vitamina C, previnem o cansaço e combatem o estresse. Também colaboraram com as defesas do organismo.

A jabuticaba ainda tem a vantagem de conter vitaminas do complexo B.

Leite

Produz um efeito relaxante em toda a musculatura graças ao triptofano, que é precursor da serotonina.

Ovos

Contêm substâncias que garantem o bom humor, como a tiamina e niacina (vitaminas do complexo B), além de fazerem bem para a memória.

Peixes e frutos do mar

Grandes fontes de minerais importantes para a atividade cerebral, como o selênio. Também ajudam a combater o cansaço e a ansiedade.

Os frutos do mar são ricos em zinco, mineral essencial para o bom humor.

Pimenta

A sensação de ardência é provocada pela capsaicina – substância presente na pimenta – e faz com que o cérebro produza mais endorfina, neurotransmissor responsável pela sensação de euforia.

comidahumorA pimenta-de-cheiro, a vermelha e a malagueta são as melhores para o humor.

Sementes de abóbora e girassol

Ricas em triptofano, além auxiliarem na manutenção do bom humor, também ajudam a melhorar a qualidade do sono.

Podem ser consumidas entre as refeições, como lanche.

Alface

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Tem efeito calmante em razão da lactucina, substância presente em maior quantidade nos talos e coração, que devem fazer parte das saladas, juntamente com as folhas.

Sugestão de “cardápio animado”

Uma alimentação balanceada, sem radicalismo e perseguição de determinados itens, é sempre a mais recomendada.

“É importante manter o equilíbrio no fornecimento de nutrientes, principalmente os envolvidos em uma estrutura bioquímica essencial como o nosso cérebro”, diz a nutricionista Rosana.

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Ela elaborou este exemplo de cardápio com 2000 calorias para um dia com bastante bom humor e energia.

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Café da manhã

  • 1 copo de suco de laranja
  • ½ mamão papaia com aveia
  • 2 fatias de pão integral
  • 1 fatia de queijo brancoo_humor_salva

Lanche da manhã

  • 3 castanhas-do-pará

Almoço

  • Salada de folhas verdes com tomate
  • 3 colheres (sopa) de arroz integral
  • 1 concha de feijão
  • 3 colheres (sopa) de espinafre refogado
  • Salada de frutas

Lanche da tarde

  • 1 banana com aveia

Jantar

  • Salada de folhas verdes / cenoura/ beterraba
  • 3 colheres (sopa) de arroz integral
  • Salmão assado com amêndoas
  • Brócolis sautée
  • Melão ou jabuticabas

Ceia

  • Chá de erva-doce
  • 4 biscoitos integrais

Fonte:

http://www.einstein.br/einstein-saude/nutricao/Paginas/alimentos-para-o-bom-humor.aspx

Relactação

Amamentar estreita o vínculo entre mãe e filho, protege o bebê contra infecções, diarreia e efeitos da poluição, reduz o risco de obesidade e  ajuda a desenvolver o sistema nervoso da criança.

Apesar de todos esses benefícios, não é tão fácil quanto parece fazer com que o pequeno mame no peito. Por diversas razões, muitas mulheres passam por dificuldades no processo do aleitamento materno.

Foi o que aconteceu com a cantora Sandy. Ela revelou como foi trabalhoso dar de mamar para o filho, Théo, que completou dois anos de idade no dia 24 de junho: “No começo eu tinha muito pouco leite, meu leite demorou muito pra descer”.
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Sandy declarou, ainda, que foi graças a um DVD que recebeu da esposa de Serginho Groisman, Fernanda, que ela soube do método de relactação para estimular a produção de leite. “Você coloca uma sondinha onde o bebê mama o seu peito e o complemento através da sondinha ao mesmo tempo”, explicou.

O uso da técnica foi essencial para que ela conseguisse prolongar a amamentação: “Depois que eu parei com a relactação, continuei dando o peito e depois mamadeira porque ele já não tinha mais paciência, pois quando o bebê vai crescendo ele vai mamando mais. Mas eu consegui amamentar por sete meses dessa maneira. Me sinto vitoriosa!”, comemorou.

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Como funciona a técnica e em quais casos é indicada

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Tanto para complementar a amamentação do bebê quanto para estimular a produção de leite, a relactação não tem contraindicações. Veja como ela é feita:

1.  O que é relactação?

É uma técnica utilizada na amamentação para estimular a produção de leite ou complementar a alimentação do bebê, quando, por algum motivo, a mãe não pode ou não consegue amamentar naturalmente.

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O mecanismo é simples: uma sonda é acoplada a um recipiente que contenha leite – de preferência o materno, único alimento que deve ser oferecido às crianças até que completem 6 meses, de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

No entanto, nos casos em que não é possível fazer a extração, dá para usar uma fórmula adequada. A ponta da sonda é fixada ao seio materno, junto ao bico, como um canudinho, para que o bebê sugue os dois ao mesmo tempo.

Geralmente, o recipiente com o leite, que pode ser uma espécie de bolsa como essas utilizadas para o soro nos hospitais, fica no alto, quase sempre apoiado sobre o ombro da mãe para ajudar o líquido a descer com mais facilidade. Assim, enquanto o bebê suga seio da mãe, também recebe o leite que sai pela cânula. Essa sucção estimula a produção do leite materno.

2. Em que casos a relactação é indicada?

A técnica é recomendada em diversas situações. Desde quando a amamentação precisa ser complementada, como aconteceu com Sandy, por recomendação médica, até quando o bebê ainda não aprendeu a mamar direito ou apresenta alguma condição que o impeça de sugar todo o leite de que precisa.

Também pode ser indicada quando o bebê apresenta baixo peso ou rejeitou uma mama ou as duas. Nos casos em que a mãe apresenta baixa produção de leite ou quer retomar a amamentação, depois de ter feito uma cirurgia ou tomado algum tipo de medicamento, por exemplo, a técnica também pode ajudar.

Além disso, algumas mães de crianças adotadas que desejam amamentar também podem utilizar a relactação para estimular a produção de leite.

3. Por quanto tempo a relactação pode ser feita?Não há um período pré-determinado, nem mínimo, nem máximo. É importante apenas ressaltar que, apesar de não ter contraindicações, é necessário contar com o acompanhamento de um profissional que entenda desse processo e que possa orientar a mãe sobre a forma correta de fazê-lo.

4. Quais são as chances de a mulher voltar ou começar a produzir leite?

Se o procedimento for feito da forma correta, as chances são bem altas. Ainda assim, vale lembrar que a técnica, sozinha, não garante o sucesso.

Há outros fatores que devem ser aplicados junto com a relactação e que são imprescindíveis para que a mulher produza leite; entre eles, manter uma dieta balanceada, beber muito líquido e estar bem descansada.

5. Que outros benefícios a relactação  pode proporcionar?

O mais importante é lembrar que a amamentação não se limita apenas ao ato de alimentar. É um momento de proximidade, de carinho, de formação de vínculo entre mãe e filho.

Só de estar aninhado junto ao peito da mãe, escutando as batidas do coração dela, o bebê já se sente acolhido e conectado.

A relactação é importante justamente porque deixa mais tranquilas as mães que têm algum problema com a produção de leite, dando a certeza de que o bebê está bem alimentado.

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E quanto mais serena a mulher estiver, maiores serão as chances de aumentar ou iniciar a produção de leite. Mas o maior ganho ainda é a proximidade entre a mãe e bebê nesse momento tão especial.

1º) Adquirir a sonda:

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Compre “sondas nasogástricas” número 4, 5 ou 6. Algumas vezes só encontradas em lojas ou farmácias que vendem material hospitalar.

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Adquira várias sondas. Pode ser melhor descartá-las após o uso, já que é difícil lavá-las bem (mas é possível esterilizar em água fervente cada vez que for usada). Essas sondas nada mais são do que tubos fininhos.

2º) Preparações:

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Colocar o leite materno ou artificial no recipiente escolhido (seringa, copo ou mamadeira).

Colocar uma ponta da sonda no recipiente e a outra deve ser presa ao seio, com sua extremidade perto do mamilo (pode usar esparadrapo, micropore).

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A ponta que fica no peito tem que ficar bem na aréola.

Tentar colocar o recipiente com o leite num local próximo e acima do nível do peito, para que a ação da gravidade facilite o fluxo do leite, e de preferência numa superfície firme para evitar que caia no chão.

Nas primeiras tentativas vale a pena pedir ajuda de outra pessoa que segure o recipiente com o leite.

É possível cortar a sonda em pedaços menores (10 cm) quando já estiver habituada, deixando o recipiente mais próximo do peito.

3º) Iniciando: 

Coloque o bebê no seio para mamar. A criança sugará o peito e a sonda ao mesmo tempo e, à medida em que se alimenta, também estimula a produção do leite materno.

A altura em que é colocado o leite e a força de sucção da criança determinam a velocidade de ingestão.

O fluxo é controlado ao se dobrar um pouco a sonda. Desse modo o bebê começa a associar o peito com alimento e é estimulado a sugar o peito

Se o bebê estiver recusando o seio, pingue leite sobre o seio para que ele queira sugar.

4º) Quanto tempo preciso usar esse sistema?

O tempo para que a produção de leite seja estabelecida é de no mínimo uma semana, requer paciência e persistência para se obter sucesso.

O leite ministrado pela sonda é o que a criança estava usando e, na medida do aumento de produção pela mãe, este é restringido progressivamente.

A relactação deve ter um começo e um fim, desde o primeiro dia que se começa deve se ter claro que não é para sempre, que num certo dia ela vai terminar.

O recomendado geralmente é não estender a relactação por mais do que 6 semanas.

5º) Que mais posso fazer para aumentar minha produção de leite?

  • A sucção do bebê é a mais poderosa que existe, então amamente em livre demanda, mesmo sem a sonda, sempre que puder.
  • Utilize uma bomba elétrica de boa qualidade e tente ordenhar seu leite também sempre que possível – isso ajuda a estimular a produção, mesmo se ainda não estiver saindo leite. A ordenha manual bem feita é igualmente eficiente.
  • Descarte o uso de qualquer bico artificial: mamadeiras, chupetas, bicos de silicone.
  • Carregue seu bebê num sling, sempre que possível. Sentir o cheiro da mamãe acalma o bebê e o incentiva a sugar.
  • Descanse quando puder, tire sonecas quando o bebê também o fizer. Durma perto de seu bebê (tomando precauções para prática da cama compartilhada): pesquisas mostram que cama familiar pode ajudar no estabelecimento da amamentação.

Vídeo explicativo: http://www.youtube.com/watch?v=p9-Y4A8lLNU

ATENÇÃO: A técnica de relactação é justamente para RE-lactar, usada quando a mãe deixou por qualquer motivo de oferecer seu peito ou em casos de mães adotivas que desejam amamentar.

RELACTAÇÃO NÃO É UM MÉTODO DE COMPLEMENTAÇÃO PARA SUBSTITUIR A MAMADEIRA.

É importante que desde o começo o fluxo da sonda seja regulado, para que o bebê se acostume com o fluxo de LM (leite materno) do peito – nem toda sucção deve levar leite.

A relactação sozinha não faz milagres, deve ser associada à livre demanda e auto-confiança.

SE A MÃE PRODUZ QUALQUER QUANTIDADE DE LM A RELACTAÇÃO TEVE SUCESSO E NÃO É MAIS NECESSÁRIA: pode começar a diminuir o LA (leite artificial) usando copinho.

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Uma vez se consegue LM em volume aceitável o ideal é passar oferecer o complemento num copinho e deixar de usar a sonda.

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Lembre que existe sucção não alimentar, na sonda fica difícil saber até onde o bebê continua com fome e até onde está sugando por conforto.

Toda mamada deve começar e terminar pelo peito sozinho. Se o bebê adormece no peito, que seja no peito sem sonda.

Fontes:

  1. http://revistacrescer.globo.com/Bebes/Amamentacao/noticia/2016/07/relactacao-entenda-como-funciona-tecnica-e-em-quais-casos-e-indicada.html – Alberto d’Auria, obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana (SP) e Patricia Scalon, consultora e enfermeira da equipe do Grupo de Apoio de Aleitamento Materno da Maternidade São Luiz (SP).
  2. http://mdemulher.abril.com.br/famosos-e-tv/bebe/no-altas-horas-sandy-conta-que-recorreu-a-tecnica-de-relactacao-para-amamentar-theo
  3. 10528-42549-1-pb relactacao

Proteínas no primeiro ano X Síndrome metabólica

A oferta proteica no primeiro ano de vida pode interferir no risco de obesidade e síndrome metabólica?

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As fórmulas lácteas utilizadas no primeiro ano de vida oferecem, na sua grande maioria, maior aporte proteico em comparação ao leite materno.

Causas de obesidade

Vários fatores são conhecidos como predisponentes de obesidade tardia na criança e/ou adolescente: obesidade ou subnutrição maternas durante a gestação, diabetes gestacional, rápido/excessivo ganho de peso no primeiro ano de vida e alto aporte proteico precoce.

Nutrição adequada

As necessidades proteicas do lactente diminuem significativamente durante o primeiro ano de vida.

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Durante os primeiros meses de aleitamento materno e após os 6 meses da adição de alimentação complementar adequada, normalmente se oferece o aporte proteico necessário para o bom crescimento e o ganho de peso.

Menos proteína, menos obesidade 

Um estudo recente revela que a oferta de fórmula com menor teor proteico (1,65 g/100 kcal) reduziu o risco de obesidade em crianças de até 24 meses em comparação com a fórmula de maior teor proteico (2,7 g/100 kcal) em filhos de mães obesas.

Intervenções educacionais: família + escola

Devido à gravidade do problema da obesidade e da potencial Síndrome Metabólica, há a necessidade de ênfase nas atitudes que promovam a diminuição da prevalência destas condições clínicas.

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As intervenções educacionais apresentam resultado efetivo, mas limitado.

Incentivar o aleitamento materno

A promoção do aleitamento materno é, sem dúvida, uma das principais medidas para reduzir o problema a médio prazo.

A redução da oferta proteica após os 3 meses em crianças que recebem fórmulas pode ser mais uma medida efetiva para reduzir a obesidade na infância e adolescência.

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Ainda são raros os estudos que avaliam fatores relacionados à alimentação que têm impacto na evolução do índice de massa corpórea e no risco de obesidade a mais longo prazo, como na idade escolar.

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Childhood Obesity Project

Estudo recente de Weber M et al. avaliou se a diminuição da oferta proteica reduziria o índice de massa corpórea e a prevalência de obesidade aos 6 anos de idade.

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O The Childhood Obesity Project foi conduzido por um grupo multicêntrico europeu em estudo (randomizado e duplo-cego) que envolveu recém-nascidos saudáveis.

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Os lactentes alimentados com fórmula láctea (n=1.090) foram randomizados para receber oferta com maior teor proteico (HP) ou menor teor proteico (LP) (dentro das recomendações internacionais) no primeiro ano de vida.

A oferta proteica foi aproximadamente 1 g/kg de peso corpóreo mais elevada no grupo HP aos 3 e 6 meses de idade e 0,5 g/kg de peso corpóreo mais elevada aos 12 meses de idade (todos com P<0,001).

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Um total de 588 lactentes foi amamentado ao seio materno, estabelecendo-se como grupo de referência e de controle.

Foram avaliados como desfechos finais peso e estatura de 448 (41%) crianças alimentadas com fórmula aos 6 anos de idade.

Resultados 

As crianças do grupo HP tiveram significativamente maior índice de massa corpórea (IMC) (de 0,51; IC de 95%: 0,13-0,90; P=0,009). As crianças do grupo HP tiveram IMC significativamente mais elevado aos 6 anos de idade.

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O risco das crianças do grupo HP de se tornarem obesas foi 2,43 (IC de 95%: 1,12-5,27; P=0,024) vezes maior do que nas do grupo LP.

As medidas antropométricas foram semelhantes no grupo LP e nas crianças amamentadas ao seio materno.

Conclusões

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Assim sendo, um menor suprimento de oferta proteica, de forma mais semelhante ao leite materno, pode atenuar o ganho de peso precoce e a obesidade tardia.

Um dos melhores preditores do risco de obesidade tardia parece ser o ganho de peso durante o primeiro ano de vida.

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Veja mais detalhes em:

http://ajcn.nutrition.org/content/99/5/1041.full.pdf+html
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4086775/

Artigo de referência: Weber M, Grote V, Closa-Monasterolo R, Escribano J, Langhendries JP, Dain E, Giovannini M, Verduci E, Gruszfeld D, Socha P, Koletzko B; European Childhood Obesity Trial Study Group. Lower protein content in infant formula reduces BMI and obesity risk at school age: follow-up of a randomized trial. Am J Clin Nutr. 2014 May; 99(5): 1041-51.

Dr. Artur Figueiredo Delgado -http://www.nestlenutrition.com.br/comentarios-dos-especialistas/detalhe/dr-artur-figueiredo/2016/08/15/a-oferta-proteica-no-primeiro-ano-de-vida

Nutrição e câncer (informações do INCA)

O que é câncer?

O câncer é uma enfermidade que se caracteriza pelo crescimento desordenado de células que podem invadir tecidos e órgãos adjacentes e/ou espalhar-se para outras regiões do corpo.

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Muitos fatores influenciam o seu desenvolvimento: externos, como o meio ambiente, hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural, ou internos, resultantes de eventos que geram mutações sucessivas no material genético das células, processo que pode ocorrer ao longo de décadas, em múltiplos estágios.

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Segundo estimativas de novos casos de câncer no Brasil, ficou reforçado o cenário da grandiosidade da doença e a importância de estratégias para tratamento e prevenção.

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Sem considerar os casos de câncer de pele “não melanoma”, estimam-se 395 mil casos novos de, 204 mil para o sexo masculino e 190 mil para sexo feminino.

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Nos homens, os tipos mais incidentes são os cânceres de próstata, pulmão, cólon e reto, estômago e cavidade oral. Nas mulheres, os de mama, cólon e reto, colo do útero, pulmão e glândula tireoide.

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As atividades físicas previnem o câncer independentemente da perda de peso.

Além de auxiliar no controle do peso corporal, a atividade física regular promove o equilíbrio dos níveis de hormônios (reduz a resistência à insulina e os níveis de estrogênio circulantes), reduz o tempo de trânsito gastrintestinal (com isso diminui o período de contato dos tecidos locais com substâncias que promovem o câncer) e fortalece a defesa do nosso organismo.

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Por isso, devemos praticar pelo menos 30 minutos de atividade física todos os dias e limitar hábitos sedentários.

Caminhar ou ir de bicicleta para o trabalho, subir escadas em vez de andar de  elevador, descer do ônibus um ou dois pontos antes de chegar em casa são algumas opções para aumentar a atividade física no dia a dia.

É possível evitar o câncer a partir da alimentação.

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As escolhas alimentares são muito importantes. Enquanto alguns alimentos podem ajudar a proteger o corpo contra a doença, outros podem aumentar o risco de desenvolver câncer.

Uma dieta rica em alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, e pobre em alimentos ultraprocessados, como aqueles prontos para consumir ou aquecer e bebidas açucaradas, é capaz de prevenir o surgimento da doença.

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A recomendação é consumir, no mínimo, cinco porções, ou seja, 400g por dia de vegetais, sendo duas porções de frutas e três de verduras e legumes sem amido, como cenoura, couve-flor, berinjela e tomate.

Cada porção equivale a uma quantidade aproximada que caiba na palma da mão (80 g), do produto picado ou inteiro.

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O excesso de gordura corporal aumenta o risco de ter câncer

O excesso de gordura corporal provoca alterações hormonais e um estado inflamatório crônico que estimulam a proliferação celular e inibem a apoptose (morte programada das células).

Dessa forma, a gordura contribui para a formação e a progressão de diversos tipos de câncer, como o de esôfago, estômago, pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama (na pós-menopausa), ovário, endométrio e próstata (avançado).

Grande parte dos refrigerantes possui uma substância que possivelmente favorece a formação do câncer.

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Os refrigerantes contêm a substância 4-MI (4-metil-imidazol), classificada como possivelmente cancerígena pela Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse composto é um subproduto do corante caramelo IV presente nessas bebidas.

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O Centro de Pesquisa CSPI (na sigla em inglês Center for Science in the Public Interest), em Washington D.C, em parceria com instituições governamentais e de pesquisa de diversos países, testaram a quantidade de 4-MI em latas de uma marca de refrigerante a base de cola (na versão original) vendidas no Brasil, Canadá, China, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos da América (Washington D.C. e Califórnia), México e Reino Unido.

De acordo com o estudo, a bebida comercializada no Brasil continha 267 microgramas (mcg) de 4-MI em uma lata de 355 ml. Essa concentração foi a maior identificada dentre todos os países pesquisados.

Os benefícios da ingestão de frutas, legumes e verduras na prevenção de câncer superam os malefícios do consumo desses alimentos com resíduos de agrotóxicos.

Existem evidências de que os benefícios da ingestão de frutas, legumes e verduras na prevenção do câncer superam os malefícios do consumo desses alimentos com resíduos de agrotóxicos.

Nos vegetais são encontradas vitaminas, minerais, fibras e fitoquímicos que previnem contra diversos tipos de câncer.

Optar por alimentos de base agroecológica ou orgânicos é sempre o ideal, pois além de contribuir para a preservação do meio ambiente e para a agricultura familiar, são mais saudáveis.

Entretanto, se não for possível adquiri-los, não podemos abrir mão desses alimentos protetores, pois estudos indicam que a redução no seu consumo pode aumentar consideravelmente o número de casos de câncer.

Vale lembrar que os resíduos de agrotóxicos podem também estar presentes nos alimentos ultraprocessados, como biscoitos, salgadinhos, pães, cereais matinais, lasanhas, pizza e outros, que têm como ingredientes o trigo, o milho, a cana-de-açúcar e a soja, por exemplo.

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Aquecer alimentos ou adicioná-los quentes a recipientes plásticos aumenta o risco de câncer.

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O aquecimento de recipientes plásticos contendo alimentos pode liberar substâncias nocivas com potencial de causar câncer, como a dioxina, o bisfenol A (BPA) e os ftalatos.

Visto que não há como ter segurança quanto à presença ou não dessas substâncias nos recipientes utilizados, o recomendável é nunca aquecer alimentos em recipientes plásticos, inclusive mamadeiras.

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O melhor é transferir a comida para vasilhas de vidro temperado ou de porcelana que suportem o calor. Essa cautela se aplica também para as bandejas de espuma em que são acondicionadas lasanhas e outras massas, por exemplo.

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O filme plástico utilizado para proteger e cobrir alimentos também deve ser evitado, pois o vapor condensado pode respingar substâncias perigosas no alimento. É mais seguro usar papel toalha, pano de prato ou saco de papel. Tais cuidados são simples e podem evitar danos à saúde.

Fonte:

downloadhttp://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/cancer/site/prevencao-fatores-de-risco/alimentacao/mitos-verdades

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Finalmente, um lembrete sobre nutrição para os especialistas e profissionais de saúde que cuidam de pacientes com câncer.

Orientações nutricionais para pacientes com sinais e sintomas causados pela terapia antineoplásica

As alterações metabólicas que a neoplasia maligna provoca no paciente já fazem com que ele seja classificado como estado de risco nutricional.

A desnutrição no paciente oncológico pediátrico varia de 6% a 50%, independente do tipo de sua neoplasia, e está diretamente associada com a piora na qualidade de vida, em razão da menor resposta ao tratamento específico.

As funções orgânicas desses pacientes também podem estar afetadas, diminuindo a tolerância ao tratamento antineoplásico.

Esse pode provocar sinais e sintomas que levam à diminuição da ingestão diária, o que, consequentemente, pode comprometer o estado nutricional.

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A alimentação nesses pacientes é influenciada tanto por fatores psicológicos e emocionais, quanto por fatores relacionados ao tratamento e à doença. Nos casos de desnutrição, modificações no apetite e na ingestão alimentar são fatores presentes.

Esse consumo desordenado pode resultar em diversas complicações metabólicas e outras manifestações graves que podem tanto aumentar a morbidade e a mortalidade dos pacientes quanto resultar numa piora da resposta ao tratamento, desfavorecendo o prognóstico, quando sua ingestão alimentar for 70% abaixo das suas necessidades nutricionais.

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Alguns estudos investigam a prevalência da desnutrição e sua correlação com a presença de efeitos colaterais em pacientes oncológicos durante tratamento adjuvante e neoadjuvante.

Em relação aos efeitos colaterais, observa-se que a enterite é frequente, de 25% a 75%, em tratamento radioterápico de câncer pélvico ou abdominal.

Diarreia, tenesmo e sangramento retal geralmente acontecem quando a radioterapia está associada à quimioterapia. Trismo, xerostomia e mucosite são outras complicações que podem estar presentes.

Da mesma forma, a neutropenia está associada ao aumento de infecções oportunistas, incluindo as causadas por alimentos, podendo ocorrer no período em que os pacientes estão imunodeprimidos.

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As orientações adequadas quanto aos cuidados com a dieta e com os alimentos são imprescindíveis nessa fase de imunodepressão.

A quimioterapia e a radioterapia resultam em toxicidade para o TGI, com surgimento de efeitos colaterais, tais como: anorexia, náuseas, vômitos, disgeusia, mucosite, diarreia, xerostomia, entre outros.

Pequenas e constantes modificações devem ser encorajadas para aumentar a ingestão alimentar. Vários estudos mostraram que o aconselhamento nutricional melhora a ingestão e a qualidade de vida dos pacientes com câncer.

Fonte:

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação Geral de Gestão Assistencial. Hospital do Câncer I. Serviço de Nutrição e Dietética. Consenso nacional de nutrição oncológica / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, Coordenação Geral de Gestão Assistencial, Hospital do Câncer I, Serviço de Nutrição e Dietética; organização Nivaldo Barroso de Pinho. – 2. ed. rev. ampl. atual. – Rio de Janeiro: INCA, 2015. 182p.

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Biomassa de banana verde (benefícios)

Alimentos funcionais e fibras alimentares

Alimentos funcionais cada vez mais tem despertado interesse. Para melhorar as características dos alimentos, uma possibilidade consiste no emprego de carboidratos não digeríveis ou fibras alimentares (FA).bv_receitas_webAmido resistente I

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que mais de 55% da energia ingerida pelo ser humano seja proveniente de carboidratos.

Nesse contexto, destaca-se o amido resistente (AR), que não é absorvido/digerido no intestino delgado de indivíduos saudáveis, podendo ser fermentado no intestino grosso, utilizado como substrato pela microbiota intestinal (fermentação colônica)  gerando ácidos orgânicos de cadeia curta (acetato, butirato e propionato).

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Desta forma, regularizam o transito intestinal e agem como agentes protetores de várias doenças como diarreia, inflamação intestinal e câncer de cólon.

Banana (Musa spp.)

A banana é uma das frutas mais consumidas no mundo, sendo produzida na maioria dos países tropicais e subtropicais.

No Brasil, o cultivo da banana apresenta alto índice de perdas na cadeia produtiva devido a  falhas na colheita, pós-colheita e nos sistemas de transporte, distribuição e armazenamento.

Verde

O fruto ainda verde contém maior quantidade de sais minerais, flavonoides, altas concentrações de amido resistente e apenas 2% de açúcares.

A banana verde pode ser utilizada na elaboração de alimentos com propriedades funcionais e ainda representa uma alternativa para o incremento da cadeia produtiva da banana, considerando a utilização do fruto ainda verde para produção de biomassas e farinhas.

BBV e FBV

Torna-se importante conhecer a composição nutricional e as propriedades funcionais da biomassa (BBV) e farinha (FBV) de banana verde.

O componente fundamental que confere características funcionais à BBV e à FBV é o amido resistente que pode ser classificado como tipos AR1, AR2 e AR3, e sua concentração pode variar de acordo com o cultivo.

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Prebiótico 

A grande vantagem da inclusão de biomassa e farinha de banana verde nas formulações de alimentos funcionais deve-se à presença de amido resistente, que não é digerido no intestino delgado e servirá de substrato para micro-organismos, atuando como prebiótico.

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A sua digestão lenta está associada ao controle do diabetes e, a longo prazo, poderia até mesmo reduzir o risco de desenvolver a doença além de redução nos níveis de colesterol LDL, prevenção de constipação, diverticulose e até mesmo a diminuição no risco de câncer de cólon.

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Em outras palavras:

Benefícios da biomassa de banana verde

Produzida a partir da banana verde, a biomassa tem apresentado resultados promissores em diferentes pesquisas científicas. No entanto, mais estudos são necessários para se recomendar seu uso para a saúde.

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A banana (Musa spp.) é uma das frutas mais consumidas no mundo. Quando verde, a fruta pode ser utilizada para a produção de uma farinha, popularmente chamada de biomassa.

Banana não tem só “vitamina” 

O principal componente nutricional da biomassa é o amido (73g por 100g), em especial o amido resistente, com quantidades que variam entre 10% e 40%, dependendo da espécie.

O produto também possuiu proteínas (4,54g por 100g) e micronutrientes, tais como fósforo (190mg por 100g), potássio (185mg por 100g) e cálcio (157g por 100g).

Variedade sem glúten

A biomassa pode ser utilizada em massas, sucos, sorvetes e em produtos de panificação como pães, bolos e biscoitos.

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Pode inclusive substituir a farinha de trigo para a produção de alimentos sem glúten destinados aos portadores de doença celíaca.

Benefícios

Em pesquisas científicas desenvolvidas in vitro, a biomassa demonstrou capacidade de aumentar a atividade pré-biótica por meio da produção de acetato, propionato e butirato – ácidos graxos voláteis que alteram o ph e a microbiota intestinal, produzindo efeitos fisiológicos benéficos.

Foram relatados efeitos positivos também sobre a glicemia, com diminuição da curva glicêmica quando comparada ao efeito produzido pelo pão branco.

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Em seres humanos, os estudos são bastante escassos. Foi avaliado o efeito da suplementação com 30g de banana verde (sob a forma de farinha ou cookies) durante quatro dias por indivíduos ileostomizados.

Acetato e butirato

Após a secagem dos efluentes ilíacos, foi identificada uma maior excreção de energia, ferro e ácido quenodesoxicólico (um tipo de ácido biliar), quando comparado aos efluentes do período sem suplementação.

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A fermentação posterior in vitro destes efluentes também revelou uma maior produção de acetato e butirato. Os efeitos foram atribuídos ao teor de amido resistente presente na biomassa.

Tomados em conjunto, os resultados são promissores, mas os pesquisadores afirmam que mais estudos são necessários para se constatar os reais efeitos da biomassa para a saúde humana e também determinar a quantidade ideal de consumo para a produção de tais benefícios.

Revista publica 16 receitas com a biomassa

http://mdemulher.abril.com.br/receitas/boa-forma/16-receitas-saborosas-com-biomassa-de-banana-verde

Clique para acessar o MBI15005.pdf

https://www.nestle.com.br/nestlenutrisaude/NutricaoNaMidia.aspx?id=

Receitas especiais (saborosas)

A teoria

A professora pergunta:

– Diga 3 coisas que comprovem que verduras são importantes para a saúde.

O menino responde:

– Minha mãe diz que são, o livro e a senhora, também, professora.

A prática

Nem sempre a gente tem ideia do que servir para as crianças, não é verdade? Quem tem filho “difícil para comer”, entende bem.

As mães se desdobram, capricham e as crianças nem mexem no prato.

Recebi da Rafaella, mãe da querida Liz, algumas sugestões interessantes de pratos infantis, disponíveis no endereço:  http://www.cozinhadamonica.com/

Receita de quibe

Veja também a receita de quibe recheado de forno aqui.

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Para 15 quibes:

Ingredientes:

  • 1/2 kg de carne moída (patinho)
  • 200 gramas de trigo para quibe
  • uma pitada de canela em pó
  • uma pitada de louro em pó
  • uma pitada de noz moscada
  • 2 colheres de azeite
  • sal e pimenta a gosto
  • óleo para fritar
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Preparei assim:

Deixei de molho o trigo em água de um dia para o outro.

No dia seguinte, escorri a água e espremi bem o trigo em uma peneira, para tirar o máximo de água possível.

Separei um terço da carne moída e refoguei em uma panela com o azeite, uma pitada de cada tempero e sal.

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Reservei.

À parte, misturei o restante da carne moída que estava crua com o trigo, os temperos e o sal.

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Aí vem o pulo do gato:

Bati essa mistura no processador de alimentos.

Descobri nas minhas pesquisas que era preciso sovar muito bem a massa, como fazem os árabes, para que o trigo “soltasse a liga”, e assim quando eu fosse fritar os quibes não esfarelassem.

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Prevenção da obesidade na Infância

Nas fases iniciais da infância, pediatras e nutricionistas pesam e medem as crianças com a finalidade de analisar os padrões de crescimento e compará-los com as tabelas de referência.

Isto permite, entre outras coisas, verificar se a nutrição está adequada.

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Nunca é cedo demais

Nas últimas décadas também tem servido para se observar os excessos. Nunca é cedo para se iniciar a prevenção. A ingestão demasiada de energia (calorias) e proteínas nas fases iniciais da infância é fator que pode impulsionar um crescimento exagerado.

Esse crescimento pode levar a um aumento de peso em fases mais tardias. Estudos têm mostrado que o excesso de peso entre o nascimento e os dois anos de idade é grande valor para predizer a obesidade na adolescência.

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Além disso, este fato também acarreta maior probabilidade de hipertensão arterial na idade adulta, bem como alterações do colesterol, diabetes e doenças cardiovasculares.

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Prevenção

Para evitar essas intercorrências, especialistas têm orientado os cuidadores quanto aos benefícios e efeitos de proteção da amamentação.

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É importante que todos se conscientizem de que os substitutos do leite materno sejam os mais adequados, em caso de necessidade, utilizando-se fórmulas infantis próprias à idade, com menores teores de proteína, assemelhando-se às concentrações encontradas no leite materno.

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Crescimento saudável

Quando consideramos a prevenção e o tratamento da obesidade nas crianças, a restrição energética da dieta, o aumento das atividades físicas e a diminuição do comportamento sedentário não devem comprometer o crescimento e o desenvolvimento.

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Objetivo: manutenção do peso ideal

Por estas razões a manutenção do peso deve ser o principal objetivo, mais do que exigir a sua redução. Avaliações sucessivas e frequentes sem se dar extrema importância à perda de peso são medidas apropriadas.

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A origem da obesidade baseia-se num desequilíbrio do balanço energético. Nas crianças, o crescimento só é possível se o aporte de energia é positivo. A sobra exagerada de energia vai ser depositada sob a forma de gordura.

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Em todo o mundo tem ocorrido um rápido aumento da prevalência da obesidade, principalmente devido a alterações comportamentais e do meio em que a criança vive relacionada à dieta e à inatividade.

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Comportamento sedentário

O importante aumento da obesidade tem coincidido com as mudanças de como as crianças gastam seu tempo, resultando na diminuição da atividade física e de aumento no comportamento sedentário.

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Isto está associado ao maior tempo gasto assistindo televisão, jogando videogames, surfando na internet, usando celulares, alimentos industrializados de alto teor energético e falta de promoção da saúde.

7 passos

O modo de ajudar as crianças a manter um peso saudável seria estimular os pais e familiares ou cuidadores a:

  1. Garantir que as crianças tenham refeições regulares, com um bom café da manhã, de preferência com a companhia de adultos e sem distrações, como assistir televisão.
  2. Dar atenção à criança, estimulando a comer sozinha ao invés de dar a comida.
  3. Separar as refeições de outras atividades.
  4. Ensinar a comer quando tiver fome.
  5. Evitar classificar os alimentos como “bons” ou “ruins”.
  6. Não comprar alimentos considerados inadequados.
  7. Conferir os alimentos oferecidos na creche ou escola.

Considerações finais

Por esses motivos têm-se considerado como muito importantes as intervenções nutricionais nos primeiros 1000 dias de vida (desde a concepção até os dois anos de idade), sendo este considerado um período de oportunidades de se prevenir a obesidade e suas consequências na idade adulta.

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Alimentos funcionais

Manter uma alimentação equilibrada é fator importante para a promoção da saúde e diminuição dos riscos de algumas doenças crônicas

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Os alimentos funcionais fazem parte de uma nova concepção de alimentos, lançada pelo Japão na década de 80. O programa de governo japonês tinha o objetivo de desenvolver alimentos saudáveis para a população que apresentava uma grande expectativa de vida.

Diversos fatores têm contribuído para o desenvolvimento dos alimentos funcionais. Entre eles, o aumento da consciência dos consumidores que desejam melhorar a sua qualidade de vida e optam por hábitos saudáveis.

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Um alimento pode ser considerado funcional se afetar beneficamente uma ou mais funções alvo no corpo, além de possuir efeitos nutricionais adequados e combinar produtos comestíveis de alta flexibilidade com moléculas biologicamente ativas.

A estratégia principal seria a de corrigir distúrbios metabólicos, reduzir riscos de doenças e a manutenção da saúde.

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Classificação

Podem ser classificados: quanto à fonte, de origem vegetal ou animal, ou quanto aos benefícios que oferecem, atuando em seis áreas do organismo: no sistema gastrointestinal; no sistema cardiovascular; no metabolismo de substratos; no crescimento, no desenvolvimento e diferenciação celular; no comportamento das funções fisiológicas e como antioxidantes.

Características principais

Alimentos funcionais caracterizam-se por oferecer benefícios à saúde, além do valor nutritivo inerente à sua composição química, podendo desempenhar papéis potencialmente benéficos na redução do risco de doenças crônico-degenerativas.

Os alimentos funcionais apresentam as seguintes características:

  1. devem ser alimentos convencionais e serem consumidos na dieta normal/usual;
  2. devem ser compostos por componentes naturais, algumas vezes, em elevada concentração ou presentes em alimentos que normalmente não os supririam;
  3. devem ter efeitos positivos além do valor básico nutritivo, que pode aumentar o bem-estar e a saúde e/ou reduzir o risco de ocorrência de doenças, promovendo benefícios à saúde além de aumentar a qualidade de vida, incluindo os desempenhos físico, psicológico e comportamental;
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  5. a alegação da propriedade funcional deve ter embasamento científico;
  6. pode ser um alimento natural ou um alimento no qual um componente tenha sido removido;
  7. pode ser um alimento onde a natureza de um ou mais componentes tenha sido modificada;
  8. pode ser um alimento no qual a bioatividade de um ou mais componentes tenha sido modificada.alimentos-funcionais-solucao-para-as-doencas-1-243-thumb-570

Manter uma alimentação equilibrada é um fator importante para a promoção da saúde e diminuição dos riscos de algumas doenças crônicas. Alguns alimentos apresentam componentes ativos capazes de prevenir ou reduzir o risco do desenvolvimento de doenças.

Consumo regular e balanceado

No entanto, para obter o benefício, é necessário consumi-los regularmente. Também vale lembrar que os resultados são obtidos quando a alimentação é balanceada. Não adianta comer carnes gordas com salada de soja, achando que a soja irá proteger contra o aumento do colesterol.

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Na lista abaixo, estão citados alguns dos principais alimentos funcionais, seus componentes, propriedades e a quantidade recomendada para consumo, segundo a equipe do Hospital Albert Einstein:

 SOJA E DERIVADOS

Componente ativo: proteína da soja

Benefício: redução dos níveis de colesterol.

Quantidade recomendada: a ingestão sugerida de proteína de soja por dia é de 25g para diminuição do colesterol ruim (LDL) e de 60g por dia para diminuição dos sintomas da menopausa*.

PEIXES COMO SARDINHA, SALMÃO, ATUM, ANCHOVA, TRUTA E ARENQUE
Componente ativo: ácidos graxos ômega-3.

Benefício: redução do colesterol ruim (LDL) e ação anti-inflamatória.

Quantidade recomendada: 3 porções por semana*.

ÓLEOS DE LINHAÇA, SOJA, NOZES, AMÊNDOAS, CASTANHAS E AZEITE DE OLIVA
Componente ativo: ácido Graxo Poli-insaturado (ácido linoleico).

Benefícios: estimula o sistema imunológico, tem ação anti-inflamatória e reduz os riscos de doenças cardiovasculares.

AZEITE, ÓLEO DE CANOLA, AZEITONAS, ABACATE E FRUTAS OLEAGINOSAS (CASTANHAS, NOZES, AMÊNDOAS)

Componente ativo: ácido Graxo Monoinsaturado (ácido oleico).

Benefícios: previne a formação de ateromas (placas de gordura que se formam nos vasos sanguíneos), e também tem ação imunológica e hipotensora (reduz pressão arterial).

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CHÁ VERDE, CEREJAS, AMORAS, FRAMBOESAS, UVA ROXA, MIRTILO E VINHO TINTO

Componentes ativos: catequinas Resveratrol.

Benefícios: podem prevenir certos tipos de câncer, reduzem o colesterol e estimulam o sistema imune, além de obterem ação antioxidante.

Quantidade recomendada (não válido para o vinho tinto): 4 a 6 xícaras por dia para diminuição do risco de câncer de esôfago e gástrico. Algumas pesquisas recomendam o consumo de 1,5 a 2 litros por dia para aumentar o gasto calórico e a queima de gordura.

TOMATE E DERIVADOS (MOLHO DE TOMATE, SUCO DE TOMATE), GOIABA VERMELHA, PIMENTÃO VERMELHO E MELANCIA (FRUTAS AVERMELHADAS)

Componente ativo: licopeno.

Benefícios: ação antioxidante, redução dos níveis de colesterol e possível prevenção do risco de certos tipos de câncer, principalmente o de próstata.

FOLHAS VERDES EM GERAL (ESPINAFRE, COUVE, MOSTARDA) E MILHO

Componentes ativos: luteína e zeaxantina.

Benefícios: ação antioxidante, proteção contra degeneração macular (alterações na visão) e catarata.

Quantidade recomendada: algumas pesquisas apresentaram bons resultados na diminuição do risco de degeneração macular (40%) e de catarata (19%), com o consumo de 6mg/dia**. Para referência, 4 a 7 porções de hortaliças e frutas fornecem 2 a 4 mg de luteína e zeaxantina.

 CENOURA, MANGA, ABÓBORA, PIMENTÃO VERMELHO E AMARELO, ACEROLA E PÊSSEGO (FRUTAS ALARANJADAS)

Componente ativo: betacaroteno.

Benefício: ação hipotensiva (reduz a pressão arterial).alimentos-funcionais (2)

COUVE-FLOR, REPOLHO, BRÓCOLIS, COUVE DE BRUXELAS, RABANETE E MOSTARDA.
Componentes ativos: indóis e isotiocianatos.

Benefícios: indutores de enzimas protetoras que podem proteger contra alguns tipos de câncer, principalmente o de mama.

SOJA, FRUTAS CÍTRICAS, TOMATE, PIMENTÃO, ALCACHOFRA, CEREJA E SALSA.

Componentes ativos: flavonóides.

Benefícios: podem prevenir o risco de certos tipos de câncer. Ação vasodilatadora, anti-inflamatória e antioxidante.

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AVEIA, CENTEIO, CEVADA, LEGUMINOSAS (FEIJÕES, ERVILHA, LENTILHA), FRUTAS COM CASCA.

Componentes ativos: fibras solúveis, insolúveis e beta-glucana (aveia).

Benefícios: podem auxiliar na redução do risco para câncer de cólon e contribuir para o bom funcionamento intestinal. Auxiliam no controle da glicemia (fibras solúveis), podem aumentar a sensação de saciedade e na diminuição dos níveis de colesterol.

Quantidade recomendada: cerca de 3g por dia de beta-d-glucanas (equivalente ao consumo de 40g de farelo de aveia ou 60g de farinha de aveia).

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ALHO E CEBOLA

Componentes ativos: sulfetos alílicos (alil sulfetos).

Benefícios: podem auxiliar na redução de colesterol, pressão sanguínea, câncer gástrico e auxiliar os processos do sistema imunológico.

Quantidade recomendada: 1 dente de alho por dia para diminuição da pressão arterial e dos níveis de colesterol.*

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LINHAÇA, NOZ MOSCADA

Componentes ativos: lignanas.

Benefício: podem auxiliar na inibição de alguns tipos de tumores.

  1. *Recomendações da American Dietetic Association
  2. ** (Nurses Health Study and Health Professionals Follow-up, 1999).

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REFEIÇÕES IDEAIS (Boa sorte!)

Cardápio

 Café da manhã

  • Chá de ervas
  • Pão integral com linhaça e queijo branco
  • Mamão com aveia

Lanche da manhã

  • 1 maçã

Almoço

  • Salada: rúcula, agrião e tomate temperada com azeite
  • Arroz integral
  • Feijão
  • Peito de frango grelhado
  • Brócolis e cenoura sauté
  • Abacaxi
  • Suco de Melancia

Lanche da tarde

  • Bebida a base de soja batida com morangos

Jantar

  • Salada: soja com cenoura a Juliene (ralada) e berinjela temperada com azeite
  • Sardinhas ao forno com pimentões e cebola
  • Purê de batata
  • Chicória refogada
  • Salada de frutas
  • Suco de uva

Ceia

Chá de hortelã ou outro chá verde

 

Fontes:

  • MORAES F. P. e COLLA L. M. Alimentos funcionais. Revista Eletrônica de Farmácia Vol 3 (2), 99-112, 2006. file:///F:/Documents/1%20Site%20FB/Alimentos%20funcionais/2082-9018-1-PB.pdf
  • https://www.einstein.br/noticias/noticia/alimentos-funcionais
  • Associação Brasileira de Alimentos Funcionais: www.abaf.org.br – “Previna Doenças, Faça do Alimento seu medicamento”, Jocelem Mastroldi Salgado Centro Valéria Paschoal de Educação (CVPE) – Curso de Pós-Graduação em Alimentos Funcionais.

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A importância do peixe na nutrição

O pescado é um alimento que se destaca nutricionalmente quanto à quantidade e qualidade das suas proteínas, à presença de vitaminas e minerais e, principalmente, por ser fonte de ácidos graxos essenciais ômega-3 eicosapentaenoico (EPA) e docosaexaenoico (DHA).

O consumo desses lipídios é associado à redução do risco de doenças cardiovasculares e a funções importantes nas fases iniciais do desenvolvimento humano.

Não é novidade que uma dieta equilibrada deve incluir porções semanais de pescados.peixe5

Segundo a American Heart Association, o ideal é consumir esse alimento ao menos duas vezes por semana, especialmente os peixes de água fria, como salmão, truta, bacalhau e arenque, porque estão associados à redução da incidência de doenças cardiovasculares.

Sua família come bastante peixe?

Apesar de não ser tão popular quanto a carne de boi ou de frango, ele é importante fonte de nutrientes e fundamental na alimentação de crianças e adultos.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a partir do sexto mês de vida seu filho pode consumir pescados, por meio de papas salgadas.

O alimento auxilia no desenvolvimento da criança. “O peixe é uma ótima fonte protéica e com ferro, que é bem absorvido pelo organismo”, diz Tânia Rodrigues, da RG Nutri (SP).

Estudos mostram que os ácidos graxos ômega-3 (gordura poliinsaturada), encontrados principalmente no salmão e na sardinha, são importantes para o desenvolvimento do sistema nervoso central e da retina e na prevenção de doenças crônicas, como obesidade e hipertensão.

Se você está preocupado com os riscos de alergias, a recomendação dos especialistas é que o peixe seja oferecido aos poucos, para que, caso a criança apresente alguma reação, seja possível identificar o que causou o problema e não oferecê-lo mais.

“Com relação às espinhas, o ideal é escolher os peixes que têm poucas ou que não as tenham, como cação, linguado ou badejo. Se não for possível, deve-se retirá-las com cuidado e atenção, e sempre checar mais uma vez antes de oferecer ao bebê”, afirma Tânia.

Cuidados ao comprar

O principal cuidado, no entanto, vem antes de o peixe estar no prato da família – na hora da compra!

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, o produto deve ser adquirido em um estabelecimento que tenha boas condições de higiene e limpeza.

Dê preferência para o pescado fresco, mais fácil de verificar a qualidade por meio do odor, textura e coloração.

Observe se a carne está firme, brilhante e escorregadia; se os olhos estão brilhantes e protuberantes; e as brânquias úmidas e brilhantes, entre a cor de rosa e vermelho intenso. O peixe também deve estar conservado em meio a camadas de gelo.

Para quem opta pelo peixe congelado ou congela o peixe fresco, é preciso atenção ao descongelar.

Especies-Bacalhau-da-Noruega_teaser_box_wide “Nunca se deve descongelar qualquer pescado em temperatura ambiente, porque não é uniforme e pode gerar perda de qualidade, umidade e permitir o crescimento de micróbios”, diz William Latorre, diretor da Divisão de Alimentos da Vigilância Sanitária Estadual.

Para isso, descongele-o na geladeira, a 4 °C. E lembre-se: nunca congele novamente o peixe que foi descongelado. Após ter sido preparado, o peixe pode ser conservado na geladeira por até 24 horas.

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Pesquisas

Um estudo divulgado pela Universidade de Pittsburgh (Estados Unidos) mostra que o alto consumo de peixes no Japão pode diminuir o número de ocorrência de doenças cardíacas, pois substitui os alimentos ricos em gordura saturada ou trans, como carnes gordurosas e laticínios integrais.

Além da escolha da espécie mais nutritiva, é necessário acertar no preparo para que não se percam vitaminas e para que o alimento não ganhe gordura. “O método de preparo deve evitar a utilização de gorduras saturadas e trans.

O melhor é optar pelo cozimento no forno ou na grelha.

Quem prefere o peixe frito pode prepará-lo de vez em quando, com pouco óleo vegetal numa frigideira, mas as melhores opções são as preparações assadas, cozidas ou grelhadas”, explica Eneida Ramos, nutricionista do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).

Além do modo de preparo, existem outros cuidados a serem tomados no que se refere ao consumo de peixes.

Um dos problemas é o nível de mercúrio que pode existir na carne dos pescados. Segundo Eneida, esse metal pode prejudicar o sistema nervoso e o fígado.

O método de preparo deve evitar a utilização de gorduras saturadas e trans. O melhor é optar pelo cozimento no forno ou na grelha.“Alguns peixes, como peixe-espada, cavala, tubarão e cação, são mais suscetíveis à contaminação por metais pesados e toxinas.”

A nutricionista aconselha consumir peixes que tenham escamas e barbatanas, como arenque, salmão, pintado, bacalhau e atum, entre outros, pois as escamas funcionam como barreira à absorção de toxinas, além de serem os recomendados na lei judaica.

Na hora da compra, é necessário observar alguns aspectos: a aparência do pescado deve ser boa, os olhos devem brilhar e ocupar todo o espaço da órbita e as escamas devem ser firmes e brilhantes. Vale ainda verificar se a carne está firme e se o mesmo está bem gelado.

Na hora de comprar

A indústria de alimento oferece cada vez mais opções de alimentos congelados e semiprontos.

Apesar do avanço tecnológico, no que diz respeito à conservação dos alimentos, na hora de comprar peixe, a atenção com a qualidade deve ser redobrada.

“Esse é um produto de origem animal que se deteriora com muita facilidade”, lembra a nutricionista.

Por isso, é importante ficar de olhos abertos e atentos a algumas características que ajudam a perceber se o peixe está fresco ou não.

Odor

Quando fresco, o peixe cheira a maresia.

Corpo

Deve ser firme e brilhante. Quando está passando do ponto, a carne fica flácida. Faça o teste: pressione o peixe com os dedos. Se não ficarem marcas, significa que o peixe é fresco.

Olhos

Devem ser salientes, a córnea transparente e a pupila negra e brilhante.

Pele

Observe se está brilhante e com as escamas bem aderidas ao corpo. A cor da pele deve ser viva, homogênea e com alguns reflexos.

Membrana

É a pele interior que cobre a barriga do peixe e que deve aderir completamente à carne.

Quando o peixe não está próprio para consumo, esta membrana é separada da carne.

O ideal é comprar o peixe inteiro. Não é aconselhável comprar peixes já cortados.

Do mar ou do rio?

Engana-se quem pensa que peixe é tudo igual. Os pescados provenientes do mar, por exemplo, têm maior quantidade de sódio e de iodo – este último, importante para o bom funcionamento da glândula tireoide.

Portanto, pessoas com problema de hipertensão arterial devem escolher, preferencialmente, peixes de água doce ou consumir o peixe salgado com moderação.

Confira as propriedades de alguns peixes de águas doce e salgada.

Espécies de rio

  • Truta: excelente fonte de ômega 3, que auxilia no controle do colesterol. É um peixe saboroso e muito apreciado.
  • Pacu: a carne, quase sempre sem espinhas, é saborosa, porém gorda e um pouco indigesta.
  • Pintado: carne saborosa, leve e com baixo teor de gordura. Não é muito rico em proteínas, mas é benéfico quanto à digestão.peixe7

Espécies do mar

  • Salmão: de carne rosada, rico em ácido graxo e ômega 3. Favorece o controle do colesterol.
  • Pescada: muito consumido no Brasil, por seu sabor delicado, pelas poucas espinhas e pelo baixo custo. Se a preparação for frita, o valor calórico aumenta.
  • Badejo: com pouca gordura e com baixo teor de colesterol.
  • Robalo: tem a carne branca e magra. Com isso, é leve e de fácil digestão.
  • Bacalhau: boa fonte de ômega 3. Geralmente é importado da Noruega e de Portugal; tem a carne branca e saborosa. O cuidado no preparo é a retirada do excesso de sal das postas, deixando-as de molho por pelo menos 10 horas, trocando a água a cada 1 hora. O consumo não é recomendado para pessoas com hipertensão arterial.
  • Atum: rico em proteínas, vitaminas e minerais, contribui para a formação muscular e previne doenças do coração, já que também é uma boa fonte de ômega 3.
  • Sardinha: rica em vitaminas A e D, é de fácil digestão. Sua carne, de cor azulada, contém mais nutrientes que a dos peixes de carne branca.03_cacao

Mitos e verdades

Crendices populares ou hábitos regionais ditam muitas vezes o consumo de um peixe e eliminam o preparo de outros.

Enlatados ou in natura?

Em geral, o produto fresco tem qualidade nutricional superior à daquele pronto para o consumo. Nos casos do atum e da sardinha, mesmo na forma enlatada, continuam sendo fonte de ômega 3. A dica é optar pelo produto preparado em água e sal, mais saudável do que a versão em óleo.

Gestante pode comer peixe?

As gestantes devem ter cuidado redobrado na escolha do pescado, uma vez que o peixe é um alimento de fácil contaminação e que se deteriora rapidamente. O local da compra deve ser confiável, de qualidade. Outro aspecto a ser considerado pelas grávidas é evitar o consumo de peixes de couro, como o bagre e o pintado, que têm maior risco de contaminação por metais pesados, como o mercúrio. Os peixes com escamas e barbatanas são mais seguros.

Carne de corvina é prejudicial à saúde?

A corvina possui, na maioria das vezes, cheiro de iodo, o que compromete a qualidade do preparo e a vontade de saborear o pescado. Ela não é prejudicial à saúde, apenas é um peixe pouco apreciado.

http://www.einstein.br/einstein-saude/nutricao/Paginas/peixe-no-cardapio.aspx

A ingestão de pescado está relacionada a benefícios à saúde humana e os riscos de prejuízo via contaminação por elementos químicos são considerados reduzidos, segundo estudos realizados com amostras de peixes comercializados no Brasil.

Clique para acessar o 19-2_artigo-7.pdf

http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI264387-16742,00.html

CONFIRA O GUIA DOS PEIXES NO ENDEREÇO:

http://www.terra.com.br/culinaria/infograficos/peixe-e-saude/index.htm

Dores abdominais (de repetição) em escolares

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A dor abdominal é um problema comum em escolares.

O que é D.A.R.?

Presença de, pelo menos, três episódios de dor suficientemente fortes para interferir nas atividades habituais da criança por um período mínimo de três meses.

Aproximadamente 10% dos escolares apresentam episódios de dores abdominais recorrentes (DAR).

Principais causas

Várias causas orgânicas estão relacionadas à dor abdominal, sendo que, em muitos casos, a fisiopatologia é relacionada a processos infecciosos (por exemplo, infecção do trato urinário), inflamatórios (doença de Crohn) ou distensão/obstrução de vísceras ocas. Doenças parasitárias e constipação também devem ser consideradas.tabela-268-1

Por que “funcional”?

Muitas doenças podem causar DAR. Na prática clínica, a maioria das crianças e adolescentes não tem evidência de doença e apresenta o que se chama “dor abdominal funcional”.

A dor abdominal funcional é a maior causa de dor abdominal crônica na infância e adolescência.

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De acordo com os critérios de Roma III para dor abdominal, os distúrbios gastrintestinais funcionais requerem sintomas por (pelo menos) dois meses, sem a presença de sinais de alarme, assim como exame físico normal e pesquisa de sangue oculto negativa.

“Mecanismos” (Fisiopatologia)

A fisiopatologia envolve uma interação entre os fatores regulatórios dos sistemas entérico e nervoso central e pode estar associada à hiperalgesia visceral, redução do limiar da dor, dor referida após a distensão retal, ou a um relaxamento inadequado gástrico pós-prandial.

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DGIF

Pacientes com distúrbios gastrintestinais funcionais (DGIF) podem apresentar sintomas semelhantes, porém com diferentes causas. Desta forma, o manejo deverá ser individualizado de acordo com o comportamento da criança e da família, assim como dos gatilhos e sintomas envolvidos.

A dor é real!

O esclarecimento à família de que a dor é real e que tem afetado as atividades da criança é fundamental, além de enfatizar que esta pode ser desencadeada por fatores ambientais e psicossociais.

Faz-se necessário investir em modificações comportamentais, com a finalidade de aumentar a tolerância da dor, reduzir a ansiedade e adquirir habilidade em enfrentar a dor através de técnicas de relaxamento e distração.

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Melhores resultados com a terapia cognitiva comportamental

Alguns estudos randomizados comprovam que a terapia cognitiva comportamental foi mais efetiva do que a terapia médica convencional em reduzir a frequência e a intensidade da dor.

A identificação do gatilho da dor poderá auxiliar o manejo terapêutico.

Dieta adianta?

Rotineiramente, não há evidências que suportem a efetividade da dieta restritiva em pacientes portadores de DGIF, exceto quando ocorre uma correlação de sintomas com a ingesta de alimentos específicos.467--fodmap

Neste caso, a eliminação deste alimento por um tempo delimitado deverá ser efetuada.

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A dieta de restrição pode resultar em deficiências nutricionais importantes, com impacto no crescimento e desenvolvimento destes pacientes.

Principais gatilhos alimentares que detonam o quadro

Os principais gatilhos dietéticos incluem: lactose, frutas cítricas, glúten, alimentos gordurosos, bebidas gaseificadas ou cafeinadas, sorbitol e alimentos produtores de gás.List-of-High-FODMAP-Foods-Coconuts-Kettlebells

Este último grupo envolve os FODMAPs, ou seja, carboidratos de cadeia curta (oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e poliois), que são pouco absorvíveis pelo trato gastrintestinal e rapidamente fermentados pelas bactérias do cólon, com consequente produção de gás, aumento da osmolaridade, distensão e dor abdominal.

Há alguma evidência de que uma dieta pobre em FODMAPs pode ser útil em adultos portadores de síndrome do intestino irritável.

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Entretanto, apesar de promissores, os estudos em crianças e adolescentes não são suficientes para que esta dieta seja recomendada.

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Probióticos

Os probióticos podem ser úteis no manejo combinado da dor abdominal funcional, mas seu mecanismo de ação não é claro. Acredita-se que podem diminuir os sintomas gastrintestinais através da restauração do equilíbrio da microbiota intestinal, do reforço da barreira mucosa intestinal ou pela alteração da resposta inflamatória local.

Ação semelhante também é encontrada com a suplementação de fibras solúveis em água.

Revisões da literatura atual evidenciam que os probióticos reduzem a dor e o score de severidade de sintomas comparados com placebo em crianças e adultos portadores de síndrome do intestino irritável.

Objetivo do tratamento

O objetivo do tratamento da dor abdominal funcional da criança e do adolescente é permitir o retorno de suas atividades normais mais que a completa eliminação da dor.

O modelo de cuidado no contexto biopsicossocial é o mais efetivo.

As crianças que desenvolverem qualquer sinal de alarme devem ser submetidas à investigação de doenças orgânicas.dor+abdominal1

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Atenção especial deve ser dada às adolescentes com dores abdominais agudas, mesmo não sendo o objetivo desta comunicação:

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Passos importantes

Finalmente, alguns passos são úteis para o adequado manuseio das dores recorrentes abdominais:

  1. Explicação para a família, de forma cuidadosa, sobre os conceitos e as razões por trás das investigações. Após a exclusão das causas orgânicas, reassegure ao paciente e à família que não há uma doença séria presente.
  2. Identificação dos sinais de alerta.
  3. Postura de evitar “rótulos psicológicos”, a não ser que as evidências mostrem a presença de psicopatologia.
  4. Permissão (e encorajamento) para a realização das atividades normais.
  5. Atenção para a retirada das atividades. Caso ocorra a interrupção das atividades normais por iniciativa da própria criança, deve-se considerar o encaminhamento psicológico.
  6. Estabelecimento de um acompanhamento regular com retornos periódicos para controle dos sintomas.
  7. Disponibilidade para examinar a criança caso ocorram mudanças no padrão da dor ou no caso de pais muito ansiosos.
  8. Cuidado com a resposta ao placebo.
  9. Evite o diagnóstico imediato baseado em resposta terapêutica.
  10. Abertura para pedidos de segunda opinião.

OBS.: massas intra e retroperitoniais precisam ser investigadas.

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Critérios diagnósticos para dispepsia funcional

Devem ser incluídas as seguintes características:dispep_q1

  1. Dor recorrente ou desconforto no abdome superior (acima do umbigo).
  2. Dor não aliviada pela defecação ou dor associada com uma mudança na frequência de evacuações ou forma das fezes.
  3. Ausência de evidência de um processo inflamatório, anatômico, metabólico ou neoplásico que explique a dor.tumores_t2

Critérios diagnósticos para a síndrome do intestino irritável*

Devem ser incluídas as seguintes características:SII_roma3

  1. Desconforto abdominal (uma sensação desconfortável não descrita como a dor) ou dor associada com dois ou mais dos seguintes casos em pelo menos 25% do tempo:
  2. a) Melhora com a defecação;
  3. b) Início associado com uma mudança na frequência das fezes, e
  4. c) Início associado com alteração na aparência das fezes
  5. Ausência de evidência de um processo inflamatório, anatômico, metabólico ou neoplásico.

* Critérios presentes uma vez por semana por, no mínimo, dois meses antes do diagnóstico,

Critérios diagnósticos para a enxaqueca abdominal †

Devem ser incluídas as seguintes características:

  1. Episódios paroxísticos de dor aguda intensa periumbilical com duração de uma hora ou mais.
  1. Dor intercalada por períodos de saúde com duração usual de semanas a meses.
  2. Dor que interfere nas atividades normais.
  3. Dor associada a 2 ou mais dos seguintes sintomas: anorexia, náuseas, vômitos, dor de cabeça, fotofobia ou palidez.
  1. Ausência de evidência de um processo inflamatório, anatômico, metabólico ou neoplásico.

 Critérios diagnósticos para dor abdominal funcional na infância

Devem ser incluídas as seguintes características:

  1. Dor episódica ou dor abdominal contínua.
  2. Ausência de critérios para outros distúrbios gastrintestinais funcionais.
  3. Ausência de evidências de processo inflamatório, anatômico, metabólico ou neoplásico.

 Deve ser incluída a dor abdominal funcional na infância em pelo menos 25% do tempo e um ou mais dos seguintes:

  1. Perda de funcionamento diário.
  2. Sintomas somáticos adicionais como dor de cabeça, dores nos membros ou dificuldade em dormir.

 Critérios diagnósticos para aerofagia

Devem ser incluídos pelo menos dois dos seguintes:

  1. Ato de engolir ar.
  2. Distensão abdominal devido ao ar intraluminal.
  3. Arrotos repetitivos e/ou aumento de flatos.

Saiba mais:

http://pediatrics.aappublications.org/content/115/3/812.full.pdf+htmlhttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4356930/pdf/WJG-21-3072.pdf

Referências Bibliográficas:

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5- Biesiekierski JR et al. No effects of gluten in patients with self-reported non-celiac gluten sensitivity after dietary reduction of fermentable, poorly absorbed, short-chain carbohydrates. Am J Gastroenterol 2013;145(2):320-8.
6- Shepherd SJ et al. Short-Chain Carbohydrates and Functional Gastrointestinal Disorders. Am J Gastroenterol 2013; 108:707–17.
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Dra. Adriana Domingues Graziano – Gastroenterologia

https://www.nestlenutrition.com.br/comentarios-dos-especialistas/detalhe/dra-adriana-domingues-graziano/2015/08/06/disturbios-gastrointestinais-funcionais